Sex, Universe, And Rock N Roll escrita por Jonathan Bemol, Roli Cruz


Capítulo 37
This is The End, My Only Friend (Love)


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Roli Cruz aqui ^^'
Queria dizer que esse foi um capítulo... Tenso...
E a parte que eu escrevi, foi a mais difícil de fazer em toda a minha vida de escritora.
Sério.
Chorei...
Enfim, aproveitem.
Beijos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/206881/chapter/37



A teoria da criação do Universo segundo renomados cientistas das Indústrias Cibernéticas de Sirius é a seguinte:

No principio, existia apenas o nada. O nada completo. O Universo inteiro estava isolado dentro de um ponto. Um ponto simples e singular, cercado de nada. Ele era pequeno, extremamente pequeno, de uma pequenez inimaginável.

Logo, esse ponto cansou de ser apenas um ponto solto sozinho no nada, e decidiu fazer algo. Então ele esticou um “braço” para fora. Ele era agora um ponto com um risco para fora. Ele viu que aquilo era muito bom, e continuou a tirar mais riscos/braços para fora dele.

Viu que era uma ideia estupidamente boa, e ficou feliz. Tão feliz, mas tão feliz que explodiu. Essa explosão foi colossal. Nada poderia descrever essa explosão. Um estouro tão grande que deixaria qualquer bomba atômica com inveja. Não foi uma explosão forte, não foi uma explosão muito forte, foi uma explosão forte pra caralho; literalmente.

Tudo estava acontecendo muito rápido, tudo surgia muito rápido. O Universo esticava-se e explodia numa velocidade incrível, então aquele ponto, que agora era o Universo, decidiu fazer algo para que todas as coisas não acontecessem ao mesmo tempo. Foi assim que surgiu o Tempo.

Poderíamos entrar numa longuíssima discussão sobre o Tempo, mas como não queremos isso, aqui vai o que o Guia do Mochileiro das Galáxias diz sobre ele: “O tempo é uma ilusão. E o tempo da hora do almoço é uma ilusão maior ainda”.

***

Se tivesse de escolher entre um sofá novo, a fórmula da cura do câncer ou um titã, James ficaria com um sofá. Mas como a vida não lhe deu as duas primeiras opções, ele ficou com o titã, que era a coisa que ele menos precisava no momento.

O gigantesco monstro pegou James, Caroline e Douglas, e se preparou para devorá-los. A mão do titã era maior que a casa do professor de filosofia, e era muito suja de terra e resíduos do tipo. Cronos levou sua enorme mão até a boca e os humanos sentiram o seu bafo. James abraçou Caroline.

– É o fim! – ele gritou, abraçando a professora com todas as forças – o fim depois do fim!

A mão do monstro parou em frente da sua boca. O titã pareceu ficar em dúvida se deveria devorá-los ou não.

Ele levou a mão até o seu peito, e aproximou a cabeça para visualizar melhor os seres que havia pego. O olho de Cronos era quase do tamanho de James, um pouco maior na verdade.

O professor continuou abraçado com Caroline enquanto o titã os olhava. Analisou-os por um longo tempo, enquanto os humanos tremiam de medo. Enfim ele disse com uma voz alta e rouca:

– Quem são vocês?

Ninguém ousou responder, até que Douglas começou a falar gaguejando:

– N-nós somos te-te-terráqueos!

– Hum... Terra – o titã recordou-se.

Um silêncio grande se fez novamente. Até que Cronos perguntou:

– E o que é isso emanando de vocês? – ele apontou para James e Caroline. Os dois levantaram, olharam-se e não viram nada.

– Isso o que?

– Isso! – disse o titã, um tanto bravo.

– Não sabemos do que você está falando! – disse Caroline.

Cronos pareceu concordar com eles. Sentou-se em algum lugar, deixou os humanos em cima de algumas pedras e se apoiou em sua perna como naquela estátua do Homem Pensador.

– Os deuses jogaram vocês aqui por quê?

– Bem – disse James – eles nos deram uma missão, mas não completamos ela direito...

– Sei... Os deuses jogam tudo o que não presta neste lugar. Sobra tudo para mim!

– É... – disse Douglas – e precisamos dar um jeito de sair daqui urgentemente!

