O Melhor Presente De Um Pai escrita por Eleanor Devil


Capítulo 1
O Melhor Presente de um Pai


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem deste one-shot =)



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O Melhor Presente de um Pai

POV Sulfus

Passaram anos desde aquela vez, aquela vez que deixei pela primeira vez a minha casa, Zolfanello City, para ir começar o meu primerio ano de estágio na Golden School. Naquela altura tinha apenas 15 trovões, era um miúdo comparado com o que sou agora, um adolescente que tinha uma vida pela frente, um adolescente rebelde como todos os demónios daquela idade são. Tudo parecia muito simples; só tinha de vencer os desafios, derrotar aqueles santinhos de auréola na cabeça, tentar o meu humano e ser o pior da turma.

Mas o destino mudou isso.

Quando a conheci.

Raf. Um anjo que com um simples olhar mudou a minha vida para sempre, e ao ínicio eu não percebi o significado daquele olhar. No ínico eu vi-a como um brinquedo, algo para brincar, trapaçar e gozar, mas enquanto os dias passavam, aqueles pensamentos que eu tinha dela mudaram, e tudo por causa de um olhar e de um toque de mãos, que era suposto ser um truque mas que deixou uma marca, uma estrela vermelha em ambas as nossas mãos.

À medida que o tempo passava eu aos poucos comecei a convencer-me de que estava mesmo apaixonado por ela e mais tarde vim a descobrir que os meus sentimentos por ela eram mutuos. Mas havia um pequeno problema...

O nosso amor era proibido.

Mas isso não nos impediu de lutar por ele; amavamo-nos e queriamos ficar juntos apesar de ambos sabermos que era errado, um sacrilégio. E conseguimos alcançar o nosso desejo de ficarmos juntos mas quase ao ponto de perdermos as nossas vidas...sim...

Eu vou explicar-vos melhor se estas palavras vos confundiram. Eu e a Raf chegámos o terceiro e último estágio, em breve tornarmo-nos-iamos Demónio e Anjo da Guarda completos mas tinhamos decidido em não nos tornarmos nisso para podermos ficar juntos, mesmo que isso significasse tornarmo-nos humanos. E foi isso exactamente que fizemos. Eu fui a Zolfanello City e a Raf a Angie Town para assim podermos falar com as Baixas e Altas Esferas.

As Altas Esferas acreditaram que o nosso amor era puro e verdadeiro e decidiram que tornariam o desejo da Raf de se tornar humana realidade assim que ela completasse o estágio. Quanto a mim...já não fui assim tão sortudo...as Baixas Esferas disseram-me que se eu a amasse realmente, teria que lhes provar, tinha de lhes dar uma prova do meu amor por ela, mostrar-lhes que os meus sentimentos por ela eram verdadeiros.

Não sabia o que fazer naquele momento, como poderia eu mostrar às Baixas Esferas que eu amava realmente a Raf? Que mais provas eram necessárias para além de a ter nos meus braços, dizer-lhe que a amo em cada momento das nossas vidas? Bem...mal eu sabia que em breve teria a minha resposta...

Parecia que cada estágio nosso siginifcava uma nova ameaça, um novo inimigo...e foi isso que aconteceu, um grupo de anjos e demónios, não os normais que vocês conhecem, estes eram obscuros, eles nominavam-se os Eternos Caídos ao qual eu assumi que significava que eles tinham sido expulsos da escola, mas esse não era o caso.

Os problemas aconteceram quando nós os tentámos derrotar e nada parecia funcionar, nem mesmo os nossos Voos Prisma funcionavam neles! Perguntava-me como é que criaturas expulsas, criaturas da mesma raça que nós, eram capazes de ter tanto poder? Não sabia...o que eu sabia era que naquele momento estávamos todos em grande perigo...eles tinham destruido a cidade, a escola, tudo à nossa volta e que nós conheciamos eram agora cenários de horror...parecia um verdadeiro cemitério...

E foi aí que aconteceu...eu vi-a, eu vi o meu querido anjo caído no chão, mal se mexia, gravemente ferida enquanto era atirada ao chão por um dos inimigos enquanto eu tratava de outro. Eu tinha de fazer qualquer coisa para a proteger! E fiz.

