A Ordem de Drugstrein (Versão antiga) escrita por Kamui Black


Capítulo 21
Capítulo 21 - O Casamento de Sakuro




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Interlúdio

 

 

Capítulo 21 – O casamento de Sakuro

 

Dia sete de novembro, mês em que o outono chegava à região central de Algos; essa era a data marcada para o casamento de Sakuro e Katherine.

A cerimônia estava sendo realizada no pouco utilizado salão de festas do castelo de Drugstrein, que estava decorado com diversos tecidos contendo o bordão da Ordem. Uma grande pista de dança se situava ao centro; à direita estavam as mesas, um pouco mais atrás delas, os empregados e o bufe. Do lado esquerdo, estava a banda, que contava até com um piano de calda. A frente ficava o altar e, atrás, a grande porta dupla de madeira cor mogno, por onde os convidados entravam.

Os Mago e Mestres vestiam-se a rigor: sapato, calça da mesma cor do paletó, que eram preto, branco ou cinza escuro. As mulheres tinham um pouco mais de liberdade para usarem vestido, todos muito bem trabalhados.

Greendolow iria dirigir a cerimônia. O GranMestre, além de um dos lideres da Ordem, também era um líder religioso. Ele já estava no altar à espera dos noivos, vestia uma túnica branca totalmente ornamentada com dourado.

Kamui, que estava de preto, como de costume, aguardava ao lado de Taís. Ambos conversavam e criticavam o atraso, tanto dos noivos, quanto de suas amigas e membros de equipe, Sarah e Eliane, que estavam se arrumando juntas e não haviam chegado ainda.

Mais alguns minutos e as duas aparecem na porta dupla. Sarah vai direto falar com Kamui, a garota trajava um vestido de alças na cor amarelo, que tinha um belo decote, chamativo, mas não vulgar.

- O que achou? – A garota perguntou, em um giro de 360º, assim que Taís saiu com Eliane.

- Sarah, você está simplesmente linda. – Kamui deu sua sincera opinião, ele sempre a achou linda, não importando o que estivesse vestindo.

- Obrigada – ela sorriu. – Milagre você não estar com o Matheus.

- Estava conversando com ele até agora pouco, mas daí a Taís chegou e ele foi falar com o Fred e o Bruno.

- E agora eu cheguei e a Taís saiu. Por que será? – Ela pergunta, fazendo uma fingida cara de cínica.

- É, por que será, né? – Kamui concorda com a garota se segurando para não rir.

- Será que o Sakuro vai demorar pra chegar?

- Não sei, só sei que se você demorasse mais um pouco, acabaria chegando depois da noiva.

- Engraçadinho. Hei! Olha lá! É o Sakuro entrando.

Assim que Sakuro apareceu na porta, fez se silêncio no salão e a banda começou a tocar uma marcha nupcial. Ele entrou no salão, vestido a rigor, com uma túnica ainda mais requintada do que a de Greendolow. Era de cor preta e com detalhes também em dourado. Dirigiu-se até o altar, onde teve que esperar por mais uns 15 minutos até que Katherine aparecesse na porta.

A noiva entrou, acompanhada do pai, um mago de barba grisalha, que, há poucos anos, tinha se aposentado da Ordem. Ela vestia um vestido branco, com direito a véu, grinalda e uma longa calda arrastando pelo tapete. A marcha nupcial recomeça a tocar. O pai conduz a filha até o altar, entregando-a ao noivo.

- Estamos aqui reunidos esta noite – Greendolow inicia a cerimônia – para unirmos este homem e esta mulher...

A cerimônia não foi muito longa, após algumas palavras de Greendolow, Sakuro e Katherine trocam alianças de ouro.

- ... sendo assim, declaro Sakuro Icetan e Katherine Strike Icetan como marido e mulher. Que a luz ilumine seus caminhos nesta nova vida que acaba de se iniciar.

A cerimônia foi encerrada com um beijo apaixonado do casal recém casado. Depois disso, iniciou-se a festa. A banda começou a tocar uma música mais animada e os convidados seguiram para cumprimentar os noivos. Taís foi uma das primeiras.

- Primo, que bom que você finalmente se casou. – Falou enquanto beijava o primo e, em seguida, Katherine no rosto. – Espero que vocês dois sejam muito felizes.

- Pode apostar que seremos, prima.

- Pensam em viajar de lua de mel? – A garota pergunta.

