Eu Escolhi Você escrita por Mac_Senpai


Capítulo 1
Início Do Fim De Uma História


Notas iniciais do capítulo

Sábado, dia 25 de setembro... Início do fim de uma história.



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 “ Dizem que somos a soma das pessoas que conhecemos, mas não sei até onde isso é verdade, não sei se gostaria que isso fosse verdade. O que a frase não diz, é que se você amar uma dessas pessoas e a perder, um pedaço de você também se perde... assim como se soma! ”

  Sábado, dia 25 de setembro... Início do fim de uma história.
 
 [Ouve-se barulho de porta de carro batendo e pessoas conversando.]

  - [ bocejo ]Droga quem está fazendo esse barulho todo? [ Ao olhar pela janela, vê se um carro com mudanças ].
 Que ótimo! Agora temos vizinhos! Tomara que não sejam tão barulhentos todos os dias. [ fica de pé em frente a cama e deixa o corpo cair sobre ela ] Droga, estou com sono! Se eu ficar com olheiras já sei quem são os culpados. [ cobre a cabeça com o travesseiro ].

  -Hiumyyyyy ! Hiumyyyyy ! O café está na mesa. 
Desta vez, a voz de Shizuka, mãe de Hiumy quebra novamente o silêncio do quarto.
[murmura Hiumy com a cabeça coberta pelo travesseiro, algo sem sentido, talvez apenas uma reclamação do tipo: “Droga acabou meu momento de sossego!” ]

  -Já estou descendo mãe! Já que não posso vencê-los, vou me juntar a eles. [ Hiumy liga o som de seu quarto e começa a fazer ulguns movimentos, muito longe de se parecer com uma dança, enquanto escova os dentes ]
Hiumy, gesticulava, rodopiava e fazia outros movimentos que apesar de não se parecerem com uma dança e longe de ser gracioso, prendeu um olhar que cruzava pela janela até seu quarto. Do lado de fora, um rapaz de óculos com uma caixa nas mãos, estava parado na calçada em frente a casa vizinha. Não era um olhar de deboche, talvez uma hipnose, causada pelos cabelos de Hiumy que roubava a cena e talvez estivesse sendo a única coisa graciosa, naquela mistura de contorcionismo com dor de barriga aguda. Mas de qualquer forma, não se viu naquele olhar um único movimento de fechar, ou desviar-se.

[ Hiumy vira-se e percebe seu admirador. Rapidamente fecha as cortinas e se esconde atráz delas. ]   
 
  -Droga, será que ele me viu?! Mas que coisa! Será que não posso mais nem ter um momento de descontração dentro do meu próprio quarto? Será que ele viu? [ Devagar puxa um dos lados da cortina e olha para ver se o desconhecido ainda a observava ]
Pelo menos ele não está mais lá! Mas quem era aquela pessoa?
É melhor eu descer logo e tomar meu café, quero saber quem são os novos vizinhos, quem sabe não tem um pretendente para mim! Rico, bonito, gentil e inteligente! [ Risos e um rodopio ] 
 
  -Bom dia Hiumy! Coma logo, pois preciso que me faça um favor.
  -Sim mãe, mas será que poderia ser depois do café? É que gostaria de fazer outra coisa antes. [ Responde Hiumy, sem saber que, fazer o que sua mãe iria lhe pedir, iria colocá la mais perto dos seus novos vizinhos ]
 
  -Hiumy, gostaria que você fosse até a casa ao lado e desse as boas vindas aos nossos vizinhos. Leve esses bolinhos. [ Não houve resposta de Hiumy, pois não deu tempo. Com um sorrizo no rosto agarrou o embrulho com  os bolinhos e correu para a frente da casa ]
  -Olá, alguém em casa? Com licença, tem alguém em casa?
  -Um momento, estou indo! [ responde uma voz masculina, fazendo disparar o coração de Hiumy ]    
  -Nossa! Tem realmente um garoto! [ risos em meio a excitação ]

A medida que o rosto do vizinho foi se tornando mais visível e próximo, o sorriso foi se desfazendo. Era o admirador da janela.
  -Mas é você?! Será que poderia me explicar por que estava me observando? Será que você é um tarado?
  -N...não, calma não é nada disso eu não tive intenção, me desculpa! [ visivelmente nervoso, foram as únicas palavras do vizinho desconhecido]
  -Tudo bem! Mas que isso não se repita!
Vim entregar esses bolinhos que minha mãe fez e dar as boas vindas. [ da mesma forma, não houve tempo para um obrigado. Hiumy virou-se e foi embora ]
  O novo vizinho, não teve tempo de agradecer e talvez não o conseguisse fazer, devido ao nevorsismo e novamente a estranha hipnose.               
Logo, a noite chegou. Em casa com sua mãe, o vizinho comentou o caso; sua mãe logo lhe alertou:
  -Filho, eu não sei o que aconteceu mas tenho certeza que tudo foi um mal entendido e que a garota não teve intenção de ser mal educada com você. Mas de qualquer forma tente se manter a distância, você sabe que não são todos que tratam bem imigrantes não é? Eu não quero ver você passando por situações ruins.
 
 -Esta tudo bem mãe, eu não me importei com o que ela disse não. [ o que não disse a sua mãe é que Hiumy havia chamado sua atenção. ]
No outro dia pela manhã, Hiumy se arrumava para ir a escola, mas o que nem ela e nem o novo vizinho esperavam é que fosse a mesma escola.
  -Mãe, já estou indo!
  -Vá com cuidado e se esforce na escola Hiumy!
Saindo pela porta da sala Hiumy dirigiu-se ao passeio, e novamente um encontro com seu vizinho:
  -Oi vizinha, bom dia!

