Os Jogos Dos Semideuses escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 45
Capítulo 45- Causo um terremoto


Notas iniciais do capítulo

Oi gente,esse capítulo ficou MUITO BOM
Espero que vocês gostem,de verdade, fiz com muito carinho.Se eu contar que eu sonhei com esse capítulo que acabei de escrever vocês não vão acreditar.
Comentem,pois seus comentários são realemente legais e adoro saber o que estão achando de minha humilde história.
Enquanto a Annie... só no próximo campítulo.



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Percy:

Era de amedrontar estar perto daquele ciclope,ainda mais ao ver sua expressão de raiva ao nos ver,talvez não tivéssemos chance contra ele nestas condições,sentíamos cansaço,muita fome e frio.O tempo estava tão feio que a qualquer poderia começar a nevar.

-Conheço você- disse Clarisse,pondo-se a frente e mirando sua espada para o pescoço de Arges- Você fazia os raios de Zeus!

-Ainda faço,mas fui mandado em missão especial.-Respondeu ele num grunhido.

Não estava afim de papo,não conseguia prestar atenção em mais nada a não ser em Annabeth sendo arrastada pela perna direita pelo chão forrado de pedras e coisas pontiagudas.

-Largue-a –rosnei, sem perceber- Solte-a

-Ora,não perderei essa chance!Foi fácil acerta-la!

-Largue-a- repeti,ainda mais rude

-E o que você vai fazer?

-O que nós vamos fazer...- sibilou Nico em resposta.Ele agora tinha sua espada negra em mãos.

-Nós?- Arges riu- nós!Quanta ousadia pra alguém do seu tamanho!

-Duvide...apenas duvide...

Arges riu ainda mais alto,fazendo o restante dos pássaros ousarem voo.

-Espere- disse eu baixinho para Nico- tenho um plano.

-Ei,se dúvida mesmo, por que não tenta me pegar?-continuei,dessa fez mais desafiador.Meu plano era fazer Arges se arrepender de machucar alguma mulher,seja ela quem for.De uma certa forma isso me lembrou muito minha infância.

Arges riu novamente,dessa vez um riso abafado de arrogância.-Vai ser mais fácil do que tirar doce de criança.

-Experiente!- Comecei a correr mata a dentro.Gritei para que Nico e Clarisse –que ameaçaram começar a correr- para que ficassem com Annabeth tentassem acorda-la,eles xingaram e gritaram,mas não desobedeceram.Não sabia para onde ir,nem o que fazer ao certo,mas de alguma maneira eu tinha que me vingar desse Ciclope arrogante e mesquinha.

Com contracorrente talvez não conseguisse fazê-lo desaparecer de vez ,mas eu não queria posar de “O Poderoso” para o Olimpo,mas aquilo me chateou bastante.Ele nem pensou duas vezes antes de acertar Annabeth e sim o quanto seria fácil.Era como Gabe,ele não pensava em como me minha mãe se sentiria depois de fazer tudo o que fazer- e pelo contrário- fazia tudo de novo,e ainda pior.Aquilo me encheu de raiva.

Então senti um formigamento estranho em minhas mãos e garganta,algo que me dava mais vontade de arrebentar aquele palhaço.

-Continue correndo,filhote de peixe podre!-berrava Arges atrás de mim.

O formigamento continuou,e pude sentir o sangue quente espalhando-se por meu corpo.Com os ouvidos apurados pude sentir e entender o que fazia esse tal formigamento- Água.

Era de água que eu precisava.Usar de minha única fonte de poder sem ser Anaklusmus.A força bruta não adiantaria contra esse Ciclope musculoso e sete vezes mais alto do que eu,ele devia ter cinco camadas a mais de pele depois da superficial.

Por entre as arvores pude sentir o ar frio e revigorante que vinha do leito do rio.Aquilo me deu forças como se acabasse de acordar em um dia ensolarado de férias.Era daquilo que precisava.

Fui diminuindo a velocidade aos poucos,a medida com que nos aproximávamos da margem.Arges pareceu perceber...

-O que foi?Cansou de brincar de pega-pega?

-Prefiro chamar de gato e rato ou presa e caçador,seja como você preferir.Só que dessa vez,sou eu o caçador.

-Que bizarro!Pitoresco!

Fui me aproximando do leito do rio aos poucos,devagar e de costas.Senti o ar fresco encher meus pulmões.

Senti uma sensação estranha,uma sensação nova e tão boa quanto estar perto do rio.Sob meus pés,de baixo da terra eu sentia outra fonte de poder,sentia um campo magnético me puxando e dizendo “estou aqui!A seu serviço!” ,tentei elevar a intensidade desse campo.Senti que o mesmo se esticava cada vez mais e ficava mais forte- foi quando tocou alguma coisa.Alguma coisa líquida e gelada,mas em constante movimento.E mais uma vez me pus a prova,era água que corria de baixo de meus pés.

Assim que o campo tocou os lençóis freáticos e leitosos do riu,a terra estremeceu.Tudo isso  fora tão rápido que eu e Arges não havíamos trocados mais ofensas.

Um terremoto- talvez de escala três- balançava as arvores e tudo em volta com tamanha intensidade,que fiquei com medo de destruir toda a floresta e desabrigar milhares de animais.Arges também balançava e ziguezagueava de um lado para o outro.

Ele não disse nada,apenas me observava.

Eu ficara parado durante todo o terremoto,como se eu não pudesse ser atingido.Aquilo me deu uma sensação de poder que eu nunca sentira antes,eu nunca havia tentado tal proeza,mesmo sabendo que meu pai é o deus dos terremotos- eu achava que tal façanha era digna apenas dele – mas mesmo eu controlando a água,nunca tive oportunidade de tentar uma coisa dessas.Aquilo foi emocionante.

-O que é bizarro e pitoresco?-disse,com um sorriso cínico no rosto que era de dar raiva em qualquer um.Era isso mesmo que eu queria.- A é!Você é bizarro e pitoresco... mal consegue ficar em pé.

Coloquei a mão para trás e puxei uma quantia generosa de água,ela se transformou em um tridente igual a de meu pai.Poseidon.

-Talvez agora você tenha medo...-continuei ,ainda sorrindo.

-Acha que um terremotozinho pode me derrubar,cria nojenta do mar?

-Talvez você goste de pagar mico- Ri de tanta raiva e alegria que sentia- o que era estranho –Na frente do Olimpo todo!Acho que depois dessa você vai ter que procurar um novo emprego...

-Forjo os raios de Zeus desde que o mundo é mundo!

-Acho que dessa vez o mundo acabou pra você!

Estreitei os pés sobre a grama molhada e pastosa que rodeava o rio,o campo sob meus pés foi se espaçando cada vez mais.Agora eu apostaria em uma escada de quatro graus e meio.

-Isso é divertido.- disse debochado.

Puxei mais água do rio,só que dessa vez para fazer um trono.Não era como o de Poseidon,mas como o de um rei de filme de época.Agora eu estava começando a ficar exibido.E estava gostando desse gostinho de sucesso.

-Vou matar você!- urrou Arges,aproximando-se vagarosamente e  lutando para  se conter em pé em meio a devastação que meus terremotos causavam.Ele segurava e apoiava-se em tronco de arvores que ainda estavam em pé e tentava se aproximar de mim a todo custo.

-Conhece meus amigos?-perguntei.Agora eu me encontrava encostado num trono feito de água e com os pés para cima,aonde servia como encosto de braço agora serviam de apoio para minhas pernas cansadas.Eu segurava o tridente também feito de água com as duas mãos e o girava nelas.

Puxei mais um pouco de água.E aos lados do trono foram se formando dois grandalhões musculosos um de cada lado.Os dois com expressões ferozes no rosto invisível por causa da água cristalina.Era possível enxergar o  outro lado do rio por eles.

-Seus nomes são...são...-Eu sabia que eles existiam,por que uma vez eu os vi rodeando Poseidon durante uma visita ao Olimpo.Eles deviam ser da guarda.- Feliclis e Ecstros.

-Que nomes ridículos!-Riu Arges.

-Acabei de inventa-los.E o seu também não é grande coisa.

Olhei para meus dois guardas cada qual com três metros de altura e infelizmente desarmados.Puxei mais água e perguntei:

-Como você gostaria de morrer?Temos lanças- formei uma lança com a água retirada do rio- espadas,adagas,sarabatanas e muitos outros tipos de armas.Fique a vontade e escolha.

Arges urrou alto e dessa vez ele chegara bem perto de mim.Mas ele parou de repente e disse:

-Você tem medo!

-Com certeza não é de você- respondi ríspido

-Você é COVARDE!-Agora ele não tinha expressão alguma no rosto,apenas me observava esperando alguma reação contrária.-Você usa dos dons que herdou de seu papaizinho mas não é cabas de lutar como Homem.

