POV Thalia

Meu Deus, o que eu fiz?! Luke sofreu um acidente por minha causa. Nunca vou me perdoar por isso. Nunca mesmo. Depois de chegar no hospital, as enfermeiras me deram remédios para passar a dor e fizeram curativos em meus machucados. Fiquei lá esperando o pessoal chegar. Assim que os vi, percebi que Jack estava falando com alguém e todos estavam observando. Perguntei a Annabeth, quem era e ela me disse que Jack estava com os pais de Luke no telefone. Quando ele desligou, eu não aguentei e comecei a chorar:

– Foi tudo culpa minha! – eu disse com a cabeça entre as mãos.

– Claro que não! – tranquilizou-me Annabeth, sentando-se ao meu lado– Ele queria te ajudar. Só isso!

– Agora eu nunca vou me perdoar. Nada pode acontecer a Luke. Nada. – eu deitei a cabeça no colo de Annie

Além de triste e culpada, eu estava ficando irritada, pois nenhum médico apareceu para nos dar satisfação.

– Vou entrar naquela UTI e ver como Luke está! – eu já ia me levantar, mas Percy me impediu

– Você não vai a lugar nenhum. Até porque o médico já está vindo aí.

Olhei em volta e percebi que era verdade. Quando ele chegou para falar conosco, eu perguntei agitada:

– Como está Luke, doutor? O que aconteceu?

– Bem, antes de tudo, eu sou Jeremy Mallete, médico responsável pelo Luke. Muito prazer. – ele ofereceu a mão e Nico apertou

– O prazer é meu. Eu sou Nico Di Ângelo, amigo do Luke.

– Onde estão os responsáveis pelo menino?

– Eles estão a caminho, pois nós somos de Nova Iorque.

– Bem, Senhor Di Ângelo, acho que posso te explicar o estado de Luke.

– Vamos, diga logo! – eu aprecei-o

– Eu vou direto ao ponto. O menino Luke, com a queda, provavelmente bateu a cabeça nas pedras e sofreu um traumatismo craniano e uma parada cardíaca. Nós conseguimos controlar a parada cardíaca, mas ele terá que fazer...

– Um cirurgia de risco. Por causa do traumatismo. – disse Nico

– Isso mesmo rapaz. E eu preciso da autorização dos responsáveis para realizar essa cirurgia.

– Mas você precisa fazer essa cirurgia urgente ou... Luke estará correndo sério risco de vida.

Eu desabei. Não consegui e nem queria segurar o choro.

– Se Luke morrer... eu não consigo nem pensar nessa possibilidade e isso não vai acontecer. Não pode. Ele só tem dezoito anos. Não vai acontecer nada. Não vou deixar. – eu disse

– Isso mesmo Thatá. – uma lágrima caiu no rosto de Annabeth – Lembra quando eu te chamava assim, e você quase me batia?

Eu sorri, pois no meu estado, não conseguia nem falar. Ela sorriu de volta e todos me abraçaram:

– Thalia, Luke vai sair dessa e vai voltar pra gente! – disse Percy, com uma voz de choro.

– Vai mesmo. Ele é forte e ainda vai poder brigar muito com você! – disse Bella, também chorando

Eu nunca pensei que ele iria me fazer ficar assim.

POV Silena

Ficamos das três às oito horas no hospital. Até que os pais de Luke chegaram. Percy, Nico e Jack os cumprimentaram com um abraço. E nós com um beijo no rosto. Percy disse:

– Tia May, Tio Hermes, o médico de Luke está vindo aí, para explicar tudo a vocês.

– Obrigada, querido! – disse May

Quando o médico chegou, Hermes fez as devidas apresentações:

– Olá doutor. Eu sou Hermes e esta é minha esposa, May.

– Prazer, senhor Hermes. – e apertou a mão de Hermes – Prazer senhora May. – e apertou a mão de May – Bem, seu filho, Luke, teve uma parada cardíaca que já foi controlada. Mas esse não é o pior problema. Ele também sofreu um traumatismo craniano, então precisa da cirurgia que provavelmente, irá reverter essa situação.

– Como assim “provavelmente”? – perguntou Hermes

– É que essa é uma cirurgia de risco. Então eu preciso da permissão de vocês para realizá-la.

