Cross Of Mercy escrita por Ike Hojo


Capítulo 4
Ato 3


Notas iniciais do capítulo

Não resisti e tive que postar mais cedo. D:



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Ato 3: Cenário

 


 

 

 

 

Ok; vimos uma cena ainda pior do que a cena de Mick, todos ficamos chocados, observando a cena, ficamos paralisados, o liquido vermelho na verdade era sangue, sangue que descia de uma cruz. Esta mesma cruz me trazia outras lembranças. Era uma cena que não seria uma boa coisa ser vista, Tânia...Mesmo não gostando dela eu não desejaria sua morte, uma coisa que não consigo ver é uma pessoa morta, pelo menos não daquele jeito. Ela estava com suas mãos e pés pregados por pregos na cruz, sua cabeça estava baixa, havia uma estaca de madeira entre os seios dela, estava morta; não parecia ter sido há muito tempo, isto fora recente, após conferir Caius assentiu, ela estava realmente morta. Fiquei ajoelhada olhando para aquele cenário que me trouxe tantas más lembranças.

Eu era apenas uma criança...Minha mãe tinha o mesmo sonho que o meu, ser uma estrela de cinema, uma atriz de novela, ou algo assim, estava cada vez mais perto de seu sonho, eu me lembro de cada detalhe daquele dia.

Estava vestida como uma princesa, eu a observava com admiração, somente esperando sua hora de entrar no palco e mostrar a todos sua grande performance, ela acariciou minha cabeça e andou para o palco, queria provar a si mesma que era capaz de fazê-lo.

 

- Mamãe, boa sorte. – Disse enquanto ela se virava em direção ao palco.

 

Minha mãe era loira seus cabelos eram chanel e meio enrolados, seus olhos verdes claros e sua pele branca, algo a ser lembrado.  Ela entrava com passos firmes no palco, empurrava um homem que estava em sua frente, era incrível sua capacidade de parecer tão real.

 

- Eu sei da verdade! – Ela dizia com voz chorosa.

 

- Do que está falando Rachel? – O homem perguntava fazendo uma cara assustada.

 

- Você somente iria se casar comigo pela minha fortuna, depois me mataria para ter seus bens.

 

- Eu não faria isto, eu te...

 

- NÃO OUSE DIZER QUE ME AMA! Eu te vi conversando com Tatiana sobre me apunhalar pelas costas. – Minha mãe fazia uma cara meio sádica, assim como sua voz agora se modificava. – E, adivinha. Tatiana está morta, assim como você estará!

 

- Rachel...

 

- Irei te pregar naquela cruz! – Ela dizia apontando para o artefato ficando sob este.

 

Algo não estava bem. Minha mãe encarava o homem, o homem não parecia ter esquecido a fala, somente estava ouvindo algum barulho estranho, minha mãe não pareceu ter notado o som.

 

- Jessica, saia daí! – Ele gritava para minha mãe, dizendo seu nome verdadeiro.

 

- Você está louco? Nós estamos no dia da apresentação, você quer estragar minha única chance de me tornar uma atriz? – Minha mãe dizia com lágrimas escorrendo por sua face, ela era bem sentimental.

 

Mas, quando ela caiu na realidade já era tarde demais, as cordas que grudavam a cruz na parede já haviam estourado, e a cruz gigante caiu sobre minha mãe, poderia não tê-la matado, mas... A cruz era feita de madeira e bateu fortemente contra a cabeça de minha mãe, isto a fez sangrar, e muito...Minha mãe desabou e seu corpo ficou sob a cruz, todos que assistiram a peça ficaram chocados, inclusive...Eu.

 

- Mamãe! – Gritei com um pouco de esperança correndo até seu corpo, derramando lágrimas no caminho.

 

Me ajoelhei ao lado do corpo de minha mãe, ela não falava nada, somente movia seus lábios, não havia entendido muito bem o que era, mas, hoje eu vejo o que ela queria dizer, e o que ela queria dizer era:

 

- “Não faça como eu... Trate todos com igualdade, e sempre, sempre siga seu sonho.” – Disse, atraindo olhar de algumas pessoas. – Foram as últimas palavras de minha mãe. – Expliquei.

