A Sobrevivente Do Massacre escrita por JkUchiha


Capítulo 2
Voltando pra Konoha


Notas iniciais do capítulo

Primeiro cap!



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Capítulo Um: Voltando pra Konoha


Cinco anos depois...

Acordei me sentindo confusa e feliz ao mesmo tempo... Finalmente eu poderia voltar para a minha vila: Konoha. E eu estava feliz por estar perto de reencontra-lo.

Tomei um banho e coloquei minha roupa: uma blusa rastão preta, que tem meu hitayate, com mangas curtas, um short preto e uma capa sem mangas preta (e com bolsos) com o símbolo Uchiha nas costas. Usava sandálias pretas.

Ainda tenho a katana do meu pai. Ajuda-me a lembrar de que já tive uma família, por mais torta que tenha sido...

Agora meus cabelos estavam batendo um pouco abaixo dos ombros. Eu o prendia em um rabo e deixava a franja (geralmente fica assim porque meu hitayate não é amarrado). Devo dizer que cresci muito esses anos, tanto em tamanho como em força.

–Já vai? - perguntou minha sensei.

–Já. Ia me despedir de você, Akemi-sensei.

Ela sorriu.

–Boa sorte - disse.

–Obrigado... E adeus, sensei - passei pela porta.

Nunca mais voltaria pra aquela academia, nunca mais.

–---------

Eu estava quase chegando, mas senti dores no pescoço. Era a minha marca de “nascença” queimando de novo.

A dor só piorava, então parei e encostei-me em uma árvore. Em segundos eu estava sentada tentado repreender os gritos e o choro. Consegui repreende-los, mas acabei desmaiando. A inconsciência era pior do que a realidade...

Um lugar totalmente escuro e solitário.

–Uma Uchiha - ouvi um homem dizer.

–Ela está viva. -era uma voz conhecida, só não conseguia lembrar-me de onde.

Minha consciência voltava lentamente.

–Você a conhece? -perguntou a primeira voz.

–Sim - reconheci a voz.

Eu abri os olhos. Ainda sentia dor, mas não era tanta.

Vi primeiro um homem, um jounin chamado Kakashi (eu já tinha ouvido falar dele), depois uma garota de cabelo rosa, um garoto louro e por último o vi... Sasuke estava ali, na minha frente depois de tantos anos.

–Você está bem? -perguntou Kakashi.

–Não muito - respondi.

–Está ferida?

–Não.

–Qual o seu nome?

–Uchiha... Naomi - meu nome era um pesadelo para mim.

–Oh... -Kakashi se interrompeu vendo a foto que estava do meu lado.

–Minha mãe - disse pegando a foto e a guardando no bolso.

Minha mãe era muito parecida comigo, só que ela era loura. Mas os olhos castanhos, a cor branca da pele, as feições do rosto. Basicamente eu só tinha o cabelo preto do meu pai, só a cor mesmo. Não usava a bandana na testa justamente para ficar diferente da minha mãe, deixando a franja.

Levantei-me com a ajuda de Kakashi.

–Você está viva -Sasuke sussurrou- Como?

–Não posso explicar aqui... Depois lhe explico tudo.

Nos começamos a correr pra vila. Segundos se passaram até que o garoto louro disse:

–Ei, ei! Você é uma gennin? - ele parecia bem curioso.

–Não.

–Então o que você é?

–Hum... Sou uma jounin.

–O quê?! Você tem a nossa idade!

–Não se deve avaliar alguém pela idade, garoto.

–Nos acabamos de sair do teste do Kakashi-sensei. Agora somos genin e podemos fazer missões... E você já é uma jounnin!

Agora nos estávamos na vila.

–Tenho falar com o Hokage - eu disse, e me virei para Sasuke- Falo com você depois - e sumi.

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Falar com o Hokage foi tão estranho. Eu não o via há muito tempo e ele havia me ajudado naquela época...

–Naomi - disse surpreso.

–Hokage-sama - disse.

–Se está aqui é porque já se formou uma jounin...

–Sim. Obrigado Hokage-sama - falei de coração- Eu precisava de um tempo longe.

–Não foi nada... Só estou fazendo o meu trabalho - e ele riu. Com certeza era a única imagem que eu tinha de um avô.

–Quando posso começar as minhas missões? - perguntei.

–Mas já? Acabou de chegar, aproveite um pouco a vila.

Lembrei-me de Sasuke.

–É. Realmente tenho um assunto pra resolver... Até mais Hokage-sama - sai pela porta.

Andei pelas ruas de Konoha, tudo tão parecido com antes.

Finalmente cheguei à minha casa (minha antiga casa). Sentei-me na frente da janela.

O que diria a Sasuke?

Resolvi sair para procura-lo. Devia estar em casa, não?

Cheguei rápido lá. Bati na porta.

–Sasuke, estou pronta para contar a minha história - e Sasuke estava do meu lado. Me virei pra ele- Siga-me.

Eu andava num ritmo não muito rápido (porque havia andado horas) e ele me acompanhava. Fomos até um lugar onde treinava quando pequena.

