Amor, A Filha Da Sorte escrita por rosett underline bubah


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá, chegou até aqui, hm? Obrigada. Seguinte, colega, eu fiz a história com o intuito de descrever uma coisa que PODERIA ter acontecido no dia 21 de março de 2011 - há quase um ano - entretanto o lance do escape de gás e água foi real. Alunos ficaram em volta da escola comentando e zoando, e de tempo em tempo vinham pessoas falando que era treinamento, mas nos mandavam afastar-nos da escola. Enfim, nada de trágico aconteceu, mas me deu medo, pois vim embora e fiquei pensando. E então bolei a história. É um romancesinho? É. Mas isso é só pra dar sentido ao título. Mas o foco é o drama que PODERIA ter acontecido. Obrigada se acompanhar. Boa leitura.
Não marquei personagens por que são muitos e fiquei com preguiça. Sim, tenho essa história engavetada há quase um ano. Acontece. Todos tem, agora que descobri o Nyah, deixe-me ser feliz.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/208144/chapter/1

Nos limites da sorte.

Ela era aluna nova. Estava em frente a toda a turma, bem tímida, encolhida.

As pessoas a olhavam com curiosidade enquanto ela mantinha os braços retos segurando sua pastinha a frente das pernas.

__ Pessoal esta é a nova aluna: Haruno Sakura. Sejam gentis com ela. – A professora anunciou a novata – Por que não se apresenta melhor a todos, querida? – A professora propôs. Sakura e a professora se conheciam... Elas compactuavam alguma experiência de vida.

Jovenzinha no terceiro ano colegial. Rosto corado, olhar tímido... Verde jade. Chamativo, apesar de sutil. Cabelos róseos, incomuns. Usava o uniforme impecável, para uma quinta-feira.  Geralmente, na quinta feira as pessoas já estão com o uniforme amassado, por vezes com uma mancha ou outra. Quem saberia? Ainda mais numa quarta aula, pós intervalo. Onde, além de amassados - e por vezes manchados – os uniformes estavam suados, gastos. Cabelos bagunçados ou semi-arrumados, típico de quando estava bagunçado e só “Passou uma mão molhada pra abaixar o volume...”. Ela não. Era como se tivesse acabado de se arrumar.

__ Meu nome é como sabem, Haruno Sakura. – Ela começou ainda tímida, mas educada – Atualmente consto com meus dezessete anos. – Ela continuou de forma meio polida para uma menina de dezessete anos. – Morava em Sunacity e vim para Konohatown graças a minha mãe que arranjou um cargo melhor aqui. – Ela deu uma pausa aguardando reação. Assim como a sala, a professora não se manifestou. Esperavam mais dela. – Estudava no colégio FIES [Fundação Institucional de Ensino Sunacity] – Sabaku no Kankuro... – Ela pretendia continuar, mas alguém no fundo da sala a cortou.

__ Aquela escola que explodiu? – Era um garoto de cabelos bagunçados, usava óculos escuro, pequeno. Parecia surpreso com a afirmação.

__ Sim. Era daquela escola. – A jovem de cabelos róseos sorriu timidamente.

__ Nossa! Sua escola explodiu mesmo? – Uma garota de coques e cabelos castanhos perguntou – aparentemente animada com a idéia de sua escola explodir.

__ Sim. Explodiu. – A Haruno fechou o sorriso e olho o vazio um momento. Mas se recompôs e encarou a menina de coques.

__ Que sorte!! – Um loiro que, há muito, observava a rosada e se interessou ainda mais pela sorte da garota.

__ Sorte...? – A Haruno o encarou.

__ Naruto! – A professora o repreendeu. O garoto de óculos cutucou-o com força.

__ Ai! O que eu fiz? – Ele perguntou massageando o braço onde o amigo cutucou enquanto encarava-o com raiva. Este apontou para frente com a cabeça.

Naruto olhou para frente e viu a Haruno, ainda cética, o encarando.

Esta, por sua vez, fechou a expressão espantada e lentamente esboçou um sorriso.

Todos ficaram em silêncio. A professora queria falar algo, mas...