 

- E agora? – Indagava Viridia.

 

- Vamos achar um jeito de sair... – Lary tentava se acalmar.

 

- Não há como escapar. Não há como arrombar a porta. - Caius refletia.

 

- Vamos entrar no jogo. – Comecei. – Vamos fazer esta peça, até o final, não deixaremos que ninguém mais morra, entraremos no jogo do assassino.

 

Todos me olharam com surpresa, até eu me olharia, não acreditava que estava sendo tão corajosa perante a esta situação, era algo...Incrível.

 

- Nós estamos em um teatro, não? De dia alguém tem que vir aqui e... – Wina tentava animar todos.

 

- Construção perigosa. – Respirei fundo. – A mesma cruz onde Tânia está pregada foi à mesma cruz que matou minha mãe, o último teatro que foi feito aqui.

 

- Cara, eu lembro disso, tinha uma garota que correu até a mulher que a cruz esmagou. – Arthur dizia. – Foi você?

 

- Sim. – Assenti.

 

- Eu também estava aqui...Meus pais e de Viridia nos trouxeram aqui a força, e nós presenciamos aquilo. – Simon dizia.

 

- Meu pai era um produtor que veio aqui ver a peça. – Wina dizia.

 

- Eu somente vi no noticiário. – Caius dizia.

 

- Então, vários de nós vimos minha mãe sendo morta, e o que isto tem a ver com nós estarmos aqui agora? PORRA! – Sim, eu acabei me estressando.

 

Silêncio tomou o local, seguido por uma melodia, eu conhecia aquela música. Stars, das T.A.T.U, era a música que tocava na cena em que minha mãe estava, eu sabia a coreografia desta música, minha mãe havia me ensinado. Para a surpresa de todos, comecei a dançar, ignorando tudo que estava acontecendo, não estava conseguindo pensar, será mesmo que mãe e filha morreriam no mesmo teatro, brutalmente assassinadas? O local continuava escuro, não era um bom refúgio. Ninguém pronunciava uma palavra, Wina estava ajoelhada tremendo de medo, Arthur, Lary, Simon e Caius estavam olhando para o corpo de Tânia que estava crucificado, Ian e Victor tentavam achar de onde o som saía, Viridia estava encostada em uma parede olhando para o nada, afinal, o que nós havíamos feito para merecer isto?

 

- Iremos ficar aqui? – Caius indagava.

 

- É melhor sairmos... – Victor dizia andando para a porta apontando uma lanterna para o local escuro. – Hey, venham aqui.

 

Ele dizia, todos rapidamente estavam atrás dele; ele apontava para outra escada que dava um pouco mais para cima do palco, havia uma única porta, a porta parecia estar iluminada.

 

- Wina, você não vem? – Me virei para minha amiga, ela continuava ajoelhada, tremendo de medo.

 

- Não...

 

- Não seja burra! – Lary gritava de forma autoritária. – Acha mesmo que ficar aí vai ajudar em algo? O assassino não irá nos atacar se estivermos em grupo, se quer morrer, fique aí!

 

- Eu fico com ela. – Viridia dizia indo ao lado de Wina. – Acho que não é necessário que todos vão até aquele lugar, e lembrem-se, algum de vocês também podem ser o assassino. -  Viridia se deitava no palco ao lado de Wina.

 

Todos concordaram, as duas ficaram no palco enquanto os outros subiam as escadas, eram escadas de metais, estas faziam barulho que acabava gerando um eco, era bem diferente do rangido da escada de madeira. Victor e Ian foram os primeiros a abrir a porta, pelo menos havia coisas que poderiam nos ajudar naquele local.

 

Havia algumas mesas, pareciam que fizeram aquilo para nos ajudar naquele esquema havia 5 Walk-talks sobre a mesa, um notebook que não tinha internet, não tinha praticamente nada, a única coisa eram as câmeras móveis que poderiam ser colocadas nos cômodos, eram 5 câmeras, ou seja, poderíamos escolher 5 lugares para colocá-las, o teatro deveria ter pelo menos 13 salas, não era muito a se fazer. E a melhor parte: achamos a caixa de força! Caius ligou todas as luzes do recinto, deixando-o todo iluminado. Havia um vidro fumê que dava para vermos a parte de fora da sala, somente o teatro. Conseguíamos ver Wina e Viridia, mas, elas não conseguiam nos ver.

