Cross Of Mercy escrita por Ike Hojo


Capítulo 11
Ato 10


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curtinho, não tinha muito que colocar e precisava de suspense no final.
Desculpem a demora para este, o resto virá mais rápido.



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Ato 10: Rainha do gelo

 

 

Finalmente cheguei ao final do túnel interminável, assim que sai puxei Hei e acendi a lanterna, a primeira coisa que fiz foi apontar para Ian, corri em sua direção e ajoelhei-me de seu lado, ele ficou surpreso; bem, pelo menos não estava morto, lágrimas caíram por meus olhos, pelo menos cheguei há tempo de salvá-lo, segurei sua mão e abri um sorriso.

 

- Elin...

 

Não o deixei terminar, coloquei minha mão em sua boca, fiz com que ele se silenciasse.

 

- Calma, Ian, não fale, só vai piorar sua condição.

 

Ele entendeu o recado, permaneceu quieto, comecei a puxá-lo para fazer com que ele se sentasse, removi os maiores cacos de vidro que ficaram em suas costas e tente tirá-lo de cima daquela área, o arrastei com sua ajuda até próximo a parede onde ele se encostou e descansou, quanto tempo ele iria durar? Não sei. Teria que manter Ian forte.

 

- LARY! ARTHUR! – Gritei chamando atenção dos dois que estavam na sala.

 

O silêncio foi minha grandiosa resposta, ótimo, Viridia havia chegado? Ou algum dos dois era o assassino? Havia várias possibilidades, agora, usar a cabeça, como acharia o assassino com tantos suspeitos?

 

- Ian...

 

- Hãn...? – Ele respondia com voz fraca.

 

- Lembra quando fomos acampar? Eu, você e Wina dormimos na mesma barraca e tentamos assustar Tânia, você imitou o rugido de um urso e ela ficou com medo, saiu correndo da barraca e acabou caindo no lado. – Dei uma leve risada entre minhas lágrimas.

 

Ian também sorriu e apertou minha mão com força.

 

- Depois, pegamos o colchão do professor e o jogamos no lado, ele tinha um sono bem pesado, foi uma pena ter descoberto que fomos nós. – Ian completou sorrindo também.

 

Tinha que admitir, aquelas lembranças estavam me matando por dentro, tinha que fazer alguma coisa, abaixei a cabeça, fiquei pensativa, não deixaria Ian morrer, mas, tinha de proteger Hei, hora de agir.

 

- Lookin' for some hot stuff baby this evenin', I need some hot stuff baby tonight, hot hot hot stuff, hot hot hot…

 

Eu sei o que vocês devem estar pensando: Cantar? Bem, para mim não era uma música qualquer, Donna Summer, Hot Stuff era uma música que me alegrava, me fazia ter coragem, força, era o que teria de fazer agora. Lutar. Me levantei e apanhei a lanterna apontando para o final do palco.

 

- Hei, cuide do Ian. Eu vou acabar com este jogo. Se ouvirem alguém se aproximar, gritem, eu venho rapidamente, a Hei está com a lanterna da Viridia, mas a bateria ta fraca, não usem muito.

 

- Elina, o que você...

 

- Ian, por favor, apenas confie em mim, não quero perder mais ninguém.

 

Desci do palco e caminhei até o buraco ao lado do túnel, peguei umas das madeiras que ficou fora para no deixar passar e comecei a andar até a porta, seria difícil abri-la deste modo, tinha meus meios. Esqueci um detalhe de como vou abrir a porta.

 

Estava na sala com Hei, nos preparávamos para ir atrás de Ian, sabia que não daria para voltarmos por este caminho, seria horrível, por isto, quando vi uma agenda que usava como marca texto um clips, peguei ambos, na agenda não tinha nada, mas, o objeto seria útil, teríamos saída.

 

Sim, eu poderia muito bem abrir a porta da frente, não tinha cabimento, não? Se eu fosse sozinha, seria atacada e ninguém me ajudaria, se Hei fosse comigo, Ian morreria pelo assassino e o assassino fugiria, ou seja, minha única escolha era pegar o desgraçado que fez isto. Comecei a abrir o clips e colocá-lo na fechadura.

 

Ian, eu e Wina estávamos na escola, fomos passar um dia lá, infelizmente o toque de recolher era algo que não gostávamos, por isto, saímos junto a alguns colegas, havia sido fácil sair, era só colocar alguns travesseiros na cama, o que não contávamos é que a diretora trancaria as portas, nossa sala era no segundo andar, não tínhamos como subir.

 

- E agora? – Perguntou Wina com o medo eminente.

 

- Temos que achar algum jeito de entrar. – Disse Ian.

 

Ouvimos passos vindo no final do corredor, ficamos definitivamente apavorados, não éramos os santos da escola, poderíamos acabar sendo suspensos. Quando olhei para cabeça de Wina havia um grampo, parecido com um clips, algo que ajudaria, pelo menos poderia tentar abrir a porta, apanhei de seu cabelo rápido e o abri.

 

- Hey! – Exclamou Wina.

 

- Calma, você vai ver.

 

 Comecei a girar para um lado, depois para o outro, e nada, tentei e tentei, os passos estavam cada vez mais próximos, até que um barulho nos fez sorrir de felicidade, quando a porta se abriu, a fechamos tentando ser o mais silenciosos possível e nos jogamos na cama, felizmente, por uma das primeiras vezes, ficamos impunes, mas, nossos amigos que saíram conosco...Bem, nem tanto.

 

Desta vez, algo diferente, de primeira conseguir abrir a maldita porta, estava na hora de por um final naquilo tudo.

 

Antes de passar por ela abri o livro para ver a próxima vítima, novamente um escrito, “Volte à página 04”, foi o que fiz, quem diria, que bela surpresa. Algo que passou por nossos olhos atrás da cabeça de Caius, quase imperceptível no cenário, no mesmo local estava alguém caído, possivelmente esfaqueado, e sangrando. Ou seja, Lary ou Arthur estariam mortos, mas, Lary, Arthur ou Viridia poderiam ser os assassinos.

 

Não me espantei, joguei o livro no chão segurei a tábua em uma de minhas mãos e a lanterna em outras, não entendi bem o que estava sentindo, era um sentimento tão...Estranho, era como se todo medo, tristeza, raiva tivessem sido removidos, agora, tudo que sobrará era o nada, não sentia nada, como se não tivesse sentimentos, estava sendo movida pelos meus amigos, a vontade de salvá-los.

Andei lentamente, examinando toda a área para não ser pega pelas costas, subi as escadas tentando fazer o mínimo de barulho, quando cheguei ao andar, respirei fundo e abri a porta em um estrondo, apontei a lanterna para todos os cantos tentando identificar o assassino, qualquer um deles poderia ser.

 

- É, mano, mó burrada isso, duas pops fodas, um emo gatão, dois góticos estranhos, um mano que não sei o que faz no teatro, um nerd, um otaku que eu não sei o que significa, e é claro, um homem que paga uma de rebelde.

 

É, quem diria que havia um maníaco psicótico, um assassino entre estes, quem poderia esperar? Irônico, não?

 

Não devia ter me tratado naquela maneira, olha no que deu.”

 

“Meu pai foi assassinado na frente de meus olhos.”

 

Me lembrava de cada um deles, cada um que poderia ser o assassino.

 

“O pai de Viridia era um ilusionista, o que nos leva a pensar...”

 

“ Vamos formar um pacto, nós quatro, as garotas. Pegue as armas que encontrar lá, Elina.”

 

“Inteligente, Elina”

 

“ Ele não ficou o tempo todo no local.”

 

“ Encontrei a sala de figurinos”

 

“ E eu o banheiro”

 

“ Não sei se perder foi o termo correto...”

 

“ Boa sorte, Elina”

 

“ Não desista do jogo porque não está a seu favor, continue jogando, você pode vira-lo.”

 

Então, agora é a hora da verdade. Assim que abria porta notei o assassino, estava com sua fantasia, parecia que havia acabado de matar um deles, ou Arthur, ou Lary estava morto, não poderíamos ter certeza de nada agora, qualquer um poderia ser o assassino: Mick, Tânia, Wina, Caius, Victor, Lary, Arthur, Ian, Hei, Simon, Viridia...

Corri em direção ao assassino começando uma investida com a tábua, não importaria quem fosse, o mataria, por nome de todos meus amigos que foram mortos, em nome de minha mãe, ao santuário que fizeram por ela. Estava na hora de descobrir quem estava por trás da máscara, e é claro, ver quem cai por último, a mocinha ou o vilão, como várias pessoas dizem, é hora da caça virar o caçador.

 


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Notas finais do capítulo

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Última chance das apostas. o