You Just Want To Be Protected. escrita por ana way


Capítulo 1
Capítulo unico.


Notas iniciais do capítulo


Então né gente. Eu fiz essa fic para a Ana-Gerard (Ana Borguin, aquela das fics fodas como "pool of blood") que, por causa de um RPG, de um jogo, virou tão importante pra mim. Sério que antes eu tinha vergonha de falar um simples “oi” pra ela, e agora encho o saco dela vinte e quatro horas por dia, e não é que ela me agüenta? Essa daí é uma historia “real”, quer dizer, pelo menos é o meu ponto da vista da relação deles no jogo.

Deixando claro que, o canalha nessa historia é o Gerard e não o meu Bert.
E deixando claro também que Ana-Bert (L) Ana-Gerard.



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You Just Want To Be Protected.  

Os dedos dele percorrem o seu corpo, calmamente de inicio. Indo e voltando, percorrendo toda a extensão das suas costas. Você solta um suspiro baixo, quase que um grunhido. Seus suspiram eram de prazer pelo carinho que ele tocava seu corpo. Mas isso foi no começo, por que será que no começo tudo é bom?

 Ele arranha de leve suas costas. Até ai, nada fora do normal. Sentado no colo dele, com uma perna de cada lado, você arca as suas costas, aproveitando o que ele fazia com a mão. Você adora o jeito que ele te domina.

 Você não entende porque ele esta fazendo aquilo. Não é ele quem gosta de ser dominado? Ignorando o que acaba de te ocorrer, você leva uma de suas mão até seu pescoço, brincando com o cabelo escuro na sua nuca.

 Ele te encara por breves instantes, você é quase capaz de ver um ponto de interrogação surgir na sua testa. Você o encara, esperando que ele diga alguma coisa.

 - Robert, o dominado hoje aqui é você, então trate de acalmar suas mãos e ficar bem quietinho.

 Você sorri, pensando que talvez aquilo possa ser divertido. E bom, no final acaba sendo, tirando certas coisas que você poderia esquecer. Coisas que você queria esquecer.

 ********** ********* *********

 Você é promiscuo. Você tem apenas treze anos.

 Você faz sexo com qualquer pessoa, isso com apenas treze anos. Você só faz sexo com qualquer pessoa porque você tenta o atingir de alguma forma. E esse é o argumento que você usa quando dizem que você é muito novo para fazer certos tipos de coisa.

 Você só tinha doze anos quando descobriu sua sexualidade. Que tipo de criança de doze anos tem opinião sobre o fato de ser homossexual ou heterossexual?

 Bom, você sim.

 *********** ******** *********

 Vocês dois caem na cama, exaustos. Você acha estranho, você se sente frio. Aquele frio que as pessoas sentem depois do sexo. Claro que você sente isso, como qualquer outra pessoa sentiria, e é suposto que a pessoa que você acabou de fazer sexo te abrace, fazendo você se sentir quente de novo.

 Mas ele não o fez. Ele não te abraçou, ele não te acariciou, não te esquentou e nem nada disso. De certa forma, você sabia que isso não ia acontecer, e nem por isso você deixou de sentir falta.

 Você esta virado para ele, esperando alguma resposta, algum sinal de que ele tenha gostado. Você sabe que ele gostou, mas você precisa de confirmação. Ele não te olha, ele continua deitado de barriga para cima, encarando o teto, esperando que dali saia a solução dos seus problemas. Você é seu grande problema.

 Ele finalmente te encara, virando de lado, ficando na mesma posição que você. Por alguns instantes você prefere que ele não tenha virado. Ele te lança seu melhor olhar de culpa. Ó sim, aquele olhar que, tanto você como o seu namorado conhecem muito bem.

 Ele suspira, esfregando a nuca, tentando esconder sua culpa.

 “Bert... Sabe, nada que eu disse durante... Você sabe... Não é verdade.”

 Você sorri. Não aquele sorriso verdadeiro e fácil que todo mundo esta acostumado a ver, mas sim o sorriso mais falso que você acredita ter dado em toda a sua vida.

 “Não tem problema, tudo aquilo é verdade. Sério, é bom ter alguém que me diga a verdade.”