Toquei a árvore com o símbolo Uchiha.

–Foi aqui que meu pai me castigou -sussurrei- Percebi nesse dia o quanto ele me odiava.

–Você deve odiá-lo.

Eu tirei minha capa e a coloquei no chão. A cicatriz com o símbolo Uchiha no meu braço era igual a da árvore.

–Não - respondi surpreendendo Sasuke. Eu me sentei em cima da capa- Já o odiei muito - Sasuke se sentou ao meu lado- Já quis mata-lo... Percebi o quanto isso era errado. Aquela vontade fazia com que esse maldito selo doesse mais - passei a mão no pescoço-Tentei me controlar mais e o selo chegou a ser menos doloroso -peguei a foto da minha mãe no bolso e lhe entreguei- Quando cheguei a casa naquele dia, Sasuke, meu pai ainda estava vivo, morrendo aos poucos. Não vou dizer que fiquei triste, mas senti pena, até chorei. E ele me deu dois presentes - apontei para a foto- O primeiro foi à foto, como um pedido de desculpas. - parei fechando os olhos.

–E o segundo?

Eu abri meus olhos e o olhei.

–Meu pai me deu seu Mangekyou Sharingan -eu fechei os olhos de novo- Ele nunca poderia apagar o que me fez, mas poderia me dar à chance de viver, certo?

–Ele queria que você matasse... - assenti olhando o horizonte.

–Ele colocou toda sua fé em mim. E eu realmente ia lutar. Tentar salvar pelo menos você, Sasuke. Mas... Não consegui e acho que desmaiei - disse-lhe - Você se lembra de como eu estava naquela noite?

Ele negou.

–Toda a força que eu havia feito para não sentir ódio... Foi vã. Toda a raiva que senti se juntou e cresceu... - cobri os olhos com as mãos- Me desculpe Sasuke-kun. Eu o abandonei.

–Por que voltou? -ele perguntou um segundo depois.

–Quando eu tive que ir embora prometi que voltaria. Voltaria forte o suficiente para que ninguém mais fizesse mal a quem eu amava. E você é o único que amo, o único por quem eu morreria.

–Então, por que não me contou que estava viva antes? - ele parecia aborrecido.

–Eu não podia! Não podia lhe dar falsas esperanças de que sobreviveria. Eu tinha um caminho longo e poderia ser morta nele. E poderia ser morta em uma das missões, ou tentando me tornar uma jounin. E todos tinham que pensar que estava morta, assim você ficaria mais seguro.

Ele suspirou.

–Desculpe Sasuke-kun. Eu queria poder ter contado a você. Queria ter ficado com você. Sofri todos os anos pensando em você sozinho... Senti tanto a sua falta.

–Eu também senti sua falta - ele me abraçou-Você evoluiu rápido – comentou, segundos depois.

–Você também.

–Sei- por que ele tinha que tornar o elogio um insulto?

–Não comece. Evoluir tão rápido tem riscos, o preço é muito alto.

–Não valeu a pena?

–Não. Eu não trocaria nada do que perdi por essa força. Primeiro minha mãe se sacrificando para me deixar viva... Eu nem sei o nome dela... Depois meu pai me dando sua visão privilegiada... Justamente quem me deu essa lembrancinha no braço! Ele nem gostava de mim e agora eu entendo o porquê... Matei a pessoa que ele mais amava. Destruí sua felicidade. Eu era o maior amor para ela e ele não podia aceitar que morresse por mim... “Mera criança amaldiçoada” –imitei o modo como ele falava rude e cruel, palavras que doíam como facadas no meu coração- Ele nunca disse o porquê, nunca falou dela. Mas deixou tão claro... Como fui burra em acreditar que era normal, que a culpa não era minha. Um incômodo para ele. Eu era quem o mais machucava, o motivo de sua infelicidade. Ele a via em mim... Isso o irritava. Como eu, quem a havia matado, podia se parecer com ela?

–A culpa não foi sua. Ele estava errado.

–Ele podia estar errado. Mas se me odiava tanto, se eu lhe causava dor, por que não me deixou com a família da minha mãe?

–Ela podia não ter família.

–Não, ela tem. Eu sei que tem. Talvez não tenham aceitado o amor dos dois. E não aceitariam a mim, claro...

Já anoitecia e isso me lembrou de algo.

–Já está ficando tarde... – eu disse - Quer jantar? –meu sorriso se abriu (e eu tinha pensado que não sabia mais sorrir!)- Como velhos amigos? –era isso que éramos não? Ele já devia ter esquecido aquele dia que nos nós...

–Claro - fiquei tão feliz!

Por que eu fiquei tão feliz? Não era um encontro! Era um jantar de amigos!

Nos andamos alguns segundos em silêncio.

–Você deve estar cansada – comentou.

–Eu estou tão ruim assim? – tentei-me auto avaliar.

–Não é isso. Deve ter andado por horas.

–Horas – concordei- Mas isso valeu a pena - e eu sorria de novo. Sorrir era tão estranho.




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Notas finais do capítulo

Reviews gente! Preciso deles!



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