I Will Possess Your Heart escrita por Bennet


Capítulo 11
Capítulo X - My way home is through you. (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

Então... ok, vocês já podem me pregar na cruz. :c
Desculpa MESMO por ter sumido por tanto tempo! Tipo... um mês? Pois é. ;; O negócio é: Meus professores fizeram greve, e agora eu tenho aula no sábado, e eu fiz o possível pra escrever no domingo, mas realmente, não deu. Mas eu vou recompensar vocês, porque o capítulo ficou TÃO grande que eu tive que dividir em dois, porque senão teria dado quase 5mil palavras, e assim não dá, né? hahaha O próximo eu posto amanhã, e depois um epílogo super fofinho!
Então, a boa notícia é que eu tô trabalhando numa fic nova, de vampiro! Mas vampiro de verdade, do tipo que queima com crucifixo e água benta, que vira morcego, que é cruel e mata sem dó nem piedade, que vive eternamente e etc. E é em forma de diário, inspirado em Drácula! A má notícia é que eu vou demorar pra caramba pra começar a postar, porque eu ainda tô analisando o Drácula pra poder extrair o máximo (sem plágio, obviamente hahaha) de inspiração possível. :3
Muito obrigada mesmo pela paciência, vocês são uns amores, os melhores leitores do mundo! E aos meus leitores que enchem o saco no facebook e no MSN, obrigada também! hahaha
Enfim, vamos a fic!



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A sala branca e vazia incomodava Gerard. O cheiro de limpeza o deixava nauseado. Uma pequena senhora entrou no local, com seus sapatinhos emborrachados e barulhentos, fazendo a cabeça de Gerard girar. Olhou-o de cima a baixo, com um ar pesaroso. Tirou um pequeno frasco de álcool do bolso e passou a lançar o líquido nos estofados brancos. Gerard olhou para suas roupas sujas e surradas, deu tapinhas em sua calça, numa tentativa de limpá-la, mas parou imediatamente ao perceber o olhar que a pequena senhora lhe enviara.


“Há quanto tempo você está aqui?” A velha senhora perguntou, com sua voz rouca.


“Quase três dias...” Gerard sussurrou, olhando para seu tênis sujo.


“Você não tomou banho? Não comeu?” A senhora se sentou numa das cadeiras brancas, com os olhos fixos em Gerard. “Quem está lá? Algum parente?”


“Não... É meu...” Gerard levantou a cabeça, passando a encarar a pequena senhora. “Meu amigo.”


“Amigo? Hmmm.” Gerard percebeu que a mulher não tinha acreditado. Entreabriu os lábios trêmulos para responder, mas um som de passos no corredor o cortou.


“Gerard!” Era Bert, ofegante. “Ele acordou.” Parou e encurvou seu corpo, com as mãos nas pernas, tentando retomar o ar. “Ele está acordado.”


Gerard se levantou o mais rápido que seu corpo ferido permitiu. “Você acha que... que eu devo ir até lá?”


“Acho que sim. Ele não falou comigo, só com Quinn. Mas eu entendo, ele não me conhece. Mas você...” Bert suspirou profundamente e se aproximou de Gerard. “Acho que ele vai se lembrar de você.”


Gerard não respondeu, apenas saiu correndo pelo enorme corredor branco do hospital. Entrou no elevador e apertou o sexto andar, com as mãos trêmulas. Olhou-se no espelho e fez uma pequena careta. Estava péssimo. Com olheiras fundas, o cabelo oleoso e bagunçado, terra e sangue seco grudados em sua roupa. Fez o que pôde para limpar suas mãos branquelas e ajeitar os fios sebosos. Finalmente o elevador parou no sexto andar, e Gerard saiu às pressas. Focalizou uma porta branca com uma pequena placa com o número 606. Sentiu suas pernas bambearem, e se arrastou lentamente até a porta. Parou de frente à mesma e tentou se acalmar, respirando devagar. Deslizou os nós dos dedos contra a porta, numa batida tímida.


“Hmm?” Quinn abriu a porta, devagar. “Ah, Gerard.” Saiu do quarto e fechou a porta atrás de si. “Olha, eu acho que... você deveria ir com calma.” Gerard não conseguia conter o nervosismo, e Quinn tocou-lhe os ombros. “Eu vou resolver algumas coisas com os policiais, mas volto em alguns minutos. Não fale demais, ele ainda não se lembra de muita coisa.”


“Ele... ele falou de mim?” A voz de Gerard não passou de um sussurro rouco. “Você falou de mim pra ele?”