- Sim, praticamente obriguei o Sakuro a resolver todos os assuntos pendentes para podermos viajar por pelo menos uma semana. – Foi Katherine quem respondeu, com um enorme sorriso no rosto.

- Agora eu quero um priminho, hein, Sakuro. Bom, deixa eu ir, porque tem muita gente querendo cumprimentar vocês. – A garota fala ao sentir um cutucão de Bruno.

Mais atrás na fila estava Kamui, que apertou a mão de Sakuro e beijou Katherina no rosto, logo após Sarah ter feito o mesmo.

- Kamui, tenho que agradecer você e a Taís, não fosse aquela pressão que vocês fizeram, isso nunca se realizaria.

- Que isso Katherine, Sakuro já queria se casar faz tempo, só precisava de um empurrãozinho.

- É verdade, amor. Mas ainda acho que sou muito jovem para me casar.

- Você vai falar isso até ter cinquenta anos, não é? – Ela brinca com o marido.

- Talvez sim.

A fila de convidados se segue até que Spaak chega, em seu traje preto, e não se contenta com um aperto de mão; abraça Sakuro levantando-o do chão.

- Antes você do que eu, amigão. – Ele diz dando risada.

- Vai falando assim, Spaak, logo seremos nós que iremos ver o seu casamento. – Katherine responde ao comentário.

- Mas nem. Não vou me casar nunca, não fui feito para ser de uma pessoa só.

- É porque você ainda não achou a pessoa certa.

- Talvez já tenha achado... mas... perdido.

Ele comenta em tom baixo, perdendo um pouco da alegria. Sakuro percebe e, sabendo qual o motivo, muda de assunto.

- Ainda bem que eu consegui te livrar da sua missão Spaak, assim você poderá aproveitar a festa.

- Verdade. Hei, Sakuro, depois que esses cumprimentos acabarem, venha atém minha mesa para gente beber e conversar um pouco. Katherine, venha também.

- Nós iremos. – Ela sorria.

Por último, quando todos os demais convidados já tinham cumprimentado os noivos, uma figura a mais apareceu na festa. O homem alto e de longos cabelos negros entra no salão, chamando a atenção com sua capa preta e o brasão de GranMestre.

- Radamanthys. Que bom que tenha vindo.

Ambos os GranMestres apertam as mãos, em seguida, Radamanthys beija o rosto de Katherine.

- Vim apenas para cumprimentar os noivos. Sabe que não sou muito chegado a festas ou locais com muitas pessoas.

- Radamanthys, o senhor deveria ter visto a cerimônia. Foi linda.

- Eu acredito, senhora Katherine. – Ambos tratavam-se com cordialidade devido ao fato de nunca terem uma conversa mais intima. – Estou me retirando.

- Não quer mesmo ficar para a festa? – Sakuro pergunta.

- Acho que não.

- Radamanthys, meu caro, junte-se a nós. – Arthur Magnum aparecia com um copo de ponche na mão.

- Arthur, você sabe que não sou do tipo que vai a festas.

- Talvez não, mas hoje é uma data especial, não é todo dia que Sakuro se casa. Vamos lá, você deveria tentar ser mais sociável.

- Tudo bem, já que vocês insistem, eu poderia ficar algum tempo.

 


- Você viu, até seu tio veio para a festa. – Sarah comentava.

- Eu vi. Meio estranho, não? – Kamui responde para ela.

- É, mas parece que ele e Arthur se dão muito bem. O Mestre de Elite Ashtar também está com eles, além daquela Mestra que eu nem sei o nome.

- Talvez ele só seja sociável com os membros da alta patente.

- Talvez... esquece isso, vamos dançar.

- Eu não sei dançar.

- Vamos lá, Kamui, você sabe sim.

Sarah praticamente arrasta Kamui para a pista de dança. O jovem mago, apesar de não saber dançar muito bem, dá seus pulos e consegue passar por essa sem fazer muito feio.

 


Radamanthys e Arthur dirigem-se até a mesa junto com mais dois Mestres. O bufe de qualidade não perde tempo em servi-los.

- Radamanthys em uma festa, isso é o evento do ano.

- Se continuar assim, eu vou embora, ouviu bem, Ashtar?

- Mas o humor não está dos melhores. – Comenta o Mestre.

Depois de um pouco de conversa, Arthur chama o GranMestre para uma mesa isolada dizendo ter um assunto importante a tratar.

- Gostaria de abordar um assunto com você, Rad.