 

- Em que sala colocaremos as câmeras? E onde ficaremos? – Perguntei quebrando o silêncio.

 

-  Bem...Teremos que escolher 5 salas...É melhor ficarmos aqui, assim não teremos de colocar as câmeras no palco, conseguiremos vigiar daqui. Se todos ficarmos aqui podemos simplesmente colocar as câmeras nos lugares mais próximos deste.

 

- Por que ficaríamos aqui quando temos como escapar? – Lary começava. – Na sala em que Elina acordou, havia uma janela enorme, seria facilmente quebrada, o único problema é que fica no terceiro andar, mas, caso achemos algo para conseguir descer até o solo, estaremos a salvo.

 

- É uma boa ideia, mas será difícil achar alguma coisa para descermos.

 

- Me dá um Walk-Talk, um para Arthur, para Simon e para Victor, vocês ficam com o outro, nós iremos ver as outras salas, vocês ficam aqui. Nós levaremos as câmeras para guiar nossos caminhos. – Lary estava ficando louco.

 

- É algo meio estúpido, devo admitir, mas é necessário. – Caius falava friamente.

 

- O que? – Novamente me excedi. – Você está louco?! Quer que eles morram?! Não se importa com os outros?!? Sim, eu sei, quem sou eu para dizer isto? Mas, nós não podemos jogar com a nossa sorte, acha que o assassino não tentará matar de uma forma mais silenciosa?!  Vocês vão arriscar mesmo suas vidas?!

 

- Elina... – Ninguém parecia ter acreditado no que eu falei.

 

- Nós teremos que fazer, caso contrário, todos morreremos. O assassino pode ser mais inteligente do que pensamos, não pense que só porque nós estamos em grupo ele vai deixar de agir... – Ian dizia, mas eu o cortava.

 

- Tá certo! – Dizia irritada - Então, Ian, vá com o Victor e me passe seu Walk-Talk. Eu irei com Wina e Viridia; Caius, tranque a porta, certo? – Disse enquanto saía pisando duro.

 

Detestava que discordassem de mim, eu somente queria protegê-los, ao entrar no palco Viridia e Wina me olhavam, ou melhor dizendo, Viridia me fuzilava com o olhar enquanto Wina me olhava com um olhar inocente. Me sentei de frente para as duas e deixei o Walk-Talk desligado por um momento, Viridia parecia querer falar algo sério.

 

- O que acharam? – Wina perguntava antes que Viridia.

 

- Walk-Talks, Câmeras, um notebook e as luzes. – Apontava para as lâmpadas que agora estavam acesas.

 

 - Achou algo que eu havia lhe falado anteriormente? – Viridia dizia seriamente.

 

Bem, acho que não contei isto para vocês, isto aconteceu quando eu estava saindo do palco.

 

Viridia segurou meu braço, isto me fez voltar meu olhar para ela; seus lábios se aproximaram de meu ouvido, e, com um sussurro ela me falava algo que me fazia pensar.

 

- Logo todos estarão virados um de costas para o outro, é melhor eu você e Wina ficarmos juntas, não temos como saber a identidade do assassino...Simon morou na França por três anos...Isto o deixa com probabilidades dele poder ser o assassino. Caso ache algo que possa ser usado como arma, me traga, uma para cada uma de nós, assim teremos como nos defender quando formos atacadas.

 

- Viridia... – Wina a olhava com espanto.

 

- Tudo que eu achei foi: - Dizia enquanto pegava se meu bolso uma tesoura, agulhas e uma navalha.

