Asas Negras escrita por Jenny Fell


Capítulo 11
Capítulo 11




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 A temperatura dentro da lanchonete estava agradável, se comparada ao frio intenso do lado de fora. Encostei a testa na janela de vidro, que estava muito gelada, provavelmente devido ao vento frio que era soprado contra ela.

  Do lado de fora do McDonald’s, flocos de neve espessos caíam delicadamente, cobrindo o chão de um tecido branco lácteo quase mágico, próprio de contos de fada. Não havia praticamente ninguém nas ruas, e os poucos que estavam lá, fugiam do frio que a neve trazia em seus grossos agasalhos de inverno. Mas ainda não era inverno.

Mesmo assim, a sensação era invernal. Não entendia essa mudança climática, mas as pessoas pareciam tratar o assunto com grande indiferença. Será que ninguém percebia a época do ano em que estávamos? Ainda nem havíamos chegado ao outono, como era possível que a sensação era de um começo de inverno rigoroso? Nem mesmo me permiti pensar no quão frio ficaria Vancouver quando realmente fosse inverno.

- Seu cheeseburger. – Dean falou me despertando de meus pensamentos.  

- Obrigada. – murmurei.

Ergui a cabeça e meu olhar esbarrou em Dean, que tinha uma mecha de cabelo caída sobre um de seus olhos. Tentei descobrir, observando ao meu redor, se as pessoas a minha volta viam o mesmo que eu. Se elas percebiam que tudo em Dean gritava perigo. Uni as sobrancelhas. Provavelmente não.

Provavelmente elas veriam apenas um garoto comum, dono de uma beleza incomum, e se perguntariam o que ele estaria fazendo ali com uma garota como eu. É. Dessa vez eu havia acertado. Era possível notar, pelos olhares que a mim eram lançados, que era exatamente isso que estavam pensando. Abaixei os olhos para um copo tamanho médio de coca-cola que havia sido colocado ao lado de um cheeseburger e fritas, numa bandeja acinzentada. 

Eu não estava com fome, mas fiquei temerosa com o que Dean acharia de mim por tê-lo deixado pagar os lanches e depois não comê-los, por isso arrisquei algumas mordidas.

- Algum problema? – ele me encarava, analisando-me com atenção.

De repente, toda a minha coragem de questioná-lo sobre o que havia acontecido se esvaiu, me deixando com um vazio oscilante.

- Não, nenhum. 


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