"As palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis não são verdadeiras." - Lao-Tsé

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- Até amanha shawty. – disse enfim me dando um selinho rápido e correndo até seu carro. Mais uma vez o observei virar a rua, respirei fundo, tomando fôlego o suficiente pra não transparecer meu desejo pra minha mãe ou irmã. Não queria que elas decidissem ter a conversa comigo.

[...]

A semana havia passado voando, e logo já era sexta feira. Eu estava chateada, Joe não apareceu durante o resto da semana, e eu me perguntei se estava tudo bem com ele.

Eu já aprendera a enganar os meninos do basquete, fingindo interesse em sua conversa sobre o esporte.

Todos me cumprimentavam, mesmo que eu estivesse sem Justin. Alias, havíamos nos tornado o casal mais famoso da escola, em apenas uma semana de namoro. Toda a noite ele ia até minha casa, e passávamos horas namorando. Agente conversava também, mas era sempre quando minha mãe ou Mad estavam por perto, enquanto estávamos sozinhos, aproveitávamos pra saciar a necessidade que tínhamos um do outro.

Meu corpo reagia sempre da mesma forma com ele, e claro que um dos motivos era que nosso namoro era recente, mais eu via que o frio na barriga que eu sentia sempre que eu abria a porta pra ele ia durar pra sempre. Era como sentir fome, eu não tinha como controlar o frio na barriga toda vez que ele me abraçava.

Nossa relação avançou muito durante esses dias, e chegamos a conversar sobre o ocorrido.

- Eu sei como você se sente, então estou tentando me controlar. Eu nunca seria capaz de te pressionar. – ele falava enquanto eu encarava seus grandes olhos cor de mel. Ele tinha aquela mesma voz serena de quando me pediu desculpas pela primeira vez, na sorveteria. Sua voz demonstrava toda sua sinceridade, toda a verdade transmitida em seu tom de voz.

- O que você acha Demi? – ouvi meu nome e focalizei meus olhos nas pessoas a mesa. Eu havia me distraído com minhas lembranças, enquanto Bruna a nova namorada de Scott perguntava algo.

- Desculpa. Eu não entendi. Pode repetir? – tentei me lembrar de alguma coisa, tentando puxar na memória, o que conversávamos antes do meu devaneio.

- Estava falando com os meninos, que seria legal uma festa na piscina depois do jogo de sábado. E queria saber se você podia me ajudar. – ela sorriu. Apesar de ser líder de torcida, Bruna era impressionantemente simpática e doce comigo. Muito diferente das demais, que tinham raiva de mim por eu namorar Justin. Aliás, ela fazia parte do grupo de ainda-virgens que ele não tinha pegado. Acho que isso era um motivo pra ela não ter ódio de mim.

- Eu não sou muito boa com festas não – fiz uma careta e ela riu.

- Eu só preciso de uma assistente – piscou, e continuou – Já que nenhuma das meninas concorda com minha aproximação, com relação a você. Estou sem nenhuma ajuda. – Eu sabia que tinha algo assim no ar, afinal eu era a única menina daquela mesa. Fazem apenas dois dias que Bruna chegou. As lideres não costumam se sentar com os meninos do basquete, não na mesma mesa, elas se sentam sempre na mesa ao lado. As únicas que sentam na mesa com eles, são as namoradas oficiais. Elas estavam se distanciando de Bruna, por ela estar perto de mim.

Como se eu tivesse algum tipo de doença e Bruna fosse pegar e passar pra elas a qualquer momento. Percebi que ela tinha uma expressão de desculpas no rosto.

- Não se preocupe Bruna. O que elas pensam nunca me importou – dei de ombros. Mentindo em partes claro, afinal eu havia mudado pra parar de ser xingada, principalmente pelas lideres de torcida.

- Mais então, você vai? – ela perguntou animada, eu sorri sem graça. E encarei Justin que sorria.

- Tudo bem B., você venceu. – ela saltou um pouco do banco e deu a volta na mesa rapidamente, vindo me abraçar. Eu ri enquanto ela envolvia meu pescoço. Louquinha.

- Para de querer se aproveitar da minha garota Bruna. Eu heim. – ela mostrou a língua pra Justin, num gesto infantil de deboche e tomou seu lugar ao lado de Scott, que por acaso também sorria. Na verdade todos os garotos sorriam.

- FESTA – Chaz gritou arrancando uma gargalhada de todos nós.

[...]

Eu e Justin caminhávamos de mãos dadas pra fora do prédio do colégio, indo na direção do carro dele.

- DEMI – ouvi alguém gritar meu nome, eu e Justin paramos e eu me virei. Esperei que ela viesse ate nós correndo, ela parou a minha frente sorridente, empolgada na verdade.

