No meio do caminho, uma menina de cabelos ruivos e sardas correu em sua direção.

–-- Então é você?! A nova meio-irmã do Percy! --- Disse a menina euforicamente.

–-- Sim.

–-- Eu sou Rachel! O oráculo.

–-- Oráculo? É algum deus olimpiano?

–-- Não. --- Riu Rachel. --- Eu sou mortal, mas sou tipo uma bola de cristal do acampamento, eu digo profecias.

–-- Prazer em conhecê-la, meu nome é Hannya.

–-- Poxa... Percy deve estar animado!

–-- Bom... Creio que não.

–-- Vocês são meio parecidos mesmo, tipo a “aura”, acho que é só um instinto de oráculo mesmo.

–-- Todo mundo elogia ele, e todo mundo me diz que sou parecida com ele de alguma forma... Então recebo como elogio. --- Disse Hannya e depois rindo, ela já começava a se sentir melhor no acampamento.

–-- Você estava indo a algum lugar importante? Estou atrapalhando?

–-- Não, só estava indo para o chalé...

–-- Foi um prazer conhecê-la Hannya, vou voltar para minha caverna.

“Caverna?” Pensou Hannya, “Deve ser um modo de falar... Ou não”. Rachel então saiu e Hannya continuou indo para o chalé. Ao chegar lá o encarou novamente, Percy a disse que ela poderia escolher qualquer lugar, ela escolheu a beliche mais distante dele, ela não queria ser um incomodo. Ficou sentada ali, apenas observando o chalé, mesmo com tudo que havia acontecido ali no chalé ela se sentia em casa, sentia como se estivesse ligada ao seu pai. Depois de alguns minutos Percy entrou com uma mochila.

–-- Tome, Annabeth mandou. --- Ele entregou a bolsa a ela. --- Olha... Desculpe-me... Eu não tenho nada contra você... É meio confuso, ele nunca nem ao menos ter me falado...

–-- Eu queria muito que ele esclarecesse algumas coisas pra mim...

–-- Sobre o hotel?

–-- Sim... --- Ela fez uma pausa --- Eu estava muito assustada, eu havia perdido a minha... Minha... Mãe! --- A palavra mãe destrancou as lágrimas que haviam sido fortemente prendidas, ela não conseguia mais falar, apenas chorar. Percy ficou sem saber o que fazer, ele então se sentou ao seu lado e colocou seus braços em volta de Hannya.

–-- Ela era minha única família! Única! –-- Disse ela soluçando. --- Eu fiquei sozinha...

–-- Não! Agora você tem a mim! Seu irmão!

Hannya olhou em seus olhos e percebeu que Percy havia falado irmão e não meio-irmão, ela se sentiu feliz, fora sua mãe ninguém havia acolhido ela daquele jeito. Ela limpou suas lágrimas, suspirou e disse:

–-- Existem pessoas cruéis nesse mundo... Fico feliz por você não ser uma delas, em tão pouco tempo já posso dizer, me orgulho em ser sua irmã.

Poucas pessoas faziam Percy realmente se sentir bem, Hannya acabava de entrar nessa lista.

–-- Só pra deixar claro, agora que tenho uma irmã eu deixo um aviso: Sou ciumento! Não vai ser qualquer mortal ou semideus que irá roubar minha nova irmãzinha de mim!

Hannya começou a rir, Percy se levantou e olhou a distancia entre o beliche dele e a dela.

–-- Ok. Eu não sou um bicho-de-sete-cabeças, essa distância me deixa desconfortável.

Hannya se levantou, pegou a mochila, sua lança e avançou três beliches (Era muito estranho ter vários beliches, pois por muitos anos Poseidon havia feito parte do pacto com seus irmãos de não ter mais filhos com mortais). Percy olhou para lança.

–-- Parece que já escolheu sua arma...

–-- Melhor dizer que ela me escolheu.

–-- Uma lança... Parece bem o estilo de Ares.

–-- Ela não é só uma lança.–-- Disse ela colocando suas mãos na cintura do tipo Não ofenda minha lança! –-- λόγχη.

E a lança se tornou na lâmina de bronze celestial gigante.

–-- Uou! --- Disse Percy. --- Onde você conseguiu?

Hannya contou sobre o que havia acontecido.

–-- Quer dizer que essa é a “forma-do-mal” de acordo com suas palavras? E se você falar λόγχη ela volta a ser uma lança normal?

–-- Sim.

–-- Isso humilhou minha espada!

–-- Posso ver sua espada?

–-- Claro! --- Ele tirou uma caneta do bolso.

–-- Uma caneta?

–-- Ei, assim como sua lança não é só uma lança, essa não é só uma caneta. --- Então ele destampou a caneta e ela virou uma espada de bronze celestial. --- Hannya lhe apresento contracorrente.

–-- Uau creio que a minha lança não pode entrar no meu bolso!

–-- Não importa aonde ela caia, ela volta magicamente para o meu bolso.

