Questão de tempo até ver o fundo falso quebrado e a bonita caixinha logo abaixo. Realmente estava morta.

Tinha que pensar em uma solução realmente rápido.

- Meu Deus! Arrombaram o quarto! - Gritei hesitante
- O quê? Eu destranquei a porta normalmente agora e a janela continua fechada!

– Sabe como é né, esses especialistas em arrombamento são imprevisíveis.

Eu estava realmente tremendo, porque tanto medo que ele descobrisse a caixinha? Porque simplesmente não provocava? Algo na minha cabeça me dizia que era melhor não, e eu realmente me acho uma pessoa muito sensata. Não estava raciocinando bem, era capaz de dizer uma besteira jurássica aqui. Por favor, não perceba que estou tremendo.

– Só uma pergunta, você por acaso sofre de uma doença conhecida como mal de parkinson?

– Sim, peguei numa viagem para os trópicos - Respondi, segundos antes de perceber a falta de lógica do que eu tinha dito. Ele não estava acreditando na minha desculpa.

– Se a gente fechar a janela eu melhoro, esse frio está de bater os dentes.

– Não era parkinson? E a janela já está fechada.

Nossa, eu disse isso? Droga, que idiota!

– Deixando isso de lado, o quarto tem câmeras, vamos saber quem foi se formos na central de segurança aqui do lado.

Fodeu! Posso ser mais desastrada que isso? Minha vida perfeita foi arruinada e ele estava se divertindo bastante com a minha situação. Que complicação.

– Sabe, meu querido colega de quarto, que tal irmos fazer uma festa de despedida?

– De quem?

– Eu, que acabei de chegar, então tem que ter uma.

– De despedida?

– Quem disse despedida? Vamos logo pro jogo!

– Peraí que eu não estou entendendo. Você está tremendo porque está com frio, mas a janela está fechada ou pegou parkinson no trópico. Ou quer que eu faça uma festa de despedida porque você chegou hoje ou me chama para ir para um jogo que não existe! Vamos decidir o que está acontecendo, por favor.

– Eu voto nas primeiras opções, estou com frio e festa.

– O que você fez com o quarto?

– Eu só queria ver se o Mister Assured com cara de bad boy tinha uma coisa interessante para eu ver.

– E você acabou se interessando por isso?

Falou ele apontando para as pequenas peças pretas no chão. Eu tinha arrumado as outras coisas que estavam nas gavetas, a bagunça estava somente em suas roupas, e as boxes eram as peças mais evidentes e amassadas. Na verdade, elas ficaram assim de tanto eu pisá-las, mas acho que ele não vai acreditar em mim se eu disse isso. E acho que nem você está acreditando não é?

– Haha, engraçado. Elas já estavam assim quando vi.

– Claro, elas estavam jogadas no chão, amassadas e desdobradas. Na verdade, não se fico feliz ou com raiva de ver você mexendo nas minhas cuecas. Raiva, afinal eu nem te conheço mesmo. Então acho que escolho a opção: estou com raiva de você, arruma essa coisa.

– Vai me fazer tocar nisso?

– Você já tinha pegado antes...

– Sim, mas foi com os pés!

Opa, uma coisa nada lega tinha escapado.

– Mudei de idéia, vai para o tanque. Você vai lavá-las.

Merda! Aquele garoto era realmente teimoso. Mas tenho que admitir que talvez eu tenha errado... Só um pouquinho.

– Só faço isso se prometer me ajudar com o dever de física!

– Mas foi você que começou!

– Então nada feito.

– Só uma semana e eu paro.

– Claro, na próxima eu arranjo alguma outra desculpa então.

– Porque não consegue me largar?

– Fale o que quiser, eu sei do que estou atrás, e é do Kunikyou-san.

Nada bem, nada bem.

– Hahahahahaha, daquele idiota? Boa sorte para você!

– Hunf, ele é bem mais gentil do que você. Ele até olhou para mim.

– Haha, então quer dizer que você se apaixona por qualquer um que seja gentil com você?

Disse ele se aproximando perigosamente. Consegui sentir sua respiração.

– E-Ele é bonito também.

– E eu não sou?

Perguntou ele fazendo uma carinha dócil. Estava quase respondendo sua pergunta quando ele se afastou.

– Vai se atrasar para a próxima aula. E é de educação física.