Sex, Universe, And Rock N Roll escrita por Jonathan Bemol, Roli Cruz


Capítulo 33
Mas tinha mais...


Notas iniciais do capítulo

Esperamos que gostem.
Capítulo feito por mim, Roli :3
Beijos!
PS: (A parte da Perséfone foi o Jonathan que fez u.u)



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Ok, Caroline sabia que homens gostavam de cerveja. Ela gostava também, mas nem tanto. A porta que ela e Démeter abriram era um grande frigorífico. Cheio, entupido de cervejas. As outras portas também eram assim, todas as portas eram.

– Isto é bom? Não deve ser melhor do que as que produzo – Démeter pegou uma e foi tomar um gole. Mas Caroline tirou a lata da mão da deusa e disse:

– Melhor não senhora, isso daqui é... bastante ruim – ela disse, tentando dar um riso.

– Ah, sim... – A deusa balbuciou, olhando para a lata na mão da loira.

– Acho melhor voltarmos para a sala de comando. – Caroline disse, pegando no braço da deusa (que ainda olhava desejosamente para as pilhas de cervejas) e indo até a porta.

Mas as duas não conseguiram chegar até lá, pois na mesma hora, as luzes se apagaram. Elas não conseguiam enxergar nem um palmo à frente do nariz, por mais que arregalassem os olhos.

Nota: Nos milhares de éons de existência do universo, nenhum ser humano, deus, humanoide, Marxado Kalanense, Aquifro Tomasiano, robô, krikkitiano ou titã jamais conseguiu decifrar um dos maiores mistérios da existência celestial; Porque, ao entrar em um cômodo escuro, arregalamos os olhos o máximo que podemos?
Cientistas de todas as galáxias – principalmente as mais distantes – criaram teorias para o caso, dizendo que nosso cérebro foi programado para sempre querer ver e ouvir tudo ao nosso redor. Por isso, a necessidade incessante de olhar o que está através da escuridão, mesmo que não haja nada.
Já foram comprovados casos em que o ser vivo (cujo o nome é muito difícil para ser dito nessa fic) perdeu um olho, no esforço de olhar o invisível.

– Mocinha? – Deméter chamou, enquanto as duas apalpavam as paredes, à procura da porta.

– Caroline. – A loira corrigiu. – Não me chame de mocinha. Sinto-me uma criança de sete anos.

– Você gosta dele, não gosta? –A deusa sorriu, imaginando o rosto da moça.

– Ele quem? – A professora perguntou, tentando adiar a resposta.

– Você sabe... Aquele cara alto e magrelo, que olha toda hora pra você, e te chamou de querida outra hora.

– James? – Caroline sorriu, enquanto achava o vão da porta... Ah não, era só outra pilha de latas. – Nós somos só amigos.

– Amigos bem chegados, então. – Ela insistiu.

– Não existe nada entre nós. – Caroline insistiu, sentindo seu rosto extremamente vermelho. – Nunca existiu. E mesmo que existisse, porque se importa?

– Humana tola. – Deméter riu, enquanto pegava, discretamente, uma lata de cerveja e enfiava no bolso do vestido.

– Tola? Eu? - Caroline parou sua busca pela porta e virou, vendo o rosto da deusa por um lampejo que clareou o quarto por dois segundos. – E você? Sabe o que sobre homens? Além desses trabalhadores mecânicos que você deixa presos no seu planeta. O que você sabe sobre gostar de alguém?

A deusa não respondeu, apenas fitou os olhos verdes da loira, enquanto os lampejos de claridade não paravam.

– Eu sei ver quando alguém gosta de outra pessoa. E pode ter certeza que ele gosta muito de você, moça. Acha que não percebi quando o idiota do Hades seduziu minha filha? Tenho meus instintos de mãe, e não sou como Ártemis, que renunciou aos homens. E acredite em mim, minha jovem, você pode ainda não perceber, mas está desesperadamente apaixonada por esse homem. E ele por você.

– Vamos. – Disse Caroline, ignorando o fato de que as palavras da deusa tocaram fundo em seu coração.

Ela puxou a deusa para a porta e, juntas, Foram até a sala de comando. Às vezes trombavam uma na outra, às vezes batiam em paredes e até chegaram a errar o caminho. Mas, depois de muito esforço, chegaram à sala de comando, e ela... não era o melhor lugar do Universo.

* * *

– Douglas, o que está fazendo ai?

James perguntou para o escritor que estava sentado no chão da nave, tremendo de medo.

Depois de muito tempo vasculhando a sala de comando apenas com a luz do Guia, James encontrou Douglas. Parecia que ele estava com medo mesmo.

- Douglas!

- O que? – de repente Douglas assustou-se.

- O que você está fazendo ai, no chão? O que está acontecendo? Quem são os Vogons?

- Ora, eu não estou no chão! – ele olhou para si mesmo, e levantou rapidamente – só estava... caçando Zéfiros.

