Diário De Uma Retardada escrita por Simjangeum


Capítulo 12
Os segredos estragam


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas queridas! Finalmente, depois de um tempo sem responder reviews, consegui responder os últimos reviews! Se quiserem, passem lá depois para dar uma olhada no que eu respondi.

Demorei de novo, mas acho que vocês tão meio que acostumadas que isso aconteça, e nem vou prometer que vou postar mais rápida, porém, vou tentar (e isso é sério!).

E agora que as férias acabaram, então? É só eu que ainda não consegui entrar na rotina ainda? Eu meio que to letárgica, sem vontade nenhuma pra estudar #fail.

Bom, tomara que gostem desse capítulo! A personagem nova chegou, mas vai vir um outro novo também mais para frente (porém, sem mais spoilers!). É isso aí, boa leitura!



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11/12 - Terça-Feira

E agora, mais do que nunca, eu tenho certeza que eu deveria me trancar em um porão e nunca mais sair de lá. Como eu fui tão burra?

Eu devia ter conversado com Nina naquele momento em que eu a vi conversando com Bina aos risos atrás da escola, em vez de sair correndo. Porque, da forma que eu contei não foi muito boa.

Hoje, eu estava de boa, sentada na minha carteira na sala de aula (que por acaso estava vazia), ouvindo música enquanto esperava começar a aula de biologia, quando Val aparece com Nina, pareciam um pouco tensas.

─ Oi gente ─ cumprimentei, as encarando meio confusa ─ Aconteceu alguma coisa?

Nina parecia tão determinada, mas de uma forma um pouco assustadora. Ela tinha deixado seu cabelo louro solto, em vez de amarrá-lo como sempre fazia, e estava sem o uniforme escolar. Val estava a mesma, com a mesma cara de maluca, mas havia algo em sua expressão que não me agradou muito.

─ Por que não nos contou? ─ sussurrou ela, sem olhar para mim.

─ O que eu não contei? ─ indaguei, confusa. O que diabos estava acontecendo com elas?

Nina deu um suspiro enorme, transparecendo impaciência. Ela pegou algo de seu casaco e jogou na minha mesa. Era um bilhete do meu Anônimo apaixonado!

Aléxia,

Eu sabia que eu não esqueceria você e então eu fui e deixei você pirar a minha cabeça

─ Porque não contou pra gente que está namorando? ─ indagou Val, parecendo completamente chateada.

─ Não sei, talvez porque eu não esteja ─ ironizei ─ Olhem, eu posso explicar.

Nina não havia falado nada até agora e eu sabia o porque. Quando ela estava muito nervosa a ponto de explodir algum objeto apenas com o poder da mente, Nina preferia ficar quieta para manter seu auto-controle.

Com muito cuidado expliquei a elas toda a história do Anônimo e sobre os únicos bilhetes que eu havia recebido até agora.

Val parecia a beira da compreensão, porém, muito dividida ainda. Nina parecia um pouco desconfiada.

─ E você sabe quem é? ─ perguntou ela, me olhando fixadamente.

Eu não estava ficando louca, mas… ela sabia. Sim, sim, sim, ela sabia de quem eu desconfiava. Estava esperando que eu respondesse para poder soltar os cachorros logo em seguida.

─ Eu acho que é o Matt ─ respondi, mesmo sabendo o que viria logo a seguir.

Val ficou de boa aberta enquanto Nina apenas ficava vermelha e começava a sacudir a cabeça. Eu sabia que ela guardava um pequeno sentimento para com… ele.

─ Como você… como você pode dar em cima do meu Matt Adams? ─ indagou, parecendo completamente indignada.

─ Ei, não sou eu que está mandando bilhetes para ele, é ao contrário ─ retruquei ─ E mesmo assim é uma possibilidade, não uma afirmação.

─ Claro, Aléxia, e você acha que eu vou acreditar em você? A Bina já me contou tudo, sobre você querer o Matt e o Thomas, e adivinhe? A Val também já sabe de tudo.

Vallery ficou chocada, porque ao que parecia, ela não estava sabendo de nada. Seus olhos castanhos se encheram de lágrimas e ela me olhou transtornada.

─ Logo o Thomas, Alex? Você sabe que mesmo que eu tenha terminado com ele, eu ainda o amo ─ falou ela.

─ Val! Não, eu… que história é essa? Eu não… eu não quero nada com eles!!

Bina estava colocando minhas amigas contra mim! O que aquela garota estava pensando? Inventando coisas ao meu respeito.

Eu nunca iria dar em cima de Matt, eu sabia o quanto Nina estava afim dele. Muito menos de Thomas, pois ele era ex-namorado da Val, e eles haviam terminado por um motivo bobo, logo estariam juntos de novo.

─ Olhem aqui, não vou forçar vocês a acreditarem em mim ─ falei, as encarando ─ Mas se forem realmente minhas melhores amigas, saberão o que fazer.

Val olhou para Nina, que tinha um brilho perverso em seus olhos

─ Nós sabemos ─ falou Nina, puxando o braço de Vallery.

