A Ordem de Drugstrein (Versão antiga) escrita por Kamui Black


Capítulo 30
Capítulo 30 - Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos especiais para a Beta Reader Yukihime-chan, que revisou este capítulo.



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Arco VI - Centauros

 

 

Capítulo 30 – Mudanças

 

Durante um dia inteiro, os magos, os recém formados Mestres e um GranMestre de Drugstrein, viajaram de volta para seu lar. A viagem foi feita em duas carruagens. Aikos fez questão de viajar com Kamui, e Taís não queria se separar do namorado. Sendo assim, os três, mais um mago, que também falhou no último exame, dividiram a carruagem que seguia na frente.

Durante todo o trajeto, Aikos pretendeu se aproximar de Kamui, que também mostrou interesse em conhecer melhor o GranMestre. Aparentemente, ambos estavam intrigados um com o outro.

O motivo de Aikos era saber o porquê de Kamui ter sido reprovado no último exame, sendo que tinha demonstrado um desempenho tão bom em todos os outros. O GranMestre tinha a absoluta certeza de que o mago tinha potencial para passar.

Kamui simplesmente respondeu que ajudar alguém importante para ele tinha prioridade. Aikos acabou ficado curioso em saber como Taís tinha se machucado tanto, então o casal desconversou. O GranMestre não teve a curiosidade aplacada, mas resolveu não insistir, uma vez que os dois estavam determinados a não contar.

Passados esses breves questionamentos, foi a vez de Kamui conduzir a conversa. O mago estava curioso sobre os feitiços de fogo mais poderosos e, além disso, queria ouvir histórias de Spaak quando este era mais novo. Acabou descobrindo que, assim como o antigo pupilo, Aikos não queria saber de compromisso sério com mulher alguma e sim ter o maior número delas que conseguisse. Além disso, sua aversão a Radamanthys era tão forte quanto a de Spaak, sendo que a recíproca era verdadeira.

Ao fim da tarde, todos estavam muito cansados e queriam ir para seus dormitórios, porém teriam um compromisso antes disso. Alfonso, Kamui e Taís sabiam que todos os seus amigos e parentes estariam reunidos em um mesmo local, portanto dirigiram-se até ele. O local ficava em uma das torres leste, e era uma das maiores salas de reuniões de Drugstrein.

Alfonso abriu a enorme porta dupla de madeira e foi o primeiro a entrar. Reparou em todos os presentes. Seus olhos passaram primeiro pelos seus pais, os dois irmãos e Henrique, seu companheiro de equipe; além, é claro, de seu Mestre.

Kamui e Taís entraram de mãos dadas. Assim que viu o olhar de Sarah cruzar com o dele, arrependeu-se do ato e tentou soltar a mão da garota – não queria que a amiga, por quem possivelmente ainda mantinha sentimentos, recebesse a notícia daquela maneira. Taís, porém, manteve as duas mãos bem unidas.

A seguir, o olhar de Kamui desviou-se do olhar surpreso de Sarah para encontrar-se com o de Spaak, além de uma mulher de cabelos castanho-escuros, que ele deduziu ser a mãe da própria namorada. Corou violentamente ao perceber isso.

Taís também percebeu a própria mãe, Samantha, e sorriu para ela.Em seguida, ficou feliz em ver a cara de surpresa daquela que ela considerava sua rival. Por último, fitou os dois companheiros de equipe, Fred e Eliane, além da Mestra Aghata.

Ao se juntarem aos amigos, Alfonso recebeu muitos parabéns pela promoção e Taís chamou a mãe de lado, para que as duas, mais o Kamui, pudessem conversar.

- Mãe, quero que conheça o Kamui. Ele é... Ele é meu namorado – a garota corou um pouco ao falar isso e Kamui ficou vermelho, só não mais que as poltronas e tapeçarias da sala.

- Isso é uma surpresa – foi tudo o que Samantha conseguiu dizer.

- Desculpe-me, senhora...

- Samantha – ela disse, entendendo que Kamui ainda não sabia o seu nome.

- Desculpe por a gente ter falado assim tão de repente. É que, na verdade, aconteceu tudo muito rápido.

