O encontro de olhares era simultâneo, intrigantemente automático mesmo ambos estando rodeados de uma quantidade considerável de pessoas no lugar pequeno, abarrotado e com a iluminação propositalmente fraca com apenas algumas luzes coloridas vindas de direções aleatórias numa mistura de cores que acompanhava o ritmo da música a princípio irritante, mas que se tornava até instigante depois de uns três copos de cerveja.

Mesmo já alcoolizado, o moreno tinha certeza que conhecia aquele rosto debaixo daqueles longos cabelos loiros e levemente enrolados que desciam em cascatas pela figura adorável e de baixa estatura que se encontrava parada e com uma expressão de leve aborrecimento. Segurando uma taça entre os dedos, ela parecia analisar o movimento das pessoas dançando descoordenadanamente na pista de dança com um certo olhar que Kouyou julgava ser de desdém, ou talvez simplesmente uma expressão mau-humorada lhe fosse cabível.

Era plausível, entretanto. O ambiente não era agradável, tampouco as músicas e as pessoas, e certamente se encontraria da mesma forma se já não tivesse achado o caminho do bar e embebedado-se até achar o lugar em si minimamente suportável.

Porém, tudo tem o seu preço – mas também não é como se Kouyou fosse pagar muito caro por este.

-

Os lábios consumiam-se voraz e profundamente, enquanto os passos atrapalhados do moreno os guiava em direção a seu quarto e a figura loira e pequena mantinha suas pernas finas em volta da cintura do mais alto, seus braços envolto folgadamente em torno de seu pescoço; as bocas não desgrudavam-se nem por um segundo.

Kouyou a colocou impacientemente sobre a cama, deixando-a entre suas pernas quando se pôs sobre ela, admirando brevemente e o quanto pode seu belo rosto – ou pelo menos o que conseguiu enxergar dele perante a penumbra na qual o quarto se encontrava. Quando permitiu-se inclinar o rosto para pressionar seus lábios contra os rosados desta, ela pôs as palmas da mão contra seu peito em um silencioso pedido para que ele esperasse – e quase contra sua vontade por sua impaciência, Kouyou o fez, encarando-a com olhos levemente curiosos enquanto arqueava levemente uma das sobrancelhas.

- Er... As coisas não são bem como você está pensando... – Ela disse, timidamente e sem olhá-lo nos olhos com uma voz suave, entretanto, rouca e grave demais para ser de mulher – ainda mais de uma pequena como aquela. – Eu não sou bem como você está pensando.

Kouyou parou por um momento enquanto analisava fixamente as feições da outra perante a escuridão do quarto, mesmo que perdido em seus pensamentos para tentar descobrir o que ela teria querido dizer com tais palavras. Então, de repente, ele sentiu aquela sensação familiar de quando você pensa em algo buscando uma resposta que você sabe que existe lá no fundo e a finalmente encontra - mas no seu caso, ele não saberia dizer se esta era boa ou ruim.  Enquanto isso, a “garota” olhando-o, encontrou o olhar amendoado de Kouyou no negrume, ainda embaraçado, mas percebendo que tinha compreendido o que quisera dizer pelo jeito que o olhava.

- Olha, eu estou vestido assim porque... – O loiro tentou se explicar, mais foi imediatamente interrompido pelos dedos de Kouyou que arrastaram-se gentilmente por seus lábios em um pedido mudo para que ele se calasse.

- Não me interessa os seus motivos, para ser franco. – O moreno se pronunciou finalmente, deixando seus lábios formarem um sorriso torto que fez o coração do menor pular uma batida. – Mas seu nome, sim, me interessa.

- Takanori. – respondeu brevemente, retribuindo o sorriso com um o seu próprio. – Mas pode me chamar de Taka.

- Taka... – murmurou baixo, seu sorriso aumentando pouco a pouco por seus lábios.

