1° Passo: Visão

Era o primeiro dia aula no McKinley. O ultimo ano para muitos alunos ali. Para Rachel significava o fim da Era Infernal do Ensino Médio, e o começo da busca por seus sonhos na Broadoway. Finn iria junto com ela para New York, parecia que todos os seus objetivos estavam sendo alcançados. Mas sua visão para com o mundo havia mudado, tudo estava diferente.

Durante as férias sua amizade com Kurt se desenvolveu mais, afinal tinham os mesmo objetivos e Kurt era o melhor amigo gay que toda garota sonha em ter. Manteve contato com os outros membros do Glee club, ate mesmo Santana deu sinal de vida mandando recados idiotas e ofensas em seu MySpace. Todos de alguma forma entraram em contado, menos ela. Depois daquela "revelação" em New York ela não havia sequer olhado em sua cara. Havia desaparecido, fingindo não existir. É isso, ela mundou sua visão da vida e simplesmente fugiu. Talvez ela tenha razão no que disse a você naquele dia, depois da derrota nas Nacionais, mas até quando vocês iam continuar fingindo não se ver?

Depois de organizar o interior de seu armário e fechá-lo com cuidado, Rachel estava prestes a ir para a aula. Ela se orgulhava de ter quatro minutos de antecedência rigorosa, assim poderia escolher um lugar onde a voz do professor pudesse ser ouvida corretamente, sem a interferência de seus colegas de classe.

Ao se virar fica cara a cara com Santana e Brittany. A latina lhe encara com aquele olhar de Bitch, afinal ela era a nova HBIC do McKinley. Era assustador, se antes ela já a infernizava agora seria bem pior com certeza. Abraçou os livros junto ao peito e apóia as costas no metal frio da porta do armário. Estava pronta para qualquer coisa. Santana poderia fazer o que quiser, iria encarar a fúria latina de frente. Optou por não fechar os olhos, preferia ver cada movimento de sua “agressora”.

– Rupaul. – Santana a “cumprimentou” mantendo os braços cruzados.

– Oi Rach – Brittany parecia animada e lhe sorria afetuosamente.

– Satan, Britt. - Forçou um sorriso a latina e ofereceu um verdadeiro a loira. Brittany era um doce de pessoa, não tinha como odiar a dançarina já que ela sempre foi muito amável com a judia, vale ressaltar: a única da Trindade Profana - Imagino que iremos para a aula de Biologia.

– Não, não vamos. E nem você. – Santana declarou autoritária.

– Acho que esta havendo uma confusão. Eu tenho que ir ... Ah, sim... Espera. - Seu monologo foi esquecido assim que se deu conta das palavras de Santana. - O que você quer dizer exatamente?

– Porque você não largar esses livros chatos vem com a gente, temos que fazer uma intervenção urgente.

– Eu pensei que estávamos indo falar com a Quinn -. Brittany interrompeu bastante confusa. Ah ... Britt e sua inocência.

– E nós vamos Britt-Britt. – a latina explicou docemente encarando os belos olhos azuis de sua “amiga”.

– Então, o que é essa intervenção? – a loira perguntou inocentemente. Rachel tinha um mau pressentimento quanto a isso. Pra Santana estar apelando pra sua ajuda, deveria ser algo serio

– A mesma coisa, Britt.

–Humm ... Ok.

Ambas se encaram por um par de segundos, o que levou Rachel a se manifestar. Se alguma coisa poderia deixá-la mais nervosa do que uma ordem direta de Santana “Satan” Lopez é o nome de Quinn Fabray no meio dela.

– Eu não entendo o que você quer de mim. Por favor me esclareça. – indagou a judia.

– Não temos tempo para que você entenda ou deixe de entender, Berry. Então me escute porque eu não vou repetir duas vezes. Você tem visto a Quinn ultimamente? – A Diva negou com um aceno de cabeça – Então eu vou fazer um resumo pra você. - Santana novamente assume sua pose arrogante, cruzando os braços sobre o peito, num gesto de auto-proteção - Roupas baratas de brechó, piercing no nariz, tatuagem de Ryan Seacrest, amigas gordas e suspeitas. Um fedor insuportável de cigarro e uma atitude muito típica de uma garota fugitiva do reformatório feminino.

Rachel continua intrigada como capitã da Cheerios ia descrevendo uma Quinn que nunca tinha visto, aquela não era a sua Quinn, mas ... uma imagem se formava em sua mente e era estranho como a loira se encaixava nessa descrição terrível.

– Ela ta com o cabelo rosa -. Brittany conclui a lista formada pela latina.

Santana coloca as mãos nos quadris e balança a cabeça negativamente. Como se não acreditasse no que a sua amiga Quinnie havia se tornado.

– Mas o que você quer que eu faça?.Se Quinn precisa de alguém para lhe dar conselhos sobre o seu atual estilo de moda, acredito que Kurt seja a pessoa certa. – sua voz tentou soar o mais indiferente possível. Ah droga, não tinha como ser indiferente com o assunto Quinn Fabray em questão.

– Não tente nos fazer acreditar que você não se importa, Hobbit. Nós sabemos como você olha pra Q.

– Nós sabemos? – a dançarina sempre achou o jeito de Rachel ver Quinn super fofo, lembrando muito o modo como Santana a olhava.

– Sim, Britt. Nós sabemos. Apesar de toda a fachada de Menina Santa Judia, sabemos que ela tem sentimentos nada puritanos pela nossa pequena Quinnie.

Rachel fecha o cenho. Como ousam acusar-la de ter sentimentos impróprios pela Fabray. Isso era loucura! Claro que já deu umas secadas nas pernas da loira quando ela era uma Cheerio, afinal quem não olhava? ... mas isso não significava nada, certo? Afinal onde Santana obteve essa informação sobre os seus sentimentos para com Quinn?

– O que eu recebo em troca pela ajuda? – Barganhar era golpe baixo. Mas aquilo parecia ser uma espécie de missão suicida. Um encontro com Quinn Fabray sempre era uma missão suicida, ainda mais agora que ela se converteu em uma fugitiva do reformatório feminino.

– Você tem que ajudar a Quinn. Ou o meu punho vai conversar na sua cara se você se atrever a recusar. Você não tem nada a perder realmente, mas pode acabar ganhando hematomas de graça. O que você decide?

Santana sempre foi um amor de menina. Notem a ironia contida na frase ... Ok. Ser ameaçada pela Lopes e correr risco físico ou ir conversar com uma puck Quinn de cabelo rosa ... Satan nunca pareceu tão agradável aos olhos. Mas era Quinn que estava precisando de ajuda ... ah que se dane!

– Ok, ok. - Rachel suspira profundamente, ela estava ferrada. - Vamos fazer essa intervenção.

Rachel Berry acaba de tomar o primeiro passo. Não podia voltar atrás agora que voltara a enchergar.