- Como assim, muito rápido? – Ela perguntou em tom acusatório.

- Muito rápido, mãe. Meio que de repente.

- Só não irei questionar isso agora porque todos estão nos esperando, mas, depois, quero todos os detalhes, ouviu bem, mocinha?

Kamui engoliu em seco assim que ela se virou.

- Estou brincando – disse ao se virar de volta com um grande sorriso nos lábios. – Eu fico feliz que minha filha esteja namorando com você, Kamui. Afinal de contas, ela fala muito a seu respeito.

- Mãe! – Taís protestou enquanto corava com o comentário.

Samantha ignorou o comentário e voltou para junto dos demais presentes na sala. O casal a acompanhou e, ao aproximarem-se dos outros, ainda de mãos dadas, Taís fez o pronunciamento.

- Queria que todos soubessem que o Kamui e eu estamos namorando.

- O QUÊ!? – Sarah, Matheus e Eliane gritaram ao mesmo tempo.

- Como assim, namorando? – Sarah perguntou ao se recuperar do estado de choque. Não acreditava que Kamui estivesse realmente namorando Taís.

- Aconteceram algumas coisas durante o exame e... E acabamos ficando juntos – Kamui evitava o olhar da garota.

- Kamui, isso realmente é de se espantar – Matheus falou enquanto se aproximava. Porém, recuou assim que viu Eliane fazendo o mesmo.

- Parabéns – a garota diz – vocês formam um casal muito bonito.

- Obrigada.

- Kamui, desaprovo totalmente suas atitudes – Spaak comentou em um tom brincalhão. – Além de não passar no exame, ainda foi se amarrar a uma mulher, mesmo sendo tão jovem. Para onde foram parar meus ensinamentos?

- Nem vem Spaak – Aghata interrompeu. – Não queira encorajar o Kamui a ser como você.

- Tudo bem Aghata, acho que cada um tem um jeito. A propósito, aquele convite ainda está de pé.

- Não me leve a mal Spaak, você é muito bonito e charmoso, mas já saiu com metade de minhas amigas.

- Então, me ajude a completar a lista – respondeu sorrindo.

- Você não tem jeito mesmo – ela comentou, mas não brava, depois dá uma piscada breve para o Mestre, ato que apenas ele próprio e Kamui perceberam.

- Mudando de assunto, melhor contar ao Kamui as novidades, Spaak. Já falei para o Alfonso e ele aprovou. – Luana se aproximou do grupinho.

- Que novidades? – O mago perguntou, curioso.

- Deixa que eu falo – Matheus interrompeu.

- Pois então fale.

- Não vá ficar bravo comigo, mas estou saindo da equipe.

- O quê!? Mas por quê?

- Não pense que é algo pessoal, é só que... Eu gostaria de trabalhar em família. Vou formar uma equipe com Alfonso e a Luana.

- Entendo. Não ficaria irritado por causa disso, Matheus. Será uma boa oportunidade para você. Seu irmão é muito bom em feitiços de terra. Além do mais, ainda seremos amigos.

- Certo, falando nisso, depois quero conversar com você.

- Okey – respondeu intrigado com o que poderia ser o assunto.

- Espere, Kamui, ainda não acabou – Spaak voltou ao assunto. – Tenho uma proposta a lhe fazer. Será que você abriria mão de sua liderança para formar uma equipe comigo?

- Uma equipe com você?

- Sim, eu entraria como líder, uma vez que sou um Mestre e você não.

- Joga na cara que num passei, joga – Kamui diz, rindo. – Além de nós dois, a Sarah permaneceria, não é?

- Sim.

- Então tudo bem.

Taís não gostou nem um pouco da intenção de Kamui em manter Sarah na equipe, mas não demonstrou reação alguma.

- Taís, vem cá, quero saber detalhes dessa história do namoro de vocês dois – Eliane puxou o braço da amiga.

- Tudo bem, vamos ao pub pra conversarmos. Vem Kamui.

- Ele não. É papo de garotas – Eliane protestou.