“Não...” Quinn abaixou o olhar. “Eu esperei ele falar algo sobre você, mas como ele não disse nada, eu não toquei no assunto.” Quinn consultou seu relógio de pulso, encarou Gerard e deu tapinhas em sua roupa. “Acho que está na hora. Vai lá.” Quinn deu um passo para o lado, deixando a porta livre para Gerard.


“Obrigado.” Gerard sorriu, tímido. Fechou os olhos e colocou uma das mãos sobre a maçaneta. “Por favor, Frank...” Sussurrou para si mesmo e girou o objeto metálico, entrando no pequeno quarto.


Gerard se aproximou lentamente do corpinho moreno que estava sobre a cama. Observou as agulhas fincadas em seus braços, e sentiu uma pontinha de dor. Frank estava com os olhos fechados, uma expressão dolorosa. Gerard tentou não fazer barulho e sentou-se devagar numa cadeira ao lado da cama. “Ei...” Colocou uma das mãos sobre o braço tatuado do menor. “Frank?” O menor não respondeu. “Frank, acorda...” Gerard se curvou e depositou um beijo nos lábios machucados do menor. “Frank?” Deslizou os dedos lentamente pela maçã do rosto ferido, num carinho tímido. Curvou-se novamente e depositou beijos estalados nos lábios do moreno.


“Hmm?” Frank abriu os olhos lentamente e uma expressão confusa tomou conta de seu rosto. “Professor?” Passou os olhos pelo corpo sujo de Gerard. “O que... o que está fazendo?”


“Desculpe, eu...”


“Você estava me beijando?” Frank levou os dedos até os próprios lábios, com uma expressão horrorizada.


“Não... Não foi... Desculpe. Eu só... Eu vim te ver.” Gerard pôde ouvir um leve arquejo vindo do menor. “Vim ver... como você está.”


“Por quê?” Frank tentou se sentar na cama, mas Gerard o impediu.


“Você não se lembra?” Frank fez que não. “Do que você se lembra?”


“Eu não acho que devo falar sobre isso com você.” Gerard sentiu uma pontada no peito. “Na verdade, ainda não entendi porque você está aqui... assim. “Frank apontou para suas roupas sujas.


“Frank, se você soubesse...”


“O que aconteceu com você?” Frank cortou o maior, friamente. “Essas marcas nos seus braços...” Encarou os olhos verdes de Gerard, enquanto tentava se ajeitar na cama. “Olha só.” Retirou o lençol de cima do pequeno corpo e apontou para as marcas de seu próprio corpo. “São iguais.”


“Sim, era sobre isso que eu queria falar com você.” Gerard deslizou os dedos pelo braço do menor.


“Por que você está fazendo isso comigo? Aonde você quer chegar?” Frank falava o mais alto que conseguia, levando a mão na garganta vez ou outra para amenizar a dor. “Por favor... Não acha que eu já sofri demais? Que tipo de brincadeira é essa?” Frank tirou a mão de Gerard de cima de seu braço rudemente.


“Frank, por favor...” Gerard sussurrava, enquanto um Frank confuso o encarava, com lágrimas nos olhos.


“Gerard?” Quinn entrou no quarto e andou rapidamente até os dois. “Vocês estão bem?”


“Tire ele daqui.” Frank encarou o amigo. “Por favor.”


“Frank...” Gerard se curvou até o corpo do menor e sussurrou. “Tente se lembrar. Tente se lembrar de mim.”


“Vem, Gerard.” Quinn puxou o maior pelo braço, deixando Frank sozinho no quarto novamente. “O que você fez?”


“Eu não sei. Eu não fiz nada... Eu só... Eu o beijei. Ele estava dormindo, e eu o beijei.” Quinn arregalou os olhos. “E ele acordou e viu meus machucados, e...”


“Gerard, pelo amor de Deus. Você é um estúpido. Agora ele não quer mais te ver.” Gerard encarou o chão, envergonhado. “Vá para casa e tome um banho. Eu vou tentar falar com ele, qualquer coisa eu te ligo.”


“Você acha que ele vai se lembrar?” Quinn o encarou e fez uma leve careta.


“Gerard... Os médicos falaram que... que talvez ele não se recupere tão rápido.”


“Então ele não vai se lembrar de mim?” Gerard sussurrou.


“Quinn!” Ouviram passos no corredor. Bert andava o mais rápido que podia. “Gerard, oi.” Gerard soltou um suspiro como resposta. “Então... Ele não morreu. Mas quando sair do hospital, vai direto pra cadeia. Vocês não vão precisar fazer nada, eu já resolvi tudo, só precisarão conversar com os policiais, mas não agora, eu pedi um tempo.”


