You Can Be Happy; escrita por Maria Rodrigues


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

ninguém é meu e nada disso ocorreu (y)



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You can be happy:

- Não era para ser assim. – lágrimas traçavam um caminho pelo seu rosto. Nada me fazia sentir-me pior do que a situação pela qual eu me encontrava. – Era para ser eu, Joel. Não ele. – eu continuava mudo, olhando aquele que eu mais amava no mundo chorar feito um bebê.

O que eu poderia dizer? Eu amava quando ele sorria, e quando ele fazia piadas idiotas. Eu o idolatrava com sua voz e com seu jeito de tocar guitarra, uma vez que eu nunca fui apto a fazê-lo.
Ele era aquele que eu sabia que sempre estaria ali quando eu precisasse. Mas ele é quem precisa de minha ajuda – que eu não consigo dar. Eu sou o pior irmão do mundo.

Não era para eu ser tão patético como sou. Era pra eu consolá-lo mas estou parado, fitando-o com meu rosto sem emoções.

Por que chora, irmão? Por que não corre e o acha? Por que não faz a coisa certa dessa vez?

- Vá Benji. – eu disse fazendo-o sair de meu quarto. – Eu não lhe sou útil, faça algo bom para si mesmo e procure-o.

- Você não entende Joel. Eu não o tenho mais! Não posso ir atrás de algo que não me pertence! Alguém que não me pertence! – ele parecia mais desesperado a cada palavra que saia de sua boca. – Ele se foi, Joel! Não o terei nem mais uma vez em meus braços. Não poderei beija-lo o meio da noite! Não poderei nem mesmo brigar com ele! Eu estou sozinho nesse mundo horrível e injusto. O que eu fiz para merecer isso? Chorei demais? Reclamei demais? Amei demais?

Ele não pode estar falando sério. Ele não...

- Benji, o que houve com o Anthony? – perguntei assustando-o com minha expressão de horror.

Eu achava que ele havia dado um pé no Benji mais uma vez pela sua viadisse enrustida! Ele não pode ter mesmo...

- Joel... – ele me olhou me suplicando para não faze-lo dizer.
- Ele... – olhei-o nos olhos vermelhos. Um dia tão belos e hoje tão tristes. Oh irmão, por que sofre tanto? Confirmou-me minha suspeita com um simples fechar de olhos – Eu sinto muito Benji.

Por que será que me sinto surpreso? Tony nunca foi a pessoa mais ajuizada do mundo, mas nunca me passou pela cabeça ele realmente... Você sabe. Morrer.

Eu me sinto como se estivesse sufocado por dentro. Como será que Benji agüenta? Sinto que terei de observá-lo por dias. Anos talvez. Ele nunca o esquecerá. Eu sei que não. Ele nunca superará.

- Benji... – o abracei pela primeira vez naquele dia. Lágrimas corriam por meu rosto, mas não tão constantes como em seu rosto. Parecia que uma corrente havia se formado ali. O vento era o motor que fazia a água correr em uma normal corrente.

Em seu rosto, a dor era a força - o motor. Em seu rosto, lágrimas incessantes se misturavam com o lápis – sempre posto na parte inferior de seus olhos – fazendo-o ficar completamente pintado de preto.

Aparência mais sombria que essa? Talvez a de seu coração.
E o pior disso, era saber que ele não superaria aquilo. Oh não, de forma alguma. Benji não conseguiria. Eu daria minha vida para trazer Tony de volta, e deixa-los felizes.
Era assim que tinha que ser.

Eu não merecia minha vida, após tantas coisas ruins que fiz. Eles que nunca fizeram mal a ninguém é que deveriam vingar e vencer. O que eu sou afinal? Um idiota. Uma pessoa patética por achar que acabando com a banda tudo se tornaria mais fácil.
Mas não foi. A credibilidade do Mest caiu, e com isso Tony se aprofundou mais ainda nas drogas, fazendo Benji sofrer cada vez mais.
Hilary me deixou, por achar que eu estava ficando louco e demasiadamente drogado.
Paul e Billy pouco falam comigo. O que me restou foram as memórias e minha sombra.

Tudo por causa de meu egoísmo.
Tudo por minha causa.

No mesmo dia, no mesmo cemitério. Tamanha a coincidência?

11/12/2006 – aqui jaz Robin Madden. Mãe, ídola e companheira fiel.

Ao seu lado, uma placa bem mais nova:

11/12/2015 – aqui jaz Anthony Lovato. Companheiro, amor e grande amigo.

Benji ainda chorava, ainda se culpava e ainda não se conformava.
Eu? Permanecia calado. Não havia nada a dizer. Eu ainda não me conformava, como pode tudo isto acontecer de uma hora para outra?
Benji começara seu discurso.

- As coisas aconteceram em um segundo. Eu não sei o que houve, eu não estava lá. Me culpo todo segundo por ter tido uma briga com ele e te-lo feito descer para comprar cigarros. Eu lembro cada detalhe da nossa discussão. Coisas que achei que não eram importantes e que logo seriam esquecidas com beijos de desculpas, agora se tornam minhas ultimas lembranças dele vivo. Não acho que algum dia eu poderei amar alguém do modo como o amei. Não acho que poderei se quer amar alguém novamente. Eu o amei cada segundo de minha vida a partir que o conheci. A cada vez que eu inalava ar, era por ele. Simples assim. Eu só gostaria que ele soubesse, que eu nunca tive vergonha dele ou do nosso relacionamento. Eu apenas tinha medo. Tinha medo que isso acontecesse. – ele não chorava mais, agora ele tinha um pequeno sorriso em seus lábios. Apenas de lembrar de momentos com o loiro, seu coração batia forte e uma alegria se aconchegava em seu peito - Eu tinha medo que de um dia para o outro alguém resolvesse atirar nele por simples preconceito, o que de fato aconteceu. Simples ódio. Mas ele estava sempre ali, disposto para se arriscar por mim. Por nós. E eu infelizmente percebi da pior maneira, que eu também faria o mesmo por ele. Por que nosso amor não pode ser entendido, apenas... Sentido.


Pois é Benji, eu sempre soube, por mais que você ache que ninguém te entende. Eu te entendo, bigboy. E você não está sozinho. Dedicarei cada respiração minha para que você viva e saboreie todos os momentos de sua vida. Você pode ser feliz, irmão. Mesmo que tudo aponte o contrário.

FIM!

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