Sonhos Escritos escrita por Deni Rocha


Capítulo 12
Além de tudo


Notas iniciais do capítulo

Gente, esse capítulo ia ser enorme, só que ai eu percebi que tinha colocado dois acontecimentos em um único lugar, então eu preferi separar pra ficar melhor dividido. Então no capítulo próximo eu compenso. Apesar de ser pequeno eu amei esse capitulo, tomara que vocês gostem õ/



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Estávamos no carro de Naten, que é uma BMW branca, indo para um lugar que eu não fazia idéia onde é. Enquanto ele dirigia, eu mechia no cabelo dele.

_Você não costumava deixar que as pessoas mechessem no seu cabelo ... Agora você nem liga... - Comentei distraída com os fios castanhos-claro.

_Não deixo. Só você. E só porque você tem uma mão leve. - Falou ainda olhando para frente.

_Oh Meu Deus! Oh Meu Deus! Minha mão está ficando impossível de aguentar, é peso demais pra mim. Vai cair! - Interpretei fazendo minha mão despencar sobre a cabeça dele.

_E eu estou dirigindo. Não posso ser esmagado por você. Lesa... - Disse ele sorrindo para mim. Não pude deixar de sorrir também.

Dirigimos por mais uns 10 minutos até que chegamos em um campo aberto, não muito longe de Los Angeles. Desde quando eu chegara aqui, ainda não tinha saido com Naten só para curtir, sempre foram compromissos de agenda. O lugar era bem verde e aberto, com árvores por todo lado, bancos em madeira e um ar tranquilizador. Não havia muita gente, apenas alguns casais com bebês e idosos sentados. Era a primeira vez que saíamos sozinhos, sem seguranças, produtores e tudo isso. Na verdade, era o nosso primeiro encontro digno de ser chamado de encontro desde que nos conhecemos. Isso me fez rir.

_Posso rir também? -Falou ele enquanto abria o porta-malas do carro.

_Estava pensando... É a primeira vez que temos um encontro de verdade, quer dizer, sem pressão, sem pijamas ou todas essas coisas estranhas... Um encontro normal.

Naten tirou uma enorme cesta do carro e veio em minha direção, segurando-a com a mão direita. Ele chegou mais perto e encostou a mão esquerda no meu rosto.

_Eu sei... Pensei nisso também. Por isso quis te trazer aqui. É a primeira pessoa que vem comigo que não é um dos meus avós. Eu adoro ficar aqui, e acho que você também vai gostar. - Olhei para a cesta.

_Um piquenique então? - Naten sorriu.

_Vamos. - Saiu me puxando parque adentro.

Sabe aqueles comerciais de margarina que você vê os pais correndo com os filhos em um lugar lindo e maravilhoso que você nunca encontra? Então, esse era o lugar que você nunca encontra. Estava tudo muito verde, limpo, tão alegre que eu parecia estar em outra dimensão. Nunca havia estado em um lugar assim. Se Naten não estivesse segurando minha mão e me guiando, acho que ficaria parada a tarde toda no mesmo lugar, só observando.

_Chegamos Ali. - Naten chamou minha atenção.

Olhe à frente a paisagem me iluminou, estávamos no topo de uma montanha. Era exuberante. O enorme horizonte, as árvores grandes e colocadas quase propositalmente no lugar onde estavam, e a brisa, que batia no meu rosto trazendo um cheiro de uma mistura de flores que eu não conseguia identificar.

_Isso não existe. - Falei de olhos fechados, sentindo o vento no meu corpo.

_Abre os olhos.

Não sei quando tempo fiquei embriagada com o lugar, mas quando abri os olhos e olhei para o lado, Naten já havia arrumado tudo. Todas as coisas que estavam dentro da cesta estavam espalhadas em uma grande toalha vermelha com linhas brancas.

_Como você sabia? - Sussurrei , olhando-o enquanto ele terminava de arrumar o lugar.

_Sabia o que? - Perguntou levantando a cabeça e se levantando para ficar de frente pra mim. A luz do sol nesse momento fez um efeito nos seus olhos que era difícil de descrever. Completamente envolvente? Divinamente fascinante? Não. Mais que isso.

_Piquenique. Meu lazer preferido. Eu adoro fazer isso. Fui algumas vezes com minhas amigas, mas eu gostava especialmente quando...

_Você fazia com seu pai. - Completou ele ainda me fitando. - Eu não sabia, apenas... Não sei. Só estava na minha cabeça desde sempre te trazer aqui. - Encostei minha testa na dele e fitei seus olhos. Sorri. - Vem, vamos sentar.

Sentamos no meio da toalha e encostei minhas costas no peito de Naten, enquanto ele pegava um pouco de cada coisa que trouxemos. Havia frutas cortadas , morangos com calda de chocolate, torradas, pedaços de chocolate, jujubas, mousse de maracujá, bolo, sucos e tudo que eu gostava de comer. Naten pegou um pedaço de morango e colocou na minha boca.

_Foi você que fez isso tudo? - Perguntei apontando para as guloseimas.

_Uhum. - Respondeu engolindo o outro pedaço do morango. - Queria ter o mérito de tudo.

_Você não existe...

_O branco feito um fantasma aqui é você... - Brincou. De repente o celular dele apitou. Naten olhou a mensagem que chegara e depois franziu e testa.

_O que foi?

_Não sei. Me enviaram uma mensagem sem número e só escrito "você" . Olha. - Peguei o celular.

_Sei lá devem ter mandado errado. Se foi isso já já mandam outra.

_Deve ser... -Disse Naten guardando o celular.

Passamos um bom tempo conversando e comendo, e Naten sempre fazendo brincadeiras bobas. De prache né... Quando o sol estava quase se pondo, Naten puxou a cesta e tirou de dentro um walkman cinza com fones de ouvido.

_Relíquia hoje em dia...

_Prefiro o som de aparelhos antigos... Toma. - Naten me passou um fone e colocou o outro no ouvido dele, depois ligou o aparelho. - Tem uma música que eu quero que você ouça. Se chama Just you, do Jesen Ackles. Já ouviu? - Disse não com a cabeça. - Ótimo. Ela é tudo o que eu quero falar pra você agora. - A música começou a tocar e Naten encostou o seu rosto ao lado do meu.

Enquanto o sol se punha, a música tocava. Falava sobre o quanto o homem acreditava na garota que ele amava, e sempre estaria pra ela. "E eu nunca vou deixar você ... desvanecer, e eu quero que você saiba que eu te amo, por tudo que você é e tudo o que você será". Naten citou esse trecho da música enquanto ela tocava. O sol estava quase se escondendo nas montanhas quando a música parou. Apenas terminou e eu percebi que estava chorando. Me virei para ele e escondi o rosto em seu peito.

_Obrigada.

_Não se agradece quando se ama. Eu apenas amo você.

Eu o abracei mais forte, querendo guardar o máximo de detalhes daquela tarde.


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Notas finais do capítulo

Romântico neh?