 Ok, ele não disse a verdade, assim, gentilmente, com o intuito de melhorar a sua vida. Ele simplesmente jogou a verdade na sua cara, esperando que você ouvisse e gostasse. Mas... Ninguém gosta de ouvir a verdade. E você é um grande exemplo de pessoa que é totalmente contra as pessoas extremamente sinceras, como ele.

 Ele te disse que você fingia gostar de fazer sexo com qualquer um, de fingir que nada o atingia, mas que na verdade você só não queria estar sozinho. Era tudo verdade, uma verdade que ninguém tinha de dito. Verdade que doeu ouvir.


“Você é só uma criança.”

 Então depois de uma longa conversa pós sexo com culpa, na qual você tentou o confortar, dizendo que aquilo não tinha significado nada, você se levanta, indo até o banheiro do quarto de Gerard.

 ***************** *************** *************** 

Você se senta debaixo do chuveiro. Seus joelhos encostados no seu peito, seus braços em volta da sua perna, sentindo a água quente cair sobre os seus machucados recém feitos.

 Você não pode nem reclamar da ardência que você sente em todo o seu corpo. Esse havia sido o combinado. Ele sempre foi meio... Excêntrico. E você sempre aceitou, e participou das suas excentricidades.

 Claro que, no momento em que seu corpo esta cheio de hematomas e arranhões, você reconsidera, e acha melhor não participar de mais nada estranho que ele inventar.

 Bom, você não sabia ao menos pronunciar o nome daquilo. Sadomasoquismo. Não é suposto que uma criança de treze anos saiba o que essa palavra significa.

 A água quente escorria pelo seu corpo. Você achou que aquilo fosse fazer você se sentir mais limpo. O que você não sabia era que realmente você se sentiria limpo, por fora.

 Você observa aquela quantidade de produtos para cabelo dentro do box, repassando toda a conversa que vocês tiveram alguns minutos antes.

“Você só quer ser protegido e... Amado.”


  Todo mundo quer ser protegido e amado. Principalmente você. Você que finge estar feliz o tempo todo, que pula e saltita por ai, que grita, ri, mesmo não estando com a mínima vontade.

 Ele diz que você quer ser protegido, mas ele não faz nada para que você seja. Ele quer que você seja feliz, mas ele não contribui, muito pelo contrario, ele fica com você uma noite, achando que talvez você se contenha por ter apenas um pedaço seu, enquanto na verdade você prefere que ele se afaste ao ter que ficar o vendo feliz com outra pessoa.


 Você fica horas no banho, esperando que aquela sensação de culpa saia completamente, como a sujeira que é levada pela água. 
  
************** ************** **************

 Ele se senta na sua cama, sem ao menos notar que você lavou o cabelo pela primeira vez no mês. Você sabe que ele não notou, porque provavelmente ele fez mais alguma daquelas canalhices que só ele consegue fazer.

 Você se senta ao lado dele, acariciando docemente alguns fios de cabelo preto que caiam sobre a sua nuca. Você esta pronto para ouvi-lo, esta pronto para ficar do lado dele, não importando qual seja a burrada que ele fez dessa vez.

 Por algum motivo, você esta sempre ao lado dele.

 “Eu o amo, Bert.”

 Você suspira, sabendo que já ouviu aquilo um milhão de vezes antes. O que faz com que essa seja a milionésima primeira vez. Você intensifica as caricias na nuca dele, tentando conforta-lo.

 “Ele é o único que eu tenho, você sabe.”

 Ele não consegue te ver, porque ele esta de costas para você, mas mesmo assim você o lança um olhar machucado.

 “Você tem a mim.”

 Ele vira para você, olhando nos seus olhos e logo percebendo o seu olhar.

 “Eu tenho, Bert. Mas não do jeito que eu quero ter ele.”

 Seus olhos ficam ardentes. Você logo percebe que talvez você esteja prestes a chorar. Talvez, porque você nem se lembra de como chorar é. Ai você percebe que você não o tem. E todas aquelas vezes que vocês passaram as noites juntos, não significou nada. Foi apenas algumas paginas viradas na vida dele.

 “Eu quero te ter... Do mesmo jeito que você quer ter ele.”

 Ele te encara, admirado por tamanha persistência da sua parte. Você não acredita que disse isso, não queria ter dito. Então ele sorri, fazendo você se derreter e perder a linha por alguns segundos, perdido naquele sorriso, naqueles dentes de criança.

 “Se você me quer, então apenas.... Lute.” 

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