Levantei- me e fui em direção a cozinha

- Bom dia pai, mãe – falei dando um beijo nos dois

- Bom dia meu amor... Acordada tão cedo?

- É, tenho que ir para o curso...

Tomamos um café animado, Charlie dissera que dali a alguns meses Jacob viria nos visitar. Meu irmão na gostava muito de nós. Não tínhamos muito dinheiro e nem morávamos em casa de luxo, mas nosso tio sim... Então ele preferia morar com ele

- Pra que ele vem aqui?

- Bella, não despreze seu irmão

- Ele nos desprezou a vida inteira porque não posso fazer isso com ele também?

- Para não se igualar a ele – falou meu pai dando um beijo em minha bochecha – Agora suba peque sua mochila que eu vou te dar uma carona...

Subi cantarolando e quando estava chegando à porta do meu quarto escuto um estrondo e logo depois dois tiros...

Abrir meus olhos para claridade. Todo noite eu tinha o mesmo sonho, ele sempre terminava assim. Olhei para o relógio e vi que ainda tinha muito tempo até eu ter que ir para escola. Levantei-me e lavei meu rosto tentando esquecer as imagens que eu vi logo após os tiros...

Ande devagar até a escada e quando cheguei a sala vi um corpo caído no chão. Não hesitei em soltar um grito ao ver que era meu pai. Corri em sua direção e ele tentava buscar ar

- Pai... fique calmo vou chamar a ambulância

- Não – falou com dificuldade segurando minha mão – Me deixe... me deixe olhar para seu rosto pela ultima vez

- Nãos será a ultima vez... – falei chorando mais ainda

- Shi... - passou a mão pelo meu rosto – Seja feliz e nunca deixe ninguém atrapalhar seus sonhos.

Sua mão caiu e foi ai que percebi o que havia acontecido

- PAI, PAI – gritei mais em vão – MÃE

Levantei-me rapidamente e fui até a cozinha. Meu corpo caiu de joelhos ao ver minha mão caída no chão com um tiro no peito

- Droga, por que essas lembranças não saem da minha cabeça? – falei admirando minha imagem no espelho.

- ISABELLA...

Era sempre assim, Jacob me gritava. Infelizmente ele era meu irmão. Ele não é bem o melhor irmão, nunca foi e eu nunca esperei que fosse. Desde seus 13 anos mora com nosso tio, Carlisle, apenas pelo motivo de ele ser um empresário podre de rico e ter uma mansão, dando do bom e do melhor para Jacob. Por um bom tempo meu “irmão” tentou me convencer a ir morar com ele, mas nem com todo dinheiro do mundo eu iria. Se pudesse ter eles de volta...

- Vamos sua vagabunda, levanta - gritou dando dois socos na porta – Quero meu café

E para completar eu ainda era empregada deles. Coloquei uma roupa qualquer, arrumei minha mochila e foi preparar o café. Encontrei Jacob esparramado no sofá.

- Bom dia

Não obtive resposta. Fui até a cozinha e fiz o que tinha que fazer. Ia saindo quando...

- Voltei aqui Isabella

Não dei atenção ao que ele estava falando. Estava preste a chegar a porta quando sinto algo agarrar meu braço com força e me virar com violência

- Estava falando com você

- Agora você ta falando comigo? Na hora de me ignorar você sabe...

Depois de alguns segundos eu estava no chão e com o rosto dormente. Isso também era normal, não que ele me batesse todo dia, mas sempre que eu “desacatasse suas ordens” isso acontecia. Não fiz nada, não tinha nada ao que se fazer... Peguei minha mochila e sai para a garoa. Coloquei meu capuz e me pus a chorar. Provavelmente ficaria vermelho, mas quem se importa? Ninguém naquele colégio se quer olhava na minha cara. Tirando Ângela Amber, que era minha parceira na maioria das aulas... Trocávamos algumas palavras, nada de muito útil.  

[...]

Entrei na sala e me dirigir à cadeira dos fundos. Ângela logo chegou e me encarou. Sua expressão passou de horror a pena em alguns segundos

- Como vai? – perguntou tentando, pelo que percebi, não encarar meu rosto

- Bem, e você?

Sua resposta foi interrompida quando uma pessoa entrou na sala. Eu podia senti a atmosfera mudar, todos – sem exceção – olharam para ele. Pensei que fosse por suas roupas. Calça preta de couro, blusa branca, jaqueta de couro e óculos escuros. Quando ele sentou na cadeira vazia ao lado de um menino, ele se afastou.

- Quem é ele? – perguntei a Ângela, pela sua expressão ela já o conhecia

- Quem é ele? – fez cara de espanto – Ele é um criminoso, foi preso por matar um homem, por roubo e muitas outras coisas

Olhei para o garoto novamente. Ele parecia ser inofensivo, pelo menos para mim.

As aulas transcorreram normalmente, até a hora de eu ir embora... Não queria ir, Jacob estaria lá e iria falar muitas, que eu não queria ouvir. Andei pela rua devagar, não tinha presa. Senti como se alguém tivesse me observando, mas como era medrosa o suficiente não olhei para trás. Quando estava chegando a uma rua meia deserta congelei ao sentir uma mão gelada pegar meu braço

- Vamos para de pique pega, Isabella

Encarei o homem, ele parecia que me conhecia

- Eu te conheço?

Ele riu debochadamente

- Claro, você é minha propriedade agora – me jogou no chão

Não tive tempo de gritar, seria inútil. Ele rasgou minha blusa e começou a beijar meus seios. Comecei a me debater e chorar ao perceber o que iria acontecer.

Por favo, isso não, eu não vou agüentar...

Como se alguém escutasse meu apelo, o corpo do homem foi tirado de cima de mim. Levantei e abracei meu corpo, por causa do frio. Encarei, em meio as lagrimas, o homem se jogado longe por outro. Logo percebi que era o garoto da escola. Ele começou a chutar e socar o outro. Que apenas resmungava de dor. Quando o homem esta com a cara cheia de sangue ele se virou para mim

- Você esta bem? – perguntou tirando a jaqueta e me entregando

Balancei a cabeça negativamente

- Quer que eu te leve para casa?

- Não... Por favor – minha voz era apenas um sussurrou

- O que eu faço? – perguntou passando as mãos pelo cabelo e se ajoelhando ao meu lado

 Não me segurei o abracei. De inicio ele nada fez, mas ao perceber que eu soluçava passou os braços ao meu redor e alisou meu cabelo

- Calma, eu vou te ajudar – nos afastou para me encarar, passou a mão pelo onde provavelmente estava a marca do tapa de Jacob – vamos para minha casa, eu posso cuidar disso

Eu levantei as sobrancelhas

- Se quiser?

Era isso ou voltar para casa, com Jacob lá

- Tudo bem

Eu só podia estar doida. Estava indo para casa da pessoa que todos diziam ser um criminoso, mas quem disse que eu ligava muito para o que as pessoas diziam?