“Obrigado...” Quinn deslizou a mão pelo braço de Bert, chegando até sua mão e entrelaçou seus dedos. Gerard deu um leve sorriso ao ver a cena. “Gerard, acho melhor você ir para casa. Você precisa tomar um banho, dormir, comer... E eu acho que não será bom pra ele... você sabe... se continuar aqui.” Gerard não respondeu. “Eu ligo pra você.”


“Promete cuidar dele?” Gerard sussurrou, olhando para o chão.


“Prometo.”


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Gerard estava sentado na ponta do sofá, vestindo um pijama surrado, com olheiras profundas e a barba mal feita. Encarava o telefone com devoção. Havia uma semana desde que Frank acordara, e apesar de Quinn ligar todos os dias para Gerard, ele sentia necessidade de mais. Não ia mais a universidade, e um professor substituto já tomara seu lugar. Não saía mais de casa, não comia decentemente, não conseguia sequer se olhar no espelho. O julgamento de Ray foi adiado até a recuperação de Frank, e Gerard mantinha a mínima esperança de Frank se lembrar dele, pois todos os dias uma psicóloga conversava com o menor, a fim de tentar arrancar informações sobre o ocorrido.


Gerard se arrastou lentamente até o chão, sentando-se no tapete, de frente a pequena mesa onde estava o telefone. Segurou o objeto com suas mãos trêmulas, e viu as chamadas perdidas. Ele sabia que era em vão, porque estava acampado naquele lugar desde a última ligação de Quinn. Não havia nenhuma chamada perdida, apenas uma longa lista de chamadas realizadas, todas para Quinn ou Bert. Os dedos alvos discaram o número do amigo, mas não concluiu a chamada. Sabia que estava ficando paranóico, que estava incomodando os amigos e trazendo mais problemas para eles, mas a cada minuto passado, seu coração palpitava por qualquer notícia do amado. Eternos minutos se passaram, e Gerard se levantou para pegar mais uma xícara de café. Andou lentamente até a cozinha, que estava do mesmo jeito que deixara quando iniciou a busca de Frank, tirando a cafeteira, que ficou ligada durante toda a semana, com canecas e pacotes vazios de café se acumulando em sua volta. Finalmente Gerard pegou uma enorme caneca com o líquido fumegante e se arrastou novamente para a sala. Tomou um longo gole do café, sentindo uma leve pontada de dor em sua língua, que já estava dormente devido ao contato excessivo com a alta temperatura do líquido. Colocou a caneca em cima da mesa e levou uma das mãos até o telefone, estava pronto para ligar, porém o som estridente da campainha cortou sua ação. Gerard se levantou num salto e correu até a porta, abrindo-a rapidamente. Era um senhor, com a expressão suave, carregando com dificuldade uma enorme caixa de papelão.


“Sr. Gerard Way?” O velho senhor falou abafado, atrás da caixa. Gerard balançou levemente a cabeça, em confirmação. “Esta caixa chegou para o senhor hoje mais cedo. Como você não desce há algum tempo, tomei a liberdade de trazê-la eu mesmo.”


“Ahn...” Gerard segurou a pesada caixa e tentou dar um sorriso, que acabou parecendo com uma careta. “Obrigado.”


O velho senhor se retirou, arrastando os pés cansados. Gerard fechou a porta com um pé e correu até o centro da pequena sala, colocando a caixa na mesinha, ao lado do telefone. Viu o remetente, era da universidade, soltou um longo suspiro e finalmente abriu a caixa. Eram seus papéis, livros, cadernos, canetas e outros objetos, todos amontoados e desorganizados. Gerard retirou calmamente os objetos de dentro da caixa, e organizou-os sobre o tapete. Pegou seu pequeno caderno de anotações e o abriu, passou a folhear as páginas com pesar, e um pequeno pedaço de papel amassado caiu sobre a mesa. Gerard encarou o papel, com receio. Levou uma mão trêmula até o mesmo, o pegou e passou a ler o conteúdo. “As obras belas e maravilhosas,” Os pêlos de seus braços se eriçaram. “...enquanto perduram para que os olhos as contemplem, são registros de si mesmas;” Agora, sua voz não passava de um sussurro. “...e somente quando correm perigo ou são destruídas é que se transformam em poesia.” Gerard rapidamente amassou o papel e correu até a sacada de seu apartamento. “Desgraçado... Filho da puta!” Lançou o papel o mais longe que conseguiu. “Ah, Frank...” Apoiou uma das mãos no metal gelado da sacada e abaixou a cabeça, olhando para as pessoas que passavam na rua. “Por quê?” Uma lágrima silenciosa dançou sobre sua pele pálida. “Se você soubesse... se você soubesse o que eu estou sentindo.” Seus lábios finos tremiam. “Quando seu coração será meu?” Gerard passou os dedos finos pelo seu rosto, secando a lágrima que escorrera. Arrastou o corpo pálido até a sala novamente, encarou o telefone e desejou que o mesmo tocasse. Segundos depois, o objeto tocou, fazendo um Gerard desesperado pular em cima do mesmo.


