Um Pai Para Meu Filho escrita por missnala
Acordei me sentindo revigorada. Tinhamos seis possíveis candidatos, entre eles Jake, aquele vizinho que estava em Roma. Segundo as meninas, está pra voltar.
Eu resolvi não voltar a procurar emprego, afinal, eu já tinha um, em Nova Jersey.
Liguei pra minha mãe, como prometido, e conversamos sobre os últimos dias, excluindo, claro, meu plano. Assim que a ligação para minha mãe terminou, após eu afirmar várias vezes que estava me alimentando direito e não estava bebendo, eu resolvi ligar para Mark.
–Bem que dizem, quem é vivo sempre aparece. –Ele disse, assim que atendeu ao celular.
–Olá pra você também, Mark. Como você está sobrevivendo sem a minha pessoa?
–Inacreditavelmente bem, obrigada.-Ele riu.- Como está a vida de Nova Iorquina? Corrida o suficiente para não ligar pro único irmão?
–Demais. E a sua? Corrida demais para vir me visitar?
–Estava apenas te esperando me convidar.
Mark é meu meio-irmão, por parte de pai. Temos quase três anos de diferença, e ele trabalha na loja da mãe dele. Ou seja, ele trabalha quando sente vontade.
–Estou te esperando então. Só me avise quando, que eu vou me programar.
Marcamos para a próxima semana, ele ficaria o tempo que pudesse. Por mais que eu tivesse feito amigos, sentia falta de gente que me conhecia realmente, e me entendia. Gente que gostava de mim, mesmo conhecendo meus defeitos.
Por se tratar de um domingo, o dia estava bem calmo. Ou seja, sem nenhum dos vizinhos vindo me visitar, ou convidando para alguma coisa. Resolvi, pela primeira vez desde que cheguei na cidade, ir conhece-la. Visitar alguns pontos turísticos, a Times Square e comprar comida na volta.
***
O passeio não durou muito, por causa de uma pancada de chuva, justo quando eu estava prestes a comprar um ticket para Estátua da Liberdade.
Com toda a comida que eu comprei, resolvi que seria muito triste jantar sozinha, e me perguntei quem eu deveria chamar para jantar comigo. Dois nomes piscaram em minha mente: Rachel e Thalía.
Interfonei para as duas e as convidei. Pedi também à Rachel que chamasse Clarisse, apesar de estar em atrito com ela, mas eu não me sentia bem excluindo-a. Agora só precisava terminar a janta.
Thalía logo apareceu, e me ajudou com a comida. Conversamos sobre várias pequenas coisas, até que eu resolvi perguntar sobre Luke.
–E o que tem ele?- Ela desconversou, ficando rosada.
–Ah, você sabe. Vocês dois estão em um relacionamento?
–Não. Somos apenas amigos.-Ela murmurou, ajeitando o talher sobre a mesa da cozinha.- As vezes eu tenho a impressão de que ele sabe o que eu sinto, e faz comentários para me constranger, mas depois ele parece tão alheio, que... eu nem sei mais.
–Você acha que ele faria alguma brincadeira se soubesse dos seus sentimentos?- Perguntei, triste por ela.
–Não. Ele é muito bacana pra isso. Mas ele me confunde, sabe.- Concordei, mas não sabia na realidade.- Eu tenho certeza que se ele soubesse, sairia correndo toda vez que me visse e ele iria acabar com a nossa amizade.
Cheguei a abrir a boca para dar algum conselho, mas, bom, eu não tinha nenhum conselho para ela. Eu era a pessoa mais atrasada no quesito "relacionamento" de todo esse prédio, talvez até de toda essa cidade.
–Eu não sei o que te dizer. Você é uma garota incrível, e muito bonita, Thá. Se ele não corresponde seus sentimentos, não vale a pena ficar se martirizando. Uma hora você vai encontrar alguém que vai te corresponder. E ele vai ser dez vezes mais bonito que o Luke.- E dei uma piscadela.
–Ele é lindo, não é mesmo?
–Não faz muito meu tipo, mas, é, ele é uma graça.
–Sabe, eu quero muito esquecer isso, e partir pra outra, só não sei como.
Ding-Dong.
–Já que você está tão empenhada em me ajudar, eu vou tentar te ajudar nisso, Thá.- Eu disse, indo abrir a porta para Rachel e Clarisse.
–Estou surpresa de ter sido convidada. -Clarisse disse, assim que chegamos a cozinha.
–E porque não seria?- Rachel perguntou, se sentando.
–Vamos deixar claro que a loira e eu não estávamos em bons termos da última vez que nos vimos. -Ela disse, também sentando-se.
–Uma coisa não tem nada a ver com a outra. -Informei, colocando a travessa na mesa.
Durante a janta, deixamos o tópico de lado, e conversamos bobeiras e coisas que seria impossível com os rapazes por perto.
Avaliamos os atores mais quentes do momento, conversamos sobre planos para o futuro, até mesmo nossas cores favoritas para esmalte.
–Posso te perguntar uma coisa?-Clarisse falou tão baixo que eu fiquei em duvida se ela tinha mesmo dito alguma coisa.
Estávamos jogadas no sofá de Margo, encarando o teto.
–A vontade.
–Porque você quer ter um filho agora, afinal? Você só tem vinte e quatro, tem muitos anos pela frente, e pode ainda encontrar alguém específico para formar uma família.
Ponderei minhas palavras muito bem antes de responde-la.
–Minha mãe quer netos.- Dei risada. Clarisse me observou seria, então resolvi responde-la seriamente também.-Bem...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom dia semideuses! Esse capítulo saiu mais rápido que os anteriores, né haha. Bom, eu resolvi tomar vergonha na cara e parar de enrolar tanto. E, não prometo nada, mas o próximo capítulo pode já estar sendo escrito. Obrigada, beijos. ;)