Annabeth entrou no chalé, olhou para Hannya e percebeu que o rosto dela entregava que ela havia acabado de chorar, ela olhou para Percy com um olhar ameaçador que dizia “O que você fez cabeça de alga?”.

–-- Ei, eu não fiz nada. --- Protestou ele, mas ai se lembrou que foi ele quem tocou no assunto do hotel. --- Bom... Quase nada.

–-- Só tive algumas lembranças ruins, nenhuma culpa do Percy.

–-- Parece que vocês estão se dando bem! --- Disse Annabeth.

–-- Há... Muito obrigada pelas roupas.

–-- De nada.

–-- Eu descobri que tenho um irmão ciumento!

Annabeth também percebeu a palavra irmão, ela ficou feliz por isso, seria muito ruim dois filhos do mesmo pai que não se dessem bem, ainda mais quando esse pai era Poseidon.

–-- Hannya, Lucy quer aproveitar o tempo livre para te ensinar algumas mágicas, ela está te esperando em frente ao chalé dela.

–-- Tudo bem, já estou indo.

Hannya pegou sua lança e saiu. Annabeth e Percy ficaram lá, Annabeth se sentou e olhou para Percy.

–-- Vocês dois já parecem irmãos mesmo!

–-- Eu e Poseidon somos a única família dela, e você sabe... Poseidon sendo um deus não é lá muito presente, então eu me acho na responsabilidade de ser um bom irmão.

Annabeth riu.

–-- Que foi? --- Perguntou Percy.

–-- É engraçado você falando isso “responsabilidade de ser um bom irmão.” Você fala como se ela fosse uma menininha, lembre-se que ela é da sua idade, apenas não envelheceu por causa do hotel.

Percy havia esquecido esse detalhe. Ele começou a rir também.

Hannya foi para o chalé de Hécate e em frente a ele Lucy a esperava com um livro enorme e grosso em suas mãos.

–-- Eu vou ter que decorar isso tudo?! --- Perguntou ela.

–-- Não, apenas os feitiços simples primeiros, depois passamos para algum mais forte se sua benção for capaz de realiza-lo.

Lucy abriu o livro e foi para a primeira página.

–-- Vamos ao primeiro, um bastante conhecido: Levitar objetos. Eu vou dizer a palavra mágica e me concentrar em algum objeto, depois você repete.

Lucy olhou fixamente para a vassoura no canto da varanda ergueu sua mão e então disse:

–-- Baou!

A vassoura começou a levitar.

–-- Tem que ter concentração para mantê-la levitada. Ok --- Disse ela olhando para mim de repende e a vassoura caiu. --- Agora é a sua vez.

Hannya encarou a vassoura e então disse:

–-- Baou!

A vassoura começou a levitar, um pouco desequilibrada, mas já era um começo.

–-- Se concentre... --- Disse Lucy.

Mas de repente a vassoura começou a se mover com velocidade até que saiu voando pelo acampamento.

–-- Isso não é bom! --- Disse Lucy. --- Você tem que se concentrar, no começo é assim e depois com o tempo você se acostuma e só precisará olhar e dizer a palavra mágica!

–-- Mas pra onde ela foi?

–-- Não sei uma hora a magia acaba.

Hannya percebeu que Lucy falava com total calma, como se aquilo já houvesse acontecido milhares de vezes.

–-- Vamos tentar de novo, só que agora com... O tapete! É algo mais inofensivo. --- Falou Lucy.

–-- Ok. ba–-- Antes que pudesse terminar ela viu Nico vindo na direção do chalé, ela não pode evitar rir, ele estava todo encharcado e segurando uma vassoura. Ela e Lucy tentaram disfarças as risadas.

–-- O que aconteceu? --- Perguntou Hannya rindo.

–-- Eu estava á beira do lago quando uma vassoura descontrolada me empurrou para dentro dele.

–-- Me desculpe, é que eu ainda estou aprendendo a controlar a magia.

–-- Tudo bem, eu vou indo, vou me secar antes que eu pegue um resfriado. --- Ele entrega a vassoura para Hannya. --- Vê se toma cuidado.

Nico se virou e quando havia dado alguns passos Hannya grita:

–-- Ei!

Nico se vira.

–-- Não se aproxime do lago nos próximos 20 minutos, nunca se sabe se até um tapete pode fazer você cair lá também.

Ele riu e falou:

–-- Claro, e lembre-se de me avisar para sair daqui quando você for usar seus poderes de Poseidon!

Ele se virou e continuou.

–-- Poucos são os que conseguem o fazer sorrir, acho que você está na lista desses “poucos”. __- Disse Lucy.

–-- Ele sempre foi assim?

–-- Nem sempre, quando ele chegou aqui ele era muito imaturo, era inocente, sorria como criança e adorava mitomagia então ele perdeu sua irmã e os seguintes anos foram duros pra ele.

–-- Acho melhor continuarmos, pois daqui a pouco voltaremos ás atividades do acampamento. --- Falou Hannya, mas ela ainda pensava na mudança de Nico.