May já começou a chorar

– Mesmo assim, confio no senhor. O que eu preciso assinar?

O médico entregou um papel á Hermes e á May. Eles assinaram e o doutor voltou apressado para a UTI.

– Percy, me explica direito como isso aconteceu. – pediu May em prantos

Percy explicou tudo detalhadamente. No final Hermes disse:

– Não é possível. Coitado do meu filho.

– E é tudo culpa minha! - murmurou Thalia – Eu nunca dei valor pro Luke, e agora talvez, nunca possa ter essa chance novamente.

– Não fale assim! – disse Annabeth – Ele vai melhorar! Vai sair dessa, eu tenho certeza.

Percy olhou no relógio.

– A essa hora, o médico já começou a cirurgia.

E nós ficamos lá, por muito tempo, esperando alguma noticia de Luke. A cirurgia demorou seis horas para ser concluída. E do começo ao fim, Thalia e May não pararam de chorar. Annabeth cochilou no colo de Percy. Nico cochilou no ombro de Bella, que encostou a cabeça na dele e cochilou também. Jack e Nina também cochilaram... ou seja, as únicas pessoas que não dormiram foram eu, Percy, Hermes, May e a coitada da Thalia. Ás duas horas da madrugada o médico, chegou. Hermes perguntou-o:

– E aí, doutor? Como foi?

– Eu tenho duas noticias: uma boa e uma ruim. Qual vocês querem ouvir primeiro?

– A boa. – disse Thalia ainda chorando

– Bem, a boa é que a operação foi um sucesso e Luke não terá nenhum sintoma colateral.

– E a ruim? – perguntou May

– A ruim é que ele vai precisar ficar no hospital por uma semana até se recuperar.

Nós ficamos tão felizes com a noticia que nos abraçamos. Thalia e Percy acordaram todo mundo e contaram que Luke estava bem e que a cirurgia tinha sido um sucesso.

– Oh, meu Deus, muito, muito obrigada! – May disse levantando as mãos ao céu.

– Ficar praticamente o dia inteiro aqui e a madrugada também, valeu a pena! – disse Nico bocejando

– O que você está falando aí, cabeção - disse Percy – Você tava dormindo. Enquanto nós ficamos aqui, acordados esperando noticias.

– Doutor, quando ele vai para o quarto? – perguntou Thalia

– Os enfermeiros, estão levando-o para lá agora.

– Em que andar fica?

– No sétimo.

Thalia subiu correndo

– Bem, - Hermes apertou a mão do médico – obrigado por cuidar do meu menino. Nos veremos bastante por uma semana, não é?

– Isso mesmo. Eu estou indo embora agora. Mas antes irei dar uma passada lá, para ver o estado de Luke. É importante que vocês saibam que só vão poder visitá-lo amanhã, depois do almoço. E provavelmente, ele só irá acordar, daqui dois dias.

– Mesmo assim, eu te agradeço doutor! – disse May, com um lenço nas mãos, enxugando as lágrimas.

– Imagina, eu tenho prazer em ajudá-los! – depois de dizer isso, ele se foi

– Bem, vamos subir – resolveu Annabeth – pois Thalia deve estar fazendo o maior escândalo para ver Luke.

– Não. – disse Hermes – Vocês vão pra casa, durmam um pouco e amanhã voltam, para ver Luke!

– Mas... – começou Percy

– Não tem mais, nem menos. Vão, e levem Thalia!

– Há-há. Até parece que a roqueira punk, vai querer sair de perto de Luke.

– Tenho certeza que vocês darão um jeito, né?

– Ok, acho que eu consigo – disse Annabeth – Com muito esforço, talvez.

– Então vamos subir.

Nós fomos atrás de Thalia. Ela se recusou a ir embora. Então, Annabeth, Percy, Nico e Bella, agarraram-na pelos braços e conseguiram colocá-la em um táxi. Depois de tomar um calmante, ela conseguiu dormir. Nós aproveitamos e fizemos o mesmo.

Um tempo depois: 11 horas da manhã.

POV Nico

Chagamos no hospital, logo depois de almoçarmos. Thalia nem comeu, de tão ansiosa, só reclamando no nosso ouvido. Quando vimos Tio Hermes e Tia May, eles estavam cochilando nas cadeiras, então acordamos eles.