Ao ouvir apenas parte do nome, Radamanthys encara Arthur com cara de poucos amigos. O Mestre engole em seco e continua o que iria dizer.

- É sobre Kamui.

- O que poderíamos ter para falar sobre ele?

- Você deveria se orgulhar dele, está seguindo o mesmo caminho do pai.

- O que quer dizer que é um idiota. Kamus foi um tolo e seu filho será um tolo de igual tamanho.

- Você sabe que Kamus fez o que fez porque precisou fazer.

- Por isso digo que foi um tolo. Por causa desse garoto, apenas por causa dele, ele morreu da forma que morreu.

- Você sabe que não é por causa disso. Tem mais coisas no meio disso tudo.

- Pra quê mexer no passado, Arthur?

- Não estou querendo mexer no passado. Estou querendo dizer que você deveria tratar melhor o maior legado que seu irmão deixou.

- Foi por culpa dele que...

- Não. Você bem sabe que não foi por culpa dele. Tente, Radamanthys, sei que não é fácil para você, mas pelo menos tente.

Depois dessa breve conversa, o GranMestre resolve ir tomar alguma bebida; sozinho.

 


Do outro lado do salão, Matheus, Fred e Bruno serviam-se do bufe enquanto comentavam sobre as garotas da festa.

- Eu estava pensando, essa festa é uma boa oportunidade de conseguirmos uma namorada. – Fred comenta.

- Também estava pensando a mesma coisa. – Matheus responde ao comentário.

- Estava pensando em chegar na Sarah, mas o Kamui não sai de perto dela. – Bruno diz, enquanto se servia de mais um sanduíche,

- Será que eles estão juntos? – Fred pergunta. – Você que faz parte da equipe, responde ai.

- Não sei não. Até agora acho que não rolou nada entre os dois, mas, nas missões, Kamui sempre a trata super bem e ela o enche de elogios.

- Aí tem. Pode ir esquecendo dela, Bruno.

- É, já desisti.

- E eu to indo falar com minha pretendente.

Matheus sai em direção a Eliane, que no momento tinha se afastado de Taís.

- Eu ia falar com ela. – Fred comenta.

- Então parece que nós dois ficaremos sozinhos.

- Que nada, ainda tem muita mulher nessa festa, vamos.

Ambos saem andando em meio à pista de dança para procurar alguma garota.

 


Kamui e Sarah cansaram de tanto dançar e agora tinham se dirigido ao bufe para se reabastecerem. Ele serve para a garota uma taça de champanhe.

- Kamui, não olha agora, mas veja quem está vindo para cá.

- Mas é o Radamanthys! – Ele olha para trás, de súbito, e quase dá de cara com o GranMestre.

- Quanta discrição. – Sarah repudia.

- E ai garoto, tudo bem com você? – O GranMestre diz, em um tom de voz seco.

Kamui fica estupefato com o fato de Radamanthys ter dirigido alguma palavra a ele. Tanto que ficou alguns segundos encarando-o, sem saber o que dizer. Por fim, Sarah deu-lhe cutucão para que reagisse.

- Tu... tudo bem, e com o senhor?

- Tudo ótimo. Fiquei sabendo que você tem liderado sua equipe muito bem.

- Bem, acho que sim. Obrigado pelo elogio.

- Que fique claro que não sou eu quem está dizendo isso. Você ainda tem muito o quê melhorar.

“Sabia que era bom demais para ser verdade, pelo menos não estamos discutindo” Kamui pensava enquanto ouvia aquelas palavras.

- O que quero dizer, é que, talvez, eu estivesse equivocado quanto a você.

Dizendo essas palavras, Radamanthys simplesmente sai do local.

- Isso foi... estranho. – Sarah comenta.

- Será que esse é um tipo de pedido de desculpas de Radamanthys?

- Acho improvável, mas é possível.

- Foi o Arthur. Tenho certeza que é ele quem deu essas ideias. Ele vive falando que nós dois devíamos tentar nos conhecer.

- Se foi ele ou não, não faz diferença. O importante é que, talvez, agora vocês parem com as hostilidades.

- É, talvez. Mudando de assunto, vem comigo Sarah.

- Ir para onde.

Ele não responde, apenas pega a mão da garota e a conduz pelo meio do salão de dança, em seguida, passa ao lado da banda e segue até uma porta. Ele a abre e esta os leva até uma sacada com visão para uma espécie de praça central entre as torres e estruturas do castelo.

- Como você sabia desse lugar?

