Eu não conseguia pensar ou racionar... O que Jacob tinha haver com Edward? Uma coisa eu podia dizer, do jeito que a foto estava arruinada, não era nada bom. Escutei Edward começar a acordar e guardei a foto no mesmo lugar. Eu iria descobrir esse mistério...

– Bella? – chamou Edward sonolento

– Calma – falei me sentando ao seu lado – Eu não fugi, também não teria para onde ir

– Esta melhor?

Lembrei-me do surto que tive na noite passada. O sonho, o tiro, Edward morto.

– Estou foi só um sonho ruim, tenho muito deles

– Ah, quer me contar?

– Acho melhor não...

– Tudo bem – sorriu de lado me fazendo suspirar internamente – Porque você não vai tomar seu banho e eu preparo o café?

– Ok...

Tomei um banho – demorado- e coloquei uma calça jeans com uma camiseta solta e All-stars. Encontrei Edward encostado na mesa olhando para chão

– Acabei... – falei – Pode ir tomar banho, vou tomar café para sairmos

– Bella eu acho melhor você ir sozinha para escola, as pessoas vão falar se nos verem juntos...

– Esta com vergonha de mim, Edward? – perguntei sorrindo

– Você sabe do que estou falando...

Cheguei perto dele e olhei no fundo dos seus olhos

– Edward, a minha vida toda as pessoas falavam de mim, faziam suposições, riam da minha cara – em nenhum momento deixe minha voz fraquejar- Agüentei as piores das dores e das piadas, se você pensa que irei me afastar de você, a pessoa que me ajudou sem querer nada em troca, por causa de boatos, não me conhece

Edward alisou meu rosto e eu aproveitei o carinho.

– Vou parece uma boneca de porcelana, quebradiça – sorri fraco com seu comentário – mas você é mais forte do que as pessoas imaginam, do que eu imaginei

Abri meus olhos e encontrei os deles. Estavam brilhando. Estiquei meu pescoço para fazer o que queríamos, mas Edward se afastou me deixando parada

– Vou tomar banho

Tentei ligar os pontos. Eu não podia negar que acreditava em algumas coisas dos boatos, que cogitei a idéia de ele ser mesmo um assassino. Mas algo dentro de mim dizia que Edward havia feito algo bom, para ajudar alguém. Peguei um pedaço de pão e um pouco de café... Não sentei-me à mesa, não tinha necessidade, já que estava tomando café sozinha.

Edward saiu do banheiro de cabeça baixa e eu permaneci da maneira que estava. Sentia-me rejeitada, era estranha essa sensação para mim. Nunca fui rejeita, porque nunca fui beijada. Não conseguia olhar para ele, por que sabia que ele devia estar me achando uma oferecida... Boa Isabella acaba com a sua relação de amizade com a única pessoa que se importa com você nesse mundo. Se é que ele se importava.

– Por favor... – gemeu Edward – Esse clima esta estranho

Olhei para cima e ele me encarava, com olhos desafiadores, como se quisesse saber o que estava passado em minha mente.

– Não tem clima estra...

– Você sabe que tem – me interrompeu – E sei o que esta passando nessa cabecinha

– O que você agora ler mente? – aquela frase era para ser uma piada, mas saiu seria demais

– Não, mas estou me sentindo um canalha por não ter te... – começou a fazer uns movimentos com as mãos – não ter te ... ai

– Eu já entendi Edward, tudo bem

– Não esta tudo bem, para de se sentir rejeitada

E antes mesmo de eu dizer algo ele agarrou meu rosto nas mãos e me beijou. Ele só esta fazendo isso porque você é uma fraca, ele só esta fazendo isso porque você é uma idiota... Era difícil pensar em algo lógico quando Edward me beijava. Não era rápido, nem selvagem, nem tinha palavras para descrever a sessão como nos filmes. Não havia encontro de nossas línguas, apenas nosso lábios, sincronizados... Como a batida de uma canção lenta... O som dos nossos corações. Era um ótimo momento, se eu não me afastasse. Não me pergunte o por que nem eu sei por que fiz isso.

– O que foi?- perguntou Edward ainda com as mãos paradas no ar onde antes estava meu rosto

– Estamos atrasados... – Não tinha uma desculpa melhor não?

Na realidade eu tinha medo. Não medo dele, mas sim do que iria fazer. Eu sou inexperiente nisso e ele devia ter beijado varias mulheres ou até feito algo a mais... E eu? Era apenas uma menina de colegial que forçou uma pessoa a beijá-la.

Edward ficou sem ação por alguns segundos, depois suspirou

– E estamos atrasados...

