Diário De Uma Retardada escrita por Simjangeum


Capítulo 37
O remédio é a solução


Notas iniciais do capítulo

Ow muito obrigada pelos reviews, gente! Adorei mesmo, obrigada :DD Enfim, esse capítulo tá meio depressivo, mas depois vai ficar melhor, como sempre! Bem, é só isso mesmo, boa leitura!



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28/01 - Domingo


Hoje, sem dúvida, foi pior que ontem e bem pior que sexta-feira. Hoje, foi quando eu lidei com todas as consequencias.

Eu queria muito escrever que depois que caí do palco eu morri, ou que entrei em um coma profundo onde só consegui acordar dois anos depois, mas acho que nem eu merecia que algo como essas coisas acontecesse comigo. Afinal, eu nunca tive muito sorte.

Eu desmaiei e fui levada para o hospital, onde viram que eu tinha quebrado a perna e fraturado o pulso. Nada grave e muito menos dramático. Então, acho que agora você entende o que eu quis dizer com que nem eu merecia que algo como essas coisas acontecesse comigo.

Sete horas depois de chegar ao hospital, eu acordei. Minha perna estava engessada e erguida sobre uma tipóia amarrada no dossel da cama, meu pulso esquerdo estava enfaixado, haviam curativos pelo meu rosto (acho que dois, porque eu não os vi, apenas os senti), tinha um fio de plástico no meu nariz e muitos outros fios conectados aos meus braços. Mamãe me observava, sentada na poltrona ao lado da minha cama.

─ Por que isso aconteceu? ─ perguntou ela, baixinho.

Não respondi a ela, ou manifestei qualquer reação, apenas a encarei. Eu não sabia o que falar ou fazer e estava decidida a não fazer ambos. Estava me sentindo tão culpada e idiota que nada mais fazia sentido.

─ Alex... nós soubemos de tudo, na verdade ─ comentou ela, ainda me encarando.

Novamente não falei nada e só a olhei.

─ E nós tomamos uma decisão ─ continuou ela, desapontada por eu não ter esboçado nenhuma reação.

Eu já sabia o que me aguardava e o que iria acontecer antes mesmo de meu pai e o Dr. Nelson entrarem no meu quarto. Sempre esperei pelo pior, acho que porque eu sempre fui bastante pessimista, mas isso era um fato, o que ia acontecer, não apenas uma suposição negativa minha.

─ Conversei com o Dr. Nelson ─ falou meu pai, parecendo preocupado ─ E nós chegamos a um acordo, mas veja bem filha... isso só vai acontecer se você também concordar com isso tudo, não queremos forçar você a nada, absolutamente a nada.

Virei meu rosto na direção dele e o encarei, deixando bem claro pelo meu olhar que eu não iria falar nada.

─ Então, hmm... nós fomos até a Clínica Beltford ─ murmurou ele ─ E nós conseguimos uma vaga para você se internar lá. Tudo... tudo bem?

Respirei fundo, fechei os olhos por alguns segundos, e voltei a olhar para os três, ali, parados ao lado da minha cama e me observando como se a qualquer momento eu fosse explodir. Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto, então, acho que meus pais entenderam que aquilo não era uma negação. Eu estava me rendendo.

Dr. Nelson me encarou, e percebi em seus olhos cansados uma culpa tão grande, que tive vontade de gritar para ele que ele não deveria sentir aquilo, culpa por não ter me dado um tratamento correto, ou por não ter exercido seu posto, mas aquilo não tinha nada haver com ele.

Pela primeira vez, eu aceitei a culpa como minha, reconheci que não havias desculpas que pudessem tirar aquilo de cima de mim. Eu reconheci meu erro, e senti, que aquilo era apenas o primeiro passo.


Aléxia.




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