Um Desconhecido escrita por Daijo


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

^^



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Isso não podia estar acontecendo. Só podia ser um sonho, ou melhor, um pesadelo.

- Se você ficar de olhos tampados, não vai aproveitar o banho. – É, não era um pesadelo. Thomas estava em minha banheira mesmo.

“Meu Deus! Ele está nu!” – Com esse pensamento, eu fiquei vermelha como um pimentão.

- Vou continuar desse jeito até que você saia daqui. – avisei com a voz embargada.

Ele deu um muxoxo divertido, e afastou minha mão do rosto. A essa altura, acho que já estava roxa de vergonha.

- Abre esse olho. – pediu ele, impaciente. Apesar de ele ter tirado minha mão, eu permaneci com os olhos cerrados. – Não vai abrir? – eu balancei a cabeça, em negativa, fervorosamente. – Tudo bem, eu tenho meus métodos para persuadir uma mulher.

No escuro, senti o movimento da água. Imaginei que, talvez, Thomas estivesse saindo da banheira. Relaxei um pouco meus músculos, antes tensos. Ação errada.

Meu estado de tensão voltou, quando senti a língua do motorista percorrer, lentamente meu pescoço.

Sempre atrevido.

Ofeguei. Mesmo assim não abri os olhos. Nossos corpos estavam próximos; isso era perigoso.

Agora ele distribuía leves beijos por toda a extensão de meu pescoço. Eu joguei minha cabeça para trás, arfante. Meu coração estava descompassado.

- Pare... Thomas. – supliquei, minha voz falhando. Isso só o instigou mais.

Ousado.

Senti sua mão calejada passear da minha perna até a coxa, brutamente. Soltei um gemido. Ele me puxou, com força, para si e nossos corpos se chocaram.

As ações daquele homem estavam me deixando louca. Mais um movimento dele, e ficaria fora de mim.

Thomas começou a descer seus beijos. Sua boca estava quase chegando à região de meus seios. Já não agüentava mais; estava prestes a ceder. O desejo era incontrolável.

- Henrique! – suspirei, enquanto Thomas me provocava com suas carícias. Ele parou.

- Isso acaba com o clima de qualquer um, sabia? – disse ele, amargo. Eu finalmente abri os olhos para encará-lo.

No fundo daqueles orbes violetas, eu enxerguei a decepção. Inexplicavelmente, aquilo cortou meu coração. A piedade tomou conta de mim.

- Mas tudo bem. – disse ele, olhando-me fixamente nos olhos. – Se você fica mais feliz assim, pode me chamar de Henrique. Tudo por você. – Ele acariciou carinhosamente meus lábios com seu dedo.

Antes selvagem, agora carinhoso. Isso era possível?

Ele mirou minha boca. Eu prendi a respiração.

Seu rosto estava chegando perto; e eu fechei os olhos novamente. Logo seus lábios chegariam aos meus.

Não!

Eu não queria trair Henrique; eu amava-o, queria ser fiel. Traí-lo seria como arrancar um pedaço de meu coração. Mas a compaixão que estava sentindo por Thomas, não me deixava recuar.

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, quando reabri os olhos.

- Não tenha medo. – sussurrou ele, a centímetros do meu rosto. – Você vai gostar.

Antes que ele me beijasse, escutamos uma batida na porta de meu quarto. Eu empurrei, num ímpeto, Thomas para longe de mim.

- Senhora? – indagou uma voz alta, atrás da porta. Era Inês.

- Sim Inês. – gritei em resposta. Fiquei espantada com a frieza que consegui ter, perante tal situação. – Estou no banho. Por favor, não me incomode.

- Desculpe senhora. – ela respondeu azeda. – Só vim avisar que já voltei.

- Tudo bem. Obrigada.

Fiquei em silêncio, e pude escutar seus passos se distanciando. Respirei aliviada.

Thomas se ergueu de repente e eu virei o rosto, rubra.

- Salva pelo gongo. – Ele saiu da banheira; escutei ele abrir a gaveta de um armário.

Olhei-o curiosa e ele estava se enxugando com uma toalha.

“Ai estava a bendita!”

Ele se vestiu, recolheu outra toalha do armário e colocou na borda da banheira. Eu a peguei rapidamente. Aproveitei quando ele se virou por um instante para fechar a gaveta do armário, levantando-me e me cobrindo com a toalha.

Sai da banheira, impassível. Ainda não acreditava que quase havia caído nas garras do motorista.

Mais uma vez ele me puxou.

- Da próxima vez terminamos isso. – Ele ia me beijar, mas fui mais rápida e virei o rosto. Sua boca atingiu minha bochecha.

Thomas saiu, então, da casa de banho, e depois do quarto. Desejei internamente que não fosse pego por ninguém.

- Não haverá próxima vez. – sussurrei, ciente de que quase pusera meu casamento a perder.


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Notas finais do capítulo

Não me matem.. ~.*



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