- Tudo bem, pode ir com ela, também tenho alguns assuntos a tratar.

- Tudo bem então.

A garota despediu-se de Kamui com um breve beijo e saiu com a amiga. Logo depois, Kamui observou Sarah, que tinha permanecido o tempo todo no canto e calada, também sair.

- Mais tarde conversamos, Spaak.

O garoto quase deixou o Mestre falando sozinho sobre os planos para a equipe e foi atrás de Sarah. Interceptou a garota nos corredores, quase saindo da torre leste para ir para os dormitórios.

- Sarah, espera, quero falar com você.

- Sobre o que? A nova equipe?

- Você sabe sobre o que.

Ela faz uma careta, não queria falar sobre isso. Queria esquecer que Taís existia. Queria esquecer que Kamui existia. Mas isso ela não conseguia fazer, pois sabia que sentia algo por ele, só não sabia o que.

- Você está chateada?

- Por que estaria? Afinal de contas você é só... Um amigo.

O jeito que ela falou doeu fundo em Kamui, mas ele não deixou transparecer. Iria esquecê-la. Estava com Taís agora e tinha que esquecer o que sentia por Sarah. Mesmo assim, não queria que ela se afastasse, por mais que isso lhe parecesse egoísmo.

- Está sim. Posso ver isso em seu rosto e em suas ações.

- Talvez eu esteja um pouco chateada. Então o beijo que você me deu não significou nada.

- Como não significou nada, Sarah? Além do mais, foi você quem me rejeitou, lembra?

Isso era verdade, e ela sabia bem disso, por isso não respondeu.

- Queria que eu fizesse o quê? Ficasse sozinho? Era lógico que eu iria arranjar outra pessoa.

- Mas justo ela. Com tantas, você tinha que namorar justo a Taís.

- Não te entendo Sarah. Pra que essa implicância com ela?

Sarah achou aquela a pergunta mais idiota do mundo. Estava na cara o motivo por que as duas não se davam bem. Mais precisamente, na sua cara, logo a sua frente. Apenas ele ainda não tinha se tocado.

- Quer saber, Kamui. Vai lá com a sua Taís que eu não dou a mínima.

Depois disso, ela saiu quase correndo. Se não o fizesse, não conseguiria mais evitar que lágrimas rolassem pelo seu rosto.

Ainda irritado, Kamui segue para a torre norte, tinha assuntos a tratar com Sakuro.

- Boa tarde, Kalistto. – Kamui cumprimentou um dos Magos que sempre se mantinha de vigília no andar dos GranMestres.

- Ah, olá Kamui. Imagino que tenha vindo conversar com o GranMestre Sakuro.

- Sim.

- E como foi o exame?

- Na verdade, reprovei na última etapa.

- Sério? Que pena, tinha apostado com um amigo que você passaria. Perdi três litros de hidromel por sua causa – disse rindo.

Kamui também riu antes de voltar a falar.

- Lamento muito, da próxima você poderia tentar também.

- Tá bom, se você não passou, quem dirá eu.

Kalistto já tinha o dobro da idade de Kamui, mas os dois tinham desenvolvido uma certa amizade. O mago já tinha atingido seu limite evolucionário e não tinha nenhuma esperança de se tornar Mestre algum dia. Kamui achava que isso na verdade era preguiça e que, se ele se esforçasse, ainda poderia melhorar.

- Vou indo falar com o Sakuro então.

- Beleza. Boa sorte na próxima.

- Obrigado.

Kamui passou pelo vigia, bateu na grande porta dupla de madeira e se identificou. Após ouvir um “pode entrar” de Sakuro, entrou no recinto. Deu mais uma olhada na sala onde sempre entrava. Reparou nas tapeçarias todas ornadas com o brasão de Drugstrein e, na grande mesa em frente, encontrava-se seu amigo e GranMestre Sakuro Icetan. Certamente Kamui adorava aquele lugar.

- Ainda bem que é você Kamui, não aguento mais esses Mestres de Elite me enchendo. Até a minha Katherine ta meio chata hoje.