__ Sorte...? – A Haruno não se conteve e começou a rir. Riu alto. Soltou sua pasta no chão e apertou a barriga que começara a doer de tanto rir – SORTE...?!? – Ela não conseguia parar de rir.

Alguns da sala começaram a rir com ela, outros cochichavam algo como “Que menina louca...”. Outros, ainda, optaram por aguardar reação mais esclarecedora...

PÁ!

A sala se silenciou de imediato assim que a Haruno bateu firmemente as duas mãos e se apoiou com as mesmas na mesa à sua frente.

A aluna que ali sentava se assustou. Ela era uma das que ria, achando que Sakura era louca.

__ Você acha que tenho sorte, por minha escola ter explodido?!? – Ela ria de forma psicótica.

O loiro ficou assustado - e aliviado de não sentar na frente - logo, não esboçou reação alguma.

__ RESPONDA!! – Ela berrou.

__ SIM!! – Ele cedeu à pressão e respondeu automaticamente.

Ela voltou a sorrir. Com meiguice. O que assustou alguns. Ela era bipolar?

__ Houve um vazamento de gás e água em minha antiga escola... – Ela começou e colocou uma mecha de cabelo, que caiu em seu rosto quando bateu na mesa, atrás da orelha – Eram cerca de dez e vinte da manhã do dia vinte e um de março desse mesmo ano! – Ela, que tinha abaixado a cabeça, levantou num sorriso, querendo compartilhar a surpresa.

- Noossa! – Alguém brincou entrando no espírito dela.

Ela ignorou a pirraça.

- Quando era cerca de dez e meia, estávamos, todos os alunos, fora da escola, em frente à mesma. Há cerca de uns vinte metros a trinta de distância. Conversávamos e nos diziam que era apenas treinamento para o corpo de bombeiros... – Ela deu uma pausa e riu um pouco lembrando-se do momento – Não sei os outros. Mas eu fui embora! Claro! Não iam mais fazer a gente voltar para a aula mesmo... – Ela riu dando de ombros.

- Verdade! Eu faria o mesmo! – A menina de coques concordou prontamente.

Sakura sorriu para ela apontando e piscando com cumplicidade.

- Sakura... – A professora chamou-a baixinho.

Sakura fez um gesto de “Espere” com a mão, sutilmente e continuou.

- Eu estava no ônibus, ouvindo uma música... – Alguém a cortou.

- Qual?

- Here Again, do Rush... Conhece? – Ela perguntou animada ao garoto que lhe fez a pergunta.

- Ahh... Já ouvi falar... – Ele fez cara de caneca numa voz meio vaga.

Ela sorriu.

-Então... Escute, é boa! Depois que eu acabar de te contar, eu te mostro... – Ela fez um sinal de “Espera” e de “Depois” para ele voltando sua atenção a todos e continuando... Especialmente ao loiro – Então... Eu estava ouvindo ela. Então meu celular toca, eu atendo e vejo uma ligação do meu namorado... Fico feliz ao falar com ele, ele havia me dito que os pais ainda iriam demorar para sair e irem para casa. E o que ocorre? – Ela perguntou esperançosa.

- A bateria acaba? – Alguém chutou.

- Não! Não sou azarada... Eu sou a sortuda da história, lembra? – Ela apontou ao garoto do chute.

- Você ganha uma recarga? – Outro chutou.

- Nããão... – Ela falou fingindo decepção.

- Fala logo! – Alguns se animaram curiosos.

- BUUUM!!! – Ela bateu na mesa novamente, assustando a menina a sua frente. Novamente seu cabelo bagunçou um pouco, seu olhar voltou a ser maligno e foi direcionado ao loiro – A escola explode. – Ela falou com doçura falsa.

Alguns riram, outros disseram “Aê!”...

Sakura olhou a professora um momento. Esta desviou o olhar. Não parecia estar ali.

