A Filha Do Faraó (em Revisão) escrita por Kahriel 13


Capítulo 4
Treinando com um deus


Notas iniciais do capítulo

Bem como disse, eu estou postando o capítulo 4.
Divirtam-se.



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O barco era tão majestoso, que Netikerty e Zhet se quer conseguiam acreditar que estavam no Barco de Rá, o Barco do Sol. No convés vários homens trabalhavam com alguma função no barco, eles olhavam para os novos tripulantes e continuavam a realizar suas tarefas.

– É um belo barco - disse Zhet. - As velas aguetam quantos nós? Uns três nós?

– Você entende de barco, não? - Rá de um sorriso amigável. - Sete nós e meio.

Zhet se engasgou com o vento e olhou para Rá.

– Tudo isso sem arrebentar?

Netikerty não podia acreditar em como Zhet não entendia as coisas. Aquilo onde estavam era o barco de um deus e, não um deus qualquer, mas sim Rá, o rei dos deuses, e é claro que o barco dele era muito mais forte do que o do povo mortal.

Bobo, ela andou até a proa e viu melhor os desenhos dos olhos de Hórus, um prata e o outro dourado. A lenda dizia que Hórus em uma de suas intermináveis batalhas com Set, o deus do mal (um deus não tão sociável e muito menos confiável), ele perdeu o olho esquerdo e nisso teve um ataque de fúria, quase matando sua mãe Ísis. Khonshu, o deus da lua e (consequentemente deus do tempo), lhe deu um olho de luar como presente por ter perdido aquele olho esqurdo.

– Gostou da figura da proa? - uma voz ressoou atrás de Netikerty.

Ela se virou e viu o próprio Hórus, calvo, pele não tão escura, olhos bicolores (dourados e prateados), corpo musculoso, usava um saiote tradicional da guarda egípcia, peito nu, e sandálias de couro. Um khopesh dourado com hieróglifos pendia em sua cintura.

– Gostei sim. São seus olhos não são? - perguntou sabendo a resposta.

– Sim, são sim - ele disse se aproximando dela visando o horizonte infinito do céu azul. - Sabe garota, eu gosto de ser um guerreiro de Rá, é bem gratificante, mas às vezes...

Ela ficou confusa. Por que ele está dizendo isso para mim? E por que não terminou a frase?

– Como assim?

Hórus percebeu que seus pensamentos foram ditos em voz alta e disse a ela.

– Ah, não é nada não, apenas divaguei ao vento. Esqueça o que eu disse está bem.

Não foi uma pergunta. Netikerty voltou para onde Rá e Zhet estavam, eles continuavam falando de barcos e amarrações de velas. Argh. Sentou-se ao lado deles e esperou.

– Bem - Rá se levantou. - Que tal um treinamento?

– Tipo, com você? - Zhet e Netikerty falaram empolgados. - Sério?! Vamos logo senhor Rá!

Eles desceram até o primeiro andar abaixo do convés, que dava para uam sala bem ampla iluminada por tochas e com doze colunas douradas, tendo seis de cada lado. Netikerty e Zhet visaram um arsenal com armas de combate corporal do lado direito e outro arsenal do lado oposto àquele com um armas mágicas. Cada um correu até um deles, Netik até o arsenal de armas corpóreas, pegando um lança, de 1,70m, dourada e com lâmina um pouco curvada, e treinando intensamente em um boneco de treino.

Já Zhet, foi até o outro arsenal, sentando-se no chão, coberto por um tapete de palha e algodão, e lendo livros de magia e executando os feitiços até acertar, pegava um cajado e invocava animais, portais de areia e muitas outras coisas. Com a ajuda Rá, ambos se tornaram excelentes nas áreas em que não eram e, aperfeiçoaram seus conhecimentos no que já sabiam. Rá os chamava de "Escribas Prodígios". Netikerty se tornou uma fera com a lança, podendo disferir um golpe com intervalos de três segundos e lançar a arma a mais de sete metros. Zhet, que se achava um lixo na magia, agora sabia executar com maestria feitiços e encatamentos de ataque, defesa, cura e muitos outros; além disso também aprendeu, com a ajuda persistente de Rá, a identificar venenos, ervas e poções de todos tipos (coisa que Netikerty já sabia e, muito bem).