– Hermes, May – disse Annabeth delicadamente – Acordem.

Eles acordaram calmamente

– Vocês já viram o Luke? – perguntou Thalia ansiosa

– Já, - disse Hermes – Ele parece estar bem. Está cheio de aparelhos respiratórios e outras coisas. Mas como sempre, com uma aparência saudável.

– Eu quero vê-lo. Agora. – exigiu Thalia

– Calma flor, – começou May – acho que você pode entrar agora. Mas esteja calma. Respire fundo, por que é difícil ver ele nessa situação.

– Tudo bem. Mas eu vou entrar.

Ela não esperou uma resposta. Abriu a porta e nem se lembrou de fechá-la. Eu fui tentar ouvir algo. As meninas brigaram comigo, mas eu nem liguei. Thalia disse exatamente isso:

– Luke, me desculpe por colocá-lo nessa situação. Tudo o que está acontecendo contigo é culpa minha. – percebi que ela começou a chorar (de novo), pegou a mão dele e murmurou – Eu admito que no inicio, não gostava de você, mas depois, comecei a perceber como me sentia bem ao seu lado. Como o som da sua voz, me fazia feliz. Como um sorriso seu, podia fazer meu dia valer a pena. Como o jeito que você falava “minha morena”, deixava minhas pernas bambas. Eu não consigo admitir que te amo, mas depois desse acidente, meu mundo virou de cabeça para baixo. Você precisa acordar o mais rápido possível. Luke, sem ti aqui comigo, eu perco o chão. Não sei mais o que fazer. Volta pra mim. Eu prometo que faço o que você desejar. Por que você, é o duende dos meus sonhos.

– “Duende”? Não seria o “Homem” dos seus sonhos?

– Não! Isso é muito velho, duende é mais fofinho. Peraí... – ela percebeu de quem era a voz – Luke! Você acordou!

– Depois do que eu ouvi, até morto ressuscitaria!

Eu percebi o que ia acontecer, então abri a porta e eles estavam se beijando. Sabe aqueles beijos de filmes pra maiores de dezoito anos? Então, esses mesmo. Todos ficamos observando a cena, depois de algum tempo começamos a bater palma e assoviar.

– Uhuul! Até que enfim! – eu gritei

– Finalmente eles se beijaram! – gritou Percy também – O mundo vai acabar.

– Alguém gravou essa cena? – perguntou Annabeth – Por que esse beijo vai ficar para a história!

Eles pararam e nos encararam bravos. Depois de alguns segundos todos começamos a rir.

– Não se pode nem mais beijar em paz! – reclamou Thalia

– Mas é claro! – disse Jack – Já estava até rolando apostas, pra saber quem tomaria a iniciativa.

– Aff como vocês são bestas!

– Ah, Thalia deixa eles pra lá. – disse Luke super alegre – Finalmente você se declarou a “minha morena”!

– Owt, como vocês são fofos! – disse Silena

Os pais dele entraram na sala

– Então quer dizer que nós temos uma nora, hein May? – disse Hermes

– Pra você ver! – concordou May – Vamos ver se agora, o Luke para quieto, só com uma menina.

– Mãe, pai! – disse Luke com lágrimas nos olhos – Vocês vieram me ver! Eu estava morrendo de saudades.

Eles se abraçaram

– Oh, meu bebê... eu quase morri de preocupação! – disse May, voltando a chorar – Você está se sentindo bem?

– Estou sim, mãe.

– Luke, eu e sua mãe estivemos pensando... – começou Hermes, sério – Que você vai conosco pra Londres.

– O que? – perguntou Luke – Como assim, “Londres”?

– Eu vou correr nas olimpíadas de Londres esse ano. E nós vamos ficar lá, por mais ou menos dois anos.

– Mas... e os meus amigos? E Thalia? Eu não posso ir embora agora que Thalia se declarou!

– Você sofreu um traumatismo craniano. Não posso e não vou deixar você sozinho na Califórnia, enquanto eu estou do outro lado do planeta.

Luke parou por alguns segundos.

– Não posso, pai. Agora essa, é minha vida. A faculdade começa daqui cinco dias. E eu não vou abandonar meus amigos. Ah, mas não vou mesmo.