- Queridos colegas, futuros amigos... Meu nome é Haruno Sakura. Esta é sua professora de Geografia, Mitarashi Anko, esta é... – Sakura pegou uma foto no bolso mostrando a todos – Minha melhor amiga, Yamanaka Ino... – Era uma foto dobrada que ficou um pouco maior ao ser desdobrada. Exibia uma loira de belíssimos olhos azuis e pele alva. Sorria com doçura e tinha um olhar experiente. Ao lado dela estava abraçada Sakura e uma outra menina loira, mas esta tinha uma expressão maliciosa. Tinha um cabelo exótico e meio bronzeado, olhos verdes escuro. Igualmente bonita. As três posavam para a foto ao lado de uma árvore próxima a um parque. Sakura era a que vestia algo mais comportado. A primeira loira vestia algo justo e a outra vestia algo ousado e berrante – E esta outra é Sabaku no Temari... Ela é a filha do meio do irmão de Sabaku no Kankuro, o homem que nomeia a escola. – Ela pausou enquanto passava de carteira em carteira exibindo a foto.

- Orra! Que gata... Apresenta aí? – Alguém zoou.

- Qual delas? – Sakura sorriu com malícia.

- Sakura... – A professora chamou novamente.

Sakura a ignorou.

- A da esquerda! – Era a loira exótica.

- Claro! Hoje mesmo vou vê-la e você vai comigo, o que acha? – Sakura sorriu.

- E a outra loira? – Outro alguém perguntou.

- Esta? – Sakura mostrou a foto e apontou.

- É? Ela tem namorado? – Ele perguntou com claras segundas intenções.

- Não, não! Planejo ir até lá nela daqui a pouco, depois da aula... Só vou passar numa lojinha e comprar algo a ela... Você pode aproveitar e ir comigo, hm? – Sakura foi prestativa.

- Fechou, então! – Ele riu.

- Agora, deixem-me continuar... Esta é Yamanaka Ino. Minha melhor amiga. E esta é Sabaku no Temari, uma outra amiga nossa... Conhecemo-nos a pouco tempo... Mas temos estado bastante unidas de uns tempos pra cá... – Sakura fitou o vazio, mas prosseguiu – Como dito. A escola explodiu. Eu estava no ônibus a cerca de sete minutos. Pude ver com clareza o monte de fumaça que tomou o céu na região onde provavelmente ficava minha escola... – Sakura sorriu, agora guardando a foto em seu bolso e caminhando em direção ao loiro.

- E aí? – O garoto de óculos perguntou curioso e em voz baixa.

- E aí? Bem... A escola abrigava cerca de oitocentos alunos no período da manhã... Mais uns cem funcionários... Novecentos... Desses novecentos, cerca de cinqüenta foram embora... Restando cerca de oitocentos e cinqüenta próximos à escola na hora da explosão. – Ela riu e um silêncio fez-se.

- E aí? – O loiro perguntou. Alguns tinham a mesma pergunta na face.

Ela riu um pouco.

- E aí que eu fui uma das cerca de cinqüenta sortudas de novecentas pessoas que sobreviveram à explosão da escola que atingiu um raio de duzentos metros. Eu sou a sortuda que continuarei a geração da minha família... E o melhor! – Ela sorriu vitoriosa ao loiro – Eu sou filha de um dos sortudos que não terão que arcar com despesas de enterro e sofrimento. O que acha disso, loiro? Eu não sou sortuda? – Ela ainda tinha um sorriso na face. Alguns pareciam chocados com a cena de ela sorrir sob tal circunstância. Mas outros entendiam a idéia que ela queria passar.

- Vejam! Esta é Mitarashi Anko... A professora de Geografia de vocês que dava aula lá... Que tinha uma irmã trabalhando lá! Ela foi uma das sobreviventes! – Sakura sorriu animada apontando a Anko.

As pessoas estavam cada vez mais culpadas por terem dito que Sakura tinha sorte.

- Esta... É minha melhor amiga Ino. – Ela pegou a foto novamente e apontou sorrindo – Ela não conseguiu fugir a tempo da explosão.

- Putz... – O garoto que a pouco perguntou por ela abaixou a cabeça – Sakura o encarou.

- Hey! Anime-se! Vou vê-la hoje depois da aula! Vou passar numa floricultura e comprar copos-de-leite a ela... Ela adorava... Aposto que ela adorará saber que mesmo depois de morta ainda arrasa corações... – Sakura riu um pouco para si – O que acha, Anko-sansei? – Ela virou-se para Anko sentando-se em uma mesa e balançando as pernas. Anko, com a mão na boca contendo o choro – e sendo denunciada por seus olhos – confirmou com a cabeça.