Kamui riu do comentário de Sakuro, em seguida reparou em uma ferida quase cicatrizada no braço do amigo, que estava sem o sobretudo preto dos GranMestres.

- Sakuro! O que aconteceu com seu braço?

- Ah, isso. Foi um Giudecca, mas já está quase sarando.

- Quem fez isso? Pra conseguir te acertar o cara precisa ser sobre humano – sentou-se na cadeira em frente à mesa de Sakuro.

- Desculpe-me Kamui, mas é assunto confidencial. E o cara é mesmo poderoso, nem mesmo Greendolow conseguiu me curar cem por cento. E olha que ele é o melhor mago branco de Drugstrein.

- Agora você me deixou curioso.

- Tudo bem, vou lhe contar, mas que não saia daqui. O nome dele é Hanttred Eisen. Foi um dos magos que apoiou o Imperador Negro Zeffirs. Ele tem estado escondido desde a queda de seu mestre. Atualmente descobrimos que ele estava planejando algo. Eu, Arthur e Katherine fomos atrás dele e o confrontamos, porém ele escapou.

- Hum... Parece ser bem perigoso.

- Grau de missão SS. Se enquadra junto com Nosferatus.

Sakuro levantou-se e se dirigiu até uma espécie de armário com porta de vidro. O abriu e pegou uma garrafa de vinho. Usou um feitiço Blizzard para gelá-lo ao ponto certo. Em seguida, serviu-o a si mesmo e a Kamui.

- Gosto muito dos vinhos que você tem aqui – o garoto disse ao tomar um gole de seu copo.

- Fiquei sabendo do resultado de seu exame para mestre – disse enquanto se sentava de frente para Kamui novamente. – Eu, assim como muitos, acho que aconteceu algo fora da normalidade durante esse último exame.

- Digamos que você acertou.

- O que aconteceu?

- Isso era um dos assuntos que eu queria conversar com você. Reprovei para ajudar minha namorada.

- Sua... Namo... rada? – Sakuro olhou para Kamui com cara de quem estava completamente desatualizado. Kamui riu da cara de Sakuro.

- Digamos que agora eu possa te chamar de primo.

Sakuro ficou boquiaberto e pasmo com a declaração de Kamui.

- Você e minha prima... Você e Taís estão namorando?

- Sim.

- Bem que Katherine me falou que achava que vocês dois se gostavam. E, reparando bem, sempre achei que vocês ficavam tão a vontade um com o outro. Mas você disse que foi para ajudá-la. O que aconteceu?

- Carlos a atacou durante o último exame. Durante o duelo, ela acabou com a perna quebrada. Foi então que eu apareci.

- Carlos a atacou... Um dos nossos atacando um companheiro. Isso não é legal.

- Pois é. Eu quase perdi pra ele de novo.

- Como venceu?

- Usei magia negra.

- Isso não é bom, agora tem mais alguém que sabe seu segredo. Alguém que acabou de se tornar Mestre.

- Mas acho que ele não vai falar nada porque senão teria de admitir que foi derrotado por alguém que ainda é um Mago.

- Entendo. E depois, o que aconteceu?

- Tentei curar a perna da Taís, mas como não fiz o trabalho direito, tive de carregá-la de volta à cidade.

- Então foi nisso que gastou o tempo do último exame. E quando vocês começaram a namorar?

- Nesse meio tempo eu a beijei... Meio que de surpresa. Depois decidimos começar a namorar.

- Fico feliz por vocês dois, não poderia ter alguém melhor para minha prima – Sakuro disse sorrindo. – Mas qual é o segundo assunto? Esse?

- Também. O segundo assunto era apenas conversar à toa.

Sendo assim, Kamui ainda permaneceu um bom tempo jogando conversa fora com Sakuro, até que um Mestre de Elite entrou na sala dizendo ter assuntos urgentes a resolver.

Kamui saiu da sala e foi para seu próximo destino. A noite já estava caindo quando ele bateu na porta do apartamento da família Muscort e foi atendido por Luana.

- Boa noite, Luana.

- Ah, oi Kamui, não quer entrar?

