"Ridícula! Daqui á pouco vai estar dando para o primeiro que aparecer na frente!"- Eu dizia, com raiva de Hermione.

Eu acabara de ver Hermione aos amassos com o Lerman. Se fosse com outro menino tudo bem, mas o Lerman? Aquele sabe-tudo idiota!

Joguei o abajur que estava na minha escrivaninha, mas logo em seguida concertei-o com um simples feitiço.

Deitei na cama e tentei tirar os pensamentos da cabeça. Mas era impossível. A imagem de Hermione e Lerman se beijando me dava ânsias de vômito e sempre insistia em aparecer quando eu estava quase conseguindo perder o foco com esse planeta. Outro motivo para que minha concentração fosse tomada, era um maldito barulho na janela. Uma coruja negra, como todas as corujas da minha família, insistia em bater com o bico na vidraça até que eu abrisse.

Ela estava com um pequeno envelope verde escuro preso ás perninhas. Tirei o envelope e lhe servi um pouco de algum alimento que estava em cima da minha escrivaninha. Ela piou em agradecimento e eu abri o papel.

Sexta-feira estarei esperando você. Mansão dos Malfoy. 20 horas. Não se atrase!

Belatriz Lestrange.

O que essa mulher quer¿ De qualquer forma, vou arrumar minha mala. Caso vocês não saibam, nunca se deve desobedecer a família Black ou Malfoy se você não quer levar um crucio na testa.

Coloquei apenas uma camisa, um blaser preto, uma calça social, um sapato, cueca, meia, perfume e todas essas outras coisas que nós colocamos na mala. Ficaria apenas um dia lá e, com certeza, seria um dia terrível! Eu odiava aquela casa. Eu odiava aquela família!

Fui me deitar com dois pensamentos. O que Belatriz queria comigo¿ Já não havia feito o suficiente¿

Por que Hermione está daquele jeito¿ Por que beijou o nojento do Lerman¿

Por incrível que pareça, ou não, o segundo pensamento estava me incomodado muito, mais do que o primeiro que, talvez, pudesse ser uma coisa bem pior!

Mas logo adormeci, nem ao menos ouvi Hermione subindo já que nossos quartos ficavam no mesmo corredor. Deve ter ficado até tarde de amassos com o sabe-tudo.

Hermione Granger.

Como é doce a vingança. Aposto que Malfoy não está ligando. AINDA.

Uma coisa que estava me preocupando. Será que Gustavo tinha ido falar com a Isabella ou não¿ De qualquer forma, procuro por ele amanha. Estou cansada demais pra isso, afinal já é passado da meia-noite e tenho monitoria a semana que vem toda, uma noite com cada monitor, pois agora Dumbledore resolvera implantar essa regra. Sexta feira teria uma com a Hanna. Seria a minha primeira, graças ao idiota do Malfoy que havia ficado na Ala Hospitalar e eu também havia ganhado uma folga das monitorias.

Tomei uma ducha rápida, arrumei meu material para a aula no dia seguinte e me deitei na cama. Meu ultimo pensamento foi: O quão bom o dia havia sido, o quão liberta eu havia me sentido. O quão bom era beijar alguém novo!

Meu Merlin. Me diga qual é a vantagem em acordar cedo¿ Por que diabos inventaram de ter aulas de manhã¿ Esta vida já está se tornando uma verdadeira merda!

Levantei da cama e sem me olhar no espelho entrei no banho. Pra animar ainda mais, esqueci que nas primeiras jorradas do chuveiro a água é fria pra caramba! Resultado: Levei alguns litros de água gelada nas costas logo de manhã. Nem quis ficar muito naquele maldito banho.

Coloquei minhas vestes de Hogwarts e me olhei no espelho. POR QUE DIABOS EU ESTAVA DESSE JEITO¿ AS VESTES ERAM HORRIVEIS E MEU ROSTO ENTÃO NEM SE FALA!

Olha só como esta o meu cabelo. A merda do meu cabelo!

O dia começou terrível hoje. Preciso de muito chocolate, pra ver se dou uma melhorada no humor. Sim, é isso mesmo que você está pensando. Eu estou na TPM. A droga da tensão pré menstrual.

