Sentado no teto do Trimotor, com uma das pernas solta e outra dobrada, o braço esquerdo apoiado no joelho à mão direita brincando com uma faca, enquanto me encarava com um rosto sínico tendo um sorriso de orelha a orelha. Cabelo todo bagunçado e sujo balançava ao vento tendo como característica os olhos, olhos verdes claros brilhando na escuridão... Como os meus.

            Em roupas largas e desgastadas era nesse estado que encontrei o primeiro dos meus irmãos, Psi ( a penúltima letra do alfabeto grego, claro que você entendeu que ele é a experiência predecessora
a mim, eu foi a ultima experiência feita numero 27 e ele foi à penúltima 26). Ele estava eufórico dando risinhos enquanto encarava uma Lyrian confusa e um eu nervoso e apreensivo, botou a faca no cinto depois de alguns momentos nos encarando.

            -Ah... como amo esse mundo .-Falou ele respirando fundo com uma voz de falsete. –Você não irmãozinho?

            -Irmão? –Pulo Lyrian olhando espantada para mim, então pareceu por um momento aliviada e sorriu para mim. –Bem pelo menos encontramos o primeiro, isso não é bom?

            -você esteve procurando por mim Ômegazinho?–disse ele cinicamente pulando do trimotor e parando na minha frente, fiquei sem reação. –Olha que coincidência, também estive procurando por você.

            Provavelmente Lyrian via maravilhada não entendendo a situação, provavelmente ia falar aquelas frases de “efeito” toda melosa que os humanos adoram falar nessas situações, se não fosse por algo
que pego tanto eu quanto ela de surpresa. Sem aviso, Psi me deu um murro na boca do estomago. E foi o soco mais forte que eu já tomei em toda minha vida, o ar foi completamente expelido dos meus pulmões senti como se minhas costelas fossem afundar, foi jogado para trás com a pressão que ele fez.

            Quando ameacei a levantar do chão Psi veio correndo com tudo e chutou minha barriga como se eu fosse uma bola de futebol. Nisso rolei ate chegar à borda do precipício.

            -Porque você está fazendo isso? –Lyrian gritou imóvel não acreditando no que estava vendo. – Vocês não são irmãos?

            -Qual foi Ômega? –Disse ele entre risos ignorando completamente a Lyrian. –Isso nunca foi o suficiente para derrubar a “melhor das experiências”. Será que esses 200 mil anos de hibernação te amoleceram?

            Ele me pegou pela gola da minha camisa enquanto eu tentava me recuperar. Isso tudo estava me irritando, mas ainda era muito confuso, por que ele estava fazendo isso? Foi quando ele me encarou que eu vi aquele rosto que se mantinha sorridente e lunático mudará para serio, nervoso e agressivo.

            -Vamos Ômega! Só isso não é o suficiente para me acalmar. Não é o suficiente para eu poder revidar tudo que você me fez passar.

            -Do que você está falando? –Eu nunca fiz nada com ele, não lembro nem de conversar com ele. –Eu não te fiz nada

            -MENTIROSO

            Só vi um cruzado de direta vindo direto no meu rosto, o impacto me jogou para o lado caindo no chão me deixando todo zonzo, se eu fosse um humano normal já estaria morto (e você deve está pensando que eu estou exagerando e coisa do gênero que você viu no UFC ou BOXE os caras trocando muito mais soco do que eu levei ate agora e nem por isso morreram, mas a e que você se engana pequeno gafanhoto. E simples um humano normal tem uma força em seu soco equivalente a de 784N, esses seus heróis possuem o equivalente a 3000N, dependendo pode ser ate mais. Mas nos experiências fomos criados para ter 10 vezes mais que isso. E com esses 3000N já faz o estrago que vocês adoram ver, imagina 10 vezes mais.)

            -Estou falando serio Psi... –Com um puxão retiro as faixas do meu rosto enquanto tento-me por de pé, minha respiração estava difícil. –Eu nem sequer conversava com você ou com os outros.

            Nisso tomo outro chute só que de leve me fazendo girar ficando de barriga para cima. Ele pisa forte no meu peito expelindo novamente meu ar.