- Não, obrigado, só vim convidar o Matheus para ir ao pub. Ele disse que queria conversar comigo.

- Ele já está vindo. Você não ficou chateado por tirarmos ele da sua equipe, não é?

- De maneira alguma. Vai ser uma boa experiência para ele. As equipes mudam mesmo, e qualquer dia nós podemos voltar para a mesma equipe.

- Você tem razão.

- E aí, Kamui – Matheus falou ao aparecer na porta.

- E aí, vamos beber um pouco?

- Sim. Tchau, Lu.

- Até mais, Luana – Kamui se despediu da loira.

- Divirtam-se.

Os dois amigos entraram no pub, que estava lotado aquela noite. Kamui viu que em uma mesa estavam Taís e Eliane. Ele acenou para a namorada e chamou Matheus para ir para lá, tinha a ideia de um encontro de casais.

- Não quero ir.

- Por que não? Brigou com a Eliane de novo?

- Nós... Nós terminamos.

Kamui não respondeu, apenas olhou, um tanto quanto perplexo, para o amigo.

- Por isso disse que queria conversar. Acho que seria bom desabafar com um amigo. No caso, meu melhor amigo.

- Vamos pegar uma mesa e conversar então.

Os dois pegaram uma mesa longe da outra dupla; Kamui achou que isso seria o melhor para Matheus. Pediram uma garrafa de hidromel e Matheus começou a falar. Contou em detalhes tudo o que tinha acontecido e tudo o que lembrava da conversa de algumas noites anteriores. Kamui limitou-se a ouvir e comentar alguma coisa ou outra.

- Você realmente gostava muito dela, não é? – Perguntou por fim.

- Eu acho que eu a amava, talvez ainda a ame, mas... Mas parece que não dá certo para nós dois.

- Realmente sinto muito por você. Eu... Eu não sei o que dizer em uma hora dessas.

- Não precisa dizer nada. Apenas o fato de você me ouvir já é o suficiente.

- Vou ter que repetir o conselho que você me deu meses atrás. Tente esquecê-la. Vai ser difícil, mas você consegue.

Um longo e constrangedor silêncio se instaurou no local. Ambos continuaram apenas bebendo e, quando Kamui resolveu quebrá-lo, Matheus o fez primeiro.

- E você e a Taís? Como isso aconteceu? Pegou todo mundo de surpresa.

Dessa vez foi a vez de Kamui contar sua história. Matheus realmente se surpreendeu e ouviu atentamente, exclamando na hora certa, a parte onde o amigo narrou seu duelo contra Carlos.

- Mas você gosta dela de verdade? Assim como gosta da Sarah.

- Eu e Taís nos damos super bem. Acho que temos tudo para dar certo. – Ele fugiu da pergunta e Matheus não insistiu.

- Acredita que a Sarah ficou brava comigo por eu estar namorando com a Taís? – Ele continuou.

- E você achou que ela não ficaria chateada?

- Por que ficaria?

Matheus bateu com a mão na testa em um ato exagerado para demonstrar a total ignorância de Kamui.

- É obvio que ela gosta de você.

- Não faz sentido, Matheus. Se fosse, por que ela me rejeitaria?

- Ela é uma garota; sabe como elas são complicadas. Acho que ela só queria que você insistisse mais. Sei lá, tipo dar uma de difícil.

O mago ficou pensativo por um tempo.

- Acorda Kamui. Ainda está aí?

- Ah... Desculpe, estava perdido em pensamentos.

- Sei.

- Agora não importa mais. Ela teve a chance dela e desperdiçou. Agora eu estou com a Taís.

Ambos continuaram conversando até tarde da noite. Taís esperava poder ficar um pouco com Kamui, mas entendeu que ele queria passar um tempo com o amigo que não via há alguns dias. Sendo assim, a garota acompanhou Eliane até o apartamento da família dela e se dirigiu para o seu próprio.

 

 

Uma semana se passou desde o fim do exame para mestre e o retorno dos Magos para Drugstrein. Nesse meio tempo, Kamui conversou novamente com Sarah e a garota demonstrou sinais de que voltaria ao normal com ele em breve. No passado os dois já haviam brigado antes e a amizade continuou a mesma; desta vez não seria diferente.

