De Pé escrita por pandora


Capítulo 1
Caminhe e corra


Notas iniciais do capítulo

É minha primeira fic, e provavelmente última, afinal não sou de escrever, apenas leio. E depois de ler tantas fics Faberry me veio essa ideia louca, que me deixou sem dormir, então escrevi. Espero que gostem.
Boa leitura!



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Quinn

De pé! É exatamente assim que me encontro na entrada do colégio. Não apenas fisicamente, mas também mental e emocionalmente. De pé após semanas em uma cama... De pé após semanas em uma cadeira de rodas... De pé após semanas usando muletas e depois uma bengala... Simplesmente de pé.

Não de pé como no início do 2º ano, quando estava de volta ao uniforme das Cherrios, muito menos de pé como no 3º ano, quando me revoltei com tudo e todos e me uni as Skanks, desta vez estava de pé por ser Quinn Fabray, a garota que foi mãe aos 16 anos, deu sua filha para adoção, ex-cherrio, participante do glee club e milagrosamente viva e apaixonada.

De acordo com Santana eu era uma sucessão de milagres. Milagrosamente sobrevivente de um acidente que foi considerado fatal, com uma recuperação milagrosamente rápida e milagrosamente de pé. Para muitos esses milagres foram realizados por Deus, mas pra mim esses milagres não foram apenas Dele, não que eu não acredite em Deus, pelo contrário, mas pra mim esses milagres têm nome, endereço, baixa estatura e incríveis olhos castanhos. Sim! Meu milagre se chama Rachel Barbra Berry! E como isso aconteceu? Nem sei explicar, apenas aconteceu, de modo tão simples e natural que assusta. Assusta por causa de todo meu suposto ódio para com ela, todas as humilhações, sabotagens, palavras dolorosas ditas, sempre por mim, e em algum momento em toda essa loucura me vi como sua amiga, aquela para a qual ela contou, antes de todos, sobre o pedido de casamento de Finn, aquela que eu disse para não se casar, pois destruiria sua vida, aquela que apesar de tudo que sentia e acreditava aceitei ser madrinha de casamento, aquela que me salvou tantas vezes nos últimos três anos que nem consigo contar. Aquela que adiou o casamento por exigir minha presença enquanto estava amarrada a uma cama, quase pedindo para morrer de tanta dor, e a mesma que foi o alicerce para que eu realmente não morresse, nem de dor, nem de amor. Foi ela que me viu acordar depois do acidente, foi ela que me viu dar os primeiros passos na fisioterapia, foi ela que guiou minha cadeira de rodas nos corredores lotados do colégio, foi ela que me viu dar o primeiro passo depois de tudo. Foi ela também que viu minhas lágrimas de dor e tristeza. Dor física e emocional. Lágrimas de dor por quase ter morrido e de alegria inimaginável por estar viva e por tê-la ao meu lado, mesmo que como amiga.

Desde o pedido do Finn eu sabia que a amava e me doeu como o inferno saber que ela estava pensando, e depois doeu mais ainda, como se fosse possível, quando ela confirmou na frente de todos que aceitara.

Então doeu fisicamente, pois veio o acidente. E por várias vezes pensei que seria melhor me entregar definitivamente à morte, pois não haveria dor maior que ver a mulher que ama, se casar com outro. Outro esse que não a merece, nunca mereceu. Claro que não sou a melhor pessoa deste mundo, mas a minha mudança por ela, pra ela e por mim são tão claras quanto água cristalina, então meu sangue Fabray me fez acreditar que eu a merecia mais que ele, Deus! Mais que qualquer outro! O grande problema é que ela não sabe disso, não sabe do meu amor incondicional por ela, da minha confiança sem limites na pessoa que ela é, na nossa amizade, que nasceu em meio a tanta dor e mágoa. Não poderia ser menos que amor, só ele poderia definir este sentimento absurdamente grande por ela.

Ela não sabia, até que eu entrei de novo no colégio, como Quinn Fabray, a garota que a ama. E ela saberia hoje em uma atividade estúpida do Mr. Shue.


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Sala do coral


“Olá crianças, estou muito feliz que possamos estar todos aqui, e mais ainda com a total recuperação de Quinn. Parabéns Quinn, você trabalhou muito para estar aqui hoje, merece cada glória por tanto esforço.”. Diz Mr. Shue sorrindo gentil em minha direção.

Sorrio envergonhada e vejo Rachel me dedicar seu mais incrível sorriso. Como eu posso um dia não ter amado essa garota?

“Devido a tudo que tem acontecido, percebi do que o Glee Club é formado. Não é apenas por crianças que sabem ou querem cantar e se expressar. É formado pela essência de cada um de vocês. E é sobre isso que falaremos hoje, quero que venham aqui, peguem um nome e digam o que acreditam ser a essência do seu colega e o que acredita ser a sua. Podem cantar o que pensam, citar um verso, não importa, o que quero é que digam o que veem de si mesmos e do outro. Definam em uma palavra o que seu colega representa pra você. Então vamos começar...” Continuou nosso professor para meu total desespero.

Não, eu não peguei o nome dela, peguei o da Brittany, e qual a minha sorte por Santana pegar o da Rachel? Claro que com toda sua sutileza, ela trocou os papéis, pois se recusava a falar qualquer coisa a respeito de Rachel, afinal ela ainda a culpava pelo acidente, ato que gerou grandes discussões entre nós duas, pois não culparia Rachel por algo sem controle como meu acidente, então fiquei responsável pela missão de dizer a todos o que eu via em Rachel Berry.

