HARRY’S POV

A viagem para a praia foi incrível. Nós voltamos no domingo, e desde então nós não víamos as meninas. Eu e a Isa trocávamos mensagens todos os dias, mas eu queria encontrar ela. Já era quinta feira, quatro dias sem ver aquele sorriso, sem beijar aquela boca.

Sai do meu quarto e desci pra sala. O clima era de puro tédio. Zayn e Niall estavam jogados nos pufs. Liam, Danielle, Louis e Eleanor não estavam ali, talvez tivessem descido pra comer alguma coisa.

- E ai caras? – Perguntei.

Eles responderam um fraco “e ai”. Suspirei e me joguei em um dos pufs.

- Fala sério, a gente não faz nada desde domingo. – Niall reclamou.

- Você quer dizer “nós não vemos as meninas desde domingo”. – Zayn fez o sotaque do Niall. – E eu concordo com você Nialler.

- Zayn, posso te pedir uma coisa? – Falei.

- Fala ai Hazza. – Ele olhou pra mim.

 - Pergunta pra Bru qual é o endereço da faculdade da Isa?

- Elas estudam no mesmo lugar. – Ele me corrigiu. – Mas... pra quê? Você sabe que não pode sair. – Zayn me censurou.

- Ninguém vai me ver. E eu não quero falar pra ela que eu vou. Quero fazer uma surpresa.

- Peraí que eu vou falar com ela. – Zayn pegou o celular pra mandar uma mensagem.

- Vê se não faz merda Harry. – Niall me alertou.

- Não vou fazer Niall. – Revirei os olhos.

- Anota aí. – Zayn me cortou e começou a falar o endereço. – Elas saem daqui uma hora. É melhor você se apressar.

- Você não vai ver a Bru? – Perguntei confuso.

- Ela tem estágio hoje. Só amanhã ela vai estar livre. – Ele suspirou, triste.

- E você Niall? – Me virei pra ele.

- A May sai mais tarde hoje, e depois ela trabalha. – Ele afundou a cara no travesseiro. – Mais um dia sem fazer nada. – Niall falou com a voz abafada.

- Falou então. Vou me arrumar.

Voltei pro meu quarto, tomei um banho rápido e coloquei um jeans, uma camisa xadrez e o meu tênis. Desci correndo as escadas e peguei a chave do carro, do meu carro, e o endereço da faculdade.

- Tchau garotos. – Eu disse e entrei no elevador.

Já na garagem, procurei meu carro e entrei. Digitei o endereço no GPS, coloquei meu óculos de sol e peguei o boné no porta luvas.

Não demorou muito até chegar na faculdade, em vinte minutos ou meia hora eu já estava com o carro estacionado do outro lado da rua. O s primeiros alunos começaram a sair e eu fiquei procurando a Isa pra poder avisar que eu estava aqui e ver sua reação.

Eu a vi saindo do prédio e me arrumei no banco, ansioso. Isa continuou andando e parou. Por um momento achei que ela tivesse me visto, esquecendo que o vidro do carro tinha insul-film, mas sua expressão ficou pesada, como se ela estivesse brava. Eu a observei confuso e vi que Isa voltou a andar. No meio do caminho um garoto falou com ela e a Isa o olhou nervosa.

Eu continuei olhando e vi a Isa parar pra escutar o que o garoto tinha pra dizer. Eu estava confuso e queira entender o que estava acontecendo. Ela estava de braços cruzados e com uma cara tipo: “fala logo o que você quer pra eu poder ir embora”. Não vou negar, eu estava nervoso. E o pior é que eu não podia nem descer do carro.

Vi o garoto se aproximar da Isa e querer encostar seu corpo no dela, e fiquei com muito ciúmes. Sabe aquele momento em que uma cena passa na sua cabeça? Pois é. Eu me imaginei indo até lá e encarando o cara enquanto colocava meu braço no ombro da Isa. “Qual é o problema?”, eu diria. Mas eu não podia fazer isso.

A Isa empurrou o garoto e dava pra ver que ela estava bem nervosa. Ela balançou a cabeça e deu as costas. Isa foi andando pela rua e eu liguei o carro. Peguei o telefone e disquei seu número.

- Alô?  - Isa atendeu com a voz estranha.

- Olha para o outro lado da rua. – Eu disse.

Ela começou a procurar e eu abaixei o vidro. Isa me viu e sorriu enquanto caminhava até o carro.

- Oi. – Eu falei e dei um selinho nela.

- Oi Harry. – A voz dela mudou assim que fechou a porta do carro. – Nunca imaginei que você ia vir até aqui! . – Ela riu e olhou pra mim. Seus olhos brilhavam.

- Resolvi fazer uma surpresa. – Sorri pra ela. – Mas eu preciso te perguntar uma coisa. – Eu disse olhando em seus olhos.

- Pode perguntar. – Ela não desviou o olhar, mas engoliu um seco.

Tentei engolir o ciúme.

- Quem era aquele cara?