Ao fim do treinamento, enquanto comiam biscoitos de cevada e bebiam suco uva bem docinho, Rá falou.

- Bem, isso é tudo o que eu posso fazer por vocês.

Eles pararam de comer para prestar maior atenção no deus do sol.

- Mas - fez suspense - eu tenho um presente a vocês.

O deus foi até um quadro com a imagem do Barco Solar, e o dividiu em dois, deslizando as duas metades para cada lado, tirando de lá duas caixas de madeira lustruosa com o símbolo de Rá, um círculo com um ponto no meio.

Voltou a eles e entrgou a cada um uma caixa com o mesmo conteúdo. Eles abriram e viram duas estátuas de obelisco, uma agada com o punho de couro e lâmina dourada triangular, um pote um pó mágico usado para praticamente "n" finalidades.

- Espero que vocês sobrevivam, mas agora está na hora de ir - falou ele. - Cairo os espera.

Agora eles vestiam um saiote egípcio, sendo que Netik tinha um pano suave por baixo do saiote na altura dos joelhos, tendo aquele na mesma altura, uma túnica praticamente justa num tom bege com brilhos dourados os vestiam no peito, sandálias de couro amaciado novinhas, e bracelestes dourados.

O barco desceu até ficar a três metros do chão, a ponte baixou e eles desceram na margem do Nilo a uns sete quilômetros da cidade. Rá deu a eles também, duas mochilas, um tecido mais reforçado que linho, de duas alças com provisões remédios e uma muda roupas novas.

- Um último presente achei necessário dar a vocês.

Rá chamou Hórus, que desceu com um vaú mediano marrom. Abriu-o e dali Rá entregou a Netik e a Zet, uma braçadeira dourada, um diadema fino igualmente dourado que se prendia a testa deles, e para Netik um bastão dourado leve com ponta curvada e a Zet um punhal. Rá deu a eles também a sua própria marca para protegê-los no braço direto.

- Falem "Hequat" - pediu o deus do sol.

- Hequat - o bastão virou uma lança e o punhal um khopesh, ambos ficaram felizes.

Rá se despediu e voltou ao barco, a ponte foi suspendida e ele falou com Hórus ao seu lado.

- Cuidado meus pequenos escribas prodígios - acenou para eles. - Boa sorte! E tomem bastante cuidado com as...

- Com as o quê? - Netikerty gritou.

Nisso o barco subiu cada vez mais alto, sumindo naquela imensidão azul claro infinita. De repente o clima ficou cinzento, outro presente de Rá? Quem sabe, talvez fosse. Com o clima mais fresco e as rajadas de ventos frio periódicas os envolvendo eles seguiram na direção do Nilo que os levava para o norte.

O que quer que Rá quissese falar com eles para que tomassem cuidado, iria ficar para depois, agora eles tinham que seguir adiante com a missão, mas ficariam atentos a tudo que representasse perigo desde um velhinho misterioso até algo que realmente fosse perigosamente visível.

- Obrigado por tudo Rá - eles fizeram uma pequena oração aos deuses pedindo proteção durante o caminho que percorreriam - o que era meio estúpido uma vez que já sabiam que sofreriam algum tipo de perigo, mesmo com a proteção de Rá e todos os outros deuses.

Andaram na parte rasa do Nilo, refrescando os pés com as sandálias nas mãos. Algo dizia que o que Rá tinha dizer não era importante. Era muito, mas muito mais importante. Tão importante a ponto de ser considerada a diferença entre a vida e a morte deles.

De um jeito ou de outro... eles teriam que esperar.


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Notas finais do capítulo

Até que enfim!!!! Pessoal mil desculpas por não ter terminado o capítulo ontem, mas enfim ele ficou demais, aposto que vocês vão adorar o fim dele.
Vejo vocês no próximo capítulo.



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