CAPÍTULO 04
Levantei-me, desajeitado de meu lugar no chão e com facilidade peguei a caixa pesada do chão e a levei pelo pequeno corredor. Eu ainda não tinha explorado o quarto e não sabia onde ficava o segundo quarto, se é que existia um segundo quarto, a primeira porta, pelo que eu sabia era um quarto, abri a segunda porta e senti minha respiração se prender.
Era um quarto de chão claro, ao contrario do resto da casa, as paredes de um azul claro, haviam dezenas de caixas ali, e a um canto, uma pequena cômoda branca ao lado de um guarda-roupa da mesma cor. E me lembrei do que George tinha dito “chegaram umas coisas pra você”.
- Mamãe – murmurei baixinho. Deixei a caixa que eu segurava ali, e com certa animação comecei a desarrumar as caixas.
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Sorri novamente ao ver meu trabalho feito. As caixas se revelaram uma enorme surpresa para mim. A maioria das coisas de Anthony e das minhas tinha sido mandada pra nós. O quarto de Anthony estava pronto. Havia algumas prateleiras ali, e eu usei para botar alguns de seu brinquedos preferidos, a cama com  grades já estava montada e forrada na parede oeste, no chão, um tapete azul que tinha em nosso antigo quarto em Forks, os armários e as cômodas já cheios com as várias roupas dele, os outros brinquedos arrumados pelo quarto, e algumas das fotos estavam encima da cômoda. O carro tinha sido esvaziado, e tudo o que não fora para o quarto de Tony estava espalhado pela casa. Já estava na hora de ir buscar Tony na creche e eu já tinha tomado um banho relaxante e demorado, eu usava uma calça jeans, uma blusa branca e meu velho all star preto, os cabelos bagunçados, como sempre. Desci as escadas, as pressas, a chave do carro chacoalhando em minha mão esquerda enquanto a outra estava dentro de meu bolso, agora eu só tinha que me preocupar em fazer com que Tony se sentisse em casa, era só isso que me importava, aquela pequena criaturinha que me tinha em suas mãos, a minha felicidade poderia ser esquecida, mas a dele não, em hipótese alguma. Fui para a garagem e peguei meu carro, seria uma viagem relativamente longo do Queen para Manhattan, dirigi devagar por causa do então congestionamento na rua, até que finalmente pude chegar ao meu destino, algumas crianças já estavam com seus pais, alguns andando e outro indo para carros econômicos, simples e práticos como o meu. Era uma creche de classe média baixa. Desci do carro, e andei a passos largos até dentro do local, meu Anthony estava em um canto, sentado ao lado de uma garota que parecia ter a idade dele, os dois aparentemente conversavam, ela era bonita, os cabelos eram de um louro claro, não muito claro, e estavam presos em duas marias-chiquinhas, ela tinha olhos azuis, de um azul profundo, a pele era branca, quase translucida, e as buchechas eram coradas, como as de Anthony, era usava um vestidinho azul-claro, e sapatilhas e meias calças brancas.
- Ei, garotão! – chamei, sorrindo, ele largou a conversa e correu para mim, eu me ajoelhei e ele veio para meus braços.
- Papai! – ele gritou. Eu me levantei com ele no colo. – Olha papai, minha amiguinha, a Angie – ele falou apontando para a menininha, que me abriu um enorme sorriso. Eu coloquei Anthony no chão.
- Olá, Angie. – cumprimentei sorrindo. – Sou o pai do Anthony.
- Tony falou. – ela disse.
- Angeline! – uma voz doce e suave chamou, a garotinha sorriu e correu, me virei para ver de onde vinha aquela voz. Era de um anjo. Só podia ser. Aliás, ela era um anjo. Ela tinha cabelos castanhos longos, abaixo do ombro, que era lisos na raiz e formavam cachos na ponta, a pele era quase translucida, como a de Angie, os olhos de um azul lindo e profundo, o corpo magro e cheio de curvas que podiam ser vistas mesmo em baixo do sobretudo branco que ela usava, Angie correu para ela e se jogou em seu colo, a mulher sorriu.
- Mamãe! – ela falou. A mulher parecia jovem demais para ter uma filha, assim como eu. – Mamãe, vem cá! – a menininha puxou a mão da mãe, que a acompanhou de bom grado até onde nós estávamos. – Mami, o Tony! Meu amiguinho. – Anthony sorriu para ela.
- Sou Edward Cullen, é um prazer conhecê-la, sou o pai do Anthony. Sua filha é linda – falei com um sorriso bobo no rosto. Ela corou.
- O prazer é meu, sou Isabella Swan, mas pode me chamar de Bella, a mãe de Angeline. Seu filho também muito bonito, se parece com você. – ela me jogou um sorrisinho tímido. – Angie, é melhor nós irmos. – falou ela em um tom doce.
- Hmm.. Tony? Vamos? Esqueceu que vamos ao Central Park? – perguntei olhando nos olhos de meu Anthony, ele sorriu.
- É claroo que não esqueci papai! – Ele levantou os braços para mim. Eu o peguei no colo e o ajeitei.
- Onde está sua mochila, garoto? – perguntei.
- Com a tia Lucy. – ele falou e apontou para onde Lucy estava perto de outras crianças, nós andamos com cuidado até lá, e só então percebi que Bella e Angie nos seguiam. Assim que Lucy nos viu, ela abriu um sorriso tímido.
- Senhor Cullen! Senhorita Swan! Que bom que já se conhecem! – ela parecia verdadeiramente feliz com isso. – Ah, aqui estão sua mochilas, Tony. – ela pegou a mochila de carros de Anthony e o entregou – Angie – ela entregou a pequena, que agora estava no colo de Bella, uma bolsa em forma de joaninha.
- Como se diz, Anthony?
- Obligado, tia Lu!
- Angeline? – Bella olhou para ela com uma sobrancelha fina erguida.
- Bligadaa tia Lu... – ela abriu um sorriso enorme.
- Dê tchau para sua amiguinha, Anthony, está na hora de irmos! – falei, mesmo não querendo, tinha adorado a companhia de Bella.
- Ahh! Papai! A Angie não pode e com a gente? Por favorzinho? – ele fez um bico.
- Gostaria de nos acompanhar, Bella? – perguntei, me virando para ela. Ela pensou um pouco, e olhou para a garota no seu braço, Angeline fazia um bico, parecido com o de Anthony.
- Por que não? Adoraríamos ir não é, Angie?
- Ebaa! Vamos ao parque Tony! – ela gritou. E Anthony bateu palmas.
Eu ri. Ele estava feliz, e era isso que importava para mim.