Depois de milênios da minha vida eu consegui levantar no horário certo. Levantei até feliz pra ir pra escola, can believe that? Troquei-me e peguei as coisas e fui até a casa do Ways.

Caminhei até lá e bati na porta, o Gerard atendeu com olhar sonolento.

-Bom dia Gee. –Eu disse.

-Oi, tudo bem? –Ele me disse em sinais e eu entendi nada.

-Gerard, eu não entendi.

Ele pegou um bloquinho e mandou-me entrar na casa dele e escreveu: Oi, tudo bem?

-Sim, está tudo bem só tirando o sono.

Ele escreveu e fez sinal: Legal.

Mikey desceu já trocado e com mochila.

-Gerard vai logo se trocar. Bom dia Frank.

-Bom dia. –Eu respondi.

Gerard subiu e foi se trocar.

-Ainda está na cabeça que você vai conseguir fazer o Gerard falar?

-Sim. Eu aprendi sinais de mudo. –Fiz o que o Gerard tinha feito.

-Que bom, é assim que começa mesmo.

Gerard desceu e fomos caminhando até a escola. Entramos e até o porteiro achou estranho, pois nunca tinha me visto chegar na hora ou eu na escola.

Separamos-nos e eu entrei na minha sala. Eu tinha esquecido que aula é tão chata e tão entediante, fazia milênios que eu não prestava atenção nas aulas. Professora ficou impressionada com minha atenção na aula.

Bateu o sinal pro intervalo e decidi ir a biblioteca pegar alguns livros de psicologia e sinais de mudo pra eu entender o Gerard, eu quero ajudar tirar esse jeito dele, quero dizer... Sem falar e se fechar do mundo.

-Com licença. –Disse a bibliotecária. –Onde ficam os livros de sinais de mudo e psicologia?

Ela me levou até a prateleiras onde estavam e me deu duas montanhas de livros e coloquei na mesa e comecei a estudá-los.

Primeiro foi sinais, eu queria me comunicar com o Gerard eu ser amigo dele. Mesmo eu ter tido pro Mikey que eu era amigo deles, só que eu queria provação do Gerard primeiro, você não chega em uma pessoa dizendo: Ei, eu sou seu amigo.

Não é assim que as coisas funcionam. Primeiro eu tinha que conversa com ele e pegar sua confiança e assim eu ganhando admiração e  intimidade com ele, assim ficaria mais fácil saber do que ele gosta e conseguiria fazer um dialogo, uma conversa com ele, mesmo sendo de sinais de mudo.

Os sinais não eram nada fáceis de fazer ou decorar, eu tinha que ficar treinando o tempo todo porque eu não conseguia montar uma frase completa.

- O que você está fazendo? –Um bloquinho tinha parado em minha frente.

Era o Gerard com cara de confuso pra mim.

-Tentando aprender isso. –Eu mostrei pra ele.

-Por quê? –Ele escreveu.

-Eu quero conversar com você. Eu quero te ajudar Gerard, você oprime essa tristeza em você, sendo que você nem quer colocar pra fora.

-Um psicólogo?

-Você não quer conversar comigo? Não é ruim não falar com ninguém?

Ele batia no bloquinho me fazendo responder a sua pergunta escrita.

-Como se fosse.

-Porque você está fazendo isso?

-Sou seu amigo não é?

-Amigo...?

-E não sou? Quer ser meu amigo Gerard?

-Você só está me usando pra sua aula de psicologia, sou uma cobaia.

-Lógico que não, amigos ajudam os outros amigos quando estão precisando. É isso que um amigo faz e eu quero te ajudar, eu sei como é ruim oprimir essa tristeza.

-Tudo bem então. Mesmo eu não gostando muito da idéia.

Gerard sentou ao meu lado e me ensinava os sinais, e o que eu não entendia ele desenhava explicando melhor o seu significado, eu estava ficando bom nisso.

O sinal bateu e eu peguei alguns livros que eu ia usar em casa sobre sinais e alguns de psicologias e fomos pra sala, me despedi em modo de sinal pro Gerard e ele fez o mesmo cruzando os dedos, dei uma rapidinha no rascunho que Gerard tinha me feito e estava: Amigo.

Fiquei feliz por isso. Já era a última aula e era difícil eu me concentrar em física enquanto eu ficava pensando nos sinais que eu estava aprendendo.

Quando a aula acabou eu estava indo embora e o Gerard segurou em meu braço e disse em sinal de mudo.

-Você gostaria de ir em minha casa?

-Gerard, eu só entendi “você” e “casa”.

Ele pegou seu bloquinho e escreveu: Você gostaria de ir em minha casa?

-Ah sim! Adoraria, assim eu treino mais com você.

Ele balançou a cabeça positivamente e esperamos o Mikey na saída.

-Desculpe é que a aula de informática estava interessante e...

-Tá, tá! Entendemos, vamos.

Fomos andando e o Gerard estava me ensinando sinais de mudo na rua e quando eu não entendia o Mikey traduzia e me explicava.

Chegamos à casa dos Ways e senti um cheiro delicioso vindo da cozinha.

-Vovó? –Mikey perguntou.

-Aqui querido. –Uma mulher não tão velha veio para dar um abraço em seus netos. –E esse jovem? –Ela se perguntou me olhando.

-Frank Iero, senhora. –Eu disse com vergonha.

-Amigo. –Disse Gerard com sinal.

-E como se fala essa palavra Gerard? –Ela perguntou com uma sobrancelha levantada.

-Não sei. –Ele fez o sinal.

-Aham. Bem Frank se quiser ficar pro jantar ou lanche.

-Adoraria! –Estava com fome.

-Que bom! Eu vou fazer o jantar e, por favor, Frank me chame de Helena.

Gerard fez um sorriso muito lindo e eu fiquei vermelho, eu estava gostando dele, mas ele gostava de mim?

Sentamos no sofá e na mesma mesa que o Mikey me ajudara nos estudos o Gerard estava me ajudando nos sinais, e eu estava fazendo tudo correto e certo e entendendo tudo.

-Você não vai mais precisar desse bloquinho Gerard. –Eu disse feliz.

-Que bom. –Ele me respondendo fazendo o sinal.

-Meninos o jantar está pronto. Tem certeza que seus pais não ligam Frank? –Disse a dona Helena.

-Não, de jeito nenhum.

Sentamos-nos à mesa e tinha comida de toda criança adora: Arroz, feijão, batata frita e fanta uva. Gerard fez sinal pra eu me sentar e eu entendi, finalmente! E eu me sentei.

-Espero que goste Frank. –Disse a Helena.

-Que isso! Eu adoro batata frita.

-Toda criança gosta um estudo comprovou. –Disse o Mikey.

-Bem, eu não preciso de estudo pra provar que eu gosto de batata fritas.

-Batata-Frita. –Gerard fez o sinal.

-Fala. –Disse avó.

E mais uma vez Gerard negou com a cabeça. Eu tentei imitar o sinal, mas era muito difícil e então ele fez devagar e eu fiz.