- Conheço vários lugares do castelo que vocês não conhecem. – Diz, referindo-se a ela e o Matheus. – Vantagens de se treinar com Arthur. O que achou da vista?

- É linda, Kamui. Não imaginava que essa pracinha era tão bonita vista de cima.

- Só não é tão bonita quanto você.

- Assim você acaba me deixando encabulada. – A garota cora levemente com o comentário.

- Não precisa ficar, é verdade. Sabe do que mais, eu acho que sinto algo por você.

- O que você quer dizer com isso?

Ela sabia o que ele queria dizer e, por isso, seu coração estava acelerado. Kamui também estava inquieto com a situação e sabia que se não fizesse logo, talvez não tivesse coragem.

Ele se aproximou mais dela, o coração a mil. Lentamente foi aproximando seus lábios dos dela. Sarah simplesmente ficou parada, deixou tudo acontecer. Kamui começou a beijá-la, primeiro meio sem controle, devido à ser o primeiro beijo dos dois, depois, ambos descobriram como fazer direito. Permaneceram por mais de um minuto abraçados e se beijando, até que Sarah parou e se afastou, virando-se de frente para a praça e de costas para Kamui.

- Nós não podemos, Kamui.

- Não podemos o quê?

- Fazer isso; ficarmos juntos.

- Por que não? Eu gosto de você, sabia que ia gostar de você desde o primeiro dia em que te vi. E sei que você sente o mesmo por mim.

- Tudo isso é verdade; mas não daria certo.

- Por que não?

- Porque nós estamos na mesma equipe.

- E o que tem isso?

- Isso iria nos atrapalhar. Se fossemos namorados, você daria mais valor a minha vida que completar a missão. Ia acabar atrapalhando todos nós.

- Isso não faz sentido, Sarah. Se não quer ficar comigo, então fala logo, não fica inventando desculpas. – Kamui não estava irritado, apenas impaciente.

- Não é que eu não quero, só que não podemos. - Depois dessas palavras ela volta para a festa, deixando-o sozinho.

Kamui contempla a praça abaixo da sacada por um tempo, pensativo, depois decide voltar para a festa.

“Sarah, sua idiota, não percebe que já é assim? Não percebe que sempre dei mais valor para a vida de meus amigos que para a missão? – Era isso que deveria ter dito à ela”. Pensa antes de deixar o local.

Depois disso, ele volta para a festa, que já estava com menos da metade dos convidados. Avista alguns dos amigos: Taís, Bruno, Fred, além de Matheus e Eliane que estavam abraçados.

- Olá. – Ele diz, meio chateado.

- O que deu na Sarah, Kamui? - Eliane pergunta. - Ela foi embora sem nem falar nada e estava meio vermelha.

- Ah... não sei não – mentiu.

- Kamui, você sumiu a festa toda, pensei que íamos sentar junto do meu primo e da Katherine para beber, igual fizemos aquela vez. Acho que ainda está em tempo, quer ir?

- Me desculpa Taís, estou meio cansado, acho que vou para meu quarto.

- Tudo bem, então.

Depois que ele saiu, Eliane comenta com os amigos:

- Gente, primeiro a Sarah, depois o Kamui, o que será que deu neles. Até diria que tem alguma ligação.

Fred olha para Bruno querendo dizer “não falei?”. Enquanto isso, Taís disfarça e sai em direção a Sakuro.

- Ta todo mundo estranho hoje, né? – Eliane comenta.

- Isso eu não sei, só sei que não vou ficar aqui segurando vela. – Bruno responde.

- Tem razão, vamos para perto da minha equipe. – Fred chama o garoto para ir com ele.

- Já que eles se foram, vamos aproveitar.

Matheus leva Eliane para um local mais reservado do salão para poderem namorar em paz. O casal aproveita até o fim da festa para trocarem beijos, abraços e carinhos.

Enquanto isso, Sarah e Kamui permaneciam deitados, cada qual em seu quarto, pensando em tudo o que tinha acontecido naquela noite. Por fim, Kamui chegou a conclusão de que, depois desse, viria outro dia, e a melhor coisa era dormir, embora fosse mais fácil pensar do que fazer.

 

 

 

 

N.A. - Finalmente Kamui tomou uma atitude com a Sarah. O que acharam do primeiro beijo da fic, que levou 21 capítulos até se concretizar?

E, na próxima semana, começa a 5ª parte da fic: Exame para Mestre.

 


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