A Pretty Miserable Life escrita por Samy Zubelli, Joh Martiny


Capítulo 28
Capítulo 27 - The Problem Is That You've Hurt Me


Notas iniciais do capítulo

GENTE MIL DESCULPAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAASSSSSSSSSSSSSSSS!!! ESTOOU MORRENDO DE VERGONHA!!! FIQUEI DUAS SEMANAS SEM POSTAR!!! ME DESCULPEEEEM!!! SÉRIO GENTEE EU SINTOO MUITOOOOOOOOOOOO, MAS MUITOOOOOOO MESMO!! ME DESCULPEM, POR FAVOR!!! NÃO FIZ POR MAL! É QUE TIPO, RECOMEÇOU AS AULAS, O MEU CURSO DE INGLÊS E EU TIVE QUE REPOR MATERIAL E TALS... ME ACOSTUMAR A ACORDAR CEDO, ENTREI NA GINASTICA, RECEBI BOLETIM, AJUDEI AS MINHAS AMIGAS A PASSAREM NAS RECUPERAÇÕES QUE EU, GRAÇAS A DEUS, NÃO FIQUEI EM NADA!!! =DDD BOM, E O OUTRO MOTIVO FOI QUE EU FIQUEI MUITOOOOOO DECEPCIONADA COM VOCÊS NO CAPÍTULO PASSADO. EU RECEBI APENAS 5 REVIEWS NO CAP. PASSADO. ESTOU MUITOO DESAPONTADA. E ISSO, INFELIZMENTE, TIROU COMPLETAMENTE A MINHA INSPIRAÇÃO. A ÚNICA COISA BOA FOI QUE A LINDA DA EvelynFerreiraaa ME DEIXOU MINHA SEGUNDA RECOMENDAÇÃO!!! MUITOO OBRIGADOOOO, FLOR!!! AMEEI A SUA RECOMENDAÇÃO! CAPÍTULO TOTAL E COMPLETO DEDICADO A VOCÊ ♥ EM COMPENSAÇÃO FIZ UM CAP. ENORMEEEE PRA VCS =DDD O MAIOR DA FIC ATÉ AGR =PP



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POV. Mellanie


Sai do meu prédio andando rapidamente. Passei minhas mãos no meu cabelo um tanto quanto nervosa. Eu não faço a mínima idéia do que fazer. Não sei se fico com raiva ou se me sinto magoada. Eu estou... Estou me sentindo, de certa forma, traída. Suspirei parando de andar. Tinha que ser logo com a Ashley? Já estou até vendo como ela vai esfregar na minha cara que estava certa. E o pior de tudo é que ela realmente estava certa. Aquela vadia filha da puta estava completamente correta. Eu deveria ter dado ouvidos a ela, assim, talvez agora, eu não estaria me sentindo assim. Confusa, perdida, magoada, nervosa e com raiva, muita raiva. Eu não sei como me sentir, não sei o que fazer, não sei como agir... Eu estou sentindo vontade de gritar e de chorar ao mesmo tempo, de estrangular a primeira pessoa que aparecer na minha frente e de chorar no colo de alguém, enquanto essa pessoa me consola, dizendo que tudo ficará bem. Como eu queria minha avó nesse momento. Suspirei sentindo meus olhos se encherem d’água. Uma lágrima solitária escorreu pela minha bochecha. Imediatamente a sequei. Não, eu não vou chorar. Eu não posso chorar. Passei as costas das minhas mãos nos meus olhos, secando-os. Ignorar, Mellanie. Ignorar. Como você sempre fez. É simples. Sorriso estampado no rosto, fingindo que tudo está bem, que no fim tudo ficará bem. Pelo menos é assim que eu espero.


[...]


Após dois longos tempos de Biologia, que mais pareceram uma eternidade ao lado do Bieber, o sinal finalmente tocou. Guardei minhas coisas rapidamente e me levantei com pressa, esbarrando sem querer no Justin.

– Desculpe. – Sussurrei saindo da sala sem nem ao menos olhar para a sua cara.

Andei até o meu armário, jogando a minha mochila dentro do mesmo. Encostei-me fechando os olhos com força e suspirando. Por que isso está... Doendo? Eu não consigo entender, muito menos explicar. Abri os meus olhos devagar, vendo aquela aglomeração de pessoas transitarem pelo corredor de um lado para o outro. Desencostei-me do armário e o abri novamente, pegando meu iPod dentro da minha mochila, junto dos fones. Coloquei os fones no meu ouvido e apertei o play em uma música qualquer. Logo as primeiras notas de “Everybody Lies” do Jason Walker, começaram a tocar.

Eu andava na direção contrária a de todos, que iam para o refeitório, diferente de mim, que estava indo para a quadra. Empurrei a porta lateral da escola, saindo no gramado, onde tinha algumas pessoas sentadas nos bancos e nas mesas, lendo livros, conversando, escutando música ou mexendo em seus notebooks. Passei direto por elas, indo para a quadra, mas especificamente para a arquibancada, ou melhor, atrás da arquibancada.

Sentei-me no chão, encostando as minhas costas na parede. Abri uma das caixas que estava ao meu lado, vendo que estava vazia. Levantei-me e fui abrindo uma por uma, vendo que todas estavam vazias. Bufei. Abri uma das únicas que faltava, encontrando, finalmente, duas garrafas de vodka. Peguei uma garrafa, me sentando novamente. A abri, dando o meu primeiro gole. O gosto estava horrível. Deixei a garrafa de lado, bufando. Joguei minha cabeça para trás, fechando os olhos.

Fiquei o intervalo praticamente todo lá, apenas escutando música. Quando faltavam dez minutos para o sinal bater, me levantei e sai de trás da arquibancada, voltando para o corredor. Peguei minha mochila e os livros que usaria no meu armário e guardei meu iPod.

– Mellanie? – Alguém me chamou. Olhei para o lado.

– Sim? – Fechei meu armário.

– O que houve entre você e o Bieber? – Perguntou. Franzi o cenho. – Estão falando que vocês terminaram... – Explicou-se.

– Primeiro que nós nem tínhamos nada para ser terminado. – Revirei os olhos. – Mas de qualquer forma... Isso é verdade. – Dei de ombros.

– Hum... Eu... Eu posso fazer uma coisa? – Perguntou o Logan.

– O quê? – Perguntei um tanto quanto curiosa.

– Posso? – Ignorou minha pergunta.

– Eu não sei o que você... – Me interrompeu juntando nossos lábios.

Arregalei os olhos, surpresa. Tentei o empurrar, mas ele foi mais rápido, me segurando pela cintura e aproximando nossos corpos. Vi por cima do seu ombro o Justin nos olhando. Imediatamente fechei os olhos e dei finalmente passagem para a sua língua adentrar a minha boca, se enrolando na minha. Coloquei minha mão na sua nuca, puxando seu rosto para mais perto do meu. Assim que a falta de ar se tornou presente, encerrei o beijo. Ele me deