Os Jogos Dos Semideuses escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 9
Capítulo 9-E mais uma vez somos atacados


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores,estão gostando da história?
Nos próximos capitulos explicarei o por que de Parthenos e Colérico.
Estou super feliz,muitos dos meus leitores estão deixando comentários,e isso me inspira ainda mais a continuar a história,agradeço a todos.um grande beijo.Ana.



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Annabeth:

-Voa lá,e é assim que se abre uma porta, Nunca a força supera a inteligência!

-Então por que não pensou nisso antes?- perguntou Clarisse com os olhos arregalados.

-Só percebi isso agora.Vamos?

Todos concordaram,eu estava ficando surpresa comigo mesma, foi coisa rápida,nunca imaginei que pudesse encontrar a saída tão facilmente... Eu devia ter pensando nisso antes.

Todos estavam olhando para mim com cara de espanto,do tipo “Que garota esperta!” ou “Por que não pensei nisso?”.

-O que foi?Vão ficar olhando pra minha cara o dia todo?Vamos lá! Quero ir embora daqui o quanto antes!

Todos assentiram.

Me seguiram para o próximo corredor.Eu tinha certeza de que,não seria nada fácil,assim como esse.

......

E seguimos em silencio, as paredes passaram de um antigo templo Tiki para paredes de um navio naufragado, como os que vemos em filmes.O papel de parede estava embolorado e rasgado,deixando a mostra toda a ferrugem do antigo navio,não havia janelas,era de um escuro assustador,caranguejos passavam entre nossos pés,aos fundos havia uma enorme porta velha e enferrujada,cuja a qual eu sabia que não abriria tão fácil.

-Já estou até vendo,atrás dessa porta há outro monstro,que vai tentar nos matar.

Embora não quiséssemos acreditar em Nico,ele estava certo.Haveria outro monstro e talvez não tivéssemos a mesma sorte.

-Então...Vamos abrir aquela porta,certo?-Perguntou Thalia,em sua voz podíamos perceber a esperança de ouvir um “Não,há outra saída,não precisaremos abrir esta porta”,mas infelizmente não era bem isso que ela iria ouvir.

-Infelizmente vamos ter que abri-la- respondeu Percy- Pelo que estou vendo,é a única saída/entrada por aqui.

Continuamos andando, chegamos a frente da porta,nela havia nomes de antigas embarcações,todas naufragadas,infelizmente.

-Se sente em casa?-Perguntou sarcasticamente Clarisse,dando um empurrão com o cotovelo em Percy

-Nem um pouco- respondeu entre os dentes.

-Quem vai abrir a porta?-Perguntou Nico

-Bom,aqui é um navio,então deve ser coisa de Poseidon...

-Percy?

-Claro,sempre sobra pra mim...

Percy colocou as mãos na maçaneta da porta,era colo aquelas que temos que girar para abri-la,ele fez força para abrir a porta,e num pulo se afastou se assustando com um espirro alto e grosseiro de Thalia.

-Saúde!-Disse Percy

-Obrigada- Respondeu Thalia,ela realmente estava ficando doente.

-Posso abrir agora?Ou vou levar outro susto?

-Abra logo Jackson.

Percy fez força,dava para perceber ele ficando vermelho,então um estrondo se fez e a porta se abriu.

-Fácil.

-Nós vimos você ficando vermelho, achamos que fosse desmaiar.

-Que nada,foi moleza- respondeu Percy recuperando o fôlego.

Entramos.Era uma sala enorme,toda decorada com ancoras,cordas,remos,boias e outros utensílios usados em alto-mar. Havia
janelas pequenas e redondas,onde passavam peixes esquisitos e medonhos,daqueles que só encontramos na parte mais baixa,fria e sem luz do oceano,o mar visto das janelas era de um escuro total,sem luz,sem vida,nada além dos peixes apavorantes.

-Não conhecia este lado negro de Poseidon- disse sem alegria

-Eu também não- respondeu Percy,parecendo desapontado.