Consegui empurrar aquele que eu estava a enfrentar e corri até ela. Coloquei-me frente ao meu anjo, ferido, de braços abertos e determinado a levar com algum ataque por ela se fosse necessário, não permitiria que ela ficasse ainda mais ferida...sem sequer notar, estava a dar a prova necessária de amor às Baixas Esferas.

Por isso quando o último ataque veio e nos atingiu aos dois, abraçei-a nos meus braços, encostei-a ao meu peito...ambos fechámos os olhos e esperámos que o fim viesse...sabendo que o nosso desejo de termos uma vida feliz juntos nunca iria acontecer...mas estava errado...

A coisa seguinte que me lembro foi de acordar com ela nos meus braços, as feridas e arranhões tinham desaparecido, estávamos bem e curados. Estávamos ambos deitados numa cama. Olhei para fora da janela da casa onde nos encontrávamos e a cidade estava bem, nada estava destruído, os humanos estavam a viver as suas vidas normais e felizes. Era como se...nada do massacre tivesse alguma vez acontecido...

O nosso desejo tinha sido cumprido...eramos humanos e livres para nos amarmos sem cometer qualquer sacrilégio...eramos livres.

Por isso aqui estou eu agora. O meu anjo é agora a minha querida esposa; estamos casados à cerca de quase dois anos e adivinhem? Em breve seremos pais. A Raf já está no nono mês de gravidez, tudo tem corrido bem durante a gravidez e já sabemos que será um rapaz. Vou confessar, na verdade queria uma menina mas agora isso não interessa, estamos a começar a nossa família e estamos felizes, isso é que interessa.

Fim Sulfus POV

"Em que estás a pensar à tanto tempo?" perguntou Raf enquanto entrava no quarto de ambos, vendo o seu marido sentado na cama, olhando para fora da janela.

Sulfus virou o rosto para ela e sorriu "A pensar no passado"

A  mulher sentou-se ao lado dele "Sentes falta?"

"O quê?"

"Sentes falta da tua vida como demónio?"

O homem olhou para ela "Sinceramente não..." acariciou-lhe o cabelo "Não me arrependo nem um bocadinho da minha decisão de me tornar humano" colocou a sua mão sobre a barriga dela "Se eu não me tivesse tornado humano, este pequeno não estaria aqui neste momento"

Raf sorriu e colocou a sua mão sobre a dele, sentindo o filho deles movendo-se dentro dela, muito em breve teriam o pequeno a mexer-se nos seus braços, com os seus olhos grandes e inocentes a olhar para ambos, mexendo as suas mãozinhas pequenas para eles feliz. Quem sabe como ele seria...seria loiro como a mãe? Ou de cabelos azuis como o pai? Teria os olhos âmbar como o pai? Ou olhos azuis como a mãe? Seria uma cópia de um deles ou uma mistura? Não sabiam, mas ambos sabiam que estavam ansiosos para descobrir.

Os futuros papás ergueram as cabeças e sorriam antes de se chegarem para frente e partilharem um doce beijo. Depois apenas descansaram as suas testas uma na outra, fechando os olhos, disfrutando do momento. Permaneceram naquela posição por um bom tempo quando de repente a mulher loira quebrou o contacto de testas, franzindo a testa.

"Raf? O que foi?" perguntou Sulfus, vendo o olhar no rosto da esposa

"Nada...eu estou bem, foi só um pontapé mais forte..." disse ela levantando-se, claro que o seu marido não a deixou fazer isso sozinha, estava preocupado, parecia estar cheia de dores mas não queria admitir para não o preocupar.

Raf contorceu-se um pouco e colocou uma mão sobre a sua grande barriga "Ok Raf, eu vou levar-te ao hospital" a mulher nem disse que 'sim' nem que 'não', deixou-se simplesmente ser arrastada pelo marido, ajudando-a a descer as escadas. Ele estava a preparar o carro quando, levemente, Raf o chamou.

"Sulfus..." ele olhou para ela, então viu...o líquido no chão "As minhas águas...as minhas águas rebentaram..."

*.*.*.*

Ali estavam eles agora, no quarto onde dentro de algumas horas Raf teria o seu bebé. Naturalmente, ambos estavam nervosos, ansiosos por este momento, por agora, a loira estava sentada na cama, inspirando e expirando enquanto as contracções vinham; o seu marido ao lado dela, ajudando-a no que fosse necessário.