Spaak tinha chamado os dois para a sala de reunião, teriam sua primeira missão como equipe.

Kamui entrou na sala e reparou que Sarah já estava à espera, assim como Spaak.

- Veja isto! – Spaak falou para o mago que acabara de entrar na sala. – Dark Fira.

As pequenas chamas negras brotaram dos dedos de Spaak e se uniram na palma de sua mão direita estendida. A pequena chama começou a dançar.

Kamui se aproximou lentamente e a observou de perto. Em seguida, deu um tapa nela com a mão envolta em aura, fazendo com que as chamas se dissipassem.

- Horrível, Spaak.

- Hei! – O mestre protestou. – Eu sou um Mestre, demonstre mais respeito. – Ele não estava realmente irritado, apenas um pouco contrariado.

- Lamento, mas magia negra não é seu forte.

Spaak fez um muxoxo e Sarah riu. Kamui também não conseguiu segurar o riso.

- Spaak, você faz mesmo questão de aprender magia negra? – O mago perguntou.

- Seria bom variar os feitiços a que posso recorrer.

- Então faremos um acordo. Me ajude a aprender Ultimate Explosion e eu te ajudo com Dark Fira.

- Está falando como se fosse um Mestre.

- Na verdade, acho que Kamui já é um. Só não tem o título. – Sarah comenta, parecia estar querendo se redimir por ter brigado com o rapaz dias atrás.

- Tudo bem, mas, Kamui, você já dominou o Giudecca?

- Veja isto – ele passou a mão lentamente sobre o antebraço direito e uma lâmina começou a surgir – Giudecca.

Ele ainda não tinha o domínio ideal do feitiço. Precisava manter uma boa concentração para manter a lâmina e ela era um pouco transparente. Isso, porém, não lhe tirava a utilidade.

- Tudo bem então. Acordo feito.

- Certo, então nos fale de nossa missão, Spaak.

- Será uma missão de grau A.

- Sério?! – O casal de magos gritou em uníssono.

- Sim. – Spaak começou a mostrar um mapa. – Essa região apresentou uma ação anormal por conta de uma tribo de centauros.

- Centauros? Pensei que eles fossem nômades que viviam em pequenos grupos de dois a cinco indivíduos – Sarah comentou, lembrando-se das aulas de criaturas.

- Sim, por isso é estranho. Centauros normalmente evitam contato com humanos, mas este grupo tem atacado alguns. A Ordem de Drugstrein foi chamada e responderemos ao caso. Essa missão, porém, poderá ser perigosa para uma equipe sozinha, então iremos chamar uma outra equipe liderada por um Mago. Eu sugiro a equipe de Taís.

- Sim, a equipe dela será perfeita. Já trabalhamos juntos e será bom trabalharmos juntos de novo.

Sarah iria protestar, não queria ter que trabalhar junto com aquela garota e muito menos vê-la se agarrando com Kamui. Apesar disso, chegou à conclusão de que seus protestos seriam inúteis.

- Mas não é pra você ficar de namorico com ela durante a missão, hein Kamui – o Mestre repreendeu.

- Que isso, Spaak. Você sabe que, tanto eu quanto ela, somos profissionais. Não faremos isso. – Dizia com um sorriso nos lábios.

- É bom mesmo. Então você poderia chamá-la?

- Certo.

Kamui saiu da sala muito empolgado. Gostou da ideia de fazer uma missão de grau A. Mal suspeitava ele que, por trás desses ataques de centauros, muita coisa se escondia.

 

 

 

 

 

 

N.A. - A reação da Sarah atendeu as expectativas, meus caros leitores?

Agora entraremos em mais um arco da fic e mais uma raça será mostrada a seguir, particularmente achei esse arco o melhor até agora, espero que gostem.

Como não tem nenhum suspense nesse capítulo, lançarei uma pergunta. Gostaram de ter Spaak liderando a equipe de Kamui? Agora ele terá muito mais espaço na fic, embora Matheus perca um pouco do dele =X

 


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