Ao fundo da sala,havia um fonte suja e antiga,daquelas embutidas na parede com uma torneira dourada,escrito algo em grego “Παρακολουθήστε, ελέγξτε.” Como uma boa meio-sangue,eu sabia grego,então a tradução seria “Cuidado,Verifique”,com certeza daquela fonte não viria nada de bom... Em seu interior,havia muitos dólares de Areia,não me arisquei a pegar nenhum.

Nas paredes,haviam várias canções de pescadores,piratas e
marujos e nereidas (Na mitologia grega são seres metade mulher,metade peixe),eu já escutara nereidas cantando,uma vez,no mar de monstros.Nunca mais em minha vida quero passar por isso de novo.Mas quando não estão em companhia,as nereidas cantam,como se treinassem e afinassem sua voz,as escritas eram todas em grego.

Vocês devem estar pensando “O certo não é sereias?” então eu digo que não,sereias são seres metade mulher,metade pássaros. Mulheres-peixe chamadas sereias são só na mitologia nórdica,que não é nosso caso,enfim,a sociedade cometeu um grande erro em chamar
de “sereia” seres metade peixe,o certo é “nereidas”.

Voltando ao assunto... Ao lado da fonte,havia uma porta de submarino antiga e em péssimo estado,dez fezes pior que a outra.

-Não toquem em nada- disse sem perceber,eu já estava acostumando- Percy?

-O que? Acha que eu vou cometer o mesmo erro de novo ?

-Fique ao meu lado cabeça de alga.

Estava tão distraída olhando para as escritas nas paredes,que nem percebi que um esqueleto de um pescador encostado a um baú cheio de moedas,pedras preciosas, joias e etc.

-Ele aceitou morrer para ficar com o tesouro.- Disse Nico ao perceber para onde eu olhava,Nico disse aquilo com tranquilidade e muita naturalidade.Nico se agachou ao lado do velho esqueleto de pescador.

-Como sabe?-Perguntou Clarisse,se interessando pelo fato do pobre pescador ter morrido.

-Apenas sei- Respondeu o filho de Hades.

Nico era muito misterioso, ele sabia de coisas inexplicáveis,mas como filho do deus do mundo inferior,ele sabia muito sobre a morte,provavelmente sabia como o pescador morrera.

“Como você sabe que ele era um pescador?” as roupas, ou o que sobrara delas, se parecia muito com as roupas que os antigos pescadores gregos usavam.

-Vamos aproveitar que nada tentou nos matar ainda e dar o fora daqui. - disse Thalia eufórica,me empurrando de leve pelas costas.

Concordamos,aquele lugar me dava calafrios.

Thalia pegou a maçaneta da porta de submarino, também tínhamos que gira-la para abrir,mas pela cara de Thalia não estava dando muito certo,parecia que ela ia explodir de tanta força que fazia,a porta não se moveu nem um milímetro.

-Desista Thalinda... quero dizer,Thalia,vamos tentar outra pessoa.

Nico estava ficando roxo de vergonha,pude perceber seus dedos cruzados nas costas,pedindos aos deusas para Thalia não ter percebido o apelido que ganhara.

Felizmente, Thalia prestava tanta atenção na porta que nem percebera o que aconteceu.

-Me deixe tentar-disse enquanto empurrava Thalia para o lado,eu estava cheia de esperança,eu tinha que conseguir abrir aquela porta.

Coloquei minhas mãos sobre a maçaneta,Estava cheia de mim,eu tinha que conseguir,fiz força,olhava cada detalhe da fechadura para ver se não havia uma maneira mais inteligente para se abrir,mas nada aconteceu.Nem minha força e nem inteligência adiantou,eu estava indignada.

-Por Ares!Annabeth,você acha que vai mesmo conseguir abrir essa porta?Olhe para essas suas mãozinhas delicadas, cuidado para não quebrar uma unha!- Clarisse estava cheia de desdém em suas palavras,era como se debochasse de mim,e certamente que era.

Me virei para trás,olhei fundo nos olhos de Clarisse,lancei um olhar ameaçador,ela estava me provocando desde que chegamos aqui e sempre conseguia me tirar do sério,eu tinha que dar uma lição nessa garota,se é que podemos chama-la assim.

-O que quer dizer?Acha que não consigo?Desde pequena eu mato monstros, nunca permitirei que sintam dó de mim, eu já enfrentara coisas muito ruins sem reclamar, agora, se você acha que uma PORTA manchará minha imagem você está muito enganada!

-Ui!Ela já está ficando histérica!

É, eu estava fazendo showzinho, eu odiava isso, então decidi ficar calma e resolver essa situação do modo mais adulto possível.Respirei fundo e por fim disse:

-Não estou ficando histérica,é que estou começando a ficar nervosa,talvez seja essa lugar,é muita tensão.Me perdoem.

-Tudo bem... quebrou a unha?

-Chega Clarisse!

-Calem-se as duas,deixe eu tentar. – berrou Nico agora se intrometendo em nossa discussão, me empurrou para o lado, cambaleei e derrubei Thalia que se encontrava ao meu lado.

-Vou ter que bater em muita gente mais tarde.-disse Thalia enquanto se levantava.

Rimos, exceto Percy que lançou um olhar mortal para Nico.

-Tem certeza Nico?Acho que não vai conseguir abrir essa porta,você não parece... Forte.

-Caçoe bastante Clarisse, vou fazê-la engolir todas as suas palavras quando eu abrir esta porta.

-Duvido,você nem acabou de sair das fraldas,você ainda cheira a leite!

-Vamos ver!

-Nossa! Que Machão!-brinquei

Nico deu de ombros.

Nico colocou as mãos sobre a maçaneta,fazia força,rodava,retomava o fôlego e tentava mais uma vez,duas,três,até perdemos as contas.

-Chega!-gritou Clarisse sem paciência- Você não ajudou em nada,já perdemos muito tempo aqui discutido,precisamos sair daqui logo!

-Você fala como se conseguisse...

-Quer apostar?

-Clarisse...Por favor,entenda,você embora não pareça,é mulher,não vai conseguir abrir essa porta... Isso é coisa de homem.

-O QUE DISSE?-Gritou Thalia me assustando, meu coração deu partida e arrancou como num carro de formula um, dava para ouvir meus batimentos de longe.

-N-nada,eu sei que vocês são fortes,mas me poupe Thalia,isso é coisa de homem.

-O que quer dizer?-disse entre os dentes.

-Quero dizer que,não importa o quanto vocês tentem,nenhuma de vocês três vão conseguir abrir essa porta.

-Com licença- interrompeu Percy- Enquanto vocês discutem, posso tentar?

-Então vá logo.

-O.K

Percy pegou a maçaneta,assim como todos nós, fez força, a ferrugem se desfez e um “Crack” fez com que a maçaneta girasse pelo menos um dois centímetros.

-Pronto,agora vamos ter que aguenta-lo- brinquei

Percy continuou,ele estava ficando azul,sem fôlego,mas a porta não se moveu mais nenhum centímetro,nós tínhamos que sair dali,tem que haver alguma maneira de sair dessa sala tenebrosa.Mas como?

-Da licença!-berrou Clarisse entre os dentes,empurrando Percy em cima de mim.Tive que o segurar para não se esborrachar no chão.

-Clarisse...

-Deixe ela tentar Nico!-berrei

Clarisse se pendurou na maçaneta,esticando as pernas contra a porta,girando com toda a força que tinha para abri-la.

Ouvimos um “Crack”,logo seguido de outro, e então,a porta se abriu.

Para nossa sorte, havia sido Clarisse a abrir, caso contrário, teríamos que ouvir os comentários machistas de Nico.

-O que tem a dizer Di Angelo?- Perguntou Thalia com raiva

-Foi sorte, Percy já havia afrouxado a maçaneta para ela...

-VOU AFROUXAR A SUA CARA PIVETE!

Nico deu um passo para trás, assustado, se eu fosse ele não brincaria com a sorte.

Dei um pigarro alto,para chamar a atenção.