Uma enfermeira bateu à porta e espreitou um pouco "Têm uns amigos aqui para a ver"

Raf sorriu um pouco entre os pontapés que o bebé dava "Deixe-os entrar" disse ela, a enfermeira desviou-se e deixou todos os seus amigos entrarem, estavam todos lá, Urie, Dolce, Miki, Cabiria, Gas e Kabale. As anjos  imediatamente abraçaram a amiga.

"Deves estar cheia de dores!" exclamou Dolce

Raf riu-se "Eu estou bem, aguento-me" Gas tinha colocado um braço em volta de Sulfus, felicitando-o por vir a ser papá em breve ao qual o homem agradeceu e sorriu, não via os seus amigos há algum tempo, tanto quanto a sua esposa não tinha visto as amigas.

"Como te sentes?" perguntou Kabale

"Eu? Estou nervoso mas devias estar a perguntar à Raf, ela é que vai fazer o trabalho todo" disse ele, olhando para a esposa docemente, que retribuiu o sorriso, tomando a sua mão na sua. O reencontro entre os amigos acabou quando a mesma enfermeira de antes entrou, seguida de uma mulher nos seus 30 e poucos anos.

"Lamento mas vão ter de sair agora, apenas o marido pode ficar para o parto" disse a enfermeira, as anjos fizeram logo sons de desapontadas e abraçaram a amiga uma última vez

"Nós vamos estar aqui, por isso já sabes que viremos vê-lo assim que ele cá estiver!" disse Miki, dando à sua amiga loira os polegares para cima em sinal de boa sorte, por sua vez os demónios deram uma pancadinha amigável nas costas de Sulfus e disseram-lhe para relaxar. Depois abandonaram o quarto. O casal olhou para a mulher que tinha vindo com a enfermeira, deduziram que aquela mulher fosse a parteira; estava a puxar uma máquina que estava escondida num canto, empurrando-a depois na direcção do casal.

"Ansiosa?" disse a parteira, olhando amorosamente para o casal

"Muito" respondeu Raf

"Bem não se preocupe, vais ver que em breve terá o seu bebé nos seus braços" o casal olhou um para o outro e sorriu "Muito bem miss Raf, vou precisar que levante a sua camisa para eu poder colocar o gel sobre a barriga, vamos ver como é que o pequeno está" Raf fez o que lhe foi dito e levantou a camisa com a ajuda do marido. Enquanto a enfermeira colocava o gel frio sobre a sua barriga, a parteira ligou a máquina e retirou um sensor. Uma vez que o gel tinha sido espalhado, ela colocou o sensor sobre  a barriga; o casal olhou para a máquina onde agora estava uma imagem a preto e branco.

"Bem aqui está ele" disse a parteira, indicando a silhueta do pequeno bebé, Sulfus segurou a mão de Raf apertadamente na sua, ela sorriu-lhe, sentindo a sua ansiedade "Tudo parece estar bem, ele está  na posição correcta e não está enrolado no cordão" disse ela, desligando a máquina uns momentos depois então. Depois de mais algumas coisas aqui e ali, a parteira anunciou que a futura mamã seria capaz de começar a fazer força dentro de mais ou menos duas horas.

E assim aconteceu, duas horas mais tarde, a mulher estava deitada sobre a cama, o seu marido segurando-lhe a mão apertadamente, sem se importar com a força que ela estava a exercer sobre a sua, enquanto ela esforçava-se para dar à luz ao filho de ambos, o seu bebé. Sulfus sussurrava-lhe coisas doces ao ouvido para a acalmar enquanto ela seguia as instrucções da parteira, por dentro também ele estava a sofrer, magoava-o ver o seu anjo em tamanha dor e não ser capaz de lha tirar.

O rosto de Raf estava completamente encarnado e suado por estar a fazer força à cerca de praticamente meia-hora. A enfermeira observava através da máquina e anunciava quando havia uma nova contracção, sinal para Raf fazer força de novo com tudo o que podia.

"Está ir muito bem; já consigo ver a cabeça. Só mais um pouco e ele estará cá fora" apesar de estar cheia de dores que estava a sentir, tudo o que Raf conseguiu fazer para além de respirar ofegada foi assentir, ela encontrava toda a sua força em tudo o que ela amava, pensando em Sulfus e o seu bebé que em breve estaria nos seus braços. A mulher loira gritou assim que fez força pela última vez.