Todos foram falando o que viam um do outro, e obviamente eu não prestava atenção, estava internamente me debatendo sobre o que falar sobre Rachel. Agindo sem pensar ela simples responder, Rachel era minha salvadora. Meu guia, meu porto seguro no meio da tempestade... Rachel era meu milagre diário.

Então Mr. Shue me chamou, não ouvi, até que delicadamente Santana me bateu no braço para que eu acordasse dos meus devaneios. E a próxima seria Rachel, obviamente alguém no universo não gosta muito de mim.
Ainda não havia me decidido sobre o que falar sobre ela, a garota que me sorria feliz enquanto eu a olhava bobamente.

Santana vendo então meu estado, com ela mesma disse, deplorável, sussurrou as palavras que eram necessárias para que eu acordasse e fizesse a maior burrada da minha vida, e olha que fiz muitas.

“Se você não for lá agora e disser tudo o que sente pelo Hobbit, eu mesma celebrarei o casamento dela com o Finnútil e serei madrinha. Você é Quinn Fabray, aja como tal ou não serei mais sua amiga. Ande logo com isso pois não tenho tempo a perder, quero ver a cara do Finnprestável. Hahaha”.

Claro que sua risada foi alta e debochada, o que despertou a atenção de todos e provocou uma carinha docemente confusa em Rachel. Deus! Ainda me pergunto como eu pude não amar essa garota antes?

Segui em meu calvário, sim estou sendo dramática, Rachel pode ser uma péssima e adorável influência, e fui para frente de todos dizer o que seria necessário para destruir tudo.

“Então... tirei a Rachel.”. Digo isso e sorrio bobamente na direção dela, que me retribui seu sorriso de 10000 watts, quase dando pulinhos na cadeira. E com esse sorriso esqueço todos naquela sala, vejo apenas ela, aquele sorriso lindo e olhos brilhantes. E tomo uma decisão, direi tudo agora, vou me expor como nunca antes e será por ela, será pra ela.

“Mr. Shue disse para definirmos nosso colega com uma palavra...“. Baixo o olhar encarando meus tênis, buscando coragem e quando o levanto é nela que me foco. “Mas é impossível te definir com apenar uma palavra Rachel.”. Com esta frase, seus olhos já se enchem d’água, apesar de manter o sorriso, e isso me dá mais forças para continuar o que me propus a fazer, afinal como disse Santana, sou Quinn Fabray e é hora de agir como tal.

“É impossível Rachel pois você tem sido tantas coisas, principalmente pra mim. A garota que fala em parágrafos, obcecada pelo sucesso, destemida, determinada, corajosa, amiga, companheira, mas acima de tudo você é minha salvadora. É meu milagre diário.” Sorrio com essa afirmação e ela já soluça por causa do choro, sendo amparada por Kurt, felizmente Finn está desligado demais para perceber que aquela mulher incrível está se desmanchando em lágrimas.

“Você tem me salvado ha tanto tempo e de tantas formas que simplesmente não consigo enumerá-las, ou definir qual a primeira ou a última. Arrisco dizer que a primeira foi quando nos conhecemos, e a última neste exato momento, com seu sorriso apesar das lágrimas.” Ela ri e eu sorrio mais abertamente, e confiante dou um passo em sua direção, para em seguida me ajoelhar e tomar suas mãos nas minhas. E continuo.

“Mas apesar de fazer isso todos os dias, seu maior mérito como minha salvadora, agora oficial, foi me fazer te amar.”. Seu rosto agora é pura confusão, mas mesmo assim, em momento algum ela desvia os olhos dos meus, então eu continuo. “Amar-te como jamais imaginei amar outra pessoa. Amar-te de modo que dói. Dói te ver com outra pessoa todos os dias, dói ver que você tem um sorriso que é só meu e ainda sim saber que você me vê apenas como sua amiga, te amar a ponto de passar por cima deste sentimento para aceitar estar ao seu lado no dia mais importante da sua vida, não como eu gostaria é claro, mas eu estaria lá Rach, se não fosse aquele acidente eu estaria lá para te apoiar, porque depois de tudo, do ódio e das brigas, da amizade, da recuperação, foi e será por te amar que lhe deixaria livre para ser e estar com quem quer que escolhesse.”. Eu estava quebrada, quebrada de amor pela mulher que jamais terei, pela minha melhor amiga e melhor rival, quebrada por dizer tudo o que sentia. Chorava copiosamente, assim como Rachel, ainda amparada por Kurt e ainda sem desviar um momento se quer seus olhos dos meus ou soltas nossas mãos.

“Você é minha salvadora Rachel, meu milagre, e se injustamente fosse te definir com uma só palavra, diria que você é o amor. E eu... eu sou uma covarde.” Digo esta última frase, com um sussurro, olhando para baixo, como se confessasse um segredo. Acordo do meu devaneio, olho diretamente pra ela e saio correndo da sala, sem olhar novamente pra trás.

Talvez eu não esteja mais de pé agora, apenas caindo em um precipício infinito chamado amor não correspondido...


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Notas finais do capítulo

Como indicado, é uma Short-fic. Possui mais um capítulo e o epílogo. Posto essa semana ainda. Abraços e espero que tenham gostado.
Reviews? Abraços



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