Gerard narrando On

Acordei abraçadinho com a Avril. Meu sonho que isso acontecesse, ela é uma garota tão diferente, nunca vi nenhuma garota beber uma lata de Coca-Cola em menos de dez segundos e ainda jogar Mário 64. Claro que ela tem que me zoar com as brincadeiras dela, mas tudo bem. De noite eu vi ela tremendo de frio, peguei um edredom e cobri ela. Dei um beijinho de boa noite nela, agora vamos combinar que eu juntei toda a minha coragem para fazer isso e dizer:

–boa noite pequena

Eu sempre chamei ela de pequena na minha mente, para mim ela era a minha pequena (por ela ser um pouco mais baixinha que eu ), mas eu tinha achado que ela estava dormindo profundamente. De repente ela dá um beijinho na minha bochecha e diz:

– boa noite

PENSA EM UMA PESSOA QUE DORMIU EM ESTADO DE EXTASE, pensou? Então , essa pessoa sou EU. Minha pequena me deu um beijo na bochecha, O DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA!!! Ai eu acordo abraçado com ela, eu gostei (admito), mas claro nós dois nos assustamos, gritamos indo para trás. Caimos no chão com tudo. Nos levantamos e sentamos com as pernas cruzadas em cima da cama. Olhei para ela e ela olhou para mim.

– to com fome – dissemos juntos

– aaahhh cade o verde?? – saímos procurando algo verde, ainda somos crianças

– achei – eu disse encostando em uma blusa verde minha que estava na mala dela

– ok, vamos comer – ela disse – me dá uma calça ai – ela pediu e eu joguei uma calça de moletom branca

Ela pegou e foi se trocar, que pena eu gostei do short. Eu estava com uma blusa e uma calça branca, ela saiu de lá vestida igual a mim. Saímos do quarto descalços, com aqueles pijamas e ficamos brincando no hotel inteiro. Brincamos de adoleta, jo-ken-pô, cantamos Chop Suey do System of a Down e eu ainda carreguei ela nos ombros.

– Gerard vão achar que a gente saiu de um hospício – ela disse no meu ouvido enquanto íamos para o restaurante tomar café

– ué? Mas a gente não fugiu de lá? – eu disse fazendo ela rir

Me senti um humorista agora, fiz a Avril rir e o meu coração derreteu todo com a risada dela (já falei que a risada dela é fofa?). Chegamos no restaurante e vimos a Miranda com uma guitarra, ela toda vestida de branca igual a Avril e a mim.

Gerard narrando Off

Miranda narrando On

Ontem eu entrei no meu quarto, liguei meu notebook, descobri a senha do Wi-Fi do hotel e comecei a conversar com a Gabi. Ela me mostrava tudo o que acontecia no quarto da Avril e o Gee. Ri muito com aqueles dois. Fui dormir, claro que lá pelas 3 e meia da madrugada eu levantei e invadi o quarto dos dois (culpa da Gabriela que me ensinou a arrombar portas). Eu coloquei os dois abraçados e sai do quarto como se nada tivesse acontecido.

Acordei de novo de manha, fui tomar café com a minha única companhia no momento: minha guitarra. Mal cheguei lá e me aparecem os dois, vestidos de branco como eu. Ok, pegamos algumas coisas para comer e comemos como animais. Eu olhei para o Gerard, que olhou para a Avril que olhou para mim.

– alguém além de mim quer ouvir musica? – perguntei

– eu quero – o gerard disse – Green day?

– claro, St Jimmy? – a avril disse

– claro – eu disse

Peguei minha guitarra, a avril pegou duas colheres. Eu na guitarra, a Avril na “bateria” e o Gerard cantando junto com nós duas. Ok que todo mundo começou a olhar, mas por favos eu já fiz pior então ficamos lá. Depois que a gente terminou a gente saiu do restaurante brincando de pula cela. Isso me fez esquecer o Bill por um minuto, mas quando eu cheguei eu lembrei dele.

Me troquei, eram 9 da manha, coloquei um short jeans, um all star de cano longo, uma camiseta preta larga que mostrava a minha barriga escrito “F*CK YOU” em branco nela, coloquei meu boné e minha mascara. Peguei meu skate e fui andar.

