Um Desconhecido escrita por Daijo
Notas iniciais do capítulo
^^
Isso não podia estar acontecendo. Só podia ser um sonho, ou melhor, um pesadelo.
- Se você ficar de olhos tampados, não vai aproveitar o banho. – É, não era um pesadelo. Thomas estava em minha banheira mesmo.
“Meu Deus! Ele está nu!” – Com esse pensamento, eu fiquei vermelha como um pimentão.
- Vou continuar desse jeito até que você saia daqui. – avisei com a voz embargada.
Ele deu um muxoxo divertido, e afastou minha mão do rosto. A essa altura, acho que já estava roxa de vergonha.
- Abre esse olho. – pediu ele, impaciente. Apesar de ele ter tirado minha mão, eu permaneci com os olhos cerrados. – Não vai abrir? – eu balancei a cabeça, em negativa, fervorosamente. – Tudo bem, eu tenho meus métodos para persuadir uma mulher.
No escuro, senti o movimento da água. Imaginei que, talvez, Thomas estivesse saindo da banheira. Relaxei um pouco meus músculos, antes tensos. Ação errada.
Meu estado de tensão voltou, quando senti a língua do motorista percorrer, lentamente meu pescoço.
Sempre atrevido.
Ofeguei. Mesmo assim não abri os olhos. Nossos corpos estavam próximos; isso era perigoso.
Agora ele distribuía leves beijos por toda a extensão de meu pescoço. Eu joguei minha cabeça para trás, arfante. Meu coração estava descompassado.
- Pare... Thomas. – supliquei, minha voz falhando. Isso só o instigou mais.
Ousado.
Senti sua mão calejada passear da minha perna até a coxa, brutamente. Soltei um gemido. Ele me puxou, com força, para si e nossos corpos se chocaram.
As ações daquele homem estavam me deixando louca. Mais um movimento dele, e ficaria fora de mim.
Thomas começou a descer seus beijos. Sua boca estava quase chegando à região de meus seios. Já não agüentava mais; estava prestes a ceder. O desejo era incontrolável.
- Henrique! – suspirei, enquanto Thomas me provocava com suas carícias. Ele parou.
- Isso acaba com o clima de qualquer um, sabia? – disse ele, amargo. Eu finalmente abri os olhos para encará-lo.
No fundo daqueles orbes violetas, eu enxerguei a decepção. Inexplicavelmente, aquilo cortou meu coração. A piedade tomou conta de mim.
- Mas tudo bem. – disse ele, olhando-me fixamente nos olhos. – Se você fica mais feliz assim, pode me chamar de Henrique. Tudo por você. – Ele acariciou carinhosamente meus lábios com seu dedo.
Antes selvagem, agora carinhoso. Isso era possível?
Ele mirou minha boca. Eu prendi a respiração.
Seu rosto estava chegando perto; e eu fechei os olhos novamente. Logo seus lábios chegariam aos meus.
Não!
Eu não queria trair Henrique; eu amava-o, queria ser fiel. Traí-lo seria como arrancar um pedaço de meu coração. Mas a compaixão que estava sentindo por Thomas, não me deixava recuar.
Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, quando reabri os olhos.
- Não tenha medo. – sussurrou ele, a centímetros do meu rosto. – Você vai gostar.
Antes que ele me beijasse, escutamos uma batida na porta de meu quarto. Eu empurrei, num ímpeto, Thomas para longe de mim.
- Senhora? – indagou uma voz alta, atrás da porta. Era Inês.
- Sim Inês. – gritei em resposta. Fiquei espantada com a frieza que consegui ter, perante tal situação. – Estou no banho. Por favor, não me incomode.
- Desculpe senhora. – ela respondeu azeda. – Só vim avisar que já voltei.
- Tudo bem. Obrigada.
Fiquei em silêncio, e pude escutar seus passos se distanciando. Respirei aliviada.
Thomas se ergueu de repente e eu virei o rosto, rubra.
- Salva pelo gongo. – Ele saiu da banheira; escutei ele abrir a gaveta de um armário.
Olhei-o curiosa e ele estava se enxugando com uma toalha.
“Ai estava a bendita!”
Ele se vestiu, recolheu outra toalha do armário e colocou na borda da banheira. Eu a peguei rapidamente. Aproveitei quando ele se virou por um instante para fechar a gaveta do armário, levantando-me e me cobrindo com a toalha.
Sai da banheira, impassível. Ainda não acreditava que quase havia caído nas garras do motorista.
Mais uma vez ele me puxou.
- Da próxima vez terminamos isso. – Ele ia me beijar, mas fui mais rápida e virei o rosto. Sua boca atingiu minha bochecha.
Thomas saiu, então, da casa de banho, e depois do quarto. Desejei internamente que não fosse pego por ninguém.
- Não haverá próxima vez. – sussurrei, ciente de que quase pusera meu casamento a perder.
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Não me matem.. ~.*