- Me passa seu telefone, eu vou te ligar amanhã. Eu te busco na sua casa, agente vai pra minha. Arruma suas coisas ta, você vai se arrumar na minha casa pra poder irmos pro jogo dos meninos. – ela falou rápido, e eu ouvi a risada contida de Justin ao meu lado.

- Ta Bruna – ri fraco e ela me estendeu o telefone – Mas Bru, você não tem que treinar com as Cheerleaders?

Percebi ela ficar tensa, e assim que terminei de digitar meu nome no celular, olhei seu rosto. Ela tinha um sorriso triste.

- O que houve? – afaguei seu ombro, ela sorriu fraco.

- Elas me tiraram da apresentação de amanha – olhei Justin, e ele deu de ombros, como se não pudesse fazer nada. Encarei ela indignada.

- Ela não pode fazer isso – minha voz saiu uma oitava mais alta do que eu esperava, a indignação tomando conta.

- Pior que pode. Ela é a capitã e bom, precisava eliminar uma da apresentação, pra poder dar um número exato. E eu fui á escolhida.

- Mas você é uma das melhores de lá Bru – Justin se pronunciou. Ele assim como eu, sabia o porquê de Bryana estar fazendo aquilo, acho que todo mundo sabia. Era pra Bru desistir de falar comigo. Queria que ela escolhesse entre ser da equipe e participar da apresentação, ou falar comigo.

- Eu vou dar um jeito nessa garota – resmunguei antes de sair marchando pra dentro do prédio novamente. Justin tentou segurar meu braço, mais com o ódio que eu estava, puxei meu braço com força. E ele agora me acompanhava junto de Bruna.

Parti pra dentro do ginásio, onde o treino das lideres havia acabado de terminar. Todas conversavam em uma roda, rindo e cochichando, mas quando me viram pararam, e não demorou pra que Bryana me encarasse, com seu ar de superioridade presente.

- Então, você se sente tão ameaçada por mim, que agora precisa fazer com que as pessoas não cheguem perto. Tirando delas coisas, pra que elas escolham.  – eu caminhei lentamente enquanto falava até ela. Parei em sua frente. Ela sorriu sínica.

- Eu não sei do que você esta falando – eu consegui criar na minha mente a exata imagem de eu acertando aquele nariz arrebitado dela. O sangue escorrendo e minha mão latejando no exato lugar onde sua cartilagem havia pegado. Mais eu voltei à realidade e respirei fundo, por mais que vontade e força eu tinha de sobra, eu tinha que me controlar.

- Você não vale nada mesmo não é? Tudo depende de como você vai conseguir as coisas. Á quanto tempo você quer tirar a Bruna da equipe? Por que pelo que eu fiquei sabendo, ela é melhor ginasta que você e pode facilmente tirar seu posto de capitã – cruzei os braços e a encarei, seu rosto mudando de expressão. Agora sim ela estava nervosa.

- Ela nunca vai ter o que é preciso pra ser uma capitã – disse entre dentes. Não sei, mais eu tive a certeza da minha suposição. Bryana se sentia ameaçada pela Bruna, e aquilo, ou melhor eu, havia sido apenas um pretexto pra ela por a Bruna pra fora, dessa vez com o apoio de todas.

Dei uma gargalhada aguda, diante da minha conclusão rápida.

Ela me encarou furiosa, sua expressão poderia dar medo em uma pessoa que tivesse medo de Chiuauas.

- Então é isso. Não depende de mim. Não é por que a Bruna quer ser minha amiga. É por que você tem medo de perder seu posto de líder pra ela. Meu Deus, ela é melhor que você em tudo. – eu falei enquanto ria. Podia ouvir a risada de Justin atrás de mim, e os cochichos das outras atrás de Bryana. Ela bateu o pé e os braços, como uma pirraça e saiu dali rebolando.

- BRYANA – gritei e ela girou, me encarando – Ela nunca vai ter mesmo o que precisa pra ser uma capitã como você – ela sorriu sínica por breves minutos na direção da Bruna, que tinha os olhos fitando o chão.

- Afinal, ela tem caráter. Coisa que você não tem, nem nunca usou como capitã. – seu rosto sorridente se tornou rude de novo. Com muito mais raiva. Saiu rapidamente do ginásio batendo pé. Olhei Bru e ela sorria fraco pra mim. Rapidamente correu pros meus braços me abraçando forte.

- Obrigada – ela falou no meu ouvido.

- Eu só fiz o que eu sempre quis que fizessem comigo – sibilei e abri os olhos, vendo Justin com seu melhor sorriso me fitando de braços cruzados. Sorri de leve pra ele e sai do abraço dela.

[...]

