Save Yourself. escrita por biamcr_


Capítulo 1
Prólogo.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/207856/chapter/1

Era um dia calmo de inverno na velha cidade de Newak. A cidade em si era calma, afinal. Uma das principais de sua região, sendo realmente populosa... Mas, de todas as pessoas que ali habitavam, nenhuma se comparava ao menino dos olhos verdes.

Em uma rua tranquila de um dos bairros principais, não muito longe do centro da cidade, o filho mais velho do casal Way saía de uma clínica qualquer, carregando consigo a expressão de extrema indignação que estampava seu rosto.

– Precisamos parar na farmácia para comprar os remédios, Donald. – Dizia a senhora de cabelos claros, enquanto pegava a mão do marido, após fechar a porta atrás de si.

– Não vou tomar remédios. – Respondeu o filho. – Não de novo... Não fazem efeito. Eles prescrevem os remédios errados.

Os pais conheciam muito bem o comportamento do filho, tanto que não responderam ao comentário do menino. Menino o qual andavam de cabeça baixa, com os cabelos caindo sobre o rosto, pensando sobre o quão errado o médico estava e, com isso, entrando em seu pequeno mundo de fantasias, onde seus impulsos e suas certezas eram prioridades.

A ansiedade já tomando conta de sua cabeça, Gerard remexia e os próprios cabelos enquanto adentrava o carro dos pais. Em poucos segundos, ele já começava a arrancar pequenos fios negros da cabeça, sem ao menos perceber.

– Pare com isso, Gerard, ou ficará tão careca quanto eu antes mesmo de chegar aos vinte anos. – Dizia o pai, desviando os olhos da estrada e tentando arrancar um riso do filho.

– Legal. – Respondeu o menino, que sentia que não conseguia nem esboçar um simples sorriso, sendo a falta de vontade o maior motivo.

Esse era o tipo de coisa que Gerard fazia todos os dias, todo o tempo. Eram costumes, manias... vícios, talvez. Nem sempre ele sentia aquela angústia toda que as pessoas costumavam sentir antes e algum comportamento auto-destrutivo; aquela dor antes de pegar todos os pedacinhos, os quais você sabe que demorou muito tempo para recolocar no lugar, e jogá-los no chão novamente. Antigamente, ele sabia que a graça da coisa estava em reconstruir tudo, pois era dali que se tirava as verdadeiras lições. Mas agora, Gerard sabe que ele estava crescendo... E ele não tinha mais tempo de juntar seus pedacinhos, pois não era uma criança e a vida não se resumia em brincar de quebra-cabeça o dia todo.

Gerard também não tinha mais paciência... não tinha mais paciência de esperar que aquelas pessoas se importassem ou que elas ao menos fizessem algo. Mesmo que esse algo fosse deixá-lo sozinho no quarto sem encher seu saco.

E era exatamente o que ele precisava hoje.


O pai parara o carro em frente à casa branca de número 20, que se situava em uma rua do subúrbio de Newark. Ao perceber o parar das rodas, Gerard saiu do carro em uma velocidade a qual nem o próprio sabia que conseguiria fazê-lo. Em segundos, já encontrava-se adentrando o quarto apressadamente.

Jogou o agasalho que vestia em cima da cama bagunçada e correu às gavetas, pegando um maço de cigarros, uma caixa de bandaids, e outra com objetos afiados. Agarrou tudo com força e se dirigiu ao banheiro.

Ele conhecia aquele lugar como o lugar onde ele era capaz de ser ele mesmo, e também onde ele podia descontar toda sua raiva de si mesmo.

Delicada e calmamente, Gerard pegou a lâmina que ele sabia ser a que mais cortava e que cortava mais fundo – é claro, ele conhecia muito bem suas lâminas –. Vasculhou o antebraço esquerdo, à procura de algum local onde ele ainda não havia cortado.

Achou; sorriu. Um sorriso amargo e vitorioso ao mesmo tempo.

Segurou a lâmina perto da pele, enquanto sentia a ansiedade tomar conta de si. Ao sentir a mesma tocando sua pele, sentiu-se seguro. A certeza de que a loucura não tomara conta de sua mente – não dessa vez – o preenchia... Ironicamente.

E, juntamente com a sensação da pele rasgando-se e o sangue se derramando pelo braço, ele sentiu a liberdade... Como se nada fosse capaz de vencê-lo... Como se todos os seus medos, suas inseguranças e até mesmo sua ansiedade tivessem ido embora. Ele estava livre e, ao mesmo tempo, seguro.

O que mais seria preciso para fazer uma pessoa feliz? – Ele pensou.


Largou a lâmina no chão, ao seu lado. Sabia que estava errado ao apelar para a dor; sabia também que, em poucos minutos, a culpa e o medo o consumiriam por completo... E a paranóia voltaria. Mas sabia que aquilo era necessário... Ele precisava punir-se pelo fato de estar levando sua própria mente à total insanidade. Mas enquanto cortava-se, estava pouco se fodendo para a culpa.

Esticou o braço ensanguentado à sua esquerda e pegou a caixa de bandaids e mais alguns curativos que mantinha no banheiro, por segurança. Largou o cigarro que acendera há pouco ao lado da lâmina. Delicadamente, ele pegava os curativos e colocava-os sobre sua pele ferida.

Passando alguns segundos, todos os cortes já encontravam-se cobridos pelos curativos.

Agora o alívio já juntava-se à culpa que o invadia por completo, como ele já sabia que aconteceria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Entãaaaaaao... eu sei que eu andei sumida por muito tempo, mas aqui estou eu de volta.
Tenho um aviso à quem lê Maybe Memories: com o começo do ano letivo, joguei todos os meus cadernos do ano passado fora... E meu caderno antigo de fics foi junto... Então eu to pensando em desistir daquela. Mas me veio a ideia de aproveitar os finais de semana, já que eu não tenho vida social, e reescrever todas as minhas fics que eu já deletei (que tão na lixeira do nyah)... E, talvez, eu delete as outras duas que eu já terminei e que ainda estão disponíveis na minha conta e as reescreva.. Incluíndo Maybe Memories. O que vocês acham?
Porque eu geralmente começo uma fic bem, me dedico e tal... Mas, na metade da fic, me vem a ideia pra outra e eu começo a escrever a outra, e faço um final muito merda pra que eu já tava escrevendo... E eu queria corrigir o final das outras, deixar uma coisa mais longa e elaborada.
Enfim, espero que leiam essa e COMENTEM!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Save Yourself." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.