-Mais tarde damos uma lição nele, Vamos?

Todos assentiram

Seguimos nosso caminho, deixamos para trás a enorme sala fantasmagórica de Poseidon.Entramos em um outro corredor,não menos apavorante,parecia como uma cena de filme de terror.Era um velho corredor da navio,estava ensopado,sujo,havia portas que davam para quartos,elas se encontravam apertas,a visão de dentro dos quartos era infeliz.Havia malas reviradas,roupas e sapatos espalhados pelo chão... E o pior... Havia esqueletos de pessoas, uns deitados nas camas, outros
largados no chão, era triste.

Parecia muito com um navio de cruzeiro, devia ter sido muito belo quando não naufragado.

-Não estou gostando disso...

-Como devem ter morrido?- Perguntou Percy

-melhor não saberem- respondeu Nico

Assentimos, tem coisa na vida que seria muito melhor se não soubéssemos.

Com um estrondo a porta que abrimos com tanto sacrifício se fechou,a maçaneta girou magicamente se fechando,como num filme de terror,e logo em seguida,as portas dos dormitórios também se fecharam.

Me arrepiei por inteira,não era típico de mim ficar com medo,já passara por tantas coisas ruins na vida que,nada mais me assustava.

-Que susto.

-Acalme-se- tentou me tranquilizar Percy,passando o braço ao meu redor.

Sem sombra de dúvida, ele era meu porto seguro,estar com ele era a mesma coisa de que estar bem,segura.Mas ainda sim,aquele lugar não me agradava.

Meu olhar encontrou o de Thalia,sua expressão era triste,como se algo a incomodasse,mas não era algo “físico” era algo que vinha de dentro,algo que tinha de seu coração.

Então fui tomada pela tristeza de Thalia,num flash pude perceber do que se tratara.Luke.

Aquele navio se parecia com o princesa Andrômeda, o maldito lugar onde Luke se entregara ao titã Cronos,onde se condenou a morte.

Eu preferia não ter tido essa péssima lembrança, não era assim que eu queria me lembrar de Luke. Eu jurara a mim mesma não lembrar do que Luke fizera,mas sim da melhor época que passamos juntos,como uma família,eu,Luke e Thalia.Uma família.

Luke sempre será um irmão, um irmão mais velho que se fora.

Aconcheguei-me mais ao abraço de Percy,eu estava decidida a esquecer o passado.

Uma voz roca e grosseira ecoou pelo corredor, eu nunca ouvira uma voz parecida antes, parecia ter sofrimento,dor e angustia em sua voz,mas também ira e desprezo.

-Devolva meu tesouro!Ou sinta a ira do deus Poseidon!*

Todos nos entreolhamos,sem entender.

-Percy... O que...

-Não sei... Mas não parece um amigo.

-Devolvam meu tesouro!*

Ouvimos um barulho ensurdecedor, como um cano rangendo sobre nós, alto e agudo.

-De um jeito nisso Jackson!-Berrou Nico,tentando falar mais alto que o som do cano.

-Estoutentando, esse cano parece estar enfeitiçado.

-Vocês pediram!*

Então o cano estourou, jogando água para todos os lados, logo estaríamos debaixo d’água.

-temos que sair logo daqui!!-Gritou Thalia

-A voz dizia algo sobre um tal tesouro,alguém pegou alguma coisa de dentro da sala?-  Perguntei

Ninguém respondeu

-Percy?

-Por que tudo tem que ser eu?

-Desculpe.Se alguém pegou alguma coisa,por favor,devolva.

Ninguém respondeu

-Estou falando sério, logo estaremos submerso a toda essa água!

-Eu...Eu peguei uma joia do baú do pescador- Assumiu Nico,ele parecia triste,arrependido e assustado.Era de cortar o coração.

-Mas por que Nico?Pra que precisa da joia?-perguntou Percy,com a voz calma,percebendo a reação de Nico.

Até naqueles momentos ele me surpreendia.

-Eu... Eu queria dar a Bianca,os fantasmas podem receber presentes sabia?Não á nada que os impeça.

-Nico!Sua irmã não ficaria contente em receber um presente roubado,para um presente ser bom,não precisa ser caro,mágico ou seja lá o que for,tem que ter amor,sacrifício e tem que vir do coração-respondeu Percy,com doçura.

Aquilo me encantou ainda mais,eu precisava dar um abraço em Sally pelo excelente filho que ela tinha.De alguma maneira ela conseguira educar Percy como cavalheiro.Eu quero educar os meus exatamente da mesma maneira que ele foi educado.

Agora a água batia em meus joelhos, precisávamos sair logo daqui, antes que o nível da água aumente e todos morrêssemos afogados.Quer dizer... Alguns de nós.

O nível da água aumentava depressa, o cano jorrava muita água,era difícil dizer em quanto tempo mais teríamos para tentar nos salvar.

-Tudo bem Nico,vamos devolver essa joia para o pescador... O que foi que você pegou?

-Um anel,olhe.-Nico me entregou o anel,ele era delicado e bonito,nele havia um pedra rosa em forma de coração,aquilo era triste pelo fato de Nico não ter ninguém,ele havia perdido a mãe ainda muito pequeno,crescido em um hotel junto com a irmã e a perdido também.Além de que era filho de Hades,um deus que não é... Digamos... Amoroso.

-Tudo bem Nico-puxei-o para lhe dar um abraço-assim que sairmos daqui vamos procurar algo para Bianca,eu prometo.

-Obrigado Annabeth.

-Agora vamos sair daqui,antes de morrermos afogados.

Corremos para a porta a frente,no final do corredor.Era uma porta dourada,com imagens de heróis gregos,todos filhos de Zeus.

A porta era de ouro grego,com um grande raio como maçaneta,era brilhante como um relâmpago,mas como todas as outras,não abria.

-Ótimo,mas uma porta que não se abre,o que faremos?- Perguntou Clarisse eufórica.

-Vamos pensar,temos que abrir com exatidão,não temos tempo a perder.

Thalia estava certa,não tínhamos tempo para tentar,tínhamos que ter certeza do que estávamos fazendo.

Prestei mais atenção nos detalhes da porta,havia uma frase em grego,mas estava incompleta...Tínhamos que completar a frase se quiséssemos passar.

-Pessoal,vejam isso... É uma frase,precisamos completa-la para abrirmos a porta -disse enquanto passava os dedos nas escritas entalhadas na porta de ouro grego.

-E o que diz?

«Για να ξεφύγει,_____________________,________________________,τελικά,να σωθεί"

-Para escapar,___________________,___________________________,enfim salvo ficar...”-Está faltando algumas partes... são elas que devemos encontrar para escaparmos.

-Mas como faremos isso?

-Algo me diz que temos que voltar para a sala de Poseidon...

-mas e essa água?Até conseguirmos abrir a porta de novo vocês já terão... - Percy se censurou, estremecendo.

- Vamos tentar, faça uma bolha como a que fez quando nos...Você sabe...

Eu corei.

-Sei...

Percy também corou, como um pimentão.

Fomos até a porta que dava para a sala de Poseidon, peguei o broche de coruja em meu bolso,o peguei em mãos e o girei,o broche logo se transformou em uma espada de bronze celestial,arranquei com a espada os pinos das dobradiças da porta,coisa que eu devia ter feito a muito tempo.

A porta caiu, nos mostrando a tenebrosa sala de onde saímos depois de muito esforço.

A sala se encheu de água, e logo estaria submersa, junto com o corredor que acabamos de sair.

No meio da sala havia uma figura imensa e assustadora, ele era gigante, rodava entre os dedos um dracma,nos lançou um olhar feroz e intimidador,tinha nos olhos uma luz vermelha assombrosa,foi inevitável não olhar no fundo dos seus olhos.Era o esqueleto do pescador que vimos  quando passamos pela sala antes,ao lado do baú.Em seu olhar,percebi uma tristeza,uma tristeza mascarada por toda aquela ira,tinha alguma coisa a ver com a história de sua morte.