- Eu gostei do que você fez à Bruna – Justin falou assim que abaixei o volume da radio. Estávamos próximo a minha casa, e antes que eu pudesse responder ele já estava parando em frente a minha calçada.

- Eu não suporto o jeito como aquela garota trata as pessoas – eu estava com raiva, muita. Apesar da minha pequena vingança, eu ainda tinha uma grande raiva dela.

- Você foi demais – ele acariciou minha perna, o encarei sorrindo.

- Você não vai entrar? – perguntei fazendo meu melhor olhar de cachorro pidão.

- Claro que eu vou shawty. – eu adorava quando ele me chamava assim, o jeito como a palavra saia entre seus lábios, era impressionante. Extremamente sexy.

Ele desligou o carro e saímos rapidamente do mesmo. Ele deu a volta e entrelaçou nossos dedos, forcei a maçaneta e percebi que a porta estava trancada. Busquei minha chave na bolsa e abri a porta. Joguei a mochila e a chave no sofá.

- MÃE. MADISON. – nada. Nem o latido ou o bater das patas do meu cachorro. Que agora não estava mais tão pequeno, ele crescia consideravelmente, ficando pomposo e grande a cada dia.

- Tem um bilhete – Justin falou da cozinha. Fui até lá e ele me estendeu o papel que estava escrito meu nome na frente da dobradura. Desdobrei e li o conteúdo.

“Filha, eu e Madison saímos pra fazer compras. Deixamos o DJ no pet shop pra poder darem um banho e tudo mais. Não precisa se preocupar, nós vamos buscá-lo. Beijos, mamãe!”

Deixei o bilhete sobre a mesa e encarei Justin. Eu estava com fome, mais provavelmente não tinha nada pra comer ali, então tentei espantar a fome.

- Que foi? – ele perguntou ansioso pra saber o que havia acontecido.

- Elas foram ao mercado e DJ esta no pet shop tomando banho. – fiz uma careta e ele riu, me abraçando a cintura em seguida.

- Ta com fome? – ele perguntou. Balancei a cabeça e ele riu enquanto dávamos um beijinho de esquimó.

[...]

- Ta gostoso? – Justin estava apreensivo, esperando que eu avaliasse o sanduíche que ele havia feito pra mim.

- Humm – resmunguei com a boca cheia. Ele sorriu com o sinal de que estava gostoso e comeu o que estava preparado pra ele.

- Estava uma delicia – falei enfim, assim que terminei de comer.

Ele também terminou de comer o dele e arrumamos a cozinha e lavamos a louça juntos.

O peguei pela mão e subi ate meu quarto assim que limpamos tudo.

- Vou tomar um banho rápido, já volto – ele pegou meu not e ficou distraído enquanto eu tomava banho. Óbvio que eu levei minha roupa pra me trocar no banheiro. Essa também foi uma das coisas que eu aprendi desde que começamos a namorar, me vestir dentro do banheiro, agora parecia um habito comum.

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Sai do quarto e o observei digitar muito rápido no teclado, ele tinha uma grande habilidade. Eu ri.

- Linda – colocou o not em cima da cama novamente e saltou pro meu lado me abraçando.

- Você ta linda como sempre – beijou meu pescoço. Eu o abracei, e rapidamente seus lábios se uniram aos meus.  Senti a parede nas costas e me prendi a ele, abraçando seu pescoço.

A mão dele estava inquieta, e eu estava gostando. O toque dele era tão carinhoso, tão bom. Como se eu fosse algum tipo de objeto que ele precisasse tocar pra saber que é real.

Sua mão foi até minha coxa, puxando de encontro a sua cintura. Pressionou nosso corpo, eliminando qualquer tipo de espaço e me fazendo sentir um arrepio. O cheiro dele, o gosto, o toque, tudo me levava ao inevitável. Aquilo ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Eu não agüentaria muito tempo, não do jeito que o nosso namoro ia.

- DEMI – suspirei quando ouvi a voz de Mad. Ele também suspirou e se afastou um pouco. Minha coxa caiu, meu pé entrando em contato com o chão bruscamente, como se meu corpo estivesse mole. Bom, e estava mesmo, se eu não estivesse abraçada a ele, talvez eu não agüentasse ficar de pé.

Ouvi o latido se aproximando e segundos depois DJ entrou no quarto. Fui até o pequeno e o peguei do chão.

- Meu bebe ta tão cheiroso – fiz uma voz manhosa e afundei meu rosto no pêlo, sentindo aquele cheirinho gostoso.

- Que papo é esse de bebe? – encarei Justin que tinha as sobrancelhas arqueadas.

- Ai filho, ele ta com ciúme de você – DJ latiu e eu ri fraco. Justin me abraçou pela cintura e descemos a escada rindo e brincando com DJ.