Justices Assassin escrita por LivyBennet


Capítulo 1
One-Short


Notas iniciais do capítulo

Eu criei essa história quando tava sem nada pra fazer e por que a aula da faculdade tava um tédio. Espero que gostem.



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“Depois de tudo o que eu fiz eu tinha que contar para alguém. Meus crimes foram horrendos, mas não me arrependo deles; foram necessários e por motivos justos. Eu sei muito bem que não posso voltar atrás, mas seu eu voltasse, faria tudo do mesmo jeito. Podem me chamar de maníaca, psicopata, monstro; eu não ligo, eu nunca liguei. A opinião dessa sociedade hipócrita, corrupta e suja é a última coisa com a qual me preocupo. Foi ela quem me transformou no que sou agora: uma assassina com sede de sangue que não tem nada a perder.

Eu era feliz antes deles acabarem com a minha vida. Meu pai era dono de uma das mais lucrativas empresas de petróleo do mundo, GoldPetro, e o governo queria comprá-la. A oferta era boa e, depois de tantos anos de trabalho, ele realmente pensava em vendê-la e guardar o dinheiro para investimentos futuros. Meu pai dizia que eu seria capaz de construir meu próprio império sozinha. Mas ele mudou de ideia quando ele descobriu o que o governo queria fazer com o trabalho da vida dele. A reunião aconteceu na nossa casa e foi a maior discussão de negócios já vista. Meu pai havia descoberto que o plano deles era desviar a maior parte dos lucros para benefício próprio e armazená-los em contas bancárias fantasmas. E, de acordo com à proporção que isso provavelmente ocorreria, a empresa iria à falecia em menos de um ano. Por isso, meu pai cancelou o acordo, rasgou o contrato e os expulsou de nossa casa. O mais importante entre eles, o Dr. Raymond, disse que meu pai se arrependeria daquilo.

Uma semana depois, nós estávamos recolhidos quando um estrondo ecoou pela casa. Corri para a porta do meu quarto que dava acesso ao quarto dos meus pais, quando a porta do quarto deles foi arrombada. Eu olhei pela freta da porta e vi cinco homens armados entrarem. Dois deles agarraram meu pai e os outros dois seguraram minha mãe. Eles amarraram meu pai em uma poltrona e ficaram atrás dela. O homem que ainda não tinha se mexido deu andou na direção do meu pai e eu o reconheci: Dr. Raymond. “Eu disse que você ia se arrepender, Gold. Você e a vadia da sua mulher. Com certeza foi ela que fez você desistir do acordo.” Uma raiva se apossou de mim e eu ia abrir aquela por e dizer um monte pra ele quando vi minha mãe olhar pra mim. Nos olhos dela eu vi um pedido mudo de súplica: fuja! Mas eu não queria fugir, eu queria salvá-los.

A partir daí eu vi as piores cenas de tortura. Arrancaram as unhas do meu pai, uma por uma, enquanto ele gritava e se contorcia. Eu me senti uma inútil. Eu não podia fazer nada a não ser assistir. As armas ficavam no quarto deles e eu não podia entrar lá sem ser vista. Minha mãe gritava e pedia para eles pararem, mas tudo o que ela ganhou foi um tapa no rosto que fez seu nariz sangrar. Ela gritou novamente, um grito de horror e então eu vi: meu pai, com a garganta cortada, agonizando na poltrona. Ele se debateu por três minutos e ficou imóvel.

Minha mãe começou a chorar e então o canalha que matara meu pai foi na direção dela. Ele a despiu e a violou na frente dos outros quatro. Depois dele, cada um dos outros teve a sua vez. Naquele momento eu já chorava, mas em silêncio. Eu sabia que minha mãe estava sofrendo e se eu tivesse entrado lá para salvá-la, eles teriam feito o mesmo comigo. Me amaldiçoei por minha covardia. Foi quando eu ouvi minha mãe pedir: “Parem, por favor, eu estou grávida!” Eu não sabia. Dr. Raymond se aproximou dela com um sorriso cínico, tirou uma adaga do cós da calça e abriu a barriga da minha mãe de uma ponta à outra. Não me importei mais com nada. Eu gritei. Gritei junto com ela e não pude olhar mais. Saí correndo do quarto e da casa. Lá fora uma chuva forte caía e lavava minha dor e tristeza. Caminhei por horas sem saber onde estava indo.