Resolvi amarrar o raposa morta vulgo cabelo, em um simples rabo-de-cavalo. Passei um rímel, um gloss e um blush e desci para o salão comunal dos monitores. Malfoy estava lá.

“Por que diabos você estava beijando o nojento do Lerman¿”- Ele perguntou irritado.

“Primeiro: ele não é nojento! Segundo: O beijo dele é deliciosamente bom! Terceiro: Eu já estou bem grandinha pra decidir o que fazer ou não da minha vida, e não preciso que você cuide dela por mim! Tenha um bom dia!”- Sai batendo os pés em direção ao grande salão.

“Dia”- Harry e Rony disseram.

“Dia meninos”- Anunciei. “Tem alguma coisa que tenha chocolate ai¿”- Perguntei.

“Tem essas tortinhas aqui”- Harry me entregou a bandeja. Eu não pensei duas vezes e coloquei 2 ou 3 tortinhas na minha boca de uma vez só.

“Vai com cal...”- Rony disse.

“Calado”- Eu falei colocando mais umas 3 tortinhas na boca.

“Quanto mau hum...”- Harry tentou falar.

“Calado você também, antes que eu lance um feitiço silenciador nos dois!”- Eu disse, ainda comendo. “Será que não posso ter um dia em paz¿ Será que não posso ter meus dias de TPM mais tranqüilos¿”- Eu disse, já irritada.

“Você que está fazendo, hã, como os trouxas dizem mesmo¿ Copo da água em tempestade¿”- Rony perguntou

“Tempestade em copo d’água! E eu não estou fazendo isso. E se falarem mais alguma coisa vão se ver comigo!”- Eu disse, tomando meu suco de abóbora matinal. “Onde está Gina¿”- Perguntei.

“Não sei, acho que ela está esperando Luna pra vir junto á ela.”- Rony apenas disse isso e nós ficamos em silencio até o fim do café.

“Vamos, temos aula de herbologia”- Rony disse. “Acabei de ver”

“Por que não pediu pra mim¿”- Por que afinal, Rony pedia pra mim quais eram as próximas aulas.

“Não quero levar um crucio”- Harry riu e eu fiquei pensando se estava com uma expressão tão ameaçadora.

P.O.V Draco Malfoy.

Estava caminhando em passos lentos até a sala de Dumbledore. Precisava pedir á ele que me concedesse autorização para usar a rede de flu, caso contrário não iria conseguir chegar á mansão dos Malfoy.

“Entre”- A voz calma de Dumbledore chegou aos meus ouvidos.

“Obrigado”- Respondi educadamente. Apesar de tudo, gostava de Dumbledore.

“Então, Sr. Malfoy. O que trás o senhor até minha sala nessa adorável manha¿”- Ela disse, com um sorriso no rosto.

“Preciso ir á minha casa, hoje á noite.”- Respondi, não queria dar muitas explicações

“Pode me dizer o motivo¿”- Ele perguntou e seus olhos me radiografaram.

“Não, senhor”- Respondi.

“Tudo bem”- Ele disse. “Que horas precisa ir¿”.

“Às oito horas, senhor”- Respondo.

“Esteja aqui na minha sala, às sete e cinqüenta.”

“Ok, tenha um bom dia professor”- Quando encostei na maçaneta da porta, ele me chamou

“Sr. Malfoy, parece que o senhor andou fugindo de mim depois do que aconteceu no sexto andar”- Eu ainda estava de costas para ele. “Preciso saber o que aconteceu Malfoy, isso pode por, não só você, mas os outros alunos dessa escola em perigo. Eu nem gostaria de imaginar o que aconteceria comigo se mais um ataque desses acontecer na minha escola.”- Ele pressionou

“Não posso falar”- Disse.

“Porque aquilo aconteceu¿”- Continuou a pressionar. “Como alguém conseguiu entrar no castelo¿”- Perguntou “Quem atacou o Sr¿”- Ele perguntou, preocupado.

“Não posso falar. Me desculpe.”- Eu disse.

“Tudo bem. Mas saiba que eu irei descobrir”- Ele disse antes que eu saísse da sala.

Guiei-me até minha sala de aula.