As duas saíram, fechando a porta da sala com um estrondo. Esperei alguns segundos se passarem para começar o meu ataque.

─ ISSO MESMO, FAÇAM ISSO! PARA QUE INIMIGOS, OLHA COMO SÃO VOCÊS DUAS ─ gritei enquanto me levantava.

Abri a porta, uma força estranha tomando conta de mim. Parecia que eu estava possessa, ou algo parecido. Corri, todos olhavam pra mim, porque ao que parecia, eu estava ficando maluca.

─ Parem ai, agora! ─ chamei, olhando para Val e Nina de costas para mim que continuavam a andar agora ─ PAREM!

Elas, claramente, haviam me ouvido mas não pararem, pelo contrário, continuaram a andar. E aquilo, de certa forma, me deixou com mais raiva ainda. De repente eu já sabia o que fazer.

Fui até os armários, onde nós guardávamos nossas coisas. Como eu sabia a combinação, abri a porta dos armários das duas. Estava tudo pronto para o meu show.

─ É ASSIM, NÃO É MESMO? É O QUE VOCÊS QUEREM! ─ gritei, tirando todas as coisas das duas e jogando no chão. Livros, lápis, papéis, objetos ─ VAMOS BRINCAR ENTÃO DE AMIGUINHAS!

Todos da escola pararam para me observar, todos mesmo. Val e Nina apareceram e suas expressões ficaram idênticas as das pessoas que assistiam, estavam horrorizadas, mas em um grau pior.

─ OLHA COMO É LEGAL SER ABANDONADA ─ gritei, pegando o primeiro objeto que minhas mãos encontraram e apontando para eles ─ OLHA COMO É LEGAL SUAS AMIGAS SEREM DUAS TRAÍRAS, OU VOCÊS ACHAM QUE EU NÃO SABIA?

─ Não sabia o que? ─ indagou Nina, dando um passo a frente e me encarando. Val estava atrás, chocada o bastante para não saber o que fazer.

─ Eu vi você e a sua nova amiga, a tal de… ah, é, Bianca, aos risos atrás da escola ─ respondi, dando uma gargalhada doentia. Eu estava achando aquilo tudo um máximo ─ ENTÃO, VOCÊ VAI NEGAR?

─ Não ─ respondeu em ela, aquela… aquela vadia, sem ao menos piscar.

Minhas mãos estavam coçando, eu precisava agarrar, não, amassar, alguma coisa. Eu precisava fazer aquilo.

Corri na direção de Nina e pulei em cima dela, a derrubando no chão com uma facilidade incrível. Agarrei o pescoço dela e forcei sua cabeça contra o chão, enquanto observava seus olhos verdes comprimirem de dor para depois se arregalarem de medo.

Para mim, naquele momento, quebrar a cara de Nina até o último minuto era satisfatória. Ver aquele rosto bem cuidado todo vermelho devido aos meus tapas repetidos e pesados me fazia sorrir, pois eu estava feliz comigo mesma por fazer aquilo.

Porém, depois que dei sete tapas repetidos em sua cara e ela quase estava ficando inconsciente, eu parei. Eu estava horrorizada comigo mesma, como bater na minha própria melhor amiga me fazia forte? Porque vê-la delirar de horror era tão bom?

─ Srta. Antonelle, pare agora! ─ gritou uma voz atrás de mim ─ Pare!

Era o diretor, Sr. Burr. Parado atrás de mim, vestido com seu terno verde barato, ele me olhava completamente surpreso e ao mesmo tempo com um ar de quem pode te mandar para a guilhotina.

─ E-e-eu… ─ gaguejei ─ Eu posso explicar, Sr. Burr. Que-e-e-ero dizer, eu só est-t-t-tava…

─ Para minha sala, agora, Antonelle! ─ ordenou, parecendo completamente furioso.

E eu fui. Sabia que estava ferrada.

***

A sala do Sr. Burr era enorme e completamente cheia de prateleiras com pastas. Ele me mandou sentar na cadeira em frente a mesa dele, mas já havia alguém ali.

Era uma garota loura, usando um sobre-tudo preto e com o cabelo amarrado, mas eu não conseguia ver o seu rosto.

─ Você pode esperar lá fora, senhorita ─ murmurou o Sr. Burr, encostando sua mão no ombro dela.

A loura saiu de cabeça baixa, então não consegui ver seu rosto. Me sentei na cadeira onde ela estivera e o diretor ficou na minha frente.

─ Aléxia, porque você bateu na Srta. Crawford? ─ indagou ele, perplexo.

─ Nos tivemos um problema pessoal, foi só isso ─ respondi calmamente.

─ Qual quer que seja o problema entre vocês, não quero briga na minha escola! ─ exclamou, indignado ─ Porque, acredite, alguém vai ter que limpar aquele sangue do ladrilho.

Sr. Burr, sempre preocupado com a sua escola acima de tudo. Eu quase tinha certeza que ele não se importa em nada se eu tinha espancado uma aluna e a tal aluna pudesse ter um traumatismo craniano, ele só queria que a imagem maculada da sua escola não fosse borrada de sangue desrespeito.