“Bert?” O coração de Gerard palpitava.


Não, é o Quinn.” Gerard sentiu seu estômago se revirar, e fez o possível para se concentrar na voz do amigo. “Gerard, eu acho que...” Silêncio. “Bert, feche a porta. Shhh.” Gerard estava com vontade de gritar para Quinn falar logo, mas se conteve. “Então... Acho que ele está começando a se lembrar.


“De mim? Ele está se lembrando de mim?” As pontas dos dedos de Gerard estavam esbranquiçadas, tamanha era a força com que ele segurava o objeto contra o rosto.


Não exatamente de você, mas de algumas coisas.” Gerard pôde ouvir um sussurro de Bert, mas não conseguiu entender o que ele dizia. “Hoje a psicóloga conversou com ele, e ele estava um pouco aéreo, algumas vezes ficava olhando para o nada, até que se lembrou de algumas coisas.” Quinn falava tão baixo que Gerard estava quase esmagando seu próprio rosto contra o telefone, numa tentativa de ouvir a voz do amigo. “Ele disse que um homem – O Ray, obviamente – estava o seguindo por vários dias na faculdade, mas ele não se importou muito, porque a cidade não é tão grande, e é normal as pessoas se encontrarem com freqüência... E depois disse que acordou num lugar escuro e frio, e ele não sabia como tinha parado lá, e uma pessoa ia lá para torturá-lo, e alimentá-lo...” Gerard sentiu seu coração sendo esmagado ao imaginar seu pequeno sofrendo nas mãos de Ray, passou uma mão pelo rosto e sentiu que lágrimas estavam queimando sua pele. “Gerard? Você tá ouvindo?” Gerard sussurrou que sim. “Então... Ele falou que só se lembrava disso, e que quando estava no hospital, teve um sonho estranho, com um homem o beijando.


“Ele... ele pensa que foi um sonho?”


Sim, ele nem lembra que era você. Mas disse que faria de tudo pra voltar nesse sonho, porque precisa conversar com a pessoa que o beijou, mesmo sem se lembrar de quem era. Acho que foi pelos remédios, não sei. Ele tinha acabado de acordar, e ainda estava meio chapado.


“Então, você acha que...” Gerard mal conseguia conter sua excitação. “Eu posso visitá-lo? Eu juro que não vou fazer nada dessa vez, Quinn! Eu juro... Eu não sei o que aconteceu, mas ele tava tão lindo dormindo, e eu não consegui... mas...” Gerard atropelava as próprias palavras. “Eu prometo! Eu vou visitá-lo na condição de professor, vou fingir que é apenas uma visita da universidade! Por favor, por favor... eu só preciso ver o meu pequeno.”


Ah, Gerard... Eu não sei...” Gerard escutou a voz de Bert novamente, provavelmente tentando discutir com Quinn. “Bert, para! Sh, fala mais baixo, porra! Tá bom, tá bom... Ger... Gerard? Tá aí? Então... Tudo bem. Eu vou conversar com o Frank. Pode ser amanhã?”

“Amanhã? Mas amanhã tá muito longe. Por que não hoje?” Gerard cruzou os dedos.


Hoje? Aw...” Gerard pôde ouvir um eco de um tapa, imaginou que seria de Bert. “Tá... Mas o horário de visitas acaba cedo, se quiser vir, é melhor se apressar.


“Tá bom! Eu já... já tô indo.”


Ei, Gerard. Espera!” Gerard quase deixou o telefone cair, mas voltou a colocá-lo no ouvido. “Olha só... Seria bom se você tomasse um banho e fizesse a barba, porque da última vez você não tava muito bem, então...” Gerard desligou o telefone.


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Notas finais do capítulo

Dica da autora: Se quiserem conquistar alguém, tomem banho! u_u
Um beijo!