Foi então que a ficha caiu. E este não era o nome de um de seus alunos do ensino médio o qual sempre olhava discretamente já que o loiro havia chamado sua atenção inúmeras vezes por seu mau comportamento na sala de aula? Era. Por isso o achou tão familiar quando ainda se encontrava na festa, encarando-o.

Bom... Isso era um problema... um que ele não dava a mínima no momento.

Inclinando-se novamente sobre o pequeno, Kouyou permitiu-se admirá-lo mais um pouco – percebendo que tinha um rosto redondo e adorável, mesmo que para um garoto, além do fato de ser conhecido – antes tomar os lábios deste com os seus, beijando-o lenta e profundamente. Uma de suas mãos largas e levemente frias já vagava livremente pela pele alva e macia de Taka por debaixo da blusa infantil e feminina que ele usava, enquanto a outra corria por suas coxas até alcançar sua virilha para, então, apertar firmemente seus dedos contra o membro já enrijecido escondido por trás da calcinha de algodão. O loiro gemeu contra os lábios de Kouyou, fazendo-o alternar o seu percurso, pressionando-os contra o pescoço morno do pequeno antes de começar a sugá-lo intensamente, sua mão ainda massageando a área sensitiva de Takanori.

- Ahh, T-Takashima... s-sensei-i... – Taka arfou entre um gemido, mordendo seu lábio inferior enquanto o moreno arranhava levemente a pele de seu peito e estômago com uma das mãos, mordendo partes aleatórias de seu pescoço breve, mas profundamente.

- Está mais do que na hora de você aprender boas maneiras, Takanori. – murmurou pausadamente contra a pele do pescoço do pequeno com um sorriso malicioso formando-se sobre seus lábios.

Kouyou moveu suas duas mãos para desabotoar a blusa do loiro, e quando o fez, deslizou vagarosamente seus lábios do pescoço, passando pela clavícula e demorando-se em seu peito, traçando um caminho com a ponta de sua língua por um de seus mamilos antes de sugá-lo demoradamente, arrancando outros arquejos do pequeno. Quando finalmente alcançou a barriga, mordeu um pequeno ponto desta antes de mover suas mãos novamente para retirar a calcinha por debaixo da saia de Takanori, arrastando-a por suas pernas para jogá-la despreocupadamente em uma área qualquer do quarto, retomando sua atenção ao membro ereto e latejante do loiro por debaixo da saia – que fez questão de dobrar para cima ao invés de tirar.

- Hoje você vai ser meu, Taka... E quanto mais você se conter, mais eu vou forçar até você chegar ao seu limite. – Sorriu levemente e então olhou para cima, admirando a expressão antes surpresa que logo se transformou em uma entretida de Takanori.

O loiro enterrou seus dedos entre os fios castanhos de Kouyou, acariciando-os levemente enquanto o encarava.

- Não pare quando esse momento chegar.

-

A claridade que invadia o espaço mínimo que a cortina não cobria fora o suficiente para acordar o moreno, e também a falta de alguém do outro lado da cama quando moveu-se e esticou seus braços para alcançar nada mais que o vento. Entreabriu os olhos até que estes se acostumassem minimamente com a claridade, encontrando o espaço vazio e desarrumado ao seu lado com um indiferente levantar de sobrancelhas.  Virou-se para o outro lado numa tentativa de retomar o sono quase nulo da noite passada, mas um papel sobre seu criado-mudo chamou sua atenção. Esticou o braço mais uma vez e o pegou, forçando um pouco a vista primeiramente, sendo incapaz de conter o sorriso largo que surgiu em seus lábios após revirar os olhos com as palavras lidas abaixo do número de seu celular.

“Deixei o número do meu celular porque, bom... nunca se sabe quando vou aprontar e precisar de mais lições suas mais uma vez, não é? Fufufufu~

Ps; Te vejo amanhã no colégio, Takashima-sensei~”

É... Esse garoto realmente seria um problema, e dos grandes... Mas, sinceramente, um que Kouyou não se importaria nem um pouco em solucionar.