** ** **

Horas tinham se passado, já era de noite, eu já estava na arena do x-games. Eu era a única menina lá, eu contra um monte de garotos. Ok, eu não estava tão nervosa. A Avril estava lá, o Gerard e as meninas. Eu estava bem confiante. Eu estava parada em pé esperando a minha vez enquanto eu ouvia musica. Um skatista alto esbarrou em mim de proposito e disse:

– ei pirralha olha para aonde anda – ele disse

Todos riram, eu fiquei com raiva, já sabia o que fazer. Era apenas esperar um pouco até a minha vez, mas eles continuaram a me zoar. Eu fui a ultima a ir a pista para ser julgada pelos juízes, antes disso eu estava no meu Ipod vendo algumas noticias e vi que tinham vazado fotos dos integrantes do slipknot sem mascaras. Antes de ir começaram a tocar uma musica besta de pop bem de fim de mundo, desculpem mas eu não aguentei...

– agora a Sk8er Girl, ela é bem conhecida por ser calma e nunca falar, também não temos nenhuma foto dela que não seja ela tampando a câmera com a mão ou a foto borrada. Em sites na internet dizem que ela gosta desse tipo de musica... – um comentarista dizia

– HEYYYYYY !!! – pela primeira vez eu gritei em um lugar daqueles , todo mundo calou a boca - sorry but I do not like this kind of music, could play Slipknot? Metallica? System of a Down? or any band of Rock? – eu disse bem irritada: desculpe, mas eu não gosto desse tipo de musica, poderia tocar slipknot? Metallica? System of a Down? Ou qualquer banda de rock?

Eu ouvi a musica parar e começar Duality do Slipknot, eu coloquei meu skate e comecei a andar. Eu fiz varias manobras, todos gritavam adorando tudo, mas aquilo não era o suficiente, eu sei que não era a hora certa, mas eu tentei uma manobra nova. Tinha uma descida maior e uma rampa maior no final do percurso. Eu desci a toda velocidade, subi aquilo em uma velocidade alucinante, eu não parei no final como era para ser feito, eu comecei a voar.

Eu estava dando cambalhotas no ar enquanto eu continuava a subir por causa do impulso, eu subi mais de 5 metros. Eu mergulhei de cabeça girando, eu lembrei do Bill por um milésimo de segundo enquanto eu caia, uma lagrima saiu dos meus olhos no mesmo instante. Eu estava quase perdendo a minha consciência e batendo a cabeça no chão quando eu acordei e fiz algo que eu ainda não sei descrever e cai em cima do skate.

Aplaudida, eu subi aquela rampa e fui para a segunda etapa: a Mega Rampa. Subi as escadas, chegando lá em cima, eu respirei fundo, era muito alto. A mega rampa, vamos lá. Eu fui, a altura, a velocidade, tudo era algo que me deu uma adrenalina sem explicação. Eu consegui uma nota excelente. Somando a minha nota da mega rampa com a da pista e depois dividindo eu consegui uma media de 9.76, em outras palavras eu venci. Claro que teve um juiz do contra que fez com que desse essa nota mas por mim tudo bem.

O pessoal veio trazer meu troféu, junto deles eles trouxeram um microfone. Eu peguei o microfone e fui com ele até um lugar na mega rampa aonde todo mundo pudesse me ver. Eu disse:

– Hey! – eu disse, vou traduzir tudo o que eu falo porque eu falei tudo em inglês – vocês nunca viram o meu rosto, assim como vocês nunca tinham visto o rosto dos integrantes do Slipknot. Eu já toquei com eles no brasil, não sei se eles lembram de mim, acho que sim, eu toquei Avril Lavigne no show deles. – um riso foi escutado de longe

Eu olhei para a plateia procurando a Avril, ela estava vermelha de tanto rir.

– fotos dos rostos deles vazaram pela internet, não gostei muito disso apesar de que eu já tinha visto o rosto do Corey faz anos. Eu não ia fazer isso, mas é uma situação especial... além de tudo, eu sempre vou usar essa mascara independente de vocês verem ou não o meu rosto - eu disse

Eu estava com uma roupa igual a roupa da Avril no clipe Sk8er Boi, meu corpo estava cheio de arranhões por causa de ontem, principalmente meus branços porque eu usei eles para me defender dos meninos. Tirei a mascara mostrando o meu rosto. A plateia gritou.

– Meu nome é Miranda, sou apenas uma garota de 19 anos. Não sou a Avril Lavigne, ela é minha amiga e está ali bem do lado do Gerard Way – eu disse apontando e ela apareceu no telão junto comigo - bye motherfuckers – coloquei a mascara de novo

Subi peguei o meu troféu e depois disso eu sai da arena, fugindo dos fotógrafos. Andei por Paris sem rumo.