Os Clichês de Rosemary escrita por Gabriel Campos


Capítulo 6
Minhas chaves, ninguém sai!


Notas iniciais do capítulo

E aí gente, como foi a virada de ano? A minha foi uma m#rda, eu tomei um porre brabo (é mentira), mas fiquei em casa como um mendigo. Amo isso kkkkk
Enfim,esse capítulo é narrado pelo Rubem. Se vocês curtirem, eu posso fazer mais capítulos com ele narrando e querendo... matar a irmã.
(tadinho do carro dele)



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por Rubem Maldonado

Adorei a decisão indie, gótica, emo, hipster e vida “loka” da minha irmã de resolver sair de casa e largar a barra da saia da nossa mãe. Amei, sério mesmo.

MAS ELA PRECISAVA ROUBAR MEU CARRO?!

Vou contar o que aconteceu:

Quando eu acordei no dia seguinte para começar mais um dia de escravidão, ops, de trabalho, eu tomei um banho demorado (para tirar todos os vestígios de álcool da noite passada) e tomei um remédio para dor de cabeça. A ressaca estava me matando, mais aquilo não era nada perto das outras vezes em que eu ia trabalhar daquele jeito.

Peguei uma das calças da minha coleção de skinny e vesti uma preta, combinando com uma camiseta amarela de gola V. Após esvaziar meu vidro de perfume, eu estava divo e novíssimo em folha para ir trabalhar. Fui pegar minhas chaves em cima da mesinha de cabeceira e... CADÊ MINHAS CHAVES?!

Aí eu me desesperei. Minhas chaves, não acredito que as perdi! Eu tomava de conta daquele carro como se ele fosse minha própria coleção de CD's da Mariah Carey. Vasculhei por cada canto daquele quarto (e foi aí que eu percebi que ele precisava urgente de uma faxina. Lá parecia ter lixo de mil novecentos e lá vai bolinha) e a única coisa que eu encontrei foi um papel dobradinho, onde havia escrito: "De Rosemary para Rubem". Embaixo, havia um coraçãozinho desenhado de caneta preta. Brega.

Então eu li o bilhete, dizia:

“Querido irmão (falsa),

Você tinha razão, eu já não sou mais a bebezinha da Dona Solange. Tudo o que você me disse e as coisas que vêm acontecendo só me deram coragem para tomar essa decisão: eu precisava sair de casa o mais rápido possível ou eu enlouqueceria. Eu fui até o seu quarto, mas você estava fedendo a álcool e dormindo. Eu juro que sua baba, neste momento em que eu escrevo, está escorrendo pela sua boca, descendo pelo travesseiro, pelo colchão e quase chegando no chão. Eu só não tiro uma foto porque não tenho celular. Enfim, só queria dizer que eu joguei minhas coisas dentro do porta-malas do seu carro e estou indo para a casa do papai. Você pode me encontrar lá, onde eu lhe entregarei seu querido carro de volta.

Treze mil beijos,

Rosemary.”

Certo, se tratava de uma questão de vida ou morte mesmo. Quando eu me rebelei contra Dona Solange, foi um pouco pior, pois eu não tinha ao meu alcance essas tecnologias de hoje em dia (ai, me senti um idoso agora). No entanto, a única coisa que me preocupava era o seguinte fato: ROSEMARY NÃO SABIA DIRIGIR.

E se, quando eu chegasse na casa do papai e percebesse um só arranhão que fosse no meu carro, eu arrancaria os braços da minha querida irmã e daria na cara dela com suas próprias mãos.


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Notas finais do capítulo

Prevejo barracos....
(O nome deste capítulo (e o nome do capítulo passado) foi inspirado nesse vídeo, pra quem não entendeu https://www.youtube.com/watch?v=ZWZEzvn13CE )