Song-fic – November Rain

Aquele garoto mexe com meus nervos e eu não sei porquê. Toda vez que chego nele, algo começa a correr mais rápido dentro de mim. Chego a ter medo do que for. Medo de descobrir que gosto dele. Que o amo.

Estamos em novembro, mês que a chuva caí impetuosa no chão.

Os olhos dele são azuis e contém o brilho de cada sentimento que ele sente no momento, deixando-o fácil de compreender. Às vezes.

Quando olho nos seus olhos,

Bagunceiro, estudioso, encrenqueiro. Com tantos tipos de garotos no mundo e de garotas também, logo este vem chamar minha atenção? Isso não é justo comigo. Nem um pouco.

Eu posso ver um amor contido,

É verdade que já te vi me olhando de várias maneiras, seja “torto” ou com aquele olhar que não consigo decifrar. Que me deixa perdido em minhas próprias ações.

Você não sabe que sinto o mesmo?

Talvez isso que dizem sobre mim, que eu não tenho brilho no olhar, e que quando eu tenho é desconhecido, chega a ser o mesmo que o teu. O mesmo brilho que ninguém conhece. Isso é bom?

Porque nada dura para sempre,

Sabe, espero que isso seja passageiro. Que essa minha atração por ti, por ter seu corpo junto ao meu, seja tudo passageiro, como todas as outras vezes.

E nós dois sabemos que os corações podem mudar,

Sim, já o vi com várias garotas, amigos, afinal, famoso feito você, sempre tem alguém ao teu lado. Suas namoradas nunca me agradavam, mas seu coração sempre mudava de rumo e escolhia outra, totalmente diferente e oposta da sua ex. Gêneros, cor, estilo. Qual é o seu?

E é difícil segurar uma vela, na chuva fria de novembro,

Sim, novembro. Isso faz exatos doze meses que lhe olho Mihael. Um ano da minha vida, vendo-o trocar de amigos e amores, enquanto só me reprimo. Isso está para acabar, eu espero.

Nós estamos nessa busca há tanto, tanto tempo,

Você principalmente. Passa por tantas, por tantos e nunca acha o que quer. Eu tenho quase certeza que achei o meu, mas sempre é complicado... Nada é fácil.

Simplesmente tentando matar a dor, oh yeah,

Julgo-me fraco, por reprimir tudo, seja meu amor por ti, ou minha raiva ao sentir ciúmes daquilo que não me pertence. Tudo isso depois de horas se torna uma dor que corroí meu peito.

Mas amores sempre vêm e amores sempre vão,

É como meu pai sempre disse a mim “Você nunca, ouça bem, nunca encontrará aquele que lhe atraí até sua morte. Sempre terá o amante, e nisso chegamos à conclusão que amores são passageiros filho”.

E ninguém está realmente certo de quem está deixando partir hoje, indo embora

Porque ainda não estamos juntos mesmo? Quem está se afastando? Quem não teve coragem de se declarar? Lógico que este sou eu, mas algo me diz que você faz o mesmo com seu amor.

Se eu pudesse pegar um tempo, para deixar tudo certo, eu poderia descansar a minha cabeça, simplesmente sabendo que foste minha, totalmente minha.

Infelizmente, nem mesmo chegar a ti e perguntar qual era seu chocolate preferido eu consegui.

Está chovendo, aquela típica chuva de novembro, fria. É hora da saída, e pelo o que vejo você quer ir na chuva, pela falta de guarda-chuva.

Chego em ti e fico mudo. Tudo fica preso na metade da minha garganta. Não quer voltar ao lugar e nem sair. Não consigo respirar.

Você precisa de um tempo, só para você? Você precisa de um tempo, sozinha?

Certo, neste momento, você me olha como se eu fosse o maior anormal do mundo, parado na sua frente, com a única sombrinha que sobrará, rosa com bolinhas. A fala mais idiota saí da minha boca “eu tenho uma capa de chuva. Pode pega-la se quiser” porque o tempo não podia ter parado, para eu pensar antes de falar? Um tempo.

Todo mundo precisa de um tempo, para si, você não sabe que precisa de um tempo sozinha?

“Você parece frágil. Coloque a capa e vamos comigo” diz com o olhar parado em mim. Meu mundo acabou de desabar. Desespero-me no momento que vejo que não irei conseguir responder.

Eu sei que é difícil manter o coração aberto, quando até mesmo os amigos parecem te machucar, mas se pudesse curar um coração partido, não haveria tempo para te encantar?

Sei que é covardia se aproveitar de alguém magoado. De alguém aparentemente frágil depois de uma separação. Não era bem o caso do meu loiro, mas sempre tem um pouco...

Às vezes eu preciso de um tempo, para mim, às vezes eu preciso de um tempo, totalmente sozinho, todo mundo precisa de um tempo, para si, você não sabe que precisa de um tempo totalmente sozinha?

Será que eu jogo tudo pra fora agora? Ou perderei minha única chance depois de meses esperando-a?

E quando seus temores se acalmarem, e as sombras ainda permanecerem, eu sei que você pode me amar,

Estamos caminhando lado a lado. Você é mais alto que eu, por este motivo segura a sombrinha acima de nossas cabeças, enquanto as cotículas de água batem fortes, molhando as barras de nossas calças, estou quieto, mas com isso me arrepio e você parece perceber.

Quando não houver mais ninguém para culpar,

Não posso a chuva. Não posso culpar meu tremor, somente a mim mesmo. Chegou a hora?

Então não se preocupe com a escuridão, nós ainda podemos encontrar um jeito,

Me olha com aqueles olhos azuis céu que me fazem perder o chão. Deslizo até uma parede, sentindo a chuva fria bater contra minha cabeça e a capa amarela começa a fazer aquele típico barulho. Sorrio, rápido, mas meu sorriso foi de felicidade. Chuva me refrescou. Talvez até me mostrou algum caminho além.

Porque nada dura para sempre, nem mesmo a fria chuva de novembro,

Você chega em mim e me encara com um sorriso travesso “eu falei que não é para se molhar, tapado” comenta se agachando na chuva mesmo, segurando ainda a sombrinha um tanto transparente acima da sua cabeça, e arregaça a barra da minha calça. Eu só lhe encaro. Estou... Cada vez mais perto de me confessar e com isso, provavelmente levar um chute.

Você não acha que precisa de alguém? Você não acha que precisa de alguém? Todos precisam de alguém, você não é a única,

Agacho-me junto a ti, depois de dobrar ambas as barras.

Olho-te e sorrio, e você retribuí. Neste ponto a sombrinha fora depositada no chão, e a chuva bate contra nós dois, mas não atrapalha o clima.

Inconsciência. Quem conhece já viu tudo. Dois segundos depois estamos em meio ao um beijo quente. A chuva só ajuda a me sentir mais vivo. Suas mãos deslizam em meu corpo, e eu, nesta altura do campeonato já perdi o controle de tudo.

Você não acha que precisa de alguém?

“Você não acha que precisa de alguém? Todos precisam de alguém” as palavras saem da minha boca com sacrifício. Sem folego, em meio à chuva fria e na rua, ele me responde sorridente “não mais”.

The End