Levantei-me,eu não admitia que me chamassem de covarde nem de brincadeira.Eu enfrentara uma série de coisas perigosas e arriscadas desde que descobri que eu era de verdade e nunca,jamais,voltei atrás com minhas escolhas,por mais difíceis que fossem.

-COVARDE...-sibilei baixinho,de um modo amedrontador -É VOCÊ QUE BATE EM MULHER.

Com um arremesso de mão para trás,fiz tudo se desfazer.O trono,o tridente e os guardas musculosos feitos de água assumiram sua forma inicial e voltaram para o rio.

Puxei contracorrente e a destampei.Arrastei o pé esquerdo para dentro e fiz o terremoto parar.

-Se quer lutar de homem para homem,você vai ter que aprender o que é ser um de verdade.

Arges tentou me acertar com um soco em punhos com sua enorme mão azulada e marcada das ferragens.Seus olhos brilhavam febrilmente de ódio.

Me esquivei pulando para o lado e rolando.Tive que me policiar para não usar a água que parecia me chamar cada vez mais.Me contive em causar mais um terremoto.

-Pare de fugir e LUTE!- gritava Arges toda vez que errava um golpe com meus esquivos.

Arges pegou um tronco grosso de arvore que caíra por causa do terremoto e agora usava como arma.Ele tentou me acertar um par de vezes,mas com sorte,tive chance de pular mais uma ou duas vezes para o lado,e outras me abaixar ao nível do chão,sentindo o tronco passar de raspão por minha cabeça.

Com contracorrente em mãos,golpeei várias vezes seu braço comprido e definido,deixando outras marcas para que ele se lembre de mim.Outros cortes grossos e fundos deixei com a lâmina de minha espada,fazendo o licor dourado escorrer por seu braço.

Arges urrou e bateu os pés.Ele jogou o tronco em minha direção que por muito pouco não me acertou,ele puxou seu bastão e veio para cima de mim com toda a velocidade.

Rolei por de baixo de suas pernas e num pulo digno de anos de treinos cansativos no acampamento saltei em suas enormes costas.

-Garoto dos Infernos!

-Não,esse é meu amigo Nico.

Escalei seu encosto enquanto Arges tentava me acertar com o bastão em suas costas.Abaixei a cabeça e com um zumbido o bastão acerta minha orelha direita.Tive a impressão de ficar surdo,e o  ‘Ziiiiiin’ que fazia dentro de meu ouvido me deixou preocupado.

Continuei a subir,meio tonto,mas certo do que ia fazer.

Me sentei sobre meus ombros largos e passei a lâmina por sua garganta.Dela escorreu mais licor dourado.Não tive pena,enfiei a lâmina de Contracorrente ainda mais fundo e ele gritou.

Seu grito me tirou a concentração e seu bastão atingiu minha cabeça.

Cai num estalo de dor no chão úmido e fofo que margeava o rio.

A única coisa que vi foi Arges correndo de um lado para o outro,e o vento levando-o embora em forma de pó dourado.

Acabou.

Arrastei-me até o rio,em seu reflexo vi minha imagem refletida.

O que um dia fora uma imagem limpa de alguém que acabou de sair do banho,agora era de um garoto de rua,sujo e ensanguentado.

Meu rosto tinha cortes e minha orelha sangrava.Minha camisa preta estava manchada de sangue e meu jeans sujo de terra.Em meu cabelo tinha folhas e gravetos.

-Céus... –murmurei para mim mesmo.-Estou horrível!

Com a mão trêmula,trouxe água até meu rosto,mas no meio do caminho decidi mergulhar ele todo.

A água estava gelada,mas eu não me importara.Aquilo me deixou bem melhor.

Quando retirei a cabeça da água senti um tremendo alívio,meu ouvido estava limpo e eu voltara a escutar perfeitamente bem.

Me levantei,guardei contracorrente de volta no bolso e entrei no meio da mata destruída, me sentindo mais forte,capaz de enfrentar qualquer coisa por alguém que eu ame.


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Notas finais do capítulo

oi pessoas que lêem minha fic,vou relembra-los de que "AnaKlusmus" é "Contracorrente" caso tenham esquecido.
Se houver alguma palavra ou cita minha que vocês não entenderem,por favor,me mandem um review perguntando.
Terei prazer em responde-los.
Beijos.



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