Cronos fez uma cara feia, e falou:

– É impossível sair daqui. As vezes alguns monstros saem, ressuscitam, essas bobagens. Mas vocês? Nem ao menos sabem voar!

– Se pelo menos tivesse jeito de consertar a nave – resmungou James, mas o titã escutou.

– O que? Vocês tem uma nave? Onde ela está?

Douglas apontou para o local onde a nave estava.

– Mas ela esta toda quebrada, é impossível consertar ela.

– Impossível?

Cronos fez os destroços da nave voarem até sua mão. Revirou alguns e disse:

– Eu sou o Senhor do Tempo! Posso fazer com que essa nave volte no tempo, enquanto ela ainda estava inteira e funcionando. Só vai demorar um pouco, por que meus poderes já não são mais os mesmos de antes...

Os destroços da nave flutuavam na mão do titã, e iam se juntando devagar. A nave logo estaria perfeita. Então Caroline teve uma excelente ideia:

– Senhor Cronos! O professor James tem uma doença que envolve tempo! Ele só tem... uma meia hora de vida mais ou menos! O senhor poderia atrasar um pouco a doença, ou até...

– Não – interrompeu Cronos. Caroline ficou olhando para o titã e perguntou:

– Por que não?

– Porque eu não quero – e voltou a olhar para a nave que consertava.

– Isso... isso... isso não é resposta! Como você se disponibiliza consertar a nave e não... “consertar” meu amigo aqui?

– É divertido consertar coisas. Mas seu amigo... com essa coisa que vocês tem envolta de vocês... não dá nem gosto de consertar, comer, nada.

Os dois voltaram a se olhar e não viram a tal coisa que Cronos falava. James olhou suplicante para Caroline, e ela voltou a falar com o titã:

– Senhor, que tal se...

– EU JÁ DISSE QUE NÃO!

O grito de Cronos ecoou por todo o Tártaro, e os humanos entenderam que ele não ajudaria.

***

Ficaram muito tempo calados, apenas observando o que o titã Cronos fazia com a nave. Ela já estava pronta pela metade.

James estava muito tonto. Muito tonto mesmo. Os sintomas de sua doença estavam ficando cada vez mais fortes: agora só enxergava em preto-e-branco, sua cabeça ardia e seu corpo todo estava amortecido. Ele jazia deitado com a cabeça encostada em uma pedra, como se fosse um travesseiro. Mas muito mais duro e sujo.

Ele estava cansado. Parecia que ia morrer por ali mesmo, no Tártaro. Mas o que viria depois? Hades o iria torturar para todo o sempre mesmo? James iria encontrar Deus de verdade? Se Deus realmente existisse, o professor iria para o Inferno? Mas praticamente ele já estava numa espécie de Inferno...

Resolveu não pensar muito naquilo. Decidiu pensar na sua vida. Será que teve uma vida boa? Pensou em suas aulas... lembrou de sua rotina na Terra. Uma rotina extremamente monótona. “É... minha vida foi uma merda...”

Mas então lembrou das viagens pelo espaço. Das missões, das aventuras, dos lugares que visitou junto com ela, Caroline. A mulher mais perfeita já criada, a vista de James. Ele se emocionou porque não iria ter tempo de... ficar mais com ela.

Lembrou do Restaurante no Fim do Universo, de como Caroline havia dito que o amava... do Olimpo, de todos os deuses, da internet, do planeta Demetriures, James lembrava-se de tudo. É, isso tinha sido legal e tinha valido a pena.

Sentada ali perto, numa rocha, Caroline permanecia calada. Ela se balançava para frente e para trás e olhava fixamente para um ponto no chão.

Nunca pensou que estaria ali. Nunca pensou que fosse acontecer algo tão extraordinário em toda a sua vida.

Acabou. Já era. Ele vai morrer daqui a pouco...” Ela pensou, e tentava ao máximo não olhar para o professor que jazia à poucos metros dela.

– Carol... – Douglas disse, sentando ao seu lado.

Ela não respondeu.

– São os últimos momentos da vida dele... – O escritor continuou, tentando olhar nos olhos verdes da garota.

– N-Não... – Ela gaguejou, tentando reprimir o choro. – E-Eu não v-vou me despedir...

– Não precisa ser necessariamente uma despedida... – Ele encolheu os ombros.