Provavelmente não ia receber castigo nenhum.

─ Sinto muito, Sr. Burr, eu me arrependo do que fiz e prometo não fazer nada contra a escola ─ falei, fazendo uma cara de quem sabe o que está falando.

Ele suspirou e me olhou meio divertido. Como era bom ele ser diretor da escola!

─ Tudo bem, Srta. Antonelle, essa eu deixo passar. Mas na próxima vez…

─ Não haverá uma! ─ exclamei, completamente animada.

Lancei um sorriso respeitoso a ele, e logo após sai da sala. Fora tão fácil me livrar que eu até podia enxergar as coisas de um modo mais colorido.

Lá fora, nas poltronas da secretaria, já que a sala do diretor ficava dentro dela, a garota loira estava sentada em uma delas.. E eu podia ver muito bem o seu rosto, tanto, que quando a reconheci quase voltei para o Sr. Burr para pular da sua janela.

Era a garota loira do dia do tombo nacional! A tal cópia da Bina versão “saída dos céus”. Ela me olhava sorridente, não irritada como da última vez.

─ Oi, Alex ─ cumprimentou, sorrindo bastante.

Paralisei. Alguém estava atrás de mim, era isso?

─ Oi, eu acho. Como você sabe o meu nome? ─ indaguei, fechando a porta da diretoria atrás de mim (sim, eu tinha tentado fugir antes de ela falar).

A garota sorriu de ficou de pé, deixando sua linda bolsa de coro ainda na cadeira. Ela parecia tão… sofisticada.

─ Eu já ouvi falar de você, apenas ─ comentou ─ Você lembra do dia do shopping? Eu tentei te ajudar.

─ Não parecia, você gritou comigo ─ retruquei.

Ela nem ao menos ficou brava! Apenas deu uma risada, que com sua voz aveludada combinava perfeitamente. A garota transpirava calma, havia algo de sereno nela.

─ Sou Elizabeth Stark ─ se apresentou, estendendo sua mão ─ Mas pode chamar de Lizzie.

A apertei, mas quase cai ali. Eu. Não. Podia. Acreditar.

─ Você é irmã do Ronald? ─ indaguei, ficando completamente perplexa.

─ Irmã gêmea, para falar a verdade ─ acrescentou, deixando o seu sorriso cair um pouco ─ E ele é tão bom irmão que ao menos veio me mostrar a escola. Isso é mau, ele não espera que eu vá vir estudar aqui sem ao menos saber onde é ao banheiro?!

Azar, azar! Eu estava destinada à um futuro escuro e negro onde Rony iria comandar o planeta com mão de ferro e eu seria obrigada a servir cafésinho para ele o dia todo.

─ Conheci sua mãe, ela comentou sobre você ─ revelei, me sentando na cadeira. Ela se sentou onde estava sua bolsa ─ Mas eu estranhei que você não estivesse no almoço da minha família.

─ É que eu não estava nos Estados Unidos ─ explicou ─ Desde os meus dez anos eu estudei em um colégio interno na Inglaterra. Rony não foi porque não gosta de cidades cinzentas e chuvosas. Voltei agora por alguns motivos, tive que vir estudar aqui.

Como aquela garota podia ser tão diferente do irmão? Ela era tão… educada, refinada e simpática. Mas eu até podia imaginar o motivo, a Inglaterra devia transformar seus moradores em pessoas perfeitas ou algo assim.

─ Bem, quero que você caia na minha turma, então ─ falei, completamente maravilhada.

─ Achei que fosse me odiar ─ murmurou, franzindo as sobrancelhas ─ Não só pelo dia do shopping, mas porque sou irmã do Ron.

Dei um sorriso tímido.

─ Como você sabe que eu odeio o seu irmão?

─ Ele me contou.

─ Ronald fala de mim para você?

Lizzie comprimiu os lábios e desviou o seu olhar para o lado. Devia haver algo de muito errado ali.

─ Meio que sim, olha… ─ falou, pegando sua bolsa e se levantando ─ Preciso ir agora, tenho que fazer umas coisas ainda. Foi um enorme prazer lhe conhecer, Aléxia. Espero vê-la em breve.

─ Qualquer coisa, se precisar ─ falei, ainda sem me levantar ─ Estamos aí.

Ela sorriu carinhosamente para mim e saiu, fechando a porta emperrada da secretaria de uma forma tão elegante que ao menos rangiu.

Ah, meu Deus! O que será que Rony andava contando para Lizzie? E porque ela tinha que ser tão legal? Porque, o que eu menos queria agora era ter alguma afinidade com alguém próximo a Rony.

Eu realmente estava fadada a um destino negro e sombrio.

Aléxia.



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Notas finais do capítulo

Adorei os últimos reviews e queria agradecer muito a vocês por acompanharem a estória! Não deixem de comentar nesse também e quem sabe... será que rola uma recomendação? Nem estou pressionando, ok? kshsakshakshakshakshaksh

Até a próxima!