Antes que ela pudesse dar mais uma facada Zero desesperado segurou seu pulso, ela largou a faca que caiu no chão, seu rosto todo vermelho e molhado de lágrimas que continuavam caindo.

– O que foi?! – Bradou Zero. – Porque você fez isso?!

Ele segurou o braço esquerdo dela cheio de cortes e com muito sangue, sangue que continuava a escorrer, e muito...

– Fale, porque você fez isso com você mesma!- Ele gritava, não de raiva, mas era o que parecia. – Diga!

Ela não conseguia dizer uma só palavra, o choro tapava sua garganta.

Zero olhou mais uma vez para o braço dela e suas mãos que o seguravam cobertas de sangue, seus olhos começaram a ficar vermelhos e ele lutava para controlar a sede, porém era muito difícil, ele já estava um tempo sem sangue e o dela lhe parecia muito delicioso.

– Beba... – Foi o que ela conseguiu dizer forçando-se muito.

Ele ficou perplexo, e por um momento se abaixou para morder o braço dela, porém se deteve, e precisou de muita concentração para isso.

– Porque... Porque você fez isso?! – Falava meio fora de si, ele estava atordoado.

– Para que você possa se alimentar. – Ela falava com dificuldade. – Beba... Você vai se sentir melhor.

– Eu não... Eu não posso fazer isso.

– Acredite Onii-san, dói mais em mim do que em você...

– Eu, e-eu, n-não... – Ele lutava contra o inevitável.

Era impossível se controlar mais, ele estava sedento e o sangue dela parecia tão, tão perfeito...

Logo ele estava segurando o braço dela firmemente e sugando o sangue das diversas marcas, ele sugava freneticamente deixando diversas gotas caírem sobre o chão.

– Aishiteru* Zero Onii-san... – Dizendo isso ela desmaiou, já havia perdido muito sangue e estava muito cansada já.

Zero bebeu de seu sangue por mais um tempo, até perceber que ela estava desmaiada.

Ele olhou para ela desmaiada em seus braços e os dois cobertos de sangue.

– Porque? Porque os vampiros tem que fazer isso?! É tão errado! Olhe para ela, queria me ajudar, e perdeu tanto sangue que acabou desacordada, como eu odeio ser esse monstro!

Ela desmaiada, fechou os braços envolta da cintura dele e disse incosciente.

– Gomen nasai Onii-san...

Ele arregalou seus lindos olhos prateados.

– Eu... é que te devo desculpas...

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Lentamente Victoria abria seus olhos, e a primeira coisa que viu lhe fez abrir um enorme sorriso.

– Bom dia, Onii-san...

Ele a olhava com carinho, amor e ressentimento.

Ele estava deitado ao lado dela encarando-a com aquele mesmo olhar.

– Que bom que você está aqui! – Dizia entusiasmada. – Pensei que ia me odiar depois do que eu fiz ontem... – Olhou para baixo com os olhos tristes.

Ele cerrou o punho e passou os dedos até a metade dos longos cabelos lavanda dela, o mesmo cabelo que caia-lhe sobre o rosto cobrindo um pouco de seus olhos igualmente lavanda, dando o contraste perfeito para o rosto angelical da menina.

– Como você pode falar assim?! Eu é que deveria pedir desculpas pelo que fiz.

Ele pegou o braço dela que possuía marcas de mordida e riscos de faca.

Ela colocou a mão no rosto dele e olhou-o gentilmente.

– Oh querido Irmão, você pode ter bebido do meu sangue, eu posso ter me dado facadas, mas essas feridas vão se curar e meu sangue vai ser reposto, mas a tristeza de saber que o que EU fiz te deixou triste, isso me faz... Isso me faz... – Ela começou a chorar. – Isso me faz sofrer muito!

Ele olhou para ela surpreso e depois gentilmente secou-lhe as lágrimas.

– Eu sei que você pensa assim, mas ainda é doloroso para mim, fazer algo assim com você...

– Não importa, você precisa viver, eu farei isso por você onii-san, mesmo que eu mesa e você passemos a me odiar.

– Pare de falar besteiras! Eu nunca odiarei você!

– Então estamos de acordo? – Disse sorrindo.

– Você realmente se parece comigo garotinha! – Ele deu um peteleco no nariz dela e ele riram. – Mas vamos levantar, temos aula agora, e já estamos atrasados.

– E olha que é só meu segundo dia hein!

– Se acostume, como minha irmã e monitora você ainda vai perder muitas aulas.

Eles caíram na gargalhada, eles estavam realmente felizes o que para os dois era algo que não sentiam a muito tempo.

Os dois começaram se arrumar para levarem uma bronca do professor, Zero se arrumou primeiro pois era mais rápido, logo depois Victoria entrou no banheiro, pôde-se ouvir uns gemidinhos baixos vindos de lá quando ela ligou o chuveiro.

– Seu braço está doendo? – Gritou Zero pela porta.

– Só um pouquinho, eu estou bem... – Ela saiu do banheiro e cambaleou um pouco para o lado.

– Você perdeu muito sangue... Não se esforce, eu te levo até a sala.

Ele ia se mover, mas ela falou mais rápido.

– Mas antes me ajude a fazer o curativo onii-san. Onegai. – Disse com a carinha mais kawaii possível.

Ele tirou do bolso um frasco de remédio e jogou um pouco do líquido no braço dela que gritou, mas tentou esconder, logo depois enfaixaram por cima.

– Está muito feio?!

– Sendo sincero, está sim...

– Tudo bem, não podemos fazer nada melhor, vamos logo! – Disse dando um passo e novamente se desequilibrando.

– Vamos. – Disse Zero sorrindo de uma maneira maliciosa.

– Irmão eu te ODEIOOOO! Eu te ODEIOOOO!