- E esta, é Sabaku no Temari... – Sakura olhou a foto e depois o loiro, animada – Ela, assim como eu é uma das sortudas! Sobrevivemos! – Ela falou animada e vitoriosa.

Uma menina abaixou a cabeça e engoliu o choro, mas dava para ouvir as fungadas.

- Infelizmente... – Sakura começou e a menina levantou a cabeça a encarando – Ela estava muito perto na hora... O barulho foi tal, que a deixou surda. – Sakura suspirou – Bem... Nem tudo é perfeito, não...? Se fosse só isso, ela faria uma cirurgia... Infelizmente, não. Não foi só isso. Não foi apenas a explosão de gás, mas também uma explosão de um cano d’água. A água evaporou e fez uma nuvem de vapor numa região de trezentos metros do local da explosão. Temari-chan estava nessa área... A cerca de cinco metros, dos trezentos, a dentro da área. Foi o que bastou para lhe causar queimaduras de terceiro grau e tornar sua face irreconhecível. – Sakura olhou o garoto que a pouco parecia ter se interessado nela – Ela gostaria de ir ver Ino, mas o que restou de sua pele é extremamente sensível. Tanto que vive em um ambiente fechado e abafado. Gosto dela. Mas não consigo ficar muito tempo com ela por que ela precisa de morfina e sedativos... E ainda acordada, eu não consigo me agüentar muito tempo ouvindo seus urros irreconhecíveis de dor. – Sakura sorriu timidamente.

- Sakura... – Anko chamou novamente sem firmeza. Sakura a ignorou. Olhou o loiro à sua frente e continuou.

- Sabe... Eu sou sortuda por ter tido minha escola explodida... Eles também são...? Quer dizer, os que tiveram a sorte de morrer no momento da explosão e não viveram para sofrer a perda e física e emocional como Temari e eu? – Ela perguntou ao loiro.

Silêncio.

Ela sorriu.

- E que tal os professores, diretores, funcionários encarregados da limpeza...? Os guardas que tentaram conter o vazamento de gás e água... Os bombeiros, policiais...? São sortudos? – Ela deu uma pausa aguardando. Nada... – Vamos lá... O neto de sete anos do seu Sarutobi, o encarregado de limpeza lá, Konohamaru... É sortudo pela escola explodida? Que tal o marido da Shizune-sansei, Kakashi-san e sua filhinha, Moegi-chan...? – Ela continuou – São sortudos? – Ela ouviu soluços e encarou Anko chorando. Depois, voltou-se ao loiro. – Shizune-sansei era a nii-san da Anko-sansei e minha responsável, coordenadora da escola... – Sakura riu com escárnio.

Silêncio.

- Mas o que é isso, são todos adultos...! Vamos falar do Utakata-kun... – Ela sorriu – O aluno mais gato da escola! – Ela falou animada virando-se a algumas garotas – Seu corpo só foi reconhecido por que ele usava uma corrente no pescoço que abrigava uma foto, muito bem guardada, dele e de sua mãe adotiva... Tsunade-san. – Sakura riu lembrando-se – Ele sempre foi o maior bebê chorão. Não sei o que deu na cabeça da minha mãe quando adotou aquele beberrão! – Algumas pessoas entraram em choque, outra menina pôs-se a chorar.

- Mas o melhor mesmo foi Uchiha Itachi... – Sakura deu uma pausa. Fechou os olhos e respirou fundo, então voltou seu olhar ao loiro – Foi preso há uns dois anos por atender pedidos de pacientes no hospícios e entrou em liberdade condicional para ser recebido por quem...? Sua mãe, a faxineira morta... Seu pai o bombeiro herói... E seu mais do que precioso nii-chan... Que morreu dizendo “Eu te amo muito. De verdade meu amor” no celular para mim... – Sakura sorria, mas não conseguiu evitar que a lágrima caísse... Seus olhos ardiam há muito tempo... Sakura, desde o dia do incidente não havia contado a ninguém.

- Sakura... – Anko chamou novamente.