 

Não mencionei que abri as gavetas do local quando cheguei lá, não é? Bem, também devo ter esquecido de mencionar que toda aquela “proteção” era apenar uma atuação, não é mesmo? Pois bem, foi. Eu precisava achar algum jeito de pegar as “armas” sem que ninguém notasse. Agora eu estava com a navalha, Viridia ficou com a tesoura, Wina acabou ficando com as agulhas, tivemos que fazer isto discretamente, Caius poderia estar olhando...Só que. Assim que desci falei com Caius sobre isto, disse que Viridia poderia ser suspeita por ter pedido armas e disse para ele assistir os acontecidos. Fiz isto para proteção, afinal, qualquer um poderia ser o assassino: Viridia, Caius, Arthur, Wina, Simon, Victor, Ian, Lary, algum desconhecido e é claro, na mente deles, eu! Seja lá quem for, teria de ser um ótimo ator para conseguir interpretar um papel desses.

 

- Vou ligar o Walk-Talk. – Disse apertando o botão o levando a boca. – Caius...

 

- Elina. – Disse com uma voz entusiasmada.

 

- O que está acontecendo com os outros? – Perguntei curiosa.

 

- Victor e Ian acharam uma biblioteca. Lary achou o banheiro. Arthur conseguiu achar uma cozinha. É estranho como pode ter tantas coisas em um teatro.

 

- E o Simon? – Viridia perguntava.

 

- Ele me parece bem...Ele achou um armazém, tinha roupas, cenários...

 

- Quando tiver novas informações, diga para a gente. – Disse dando um sorriso e desligando o aparelho.  

 

Deitei no palco, Viridia e Wina fizeram o mesmo, ficamos olhando para o teto, o vidro não nos deixava ver Caius, mas, por algum motivo sabíamos que ele estava nos “assistindo”.  O silêncio estava começando a me irritar, mas, logo era quebrado por algo...Parecia um choro, um choro de uma criança. Eu, Viridia e Wina nos entreolhamos, o choro vinha do meio das cadeiras.

 

- O que é isto? – Indagou Viridia.

 

- Uma criança... – Wina se assustou se levantando um pouco.

 

- Vou lá ver. – Disse decidida.

 

- Eu também! – Viridia se levantou, estendendo a mão para me ajudar a levantar. Segurei sua mão, e ela me levantou. – Wina, você não vem?

 

Wina negava, balançava a cabeça para os lados, ela estava com medo. Ainda não havia se recuperado do trauma. Eu e Viridia descemos do palco e começamos a andar por entre as cadeiras, procurando a criança que ouvimos chorar. Ela já havia parado, mas de vez enquanto se ouvia alguns vestígios de choro, o local sempre acabava ficando silencioso, até que algo cortava o silêncio.

 

- Wina! Cuidado, atrás de você!  - A voz de Caius pelo Walk-Talk

 

Eu e Viridia nos viramos, mas era tarde demais, Wina estava desacordada, sendo puxada por seus cabelos, para fora da sala, meus olhos se encheram de lágrimas, não poderia deixar a enfermeira levar minha melhor amiga. Caius continuava gritando pelo Walk-Talk, ele dizia que não tinha como sair, a porta estava trancada, Viridia começou a correr, mas, tropeçando, por que meu corpo não se mexia? Eu tinha que salvar minha melhor amiga, mas...Meu corpo não cooperava. Não dava para ver a tal “enfermeira”, ela já estava no escuro, pelo que Caius deveria ter visto era somente algo como um vulto branco, ela passou golpeou Wina e agora a puxava com força para fora do palco, mas...Wina, não!

 

- WINA! – Gritei seu nome com todas as minhas forças. Ela estava desarmada, suas agulhas estavam espalhadas pelo chão do palco, e eu...Tudo que consegui fazer foi me ajoelhar no chão, e chorar. Por quê? Por que eu tinha de ser tão fraca?

 

 

 

 

 

Espero que gostem, sinto muito, fãs da Tânia, mas tinha que matar ela. D:

Agora, de quem será que era o choro? E o que vai acontecer com a Wina? Só no próximo capítulo. 8D

E, a propósito, as fotos que eu to postando com nome são os personagens. Da primeira seria a Elina, no segundo foi o Caius e a Viridia, e neste Wina e Lary. :D

Quanto mais reviews mais rápido eu posto. (L')



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