[ um silêncio ]
[ uma voz quase inaldível, forçada por educação ]
 
  -Bom dia!

Ao perceber que o caminho que tomavam era o mesmo, Hiumy acelerou os passos.
 
  -Escuta... nossa escola parece ser a mesma, olhando pelo uniforme. Será que podia me falar sobre como são os alunos, os professores e se todos andam tão rápidos como você?
 
  -Olha eu estou com pressa agora mas de qualquer forma para você que não é Japonês, não será a mesma coisa, agora me dá licensa. [ curta e grossa, Hiumy deixou transparecer, mesmo que inconcientemente, o maior dos defeitos de um ser Humano: O preconceito ]
Sem saber o que responder, o vizinho ficou ali... parado na calçada. Uma mistura de decepção, raiva e ao mesmo tempo a lembrança da visão da janela, onde Hiumy girava fazendo seu cabelo meio que voar com o vento. Talvez essa lembrança tenha feito com que o vizinho continuasse a caminhar novamente rumo a escola, mesmo que em passos lentos e transparecendo tristeza com o comentário.

Já na sala de aula, o novo aluno teve que se apresentar:
 
  -Bom dia para todos ! [ Comprimentou a professora. ]
  -Temos na sala um aluno novo! Pode nos dizer seu nome e de onde veio? [falou apontando para o vizinho ]
  -Bom dia! Meu nome é Felipe, apenas Lipe. Eu sou do Brasil [ a palavra Brasil, ecoou por toda a sala e foi interrompida por susurros de curiosidade ]
 
  -Professora... [ chamavam os alunos quase que todos ao mesmo tempo ]
  -Podemos fazer algumas perguntas ao Lipe-chan sobre o Brasil? [ perguntou o líder da sala ]
  -Claro Shouta-chan, mas logo após vamos continuar a aula.
  -Nos conte como é, como são os jovens, as garotas [ perguntou intusiasmado um dos alunos ]
 
As perguntas se estenderam por quase todo o horário daquela aula. Felipe percebeu que algumas pessoas, seja por qual motivo for, são hostís, mas não somos todos iguais. Naquela aula, seu sorriso se recuperou.
[ouve-se o sinal do intervalo]

  -Muito bem... !!![ exclama a professora ]
  -Agora que conhecem o novo aluno e sobre seu País, nada de conversa na próxima aula nem sobre como são as garotas Brasileiras.[ comenta arrancando sorriso dos alunos. Todos saem para o corredor e alguns comprimentando Felipe ]
  No mesmo corredor, estava Hiumy, conversando com suas amigas e sorrindo! Sem perceber novamente o olhar que vinha do outro lado.

 Felipe sem saber o porquê, não conseguia desviar o olhar. Ficou ali parado, apenas admirando o sorriso de Hiumy que parecia trazer luz ao extenso corredor da escola. As únicas a perceber, foram suas amigas que comentaram na mesma hora com Hiumy, ao se virar, já sem o sorriso, mas com a mesma expressão de desprezo de antes no rosto, puxou suas amigas pelo braço e saiu de perto.
 
No rosto de Felipe, o sorriso que conseguiu na sala, também se desfez e novamente a decepção, vergonha de ter sido visto e a confusão de não saber porquê Hiumy lhe chamava tanto a atenção.
 
  -Oi... Felipe! [ uma voz o assustou e o trouxe a realidade ]
  -Não liga, nem todas as garotas são legais, nem aqui, nem no Brasil e nem em qualquer outro País! [ incentiva Shizuo, líder da classe ]
  -N... não é nada disso! [ responde envergonhado ] Eu estava pensando em outra coisa!
  -Sim, entendo. Mas se pensar nessa coisa novamente e quiser conversar...você é novo aqui, posso ser seu amigo se quiser. [ estende a mão Shizuo ]
  -Claro que sim, ter um amigo agora para mim será muito bom! [ tentando esboçar um sorriso, Felipe segura a mão do novo amigo ]
 
  Felipe ficou até mais tarde na escola naquele dia. Precisava colocar em dia as matérias para acompanhar os alunos da nova Escola. 
  No caminho de casa, felipe encontra Hiumy e seus colegas, que logo começam a fazer piadinhas; Hiumy não comenta ou diz algo, mas não esconde o sorriso. Felipe olha por alguns instantes, abaixa a cabeça e continua caminhando.
  O novo aluno já havia se distanciado. O grupo começa a comentar sobre o rapaz e logo surge o comentário das amigas de Hiumy:
 
  -Ei ! Hiumy, esse não é o garoto do corredor?
  -Que garoto? [ disfarça Hiumy ]
  -Aquele que estava te encarando enquanto você estava de costas? É ele mesmo, eu lembro e também não tem tantos estrangeiros assim na escola, é ele mesmo o admirador da Hiumy. [ Todos começam a rir nesse momento deixando Hiumy constrangida ]
  -Eu nuca aceitaria um garoto como esse como admirador, vocês estão loucos!

 Os risos continuaram e uma última palavra de Hiumy para por fim ao deboche; a mais forte... a pior:
  -Eu nunca daria chance! Ainda mais para um garoto que nem Japonês é, vocês já viram a cara dele? Eu quero distância de um garoto desses.

 O comentário talvez tenha sido tão forte a ponto de assustar até mesmo seus colegas, que naquele momento pararam de debochar.
 Naquela noite, Hiumy chegou tarde em casa. Na casa vizinha, a luz do quarto de Felipe estava acesa; e ele acordado com seus pensamentos e uma insistente pergunta...

*Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Té +++