Um filme passou diante de meus olhos, como um flashback da história do angustiado pescador.

Seu nome era Eutímenes,um pescador Ateniense,consagrado pelos famosos capitães da época por ser um excelente marujo em alto mar,sabia tudo sobre navegações,era muito devoto a deusa Atena Parthenos.Por ser um excelente pescador e navegador,logo se tornou capitão de sua própria tripulação,e sua primeira viagem seria em busca de um tesouro muito valioso e importante,que poderia ajudar sua pobre família,sustentada apenas pelos peixes que o pobre pescador vendia.

Eutímenes resolveu ir pedir auxilio a deusa, mas infelizmente, se esqueceu de que quem comandava o mar não era a deusa Atena,era o senhor dos mares,Poseidon.

Poseidon se zangou com o fato de Eutímenes ter pedido conhecimento e auxilio para Atena,e não a ele.Então Poseidon jogou uma maldição em Eutímenes.Assim que o mesmo encontrasse o tesouro,sua alma seria aprisionada em cada umas das joias,fazendo-o assim,escravo de seu próprio cobiço.

Estremeci,as imagens que passavam diante de meus olhos não era nada agradáveis,pelo contrário,eram de pura angustia e dor,uma família fora separada e destruída por um mero capricho de um deus...

Isso era... Terrível, um absurdo.

-Eis os semideuses ladrões!Devolvam meu tesouro, caso contrário não pouparei suas vidas insignificantes...

-Senhor,entendo sua dor,então viemos lhe devolver o que é seu.Nos perdoe.

-A senhorita não entendes!Vossa mão não ajudou-me quando precisei!Só Atena Parthenos sabes como era devoto, me dava sabedoria, mas não ajudou-me quando precisei de salvação!*

Todos prestavam muita atenção em mim, com espanto.

-Sei que o senhor passara por dificuldades, mas minha mãe não podia se intrometer em assuntos do mar, isso não se diz respeito à Parthenos.

- Não sabes o que passei, cheguei a crer que Atena me protegeria, mas a única coisa que vez foi fechar os olhos!*

Não consegui prestar atenção no que dissera Eutímenes,eu estava com olhar fixo em uma pequena garrafa com um papel enrolado dentro,eu precisava pegar aquela garrafa,poderia ser a metade que faltava para abrirmos a porta.

-Nico,me dê o anel- sussurrei

-Para?

-Me de o anel!-sussurrei entre os dentes.

Nico estendeu a mão,peguei o delicado anel que Nico daria para Bianca e o segurei firmemente.

-Senhor,tenho uma proposta a fazer...

-Pois bem,diga antes que minha paciência acabe e eu mate a todos*

-Eu e o senhor faríamos uma troca,uma troca justa para sermos exatos.

-Diga...

Eutímenes agora parecia interessado em minha proposta.

-Eu lhe devolvo o anel,e o senhor me da essa “insignificante” garrafa que vos tem.

-Não sei... Essa foi a última coisa que achei quando consegui meu tesouro,deve ser algum outro mata,seria tolice entrega-lo a vocês.

Eutímenes dirigia um olhar maligno a Percy,talvez seja pelo fato dele ser filho do deus que arruinara sua vida para sempre.

-Pense comigo meu senhor,vossa alma estais aprisionada para todo o sempre neste tesouro,nunca conseguirá sair para procurar outro baú.

-Muito esperta você,filha de Atena Pathenos,mas como saberei que não se trata de um truque?

-Posso lhe garantir que não é,não nos interessa tesouro nenhum,só queremos sair daqui.

......

-E então?O que vai ser?Quer que fiquemos com o anel?A irmã do filho de Hades ficará linda com ele...

-Espere!Eu... Eu aceito a troca.

-Ótimo

-Primeiro o anel.

-Não sei se quero fazer isso... Que tal se trocássemos na mesma hora os objetos?

-Não faça rodeios!De logo o anel para ele!-Clarisse pegou de minhas mãos o anel e o entregou ao pescador fantasma, que em uma risada maléfica,jogou Clarisse para trás.

