Por você mil vezes - Jacob e Sofia escrita por Anne


Capítulo 28
Se eu pudesse escolher com quem sonhar...


Notas iniciais do capítulo

Bom dia meninas! Mais um capítulo *-* E bom, não posso deixar de agradecer todos os reviews que vocês mandaram, e principalmente a "AMANDO" que deu sua sugestão para a história, que eu adorei porque eu amo quando vocês são sugestões!
Enfim, UMA ÓTIMA LEITURA! Beijo.



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Cheguei em casa completamente encharcada.

- Sofia? - Ouvi minha mãe falar da cozinha. Caminhei para onde ela estava. - Você fez um buraco no teto do carro por acaso? Como se molhou tanto? - Dona Laura disse após me ver.

- O carro quebrou no meio do caminho, vim andando.

- E você deixou o carro assim, no meio da estrada?

- Não, o Jacob vai consertar. - Senti um nó em minha garganta só de falar seu nome.

- E porque ele não veio te deixar em casa? - Respirei fundo e sentei na cadeira. - O que foi filha? Aconteceu algo? - Minha mãe sentou na minha frente.

- Não foi nada demais mãe... Jacob e eu brigamos só isso.

- Ah... Isso é normal de todo casal. E quer saber? Fazer as pazes é muito bom, dá uma esquentadinha a mais no relacionamento. Vocês vão se acertar logo, tenho certeza.

- Obrigada mãe. Vou subir pra me trocar. - Tentei sorrir e fui para meu quarto.

Não contei para ela que Jake e eu não éramos mais um casal, acho que é porque no fundo, eu não acreditava nisso ainda. Como ele pode ter mudado tanto em tão pouco tempo? Nós fazíamos planos, ele me pediu em casamento! Conversávamos sobre quantos filhos queríamos ter, o que iriamos fazer depois do colégio... Eu tinha minha vida inteira em controle, mas agora não tinha mais.

E eu, pobre iludida achando que minha história de amor acabaria em morte... Acabaria em depressão, isso sim. Acabaria comigo trancada no quarto, sozinha ouvindo músicas tristes e chorando. Acabaria comigo.

Troquei de roupa, prendi o cabelo e fiquei em pé em frente a janela do meu quarto olhando para a escuridão.

- Oi? - Giorgio apareceu do meu lado. Estava tão perdida em meus pensamentos que nem me assustei com a chegada nada sutil dele.

- Oi. - Falei sem olha-lo.

- Então... Como você está? Você sabe, depois dele... Enfim.

- Como você acha que eu estou? - Ironizei.

- Sinto muito, mesmo.

- Acha realmente que eu vou acreditar que você sente por Jake eu termos terminado?

- Não sinto por ele, sinto por você. Não gosto de te ver triste.

- Como você soube mesmo?

- Eu escuto muito bem. - Ele sorriu.

- Escuta muito bem as conversas dos outros, você quis dizer.

- Tem coisas que eu não posso evitar escutar.

- Tá, olha. Você já viu como eu estou, então já pode ir embora.

- Você não quer conversar sobre o que aconteceu?

- Não. E se eu quisesse conversar não seria com você. Fala sério, eu nem te conheço direito.

- Não tem o que conhecer, sou o Giorgio, da Itália, vampiro e só.

- Eu não quero falar sobre meu relacionamento fracassado.

- Por quê?

- Porque é difícil. Eu tinha tudo e agora tenho um pouco menos. Eu o amo, e eu sei que ele me ama também. Não tem razão alguma pra eu estar passando por isso.

- Mas se você o ama como diz que ama, então deveria ter pedido pra ele ficar com você. Não é assim que funciona?

- Eu não vou implorar pra ele ficar comigo. - O olhei incrédula. - Eu o amo, mas meu orgulho é maior. - Entrei e sentei em minha cama. - Eu só... Só queria parar de pensar nisso sabe? Mas toda vez que eu pisco eu vejo a imagem dele na minha mente me tratando indiferente daquele jeito, como se eu fosse um nada. Eu queria pelo menos, dormir em paz, pra quando acordar viver meu pesadelo novamente.

- Com isso eu posso ajudar. - Ele sentou na poltrona ao lado da minha cama.

- Pode? - Perguntei confusa.

- Sim. Como você já sabe, alguns de nós temos alguns dons...

- E o seu é qual? Controlador de sonhos? - Disse sarcástica.

- Pode chamar assim se quiser. - Ele riu. - Funciona mais ou menos assim, eu posso controlar o que você pensa. E quando eu faço isso quando você está dormindo, eu posso decidir com o que você vai sonhar, já que sonhos nada mais são do que a sua mente que nunca para.

- Então quando eu sonhei aquela vez com você...

- Eu admito que foi eu interferindo na sua noite de sono.

- Isso não se faz sabia? É falta de educação!

- Quer que eu te ajude a parar de pensar nele ou não?

- Tá. - Disse vencida. - O que eu tenho que fazer?

- Só tem que me dizer com quem quer sonhar. - Pensei por alguns segundos e um sorriso se formou em meu rosto, eu sabia exatamente com quem queria sonhar.

Levantei-me e peguei um porta-retratos que tinha em minha estante.

- Quero sonhar com ele. - Apontei para o homem ao meu lado na foto.

- Eu posso saber quem é? - Giorgio pegou o porta-retratos e ficou olhando.

- Ele se chama Marcos, é meu pai. - Sentei novamente na cama.

- E o que aconteceu com ele?

- Ele e minha mãe se divorciaram há alguns anos. Ele ficou no Brasil e eu e minha mãe ficamos em lugar nenhum. - Sorri. - A gente vivia que nem ciganos sabe? Se mudando direto. Ai ela me prometeu que ia ficar aqui até eu me formar.

- E você não mantém contato com ele?

- Ele me liga às vezes, mas é muito ocupado, ele é engenheiro... Não é a mesma coisa. E sei lá, queria dizer pra ele que sinto sua falta e que sinto falta de quando a gente era uma família.

- Faz tanto tempo que eu tive uma família... Nem lembro mais como é ter uma. Mas, enfim... Se for com seu pai com quem você quer sonhar, posso garantir isso.

- Eu agradeço, de verdade. Então, agora eu faço o que?

- Deita e dorme.

- Faz sentido. - Disse rindo. - Boa noite, espero que isso funcione mesmo viu.

- Boa noite, você não tem com o que se preocupar, eu cuido do seu sono.

Confesso que não estava botando muita confiança em Giorgio, mas em alguns minutos me vi em um lugar cheio de árvores que eu reconheci automaticamente. Era um parque que eu frequentava quando ainda morava no Brasil, vi um homem, muito bem vestido, parado de costas.

- Pai? - O homem se virou em minha direção e abriu um sorriso, eu corri e o abracei tão forte que parecia real.

No fim desse dia trágico, pelo menos uma coisa boa aconteceu comigo.


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