Eu peguei minha mochila e segui Edward até a saída. Congelei no lugar ao ver ele ir em direção a moto

– O que foi? – perguntou serio

– Nos podemos ir a pé?

– Por quê? Esta com medo que eu bata em algum poste?

– Por que você sempre acha que eu tenho medo de você?

– Deve ser porque você talvez não quis me beijar? – ele falou tão baixo que duvido que tenha escutado direito, mas foi o possível para eu corar – para de bobeira, tem capacete...

Achei melhor aceitar... Com muita dificuldade – e ajuda de Edward- conseguir subir naquele troço.

– Agora, segure na minha cintura...

– O que? – perguntei sem escutar direito por causa do barulho

– Segura na minha cintura.

Rapidamente fiz o que ele mandou e logo estávamos voando. Ta voando era exagero, mas a velocidade era muito alta. Encostei meu rosto no vão do pescoço de Edward para esconder meu rosto do vento gelado. O caminho foi curto, logo chegamos em HS. Edward parou a moto em ma vaga longe dos demais e eu desci devagar para não cair. Como imaginei todos – sem exceção – olharam em nossa direção. Tirei o capacete e era como se eu escutasse o “oh!” das pessoas. Edward bufou e guardou os capacetes

– Eu queria evitar isso...

– Edward, estou reclamando?

– Não, mas duvido que seu pai fosse querer ver você mal falada

– Meu pai iria querer me ver feliz...

– Você esta feliz? – pude reparar um brilho nos seus olhos

– Estou

O sinal não demorou a tocar e para minha infelicidade não teria nenhuma aula com Edward hoje. O mesmo como um cavalheiro me levou a minha primeira sala. Atraindo olhares.

– Eu fico aqui...

– Boa aula – ele beijou minha mão

– Pra você também...

– Senhorita Swan – chamou Senhor Barney

Obedeci ao seu chamado e me sentei. Diferente do que eu pensava as pessoas não me encaram nem ficaram cochichando. Isso era bom por um lado e ruim pelo outro.

– Da licença professor Barney? - perguntou direto Wesley – Posso falar com a turma...

Percebi que em suas mãos havia alguns papeis e logo deduzir serem as provas.

– Toda diretor Wesley – professor Barney se sentou

– Bom como todas já sabem o ensino médio é o mais difícil...

– E chato – falou alguém lá no fundo, deduzi ser Mike Newton tentando chamar atenção como sempre

– Senhor Newton posso continuar? Obrigada, como eu ia dizendo o ensino médio é o mais difícil, por isso fazemos as provas inicias para avaliamos o que o aluno trás dos anos anteriores

Ele começou a andar de um lado para o outro.

– E para minha tristeza essa turma foi a que teve o pior desempenho – ele ficou serio – apenas uma aluna tirou 90, para minha total alegria

Hoje não, hoje não... Pedi mentalmente para que eu não tenha sido essa aluna, atenção era o que eu menos precisava hoje

– E ela foi... - sorriu – Isabella Swan

As pessoas ficaram caladas enquanto Wesley me parabenizava.

– É claro que isso foi fraudado – falou Newton – o namorado dela é um bandido, com certeza ameaçou esse diretor...

Mike estava longe demais para que o diretor ouvisse seu comentário e perto demais de mim me fazendo ouvir com toda clareza.

[...]

Na hora do intervalo segui para o pátio, mas antes que eu pudesse chegar lá fui parada por Mike e seus brutamontes.

– Ora, ora... Se não é a nova traficante e assassina da cidade

Todos riram

– Me deixa passar – falei

– Só por que seu namoradinho é bandido você acha que pode mandar aqui? – pegou meu braço com força - Não se esquecesse do que eu te fiz quando você chegou aqui, as coisas podem se repetir

– Por que você não para de ser covarde e vem se enfrentar comigo?

Não precisei virar para ver quem era... Mike me colocou de frente para Edward

– Ta defendo a sofredora? – pude escutar a risada de Mike bem perto do meu ouvido, antes que alguém pudesse fazer alguma coisa Mike me jogou na posa de lama que havia na nossa frente fazendo que não se ele e seus amigos rissem, mas todos do pátio – Pode ficar com ela, lixo não serve para nada

Eles começaram a andar e rirem. Eu não queria que tudo se repetisse

– Bella... – Edward se ajoelhou ao meu lado pegando meu braço, mas eu o puxei

– Me deixa, como ele mesmo disse eu sou um lixo...

Sai correndo em direção à floresta, a tanto tempo eu não ia ali... A quanto tempo eu não era humilhada.