POV/EMY

Tive um sonho estranho. Eu abria a porta do banheiro e o Yuki estava só de cueca lá dentro, secando os cabelos. Provavelmente tinha acabado de sair do banho, mas como eu estava com fone não escutei o barulho da água caindo. Ele me falava uma coisa assustadora e eu desmaiava. Quando acordei percebi que ainda estava semi-nua, apenas com um lençól que havia escorregado até a cintura, as janelas estavam fechadas e o Yuu dormia na cama ao lado.

– Merda! - Falei ao perceber que não fora apenas um sonho. Que saco! Eu estava corada só de lembrar.

– Acordou Emy.

– Kyaa! Olhe para lá idiota! - Disse me cobrindo com o lençól e apontando para o lado contrario a mim.

– Mas eu não quero, não tem nada de interessante em uma parede.

– Idiota. - Disse me direcionando para o armário, pegar minhas roupas e ir finalmente tomar meu banho.

– O QUE É ISSO?

– O nosso quarto tem só um defeito, por isso coloquei horário no banheiro. A tranca do banheiro está quebrada. Por isso abriu tão fácil quando eu estava lá, quem mandou não me dar atenção?

– Chega, vou para o quarto da Muni-chi. Depois de almoçar, claro.

– Já pedi o almoço, espera aqui.

– Nem pensar! - Me troquei e fui saindo. Como se eu fosse ficar lá esperando ele fazer alguma brincadeirinha novamente.
– Muni-chi, posso entrar?
– Ah, já vai. - Ela abriu a porta e eu achei o quarto incrível! Todo decorado em tons vivos e alegres, e tinha um área apenas com livros!
Não percebi imediatamente, mas ao lado de uma das estantes do quarto (que era maior do que o meu) estava uma garotinha que parecia ser do fundamental. O que ela estava fazendo com uma menina do 1 ano?
– Ah, My-chi, essa é a Mamoru Hana. Minha colega de quarto.
Logo depois que disse isso, percebi que realmente a tinha visto de relance no fundo da sala. Agora me lembrava.
– Claro, prazer, Emy.
– Oi. - Sorriu. Ela era simpática. Seus cabelos azuis, quase pretos iam até o o queixo, em um corte reto, e contrastava com a pele alva, quase transparente. Tinha os olhos verdes, mas por vezes era escondido pelo reflexo do sol em seu grande óculos redondo. Ela era baixinha, e com essa aparência se confundia facilmente com alunos do fundamental. Simplesmente adorável, era o que ela era.
– Porque veio aqui?
– Desculpe, mas o Yuu estava enchendo o saco!
– Não, tudo bem.

– Yuu? Você está falando de Shunsui Yuki?

– Você o conhece Mamoru-san?
– S-Sim, ele é bem famoso nessa escola, principalmente entre as garotas.
– O IDIOTA QUE DIVIDE O QUARTO COMIGO? Aquele mesmo que é um pervertido, depravado, tarado, safado-
– Porque tantos sinônimos? - Ah, Muni-chi, você não sabe a realidade...
– É o que ele é!
– Parece que você o conhece bem, Emy-san.
– Na verdade, conheci hoje, mas já dá para saber bem o jeito de gente como ele.
– Mas todas as garotas dizem que ele é legal. - É impressão minha ou a Mamoru estava defendendo o bakyuu (NDLS: Táa, apelido beem idiota, misturando baka e yuu, tá ai né! NDSK: Não me diga? Ninguém fazia ideia de que era a mistura dos dois!)
– Ah, certo, talvez seja só comigo. - Era melhor não discutir com ela, tinha cara de intelectual e eu ia acabar quebrando a cara! E isso não ia ser legal. Definitivamente!
– Trouxe meu almoço, posso comer aqui?
– Claro My-chi, vamos Momo-chan? - Ah, esse é o apelido dela!
– Se quiser pode me chamar de Momo também, Emy. Ai eu te chamo só pelo nome também! - Fofíssima! Com certeza ia me dar bem com ela! Minha segunda amiga em um só dia, é um recorde para mim. Já que no ano passado eu só consegui cinco pessoas realmente confiáveis. Sim, sim, já deu para perceber que eu não sou do tipo mais sociável de pessoa, mas esse ano estava sendo bom, apesar do Yuu. Acho que vou me dar bem.

Começamos a comer e conversávamos sobre gostos literários ou sobre as pessoas que eu ainda ia conhecer. As duas me falavam sobre os professores, já que não tinham chegado aqui esse ano, e também sobre as companhias. Também contei sobre como é ser filha do renomado Shiroi Takabiki, mas até que eu não era muito assediada pela imprensa.

– Eu já vi umas matérias sobre você em umas revistas, você também quer ser designer?

– Sim, Momo. Mas acontece que acho que não tenho muito talento para a coisa. - Isso me entristecia, mas não tinha o que fazer sobre isso.

– Mas não há mais nada que você goste de fazer, Emy-chan?

– Não, não que eu saiba. - Na verdade, eu até escrevia algumas besteiras, mas acho que também não sou muito boa com isso. Eu até tinha um pseudônimo, e quando ia publicar textos em pequenos jornais eu o utilizava.

– Que pena. Eu quero ser nutricionista! - Disse empolgada como sempre a Muni. Acho que vou passar a chamá-la de Niki. É mais bonitinho. E ela não negou.

– E você Momo-chan?

– Ah, musicista.

– Que lindo! E o que você toca?

– Vai de flauta, piano, violão,violino... Principalmente instrumentos de corda.

– Incrível!

Bom, resumindo, acabamos de comer e eu saí dali para buscar meu material da aula de biologia no quarto. Tomara que o bakyuu não esteja lá!

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Eu estava indo para o quarto. A raiva percorria meu corpo. Já tinha me acostumado com as travessuras do Yuki nessas últimas semanas, mas aquilo... Aquilo, tinha passa dos limites.

Peguei minhas chaves, e assim que abri a porta gritei com tudo que pude:

–Yuki! Quem disse que você podia fazer isso? Eu venho tolerando todas as suas armações, suportei quando você colocou mel no meu hidratante, fiquei quieta quando passou pó de mico nas minhas roupas, NÃO FALEI NADA QUANDO MISTERIOSAMENTE APARECEU COLA NO MEU XAMPU (NDSK:Aportuguesado, problem leitores??), mas isso...