            -Tá de gracinha com a minha cara.
–Falou ele nervoso, raiva trasbordava de seus olhos. -Вы думаете, что я глуп? ( e eu sei, que palavrão foi esse? Bem lembram quando eu disse que o Projeto Genoma era um trabalho em conjunto da maioria dos países, uma espécie de aliança mundial. Pois bem cada uma das cobaias para experiência veio de um pais diferente, Psi no caso veio da Rússia, pelo jeito ele estava tão nervoso que começou a falar a sua antiga língua, mas não se preocupem irei traduzir a parti de agora para vocês poderem entender, basicamente nossa conversa foi em russo a parti desse momento.)

            -Tenho
cara de idiota?-Esbravejava ele na minha cara. –Acha mesmo que pode me enganar?

            -Falo serio Psi, nunca lhe fiz nada...

             Foi então que vi ele prepara outro soco, enquanto eu falava, por um momento pensei que ele esmurraria minha cara contra o chão ate meu cérebro ser expelido pelos meus ouvidos então ele parou como se
tivesse percebido algo dando o soco no chão ao meu lado.

            -Você fala a verdade... mas essa verdade e mentira... como pode estar falando a verdade, sendo ela uma mentira?

            E o que? Que embolação foi essa que ele falou? Ate eu estou confuso nisso tudo ( e para mim foi pior, você estão recebendo tudo mastigadinho. E eu que tive que ficar traduzindo na hora com uma baita dor de cabeça.). Ele me encarou por alguns segundos ate que sua expressão mudou para como se ele tivesse entendido tudo

            -Quem sou eu?-Não entendi nada, que raio de pergunta era essa? Então ele me pegou pela a gola e começou a me sacudir falando –Responda, quem sou eu? Qual e meu nome?

            -Você é Psi, experiência 26, cobaia de origem Russa. –Ele parou, rosto inexpressivo então me sacudiu de novo (qual foi, tenho cara daqueles brinquedos Magic 8-Ball, que você tem que sacudir antes de fazer uma pergunta!?) e voltou a falar.

            -Quem é você? Qual é seu nome?-Mas confuso impossível, mas preferi não contrariar.

            -Ômega, experiência 27, cobaia de origem Brasileira.

            -HAHAHAHAHAHAHA. –Ele começou a cair na gargalhada me soltando, então ainda rindo começou a caminhar ate o trimotor abaixou a cabeça apoiando a mão no veiculo. – Você não me disse o que
sabe, mas o que aquele MALDITO computador colocou na tua cabeça. MALDITO VOCÊ NÃO LEMBRA!

            Ele começou a dar vários socos no Trimotor enquanto eu me levantava e ele gritava que eu não me lembrava, olhei para Lyrian ela estava com aquela expressão de terror que teve quando me viu tortura o filhote de cruz credo, enquanto Psi deformava o Trimotor a cada soco.
Por fim se virou e voltou a falar a língua atual (que apesar de nunca ter dito antes, já era uma língua totalmente diferente do que já existiu antes na Terra, só estou me dando o trabalho de traduzir para vocês.)

            -Assim não dá. Se você não se lembra...não tem graça. –Eu não sabia se ele estava fazendo piada ou falando serio, seu tom de voz era confuso e distorcido. –Mas você vai se lembrar e quando isso acontecer, você vai prestar contas a mim. Você vai pagar pelo o que fez comigo, pelo o que você tirou de mim. Ômega VOCÊ AINDA ME PAGA.

            Sem falar mais nada ele sai correndo dali aos pulos, como muitas vezes já fiz no meio das batalhas, em questão de segundos já estava fora do meu campo de visão. Agora uma Lyrian apavorada e
extremamente confusa me encarava pasma e tremendo toda. Tento me aproximar dela, mas ela recua uns passos como um animal acuado e indefeso.

            -O que foi isso Om? Por que ele te chamou de Ômega? O que esta acontecendo aqui? O que é você de verdade?

            Não gostei nada da reação dela, não gostava do medo que ela sentia de mim então respirei fundo e falei.

            -Vou precisar que tenha calma e me escute atentamente. Quero que você preste atenção no que eu disser e não fale ate eu terminar.
            Sentei-me no chão pedi para que ela fizesse o mesmo, mas ela se recusava, firmou na posição que estava e não iria sair daquilo ate que eu respondesse suas perguntas. Por que, para tantas horas, porque justo agora você foi aparecer Psi e foi fazer esse showzinho.