Ana On.

O que? O ‘ano novo’ tinha que começar assim? Porque o Tom havia ido para Los angeles de novo? Porque ele deixou a Laís bem nesse momento? Será que ele não gostava mais dela? Será que ele achou outra mulherzinha?  Ah, não! Que começo de ano novo terrível...

Ana On.

Beatriz On.

PORQUE AQUELE GALINHA, CACHORRO TINHA IDO EMBORA? PORQUE AQUELA CABEÇA DE MAFAGAFOS TINHA QUE IR EMBORA? PORQUE HOJE?  Esse guitarristazinha achou outra vagabundinha para satisfazer os prazeres dele? Ou será que ele cansou de bancar o bom moço que se ‘apaixonou’? Ah, mas eu vou atrás desse putão até no inferno para saber umas boas explicações!

Beatriz Of.

Isabela On.

Eu estava chorando com aquele sms que o Tom havia mandando para o Bill. Mas estava chorando era de raiva e estava inconformada. Como o Tom podia ter feito aquilo? Ele não havia mudado? Não tinha virado outro homem? Ele não amava a Laís? Eu estava tão confusa quantos todos aqui da sala... Ainda bem que a Laís não estava escutando nada do que estavamos dizendo, se não se mataria de verdade.

Isabela Of.

Bill On.

Eu estava pasmo com o que eu próprio havia lido. Assim como todos várias perguntas passavam pela minha cabeça, mas a única resposta para todas elas era:

- Ele a ama!

- AMA? ELE A AMA? BILL, VOCÊ ESCUTOU O QUE VOCÊ MESMO ACABOU DE LER? NINGUÉM DEIXA A PESSOA QUE AMA!

- Mas Beatriz, no caso do meu irmão é diferente.

- Ah é? E por quê?

- Não sei se você sabe Bia, mas é a primeira vez que meu irmão ama e para ele está sendo muito complicado ver a única mulher na vida que ele amou prestes a morrer, e tudo por culpa dele!

- Bom Bill, não sei se você sabe, mas ela também é minha amiga e eu também amo ela E EU NÃO FUI EMBORA!

- Olha aqui Bia...

- AH MAIS QUE SACO, CHEGA VOCÊS DOIS! PARECEM DOIS IDIOTAS BRIGANDO! – Disse minha namorada estressada. – E além do mais, agora não é hora para discutir.

- Verdade Isa, devemos ir embora assim como Tom.

- BEATRIZ CHEGA!

- Primeira vez que eu vejo vocês discutindo. – Disse o Georg animado para a ‘discussão’.

- Acredite amor, isso não chega nem perto das discussões que nos tínhamos quando éramos adolescentes. – Disse Ana um pouco baixo, mas todos escutaram.

O silencio prevaleceu. Ficamos todos olhando um para cara do outro sem reação alguma. A não ser pelo barulho de minha mãe recolhendo as comidas para ir embora, ela achou melhor deixar nos sozinhos com aquela situação.

- Tchau queridos e queridas. E mantenham a cabeça no lugar, porque ninguém merece começar a ano novo discutindo.

- Mãe, posso pedir um favor?

- Claro Bill!

- Tente falar com o Tom quando chegar em casa. Sei que a senhora ele irá escutar.

- Tudo bem meu filho, eu vou tentar. Boa noite para vocês. – Disse a minha mãe por último e foi saindo do quarto.

- Então o que estamos esperando? – Disse Bia mais uma vez querendo agir. – Vamos pegar um avião e ir para L.A.

- Bia, você está surda? Você não escutou o que o Bill leu? O Tom pediu para ficar sozinho.

- Tá Isabela, mas ai nos vamos ficar aqui igual bobos se perguntando porque ele foi embora?

- Não beatriz! Uma hora ele vai ter que aparecer. Tem os shows da banda ainda e...

- Não Isa, não tem! – Eu disse decepcionado. – Fizemos a nossa agenda para os shows da Europa acabar agora e só terá mais shows só depois de março...

O silencio prevaleceu outra vez. Depois de uns dois minutos Bia foi para o lado da Laís e sussurrou em seu ouvido:

- Eu nunca vou te deixar. Sempre estarei aqui com você.

E então minha cunhada mexeu o pescoço para o lado em que Bia estava.

Três meses depois...

Bia On.

Três meses haviam passado. Três meses desde que ela estava melhorando, se recuperando. Ela sentia quando pegávamos na sua mão e em suas pernas, e quando mexíamos no cabelo dela. Ela apenas não falava e não abria os olhos.

Como eu queria que ela acordasse. É como se a cada dia eu morresse um pouco. É como se o meu chão estivesse fundando mais ainda, mesmo com ela se recuperando. E este mês, é o aniversário dela.

- Bia, vem logo!

- Já estou indo Isa.

Então terminei de me vestir porque havia saído do banho e desci as escadas para ir jantar com o pessoal. Todos já estavam a mesa me esperando, menos o Tom, que ainda não tinha voltado.

Depois do dia primeiro de Janeiro, Tom nunca mais falou com a gente. Às vezes o Bill perguntava como ele estava e ele respondia que estava bem, mas tirando isso... Nada. Mas eu só quero ver quando os meninos tiverem que fazer a tour pela américa... Ahhhh, essa eu quero ver! É, eu ainda tenho raiva dele, muita raiva! Ai se eu pego esse guri...

- Isa, Ana, que tal irmos no hospital?

- Ok. Só vou pegar a chave do carro do Gustav lá em cima.

Já havíamos terminado de jantar e a Ana subiu as escadas para pegar a chave do carro do Gustav no quarto. Quando ela desceu, entramos no quarto e fomos para o hospital.

Eu e as meninas nunca falávamos nada enquanto íamos e enquanto voltávamos do hospital. Chegando lá entramos no quarto habitual e ficamos do lado dela, e como sempre, esperando algum sinal. E depois de uns cinco minutos a Isa se estressou – novidade – e disse:

- Ah, não dá, estou cansada. Não aguento mais! – Ela ficou de costas para a Laís e eu fui para o lado dela, e o que ela estava fazendo? Chorando, é claro.

- Isa, fica calma.

- Ficar calma Ana? Calma? Como?

- Isa... – Cheguei mais perto dela. – Tudo isso vai passar. Você não viu que ela está melhorando...

- MAS EU ESTOU CANSADA BIA! CANSADA DE ESPERAR E NADA ACONTECER! EU SINTO A FALTA DELA!

- VOCÊ SENTE A FALTA DELA? – Comecei a gritar também. – E VOCÊ ACHA QUE EU NÃO SINTO? QUEM FOI QUE VIU E SENTIU O PESCOÇO DELA VIRANDO? EU VEJO ESSE IMAGEM TODA VEZ QUE EU FECHO OS OLHOS!

- Ei, fiquem calmas.

Disse a Ana abraçando-nos. E depois de alguns segundos escutamos alguém dizer:

- Meninas?