Depois ouviram...o choro, o choro do seu bebé ecoou por todo o quarto enquanto Raf caia sobre a cama, respirando ofegante, o seu marido tinha levantado a cabeça para ver um pequeno bebé enrolado numa manta, mexendo-se nos braços da parteira enquanto ela o limpava amorosamente e com cuidado. Ela então ergueu a cabeça e sorriu para o casal enquanto caminhava até eles.

"Deixem-me apresentar-vos o vosso pequeno, e saudável, rapazinho" disse  ela enquanto passava a criança nos seus braços para os  braços da mãe, lágrimas de felicidade escorriam pelo rosto da mulher assim que segurou pela primeira vez o seu pequeno bebé, ele era tão frágil, tão pequeno e ainda assim tinha uns pulmões enormes já que continuava a chorar bem alto.

"Ele é lindo" murmurou Raf enquanto colocava um dos seus dedos sobre a pequena mão do seu filho, o choro da criança acalmou, agora eram apenas pequenos soluços. Sulfus sentou-se sobre a cama e sorriu para o seu filho.

"É parecido contigo" disse ele, tocando na pequena cabeça do bebé, sentindo o pequeno pedaço de cabelinho loiro "Tem o teu cabelo, a tua pele, até tem a  tua madeixa vermelha" disse ele, sorrindo, a sua esposa também sorriu.

"Pergunto-me qual será a cor dos olhos dele" murmurou ela, Sulfus beijou-lhe a cabeça carinhosamente enquanto colocava um braço em roda da cintura dela, puxando-a mais perto de si.

"Tenho a certeza que iremos descobrir isso muito em breve, meu anjo" disse ele

Depois de uma hora e meia mais tarde, os recém papás estavam agora noutro quarto, Raf tinha tomando um banho relaxante enquanto Sulfus ficou a tomar conta do seu filho que ainda não se tinha atrevido a abrir os olhos. A mulher entrou no quarto e sorriu para o seu marido e filho.

"Ainda a dormir?"

Sulfus olhou para cima e sorriu-lhe "Ainda nem abriu os olhos" caminhou até ela e colocou os seus braços em roda dela, beijando-a ao qual ela retribuiu

"Então é muito dorminhoco" um pequeno choro ergueu-se no quarto e eles imediatamente viraram-se para o berço para verem que o seu bebé tinha finalmente acordado, ambos sorriram e caminharam até ele. Sulfus pegou-lhe ao colo e descansou-o sobre o seu peito.

"Pronto, pronto, não chores, nós estamos aqui" o choro diminuiu assim que ele lhe beijou a cabeça, Raf sorriu perante a cena. Então aconteceu o que eles estavam à espera, o seu bebé abriu os olhos pela primeira vez, revelando brilhantes e lindos olhos âmbar, tal como aqueles do seu papá, Sulfus não resistiu e sorriu "Bem, ainda bem que ele tem alguma coisa minha" Raf riu-se.

Houve um bater na porta e os seus amigos espreitaram. Dolce imediatamente guinchou ao ver o bebé adorável nos braços de Sulfus, ela entrou a correr no quarto e foi até eles

"Oh pelas Altas Esferas, ele é adorável!!" disse ela

"Dolce, estás a assustar o bebé..." disse Miki revirando os olhos, fazendo todos no quarto rirem-se. Todos tiveram a oportunidade de segurar a nova adição na família, brincar com ele, fazer-lhe caretas...

"Já decidiram um nome?" perguntou Urie

Raf e Sulfus olharam um para o outro e sorriram, segurando as mãos "Já" respondeu a loira

"É Seth, o nome dele é Seth"

"Seth...bom nome" disse Cabiria

"Sabem, ele escolheu um belo dia  para vir ao mundo!" exclamou Dolce; todos olharam para ela confusos "O que é? Não sabem que dia é hoje? É o Dia do Pai!"

"É verdade, agora lembro-me!" disse Miki

Ambos Raf e Sulfus sorriram assim que Seth foi finalmente entregue  de novo aos braços do pai, o recém papá olhou para o filho e fez-lhe cócegas na barriga, fazendo-o rir "Bem então...este é o melhor presente do Dia do Pai que alguma fez podia pedir"

Fim


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Notas finais do capítulo

espero que gostem e desculpem lá se a cena do parto não é melhor XD



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