- Zéfiros?

- Uma pergunta de cada vez. Os Vogons são... alienígenas chatos. Não são maus, apenas viciados em trabalho, cruéis e nojentos.

Douglas sumiu da vista de James por alguns instantes. Estava muito escuro, mas o professor deduziu que Douglas foi para o painel de controle. Escutou a voz de Douglas um pouco de longe:

- E nunca, em hipótese alguma deixe que um Vogon leia poemas para você.

Assim que disse isso, James ouviu o barulho de uma alavanca, e uma luz vermelha acendeu-se. Era meio fraca mas iluminava o suficiente a sala de controle. Também deixava aquela sala com um clima sinistro, mas James resolveu não pensar muito naquilo.

James tomou um susto, pois alguém pegou em seu braço e o puxou para trás. Em 1 segundo o professor suou frio e tremeu, então viu quem o havia puxado: Caroline.

- O que está acontecendo? – ela perguntou.

- Eu não sei! Douglas não explicou direito...

Démeter veio de trás de Caroline, e foi direto ao painel de controle falar com Douglas. Como os outros dois personagens, ela perguntou o que aconteceu. O escritor disse:

- Olha, é complicado explicar, por que...

- Por que nada! – gritou Caroline – Douglas, nos conte o que está acontecendo!

Então James percebeu algo que Caroline e Démeter já tinham percebido faz tempo: Douglas escondia alguma coisa.

- Ok, eu conto o que está acontecendo. Acontece que esses Vogons querem o número de identificação da nave. Esse número é enorme, tinha ele anotado em um papel...

- Então por que não dá esse número pra eles? – perguntou Caroline.

- Porque eu perdi o papel em que o número estava.

Um silêncio apareceu do nada, em que todos ficaram olhando para Douglas.

- E também – disse ele – eles querem... umas coisinhas que estão aqui na minha nave. Mas é melhor vocês não saberem o que é.

- É cerveja não é? – disse Démeter.

- Cerveja? – perguntou James, perdido.

- Como vocês sabem? – falou Douglas, mas logo viu que entregou-se – quer dizer, como é que...

Ele foi interrompido por um forte estrondo vindo de fora da nave. A luz piscou e uma voz sinistra de Vogon começou a falar:

“Senhores proprietários da nave: como não quiseram atender as nossas ordens, vamos tomar medidas mais severas. Leremos um de nossos poemas para os senhores, e entraremos para dentro da nave logo em seguida.”

Nessa hora, Démeter ficou brava. “Puta da cara” seria o termo correto.

- “Entraremos para dentro?” – ela disse com um olhar forte. Douglas tentou falar com ela, mas ela disse antes – abra a porta desta nave agora Douglas!!!

- Não! Estamos no espaço e...

Então começou a soar um poema Vogon. Era um poema extremamente, incrivelmente, estonteantemente horrível. Fazia os ouvidos dos humanos doerem de tão horrível que os versos eram. James logo estava rolando no chão, Caroline com as mãos nos ouvidos e Douglas também. Démeter não mostrou nenhuma reação.

- Abra a porta Douglas!

- Não p-posso! O vácuo do e-e-espaço vai fazer c-com q...

- ABRA!

Démeter gritou muito alto, e Douglas foi obrigado a abrir a porta da nave, que levava para fora. Antes entregou para Caroline e James algumas máscaras de respiração. A porta se abriu, Démeter pulou para fora e em seguida a porta fechou.

A deusa estava solta no espaço, mas se sentia normal pois era uma deusa e não precisava respirar. Enxergou as naves Vogons que cercavam a nave de Douglas. Elas eram parecidas com qualquer coisa, menos com uma nave. Eram enormes, 50 vezes maiores que a nave em que ela estava. Mas Démeter não se intimidou, e com seus poderes divinos, destruiu todas as naves.

* * *

“Eu não devia ter saído daquele planeta. Não devia ter tentado proteger minha mãe” Perséfone pensava. A sensação de se tele transportar era horrível. Todas as moléculas do seu corpo foram destruídas em milhões de pedacinhos. Ela sentiu a sensação de ser dividida em todos esses pedaços de pedaços de pedaços de pedaços. Mas tinha mais.

A sensação de todos esses pedaços se transportando através do tempo-espaço era mais horrível ainda. Os pedaços viajando dez vezes mais rápido que a velocidade da luz, batendo uns nos outros durante a viagem. Isso era horrível. E ainda tinha mais.

A sensação de ser montada novamente depois era pior ainda. Os pedaços de pedaços de pedaços se juntando em pedaços que formaram moléculas. E as moléculas se agrupando novamente para formar suas células que formaram tecidos que formaram órgãos que, finalmente, se juntaram ao seu corpo. Perséfone tinha sentido seu coração no pé, que estava nas costas, que estava em seu ombro, que, por sua vez, estava na ponta do seu nariz. Mas tinha mais...

Onde estava?




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Notas finais do capítulo

=D