-TOLOS!Agora tenho meu anel de volta e não preciso entregar nada a vocês!

-Isso mesmo Clarisse, estrague tudo!

-Eu não... não fiz por mal!

-Agora já era- respondeu sem alegria Thalia- Vamos ter que tirar a força.

Agora nossa missão era,pegar a todo custo a garrafa com o bilhete do pescador fantasma.

A água já estava sobre nossas cabeças,estaríamos praticamente afogados se não fosse pela bolha que Percy fizera para nos manter respirando,eu teria que dar muitas explicações para todos sobre de onde eu “conhecia” o tal fantasma.

Percy já estava com contracorrente em mãos,Clarisse com sua lança e Thalia com suas flechas preparadas para lutar.Então começamos.

Thalia lançava suas flechas sobre o esqueleto fantasma,Percy o desferia golpes que,se fosse qualquer outro monstros já estaria desmontado em pó,Clarisse com uma mira certeira,afundou sua lança nos olhos vermelhos do pescador.

Puxei Nico para o lado e corremos até o baú onde nos agachamos.

-O que foi Annabeth,qual é o problema?

-Todos!Mas nesse exato momento quero que me ajude a pegar o que for de mais valioso aqui e escondermos, fazendo assim o fantasma nos entregar o que precisamos.

-Brilhante!

-O que me diz?-disse com um encorajado sorriso no rosto- Estamos nessa juntos.

-Juntos e misturados- respondeu Nico da mesma forma.

Eu estava me divertindo, afinal, não precisaríamos matar aquele monstro, e pelo que parece, ele também não mataria nenhum de nós. Nico estava se tornando um grande amigo, além de engraçado, tinha passado por várias dificuldades, assim como eu. E era inteligente. Eu gostava muito de Nico,mas não pensem que estou me interessando por Nico,Deuses que me livre!Eu amo meu namorado, e nem aqui nem na China trocaria Percy por Nico.

Nico é só um amigo.

Juntos abrimos o baú e o reviramos,procurando tudo o que há de mais valioso nele,o que chamaria muita atenção a faria falta.

Achamos um cálice de ouro grego com pedras preciosas,entre
elas,rubi,esmeralda,diamantes,topázios e outras pedras que não reconheci.

-Que tal isso? –Perguntou Nico

-Perfeito.

Corremos em direção ao pescador,Nico estendeu o braço e deixando a motra o que pegamos.

-Isso por acaso lhe pertence?

-Sim!Isso é meu!Devolva meio-sangue insolente!*

-Então nos de a garrafa com o bilhete.

-Não!Vocês vão tentar me enganar!

-Não somos assim,somos honestos,cumpriremos com êxito nossa palavra.Eu juro.

-Pelo rio Estige ?*

-Pelo Rio Estige

Eutímenes jogou a garrafa para mim,que fiz sinal para Nico jogar-lhe o cálice.

-Agora saiam daqui, rápido, não quero mais vê-los por aqui!SAIAM!*

-Não se preocupe,não queremos ficar aqui mais nenhum minuto.Passar bem.-Respondeu “educadamente” Thalia.

A porta se abriu,e assim voltamos para o corredor onde nosso transtorno começara.

Nos dirigimos a porta,peguei delicadamente o papel de dentro da garrafa e completei a frase.

“Para escapar, pelo inocente tens que passar,a água atravessar,para ao outro lado chegar,enfim salvo ficar”

-Era isso?

-O que?

-A tal frase misteriosa?!

-Sim...Qual é o problema?

-Eu imaginava algo muito mais complexo.

Rimos.

-É verdade,mas as vezes,o simples é o mais difícil que há,e hoje já tivemos muitas provas disso.

-É verdade.

Todosconcordaram.

A porta se abriu, revelando o próximo templo que teríamos que passar, o de Zeus Colérico.




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Notas finais do capítulo

Olá pessoal! Deixem um comentário!
Estão gostando da história?Amanhã mais um capitulo...
Obrigada pela atenção.



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