“...Ele tem que andar não tem tempo pra gastar, não. Não me vê passar não, nada tira a atenção de um homem com uma missão. Todo dia a mesma direção, a mesma solidão,
ninguém vai saber por que olha assim por cima sem me perceber...” – Homem com uma Missão, Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens.

Dia dos namorados, Chase havia deixado um buquê sobre a cama, saiu mais cedo naquele dia. Na cabeça de Allison Cameron, mil coisas passavam velozes simultaneamente.

Na semana anterior havia sido tirado da cartola o namoro de Lisa Cuddy e James Wilson, House ficara quieto achava que era simplesmente para levá-lo a fazer algo, isso é uma atitude extremamente típica de ambos, fato.

Ela entrou no hospital para ver um caos completo, perto dali havia tido um engavetamento com quatro carros, estavam distribuindo as vítimas pelos hospitais da região, a emergência estava lotada, muito, muito trabalho a fazer.

Enquanto suturava um ferimento na perna de uma jovem, percebeu House andando o mais rápido que podia. O que será que ele estava fazendo?

- Oi Amor. – disse Chase dando um beijo em seu rosto. Ela sorriu, mas olhou reprovando-o.

- Estamos em horário de trabalho, depois conversamos. – seu olhar prendeu novamente no de House, que não a percebeu.

- HOUSE. – gritou Cuddy ao vê-lo entrando em sua sala. – O que você quer?

- Nada. – falou simplesmente, pegou uma pasta em cima da mesa dela e saiu, assim.

- O que você está tramando, House?

- Eu estou com cara de quem está tramando alguma coisa? – fingindo-se de ofendido.

Ela simplesmente olhou para ele dando ombros enquanto ele se retirava de seu escritório, ela pegou o telefone e discou para Wilson:

- James, você contou alguma coisa para o House? Não... Sobre o namoro até as pedras do estacionamento já sabem, sobre hoje à noite... Tem certeza? Nada é que... Acho que ele tá tramando algo... É você está certo, melhor estarmos preparados para QUALQUER COISA. Também, beijos. – desligou.

Durante o almoço, Cameron ficou remexendo na comida.

- Aconteceu alguma coisa? – Chase, tomando o suco.

- Nada não... Só... De onde veio esse namoro da Cuddy com o Wilson? – disfarçando.

- Cameron, tá tudo bem mesmo? – pôs o copo sobre a mesa. – Isso tem alguma coisa a ver com a Cuddy namorando está fora do seu caminho pro House?

- Olha, Chase, se você gosta tanto de falar isso, pôr o House em todos os nossos assuntos, em todas as nossas conversas, vai confessar que o ama. – levantou.

- Que eu saiba quem ama ele é você. – retrucou Chase. Nessa hora House passou junto de Wilson.

- Está tudo bem House? – perguntou Wilson ao sentar-se na mesa.

- Por que não estaria Jimmy Boy? – pegando a maçã da bandeja de Wilson e mordendo.

- Com toda essa história deu estar namorando a Lisa, você não comentou nada...

- Se você quer namorar o demônio, é problema seu... – com essa fala de House, Wilson levantou uma das sobrancelhas.

- Você está tramando algo por que então?

- Preciso trabalhar... Pessoas doentes necessitam de mim. – saiu andando.

- Ele definitivamente está tramando algo.

Foreman observava a amiga de longe, sentada no campus da universidade ao invés de estar na emergência.

- Você, não trabalhando? – ela olhou para ele. – Chase?

- House. – Eric Foreman, não entendeu...

- Hã?

- Acho que ele gosta mesmo da Cuddy. – disse olhando para as próprias mãos que estavam sobre seus joelhos.

- E o que te fez chegar a essa conclusão? – sentou-se ao lado dela.

- Ele está tão concentrado em algo e não é ao caso, parece que... Ele não quer ver o Wilson e a Cuddy juntos como se... Gostasse dela... – soltou uma gargalhada melancólica. – Ou Dele.

- Ambos são amigos do House há muito tempo, os únicos amigos do House há muito tempo. Ele só quer implicar com eles, não acho que ele ame ninguém, não. Desculpa. – pegou na mão da amiga e deixou-a sozinha ali.

Todo ano, o Princeton Plainsboro tinha um jantar de Valentine’s Day. Era combinado que Lisa e James iriam apenas mais tarde.

- O que você acha que o House vai fazer? – disse pondo um pacote sobre o balcão da cozinha da casa de Cuddy.

- Não sei, mas estou com mau pressentimento... Que pacote é esse?

- Estava na porta. – eles se olharam e puseram os olhos sobre o pacote.

Na hora em que abriram o pacote, não era nada de mais o que assustava sem medidas ambos. Estavam preparados pra tudo, bichos mortos, fotos comprometedoras... TUDO. Exceto... Aquilo. Um cartão de felicidades e... Flores.

- Ele conseguiu o que queria. – falou Wilson, Cuddy olhou-o perdida.

- Como assim?

- Nosso relacionamento sempre será sobre ele. Qualquer incidente será o House que terá provocado na nossa cabeça, qualquer briga a culpa será dele... Por isso o cartão e as flores.

- A gente pode tentar esquecer disso, o resto será inevitável. – passou a mão pelo cabelo dele.

Cameron não estava a fim de ir até a festa, mas foi por pirraça, pois sabia que Chase estaria lá cantando uma mulher aleatória usando a história do tubarão.

No convite pedia-se para as mulheres irem de vermelho ou rosa, ela fora de vermelho, cor que já tirara o fôlego de House, não importa o que ele sentia por Wilson e/ou Cuddy, o que ela sentia por ele não ficaria ali resumido em um beijo de anos atrás.

Quando entrou no salão o casal do momento estava todo sorrisos sendo paparicados por todos no lugar, ela avistou a mesa em que estavam à equipe de House (passado e presente) e foi caminhando em direção a esta.

House chega por de trás da mesa e senta-se numa cadeira vazia, assustando a todos.

- Nossa, você ainda está vivo. – disse Kutner de olhos arregalados.

House observa calado Cuddy cochichar algo no ouvido de Wilson e sair do salão. Com isso ele pega no braço de Cameron e diz:

- Vamos embora antes que a Cuddy descubra o que eu fiz e me obrigue a viver na clínica.

Ela olhou para ele sem entender, mas o seguiu. Ao chegar no estacionamento, ele subiu em sua moto e esperou por ela.

- House eu não vou subir nessa moto estando de vestido.

- Deixe de ser mulherzinha. – deu o capacete para ela.

Era dia dos namorados, e finalmente ela entendeu qual era a missão daquele homem, fora tirar totalmente sua atenção, ele passara o dia todo arrumando um jeito de leva-la para sua casa sem ser romântico ou clichê, sendo ele.

E por ser ele cumpriu sua missão brilhantemente, prevendo que Cuddy iria voltar para o carro durante a noite como sempre faz, furou um dos pneus com um prego espesso que colocou na ponta de sua bengala, para não ter que abaixar.

Feito isso, voltou para o salão e desviou a atenção de todos para o casal enquanto saia com Cameron. Quase como havia feito no Monster Truck, foi disfarçando que ele a levou.

Ele não é do tipo que diz eu te amo, nem do tipo que repete a dose com uma mulher, mas quando o faz é porque tem algo mais, é porque deixou um gosto de quero mais. Ao chegar em sua casa, ele fez diferente da outra vez e tomou os lábios dela.

Ele era um homem obstinado e com uma missão.