A Syringe And A Few Confessions escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 1
Unic


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu posto duas ones seguidas. Problem?
É, eu vou começar a reclamar aqui, portanto, vocês podem pular essa parte.
Menos você, Adrenaline Motivation.
Olha, o que você fez magoou. Magoou MUITO. Você retirou o que disse antes umas duas horas depois. Eu fiquei EXTREMAMENTE chateada com você, minha vontade era de ir até ai e te dar um soco. Você pisou na bola DEMAIS comigo.
Mas o meu amor por você é maior. Eu te desculpo. E espero, sinceramente, que me desculpe também, pois eu admito que eu também não estava totalmente certa. Eu ainda estou disposta a ser sua amiga.
Bom, enjoy!



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Talvez um dia eu arranje um jeito de dizer desculpa. Talvez não. Provavelmente não. De qualquer forma, não importa, não acho que irias desculpar-me.

Não sei por que peço desculpa se não fiz nada, porém, sempre que consigo magoar-te, fico achando que é culpa minha. Na maioria das vezes, não chega a ser culpa minha, e sim tua, mas eu continuo me desculpando até ouvir um “Eu te desculpo” sair de tua boca.

Lembras do que fez comigo?

Provavelmente não. Faz tantos anos.

Mas eu lembro claramente. Lembro-me de cada detalhe daquele dia que, em minha opinião, foi o pior dia de minha vida.

Era tarde da noite. Eu me perguntava aonde estavas. Já devias estar em casa a esta hora. Por que se atrasou? E, mais importante ainda, por que se atrasou no dia do nosso aniversário de namoro? Sabia que não era muito bom para datas, mas não imaginei que serias tão insensível a ponto de esquecer o nosso dia.

Levantei-me da mesa aonde estava sentado, esperando por ti, peguei meu casaco, peguei as chaves e saí em direção à garagem. Meu plano era ir até teu escritório ver se estavas lá fazendo hora extra. Procurei por ti na construção inteira, mas não estavas lá. Perguntei à recepcionista e ela disse que tinhas saído há meia hora.

Saí de teu escritório e disquei teu número em meu celular. Não atendias. Já estava pensando no pior, com as lágrimas enchendo meus olhos. Eu não queria, não podia viver sem ti.

Dirigi para casa, pranteando o caminho todo, repetindo a mim mesmo que estavas bem, que nada tinha acontecido, que estava apenas preso no trânsito ou tinha resolvido parar em algum lugar antes de voltar para casa. Mas eu sabia que tudo isso apenas escondia minha dor, que haviam grandes chances de algo ter acontecido a ti e que eu podia ter te perdido para sempre.

Cheguei em casa, abri a porta e me joguei no sofá, tentando acalmar-me. Foi só aí que visualizei um pequeno papel por cima da bancada, com um nome qualquer rabiscado e, embaixo, um endereço. Reconheci então tua caligrafia fina e desajeitada.

Já imaginava o que estava por vir, porém, fiz questão de ir até o carro e ir até o tal endereço escrito no pedaço de papel.

Este endereço levou-me até uma casa branca com um telhado vermelho. O jardim da frente era lindo e parecia que era podado todos os dias. Algumas flores o enfeitavam. Um pequeno caminho de pedras guiava o visitante até os degraus da porta. Segui o caminho de pedras e dei a volta na varanda, até a janela do quarto do estranho.

Foi, provavelmente, a pior decisão que já tomei em toda minha vida. Pude ouvir gemidos abafados de um desconhecido, misturados com os teus. Sabia muito bem o que estava acontecendo ali dentro.

Por que fez isso? Por que no nosso dia?

Eu não te satisfazia mais?

Por que não tentou dialogar comigo antes de sair para a casa de outro?

Obviamente, comecei a chorar e dirigi rapidamente de volta para casa.

O resto, já sabes. Chegaste em casa, brigamos e nos separamos. Fostes embora de “nossa” casa alguns dias depois, ainda alegando que não havia feito nada de ruim e que era tudo ilusão minha.

Durante vários anos tentei negar o que tinha ouvido e visto, mas minha mente sabia que isso tudo era verdade e que não havia razão para negar.

Finalmente, hoje, aceito o fato de que não há razão para negar.

Me traistes.

E eu não era bom o suficiente para ti.

Aceito este fato de boa vontade. Mas não quer dizer que quero continuar neste mundo.

Digo-lhe adeus, meu caro Gerard. Fostes um grande amigo e um ótimo namorado, até aquela fatídica noite. Lembrarei para sempre de nossos dias felizes e de nossas noites de amor, de nossas risadas, de cada lágrima que derramei por ti e que tu secastes. De cada dança, de cada sorriso, de cada toque, de cada beijo... Não são coisas fáceis de esquecer e eu também não faço questão de esquecê-las.

Desejo-lhe sorte. O mundo não será gentil como eu fui contigo. Provavelmente, sofrerás as consequências de teus atos e eu não estarei mais aqui para te apoiar e te ajudar.

Terás que aprender a se virar sozinho. Nunca mais estarei aqui para te proteger deste mundo cruel.

Provavelmente não sentirás minha falta. Provavelmente nem se lembra de mim ou, se ainda se lembra, esquecerá-me em poucos meses.

Podes negar o quanto quiseres, mas me traístes. Para fazer algo assim, é porque eu não significava tanto assim para ti, portanto, serei facilmente esquecido.

Mas tu não serás tão facilmente esquecido por mim. Tu és meu eterno amor. Nunca jamais alguém foi tão doce comigo quanto tu fostes. Pena que toda a tua doçura não foi direcionada eternamente a mim, e sim a algum outro homem que enconstrastes em algum bar na rua.

Temo por você, Gerard. Temo pelo seu futuro, pelo seu destino. Não sei o que o futuro te aguarda, mas não sinto que será algo bom. Espero, sinceramente, que sejas mais forte do que eu e consigas sobreviver a tudo o que o futuro te impôr.

Deves estar se perguntando por que continuo me importando contigo mesmo depois do que fizestes comigo.

Sinceramente? Também não sei. Acho que sempre me preocupei e sempre me preocuparei contigo. É algo instintivo.

A diferença é que, a partir de hoje, não serei mais eu a te proteger. Terás que aprender a se proteger sozinho.

Boa sorte com tudo.

Inserirei essa seringa em minha veia agora. E finalmente descansarei em paz.

Minhas últimas palavras a você, Gerard, são três:

Eu te amo.

Adeus.

POV Narrador

Um Gerard esbaforido chegou em sua antiga casa. Fazia eras que não entrava ali, mas ele tinha um bom propósito. Gerard correu escada acima, gritando o nome de seu ex namorado Frank, esperando encontrá-lo deitado na cama, tocando guitarra ou simplesmente observando a rua.

-Frankie! Frankie, me desculpe, eu nunca deveria ter feito isso! Eu... – Gerard parou na mesma hora em que abriu a porta do quarto.

A visão que teve foi aterradora.

Frank Iero deitado no chão. Uma seringa de veneno repousava ao seu lado. Seu rosto estava pálido e seu coração parara de bater.

Gerard começou a chorar. Havia causado a morte da única pessoa que havia amado em sua vida toda.


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Notas finais do capítulo

É... Ficou dark. Dias chuvosos fazem isso comigo -q
Yup. Beijos.