– Tá... – Ela suspirou, levantando e indo até o professor. – J-James?

Ele não respondeu. Estava tão interessado nos tons de cinza, que nem havia percebido a loira ao seu lado.

– James, eu... – Ela disse, sentando ao lado do professor. Ele continuou deitado, olhando para o infinito breu que se estendia acima deles. – Sinto muito. Muitíssimo... Mesmo. Eu queria tanto ter feito algo por você. Eu sou capaz de matar todos aqueles deuses, só pra poder ter você perto de mim por mais tempo...

– Por que está falando isso? – Ele perguntou, virando o rosto para poder encarar os olhos tristes da moça.

– Você é tão cego assim? – Ela disse num fiapo de voz, estava prestes a desabar. – M-Mesmo depois de tudo o que fizemos... Depois de tudo que passamos... J-Juntos... Você ainda consegue não ver...

– Caroline... – James a interrompeu. A garota fitou seus olhos castanhos e foi surpreendida com um abraço.

Ele não sabia o que tinha dado nele, mas aquilo havia feito com que seus braços segurassem a loira, que parecia mais frágil que ele.

– Você não precisa chorar... – Ele disse, afagando os cabelos desgrenhados e sujos dela. Mas mesmo assim, eram os mais macios que ele já havia tocado.

– N-Não? C-Como Não? – Ela perguntou, se afastando para olhá-lo nos olhos. A pupila estava maior que o normal. – James... Você está se sentindo bem?

– Só estou meio tonto... – Ele tentou sorrir, mas a visão começou a escurecer e ele tombou no colo da professora.

– James? James! JAMES! – Ela começou a se desesperar, enquanto a cabeça dele pendia em seu colo.

– Caroline... – Ele sussurrou, enquanto ela chorava.

– S-sim? – Ela perguntou, enquanto mais lágrimas rolavam em suas bochechas e caíam no corpo inerte do moreno.

– Vem cá. – Ele pediu, enquanto ela chegava mais perto.

– James, eu... – Ela começou a dizer, com seu rosto a centímetros do dele.

– Shh... – Ele repreendeu. – Chega mais.

Ela obedeceu, ainda chorando.

Acontece que agora o relógio no pulso dele marcava cinco minutos de vida. A visão já estava quase totalmente turva, os sentidos iam deixando-o aos poucos, a cabeça parecia girar à um milhão por hora e a audição piorava a cada segundo.

James não queria acabar com a última chance de falar com Caroline.

– C-Ca... – Ele tentou dizer tudo, mas parou, a respiração começava a ficar mais escassa.

– Sim James? – Ela tentou incentivá-lo, mas a cada segundo ficava pior.

Como viu que não daria para falar, ele acabou com a distância entre os dois e selou seus lábios. Finalmente, depois de 37 capítulos.

O beijo foi delicado, como se eles tivessem medo de acabar com aquele momento.

Depois de algum tempo, o relógio marcava um minuto, Caroline depositou a cabeça de James no chão cuidadosamente e ficou olhando-o. Lágrimas não paravam de descer por seu rosto. Ela se sentia tão vazia... Tão... Incompleta.

– Idiota... – Ela disse, deitando no peito do professor. – Seu idiota. Porque não disse antes? Porque não disse que a doença... Porque não falou dela, simplesmente?? Idiota... – Ela chorava inconsolada.

Ele escutava. Sim, ele continuava escutando, embora a grande força que isso exigia do pouco que ainda restava dos seus sentidos.

James também conseguia sentir, mesmo que muito pouco, a pressão que a loira fazia em seu peito.

– Eu te amo, James. Muito. – Ela chorava, enquanto ainda escutava o coração dele bater. Independente disso, o resto do corpo parecia morto. – Sempre te amei, seu idiota.

Ele sorria por dentro. Essas palavras agora eram longe e mais pareciam ecos, mas continuavam entrando em sua mente quase inconsciente.

– Eu te amo... – Ela sussurrava, enquanto sentia o coração do professor bater cada vez mais lentamente.

Então o relógio apitou.

Os números haviam zerado.

O coração havia parado de bater.

E Caroline só conseguia pensar em uma coisa:

Falhamos



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora entendem porque eu chorei? rs'
Será mesmo que ele morreu?
(Ah, vale dizer que a fic não acabou tá? k)
Beijos!