Fui embora ainda rindo da situação, foi tão engraçado e romântico ao mesmo tempo. Eu sempre sonhei com um príncipe encantado ou algo parecido com isso, encontrar o amor da minha vida em uma situação como aquela que eu havia acabado de viver ou então a do aeroporto e da festa com Zayn. Até então nunca tinha me apaixonado verdadeiramente, não sou boa com isso, não sei como é, o que se sente, como deve-se agir, não entendo nada sobre amor. É estranho de repente deparar-me com situações desse gênero, que deixam minhas emoções a flor da pele. Eu acabei de ter meu coração  batendo aceleradamente por alguém que eu nunca tinha visto antes. Apesar de ser, não parecia. Quando olhei nos olhos dele senti como se já nos conhecêssemos á muito tempo. Só espero que uma coisa dessas não aconteça novamente, acho que meu coração não suportaria.

Fui caminhando até meu carro, que estava há algumas ruas do restaurante, entrei e fui direto para casa. Não estava prestando muita atenção nas coisas, parecia que eu estava em estado de transe dividindo meus pensamentos em Zayn e no menino do restaurante.

Cheguei  e encontrei Pedro, o porteiro do prédio. Um senhor de uns 60 anos, muito simpático, nos tornamos amigos desde que eu vim morar aqui.

- Boa noite Anne, ainda não tinha visto você hoje. Como está?

- Olá. Estou muito bem. E como está meu porteiro favorito esta noite? Disse dando-lhe um beijo na testa.

- Estou melhor agora, o ultimo beijo que eu ganhei de uma moça tão bonita foi da minha neta, á uns três anos atrás.

- Estou de olho em você Pedro. Disse dona Maria, esposa de Pedro. Ela trabalha na recepção do prédio, é uma senhora adorável.

- Olá Mama, fazia tempo que não a via. Está linda como sempre! Eu disse entrando no elevador.

Cheguei em casa e Florence ainda estava dormindo, não consigo entender da onde sai tanto sono. Deixei minha bolsa no sofá e fui acordá-la.

- Florence o apartamento está pegando fogo. Gritei do corredor

* Splaft * 

Fui correndo até o quarto ver o que tinha acontecido, Florence estava caída no chão em meio a cobertor e travesseiro. Eu caí na gargalhada.

- Piada sem graça. Disse resmungando

- Levante-se daí. Está na hora do jantar.

Quando disse isso me toquei que havia esquecido de passar no mercado, também pudera, estava pensando besteiras. Me imaginei chegando no açougue e pedindo

- 1kg de olhos verdes do menino lindo do restaurante por favor.

- Italiano ou Japonês?

- A bunda do Louis!

Louis? Quem é Louis? Pensei comigo. Não dei muita bola, Florence estava meio dormindo. Resolvi pedir comida japonesa.

A comida chegou, eu e Florence fomos jantar. Ela começou a me contar sobre suas paixões. Eu contei sobre Zayn e o Cachinhos.

- Cachinhos? Perguntou Florence

- Sim, eu apelidei ele assim para não ficar o  chamando de “menino do restaurante”. Eu acho que não te falei sobre o cabelo dele. Eu me apaixonei pelo cabelo dele, eu casaria com aquele cabelo, era a coisa mais bagunçada e linda que eu já vi, eu poderia morar naqueles cachos, gostaria de roubar aquele cabelo.

Florence ficou me olhando por alguns segundos com a boca aberta e então disse:

- Era assim o cabelo do menino da festa. Oh meu Deus, não me diga que estamos interessadas no mesmo cara.

Meu mundo caiu, a felicidade acabou, só restou escuridão.

- E você nem ao menos sabe como era o rosto dele não é mesmo? Eu disse.

- Não, nem faço a mínima idéia. Florence respondeu.

Depois de muito pensar, decidimos que isso tudo era bobagem, nós não conhecíamos os meninos, ou o menino, nem sabíamos se iríamos vê-los novamente. Então decidimos encerrar o assunto por ali.

- Mas então, e Louis? Perguntei.

- Eu mal o conheço, mas com certeza gostaria de conhecê-lo melhor. Nós rimos. – Eu não vou procurar ele, se ele vier falar comigo ótimo, se não vier também, tanto faz. Mas é claro que eu gostaria que ele viesse.

Eu concordei e levantei da mesa, colocando os pratos na pia e fui para meu quarto. Tirei os sapatos, deitei e dormi.