Eu tinha perdido tudo. Minha família, minha casa, minha vida, meus sonhos. TUDO! Por causa daquele monstro maldito! A mesma raiva que tinha sentido antes voltou, e desta vez não havia ninguém pra me parar. Eu tinha chegado em frente à catedral da cidade. Ali eu caía de joelhos e chorei o que tinha que chorar, gritei o que eu tinha que gritar, e senti toda a dor de quem perde tudo, mas guardei a raiva. Eu precisaria dela depois, para vingar minha família. E eu os mataria a todos.

Morei nas ruas daquele dia em diante, pesquisando e aprendendo tudo o que eu podia sobre o Dr. Raymond e seus facínoras. Planejei estratégias e estudei a rotina deles e, finalmente, consegui o que eu queria saber.

Depois de semanas, resolvi voltar à minha casa. Estava abandonada e dei graças a Deus por não terem-na queimado. Andei por cada cômodo até chegar ao que eu queria: o escritório do meu pai. Entrei e fui na direção da estante de livro. Quando criança eu sempre quis fazer aquilo, mas agora não me dava nenhuma alegria. A passagem secreta se abriu e eu entrei. Ali era o local que eu aprendera atirar aos quinze anos e, agora, depois de dois anos, eu entrava ali outra vez. Peguei tudo o que precisava: armas, munição, minha roupa de couro preto e minhas botas de cano longo também pretas; não voltaria mais para lá. Saí sem um pingo de emoção. Há muito não chorava pelos meus pais, eu só pensava na vingança. Eu iria matá-los rápido, como um fantasma. Todos menos um. Nele eu iria demorar bastante.

O primeiro a morrer foi Monster Rock: dez tiros, um por cada unha do meu pai. O segundo a morrer foi Harry Heavy Metal: um tiro na testa. O terceiro foi Mike Death: um tiro com o cano enfiado na boca. E o quarto foi John Horst: dois tiros, um em cada olho.

Finalmente só faltava um: o Dr. Raymond. Eu o deixei por último porque queria me demorar com ele. Eu o esperei em seu gabinete. Quando ele acendeu a luz, eu estava na sua frente com a arma apontada pra ele.

“Lembra-se de mim, Dr. Raymond?” disse friamente, com um sorriso sarcástico. Ele ficou branco. Eu sabia que ele era frouxo, mas vê-lo com medo me deu uma satisfação enorme. Ainda assim, ele conseguiu responder fracamente.

“Não.”

"Pois vou lhe refrescar a memória: GoldPetro.”

“Milla Gold.” Ele ficou mais branco ainda e eu vi o terror se espalhar pelo seu rosto.

“Exatamente. E eu vim aqui hoje para cobrar uma dívida que você me deve: a vida dos meus pais. Você vai sofrer tanto quanto eles sofreram.” Sorri diabolicamente.

Fiz com ele exatamente o que ele fez com meu pai. Arranquei unha por unha, mas não cortei a garganta, era muito cedo. Como não tinha como fazer com ele o que ele fez com minha mãe, fiz a única coisa que podia: cortei seu brinquedinho fora. Os gritos dele eram música para os meus ouvidos e bálsamo para toda a dor que ele tinha me causado. Só então fiz um pequeno corte em sua garganta. Não era profundo então não morreu na hora, mas ficou agonizando.

Depois, peguei umas folhas em sua mesa e estou aqui, em frente ao seu cadáver, escrevendo toda a minha história. Digam que eu sou sádica, louca, assassina. Digam o que quiserem; minha consciência está limpa. Agora que minha missão acabou, vou desaparecer. Milla Gold morre junto com esta carta ou morreu junto com sua família. O nome será outro, então não adianta procurar. Ninguém me encontrará.

M.G.”


E, selando a carta, jogou-a no peito do cadáver ensanguentado e saiu. Desceu do prédio e caminhou até o parque da cidade. Suas botas chapinhavam nas poças d’água da chuva recente e sua roupa brilhava à luz vacilante da lua. Uma névoa espessa cobria seus pés e ela andava rápido. Um cachorro uivou em algum lugar. Finalmente, quando chegou ao seu destino ela olhou pros lados; era mais de meia noite e não tinha ninguém na rua. Ela pulou no bueiro e se fechou na escuridão.
...
Por: LivyBennet



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Notas finais do capítulo

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Opiniões são muito importantes.
wlw.