Um Fio De Esperança. escrita por Pequena Garota


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ^^
Boa leitura meus lindos.



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Como diz a teoria do cientista e escritor Erick Von, se o universo é dividido em camadas, uma semelhante a outra, não igual, mas semelhante. Hoje minhas escolhas em outra camada de planeta não seriam as mesmas que fiz até agora. Para cada matéria existe uma ante-matéria Nenhuma ação poderia ser igual para uma Ante-matéria minha. É como naquele filme onde o autor volta para o passado tentando mudar o futuro. É claro que voltar ao passado não e possível, mas as escolhas nunca poderiam ser as mesmas. Se em um outro plano paralelo eu escolhi morar com Claudia, em nenhum dos outros eu poderia ter feito isso.

Nenhuma escolha poderia ser repetida. Em mundos paralelos Sarah poderia estar viva e eu nunca teria engravidado por exemplo. Eu poderia ser filha única ou nem ter nascido dependendo das escolhas da minha mãe.

Minha mente vagou entre o tempo e o espaço infinito, nas mil possibilidades de como poderia ser minha vida se uma das minhas escolhas tivesse sido diferente. Fiquei um bom tempo assim, até Claudia resolver deixar o notebook de lado e pular na minha cama.

–– Experimenta. – disse me oferecendo uns biscoitos assados tipo cookies.

Peguei um e mordi. Era crocante por fora e mole por dentro. O recheio tinha um gostinho diferente. Era doce, mas tinha aquele toque amargo. Não sabia dizer o que era, nunca tinha provado nada daquele tipo.

–– Gostoso. – disse.

–– Foi a Emília quem fez.

Fechei a cara na hora.

–– Então por que me ofereceu? Coloquei a metade do biscoito de volta no prato.

Ela colocou o biscoito de volta na minha mão.

–– Pode comer tudo se quiser, eu já comi bastante.

–– Por que voltou a falar com ela? Perguntei terminando de comer.

–– Ela veio em casa ontem. Nós conversamos um pouco.

–– Sobre o que? Perguntei desconfiada.

–– Sobre a Natasha. Elas estão brigando muito e a Emilia acha que a Natasha quer terminar com ela.

–– E agora ela quer voltar com você. – deduzi.

–– Não, ela veio me pedir desculpas. Disse que não quer perder minha amizade.

–– Sei. – disse. – Aposto que você voltaria na hora com ela, se ela pedisse.

–– Eu gosto dela Nanda. – disse encolhendo os ombros.

–– Não dá esse gostinho pra ela. Você parece a cachorrinha dela. Ela te chuta e no instante seguinte você já está abanado o rabinho para ela.

–– Você não entende. – ela abaixou a cabeça.

–– Não mesmo. – concordei. – Ela está te usando e você deixa.

–– Eu a amo. – sussurrou.

Ficamos em silencio por alguns segundos.

–– Como sua mãe está? Mudou de assunto.

–– Bem, eu acho. Ela não queria que eu viesse dormir aqui hoje, mas meu pai vai passar lá em casa para buscar o resto das coisas dele, então...

–– Ainda bem que você veio. Foi um sacrifício convencer minha mãe a sair. Meus pais não saiam sozinhos a um bom tempo.

Concordei.

Minha cabeça começou a girar.

–– Você quer jogar Vídeo Game? Perguntou enquanto ligava a TV.

–– Não, estou um pouco tonta. Acho melhor me deitar. – disse indo para cama.

Fechei os olhos e respirei fundo.

Acho que acabei pegando no sono por alguns minutos. Me sobressaltei quando abri os olhos.

–– Claudia. – chamei me levantando.

Minha mão soava frio, minhas pernas estavam bambas e meu coração estava acelerado.

–– Claudia. – Chamei um pouco mais alto quando vi que ela não estava ali.

–– O que foi? Perguntou.

–– Eu não sei, eu não sei. – passei a mão em minha barriga.

–– É a Nanda, eu vou ter que desligar. – disse.

Eu não prestei atenção nela.

Eu precisava de ar.

–– Nanda, onde você vai? Perguntou quando passei por ela.

–– Não consigo respirar. – disse me apoiando na pia da cozinha.

–– Eu não sei, ela acordou gritando o meu nome. – ela segurou meu braço. – Nanda senta aqui. – ela puxou a cadeira para mim.

–– O que? Senti algo na minha barriga, o bebe estava se mexendo.

Puxei meu braço e me levantei.

–– Tem alguma coisa errada com o bebe. – gritei.

–– Nanda pelo amor de Deus, se acalma. – ela tentou me fazer sentar outra vez.

O que estava acontecendo comigo? O que estava acontecendo com o meu bebe?

–– Ela comeu os biscoitos que você fez e depois ela dormiu.

–– Claudia. – chamei

–– COMO É? Ela gritou.

–– CLAUDIA ELE ESTÁ MORRENDO. – gritei sentindo outro chute.

–– Sua idiota, como pode colocar maconha nos biscoitos?

***

Abri meus olhos e encarei o nada. Meus olhos ainda meio desfocados procuravam por algo, ou alguém que provavelmente não estava ali.

O teto branco era tudo que eu via. Um bip irritante vinha de algum lugar perto, mas não me movi para verificar o que era.

Tentei me lembrar o que tinha acontecido. O esforço fez minha cabeça doer.

Mexi meu braço e então senti uma fisgada. Encarei o cateter em minha veia.

E então eu olhei o quarto todo.

Eu estava em um hospital, e pelo visto não era um quarto público.

Apertei o botão branco que estava perto da minha mão e esperei a enfermeira entrar.

–– Oi meu anjo, como você se sente? Perguntou enquanto olhava a bolsa de soro.

–– Confusa. – disse.

Ela sorriu de um jeito estranho. Como se estivesse com pena e mim.

–– Sua amiga nos contou que você comeu alguns biscoitos com maconha. – ela sorriu.

Arregalei meus olhos.

–– E o meu bebe? Perguntei um tanto alarmada.

–– Calma, está tudo bem com vocês dois.

Suspirei aliviada.

–– Quando eu vou ter alta? Perguntei depois de um minuto.

–– Você vai ficar em observação essa noite e amanhã já pode voltar para a casa. – disse. – agora descanse um pouco, você teve uma experiência péssima.

Eu assenti e fechei os olhos.

Demorei um pouco para pegar no sono.

Quando acordei na manhã seguinte Ana estava sentada em uma poltrona lendo uma revista.

Não quis atrapalha-la então continuei em silencio.

–– Oi meu bem. – ela sorriu depois de uns minutos. – como você está se sentindo? Perguntou colocando a revista de lado.

–– Bem, eu acho. – disse.

–– Eu conversei com o médico e ele disse que antes do almoço você já pode ir para a casa. – ela segurou minha mão dando um sorriso.

Nós ficamos em silencio por mais alguns minutos.

–– Claudia está arrasada com o que aconteceu. – disse.

–– Tudo bem, eu converso com ela depois. – dei de ombros.

Eu não queria ter aquela conversa com Dona Ana, e eu mal sabia o que tinha acontecido.

Eu conseguia me lembrar de algumas coisas. Mas não sabia se eram reais ou não.

Me lembrava de segurar uma faca, e me lembrava de algumas coisas que Claudia havia dito para mim, mas nada daquilo fazia sentido.

Tomei o café da manhã no hospital e assisti ao noticiário enquanto esperava a hora passar.

Dona Ana ficou comigo até a hora em que falei com o médico e ele me explicou que só saberíamos se a quantidade de maconha ingerida tinha afetado o bebe depois do nascimento. E então eu tive alta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
assim que tiver um próximo capítulo posto aqui.



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