Sakura virou-se para Anko e esta a encarou sorrindo.

- O que foi, Anko-sansei?

- Hora de tomar seus remédios, querida... – Ela disse agora tirando a mão da boca e tirando do bolso um frasco.

- Por que? Eu estou bem...! – Sakura sorriu.

- Sim, é claro que está... – Anko se aproximou oferecendo o frasco já aberto a ela – Quer que eu te dê na boca ou prefere pegar sozinha, querida? – Anko foi gentil.

- Eu prefiro pegar sozinha. – Sakura falou encarando o frasco e o pegando da mão de Anko.

- Boa menina... – Anko sorriu acariciando a cabeça de Sakura.

- Falando assim pareço um cachorrinho, Anko-sansei... – Sakura riu e tomou o comprimido. Anko pegou o copo d’água em cima da mesa de Naruto e ofereceu a ela. Ela tomou engolindo o comprimido.

- Agora vamos deitar, querida... – Anko ajudou Sakura a levantar-se da mesa de Naruto. Caminhou por todas as mesas e deitou-a na mesa da professora.

- Tem certeza de que posso deitar na sua mesa, Anko-sansei? – Sakura estava receosa.

- Claro que sim, querida! Como não...? – Anko deu um sorriso gentil.

- E então... Como ela está? – A loira perguntou apreensiva à enfermeira.

- Não fui eu quem deu os remédios a ela... Foi ele... – A enfermeira apontou a um moreno que suspirava pesadamente sentado numa mesa solitária no canto do refeitório do hospital psiquiátrico.

A loira mal se importou com bons modos e correu até ele. Ela, apesar de muito tempo, usava uma Maria Chiquinha baixa e roupas que valorizavam bem seu avantajado busto.

- Como ela está? – Ela parecia conhecê-lo, dada a abordagem.

O moreno suspirou e a encarou.

- Bom dia, Tsunade-sama. Eu estou bem, obrigado.

- Itachi! Eu o pus aqui! E não terei problema algum em tirá-lo novamente... Vamos, diga... Ela está bem? – Tsunada vociferou.

- Fisicamente ou psicologicamente? – Ele parecia tranqüilo.

- Responda! – Ela berrou atraindo a atenção de algumas pessoas.

Um bip disparou no bolso do moreno. Este se levantou e a encarou.

- Vá lá em casa hoje a tarde... Sua neta sente saudades... – Itachi comentou enquanto passava por ela. Ela fez menção a pará-lo, mas recuou a mão ao ver para onde ele se dirigia.

Ele caminhava em direção à recepção onde um motoqueiro, ainda de capacete, entregava um boque de copos-de-leite à recepcionista.

- Oi menina!! – Tsunade usou uma voz infantil ao pegar a menina de três anos e meio anos no colo. Ela sorriu feliz abrindo os bracinhos e recebendo a avó com alegria.

- Ela estava dormindo... – Itachi riu.

- Vejo bem... – Ela riu de volta brincando com a menina – Tem certeza de que não quer que eu cuide dela? – Ela perguntou a Itachi.

- Não, obrigada... E eu sei do seu tempo... Fora que você ainda tem seu marido... Eu gostaria de ficar com alguém... – Ele riu olhando a menina.

- Sabe que ela tem seus olhos? – Tsunade riu comentando.

- E seu cabelo! – Itachi riu.

Ambos sorriram alegrando a menina que pouco entendia.

- Vai levar Sakura até lá? – Tsunade olhou de relance o relógio na parede atrás de Itachi, enquanto apoiava a menina na perna direita.

- Pretendo... Ela gosta de visitar Ino... Por isso comprei os Copos-de-leite...

- Como ela está? – Tsunade chegou ao ponto.

- Vou ser sincero... Ela não tem progredido em nada nos últimos dois anos... Foi um milagre Ai-chan ter sobrevivido... Esse estado pós-traumático, quando acontece, raramente tem volta... Mas admito que foi raro esse fato de ela ter dado a crise ao contar o ocorrido... Nunca vi isso em toda minha vida.

- Itachi... Não acha que será difícil com ela? Quer dizer... As portas estão fechadas a você... E se ficar saindo com Sakura, eu não poderei protegê-lo sempre... – Tsunade comentou referindo-se ao fato de ser gerente do hospital, e só.

- Sim... Eu sei... Mas já que Sasuke deixou ela pra mim, vou cuidar dela e dar o melhor a ela. – Itachi sorriu acenando para a pequena que o encarava.

- Não liga de ela te chamar de “Anko-sansei”? – Tsunade perguntou após um gracejo com a pequena.

- De forma alguma! Ainda sinto-me, de uma forma bizarra, honrado em participar das alucinações dela... – Itachi riu.

- Mesmo...? – Tsunade duvidou.

- Tsunade, querida... Deixe disso... Eu estou bem! – Ele sorriu tomando a menina para si – Quer ir conosco? Seria mais fácil a mim se fosse conosco... – Ele sorriu.

- Eu não sei... – Tsunade fitou a parede. O relógio não pararia por ela... Mas era uma data importante... Ela deveria ir...

- Vamos... Só serão cerca de trinta minutos até Sakura ficar inconsciente e reviver o momento, como faz todos os dias desde aquele dia.

- E depois...? – Tsunade não escondeu sua aflição.

- Levá-la até Gaara... – Itachi refletiu.

- Gaara? – Tsunade surpreendeu-se.

- Sim! Ele me ligou semana passada. Disse que Temari gostaria de vê-la... Acho que seria mais gentil para as duas se Sakura estiver inconsciente e Temari ver apenas a “sobrinha”... – Itachi sorriu vendo graça naquilo.

Tsunade não aprovava... Mas talvez não fosse ruim...

- Tem tido notícias de Anko? – Tsunade perguntou a Itachi enquanto levava Sakura na cadeira de rodas pelo caminho gramado e silencioso que era o cemitério. No colo de Sakura havia a pequena Ai. Ambas riam enquanto Ai brincava com o cabelo cumprido de Sakura.

- A ultima vez, soube que ela estava melhor e liderava reuniões da AA... Ao que parece, ela e Asuma estavam se dando muito bem... – Itachi refletiu.

- Seria bom que eles ficassem juntos... – Tsunade sorriu.

- Não... Moegi não aceita os dois... Aliás, ela ficou muito rebelde desses três anos pra cá... – Itachi parou de guiar a cadeira de rodas. Ajoelhou-se ao lado de Sakura enquanto Tsunade lhe deu as flores.

- Sakura, querida... Por que não dá oi a Ino? – Itachi foi suave.

- Oi... – Ela sorriu olhando o Tumulo de forma vazia... Lentamente se levantou, com as flores em mãos e a menina já no colo de Tsunade, e deu um passo a frente colocando as flores no túmulo de Ino – Para você amiga... Sabia que hoje um garoto viu sua foto e te achou gata?... – Ela deu uma pausa e começou a rir – O que foi? Levou sua humildade com você ou esqueceu ela entre os vivos...? – Sakura riu.

Itachi, Tsunade e Ai mantinham-se em silêncio apreciando o fúnebre espetáculo que era ver Sakura delirando com um túmulo.

- Itachi... Pretende levá-la até Sasuke, também...? – Tsunade observava Sakura dormindo no banco do carro.

- Não acho que será bom a ela ter plena consciência... Se que é que posso dizer assim... De que seu namorado está morto fisicamente... É mais gentil para ela ficar com a lembrança feliz do “Eu te amo muito. De verdade, meu amor...”...

- Você ainda tem a gravação, não tem...? – Tsunade suspirou.

- Tenho... Vou mostrar a Ai, para que ela saiba que apesar de não estar visível, tanto o pai como a mãe se amavam... De tal forma que decidiram, antes de ela nascer, que seu nome seria “Amor”.

Owari.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Leu até aqui? Muito obrigada, sei que é sacanagem minha pedir Review, mas quero saber onde melhorar, se houve erros ortográficos - o mais simples - se exagerei em algo ou se peguei leve em comparação ao tema, se o enredo foi bom e agradável e se não foi cansativo. Muito obrigada, perdão tomar o seu tempo e uma vez mais agradeço a leitura. Tenha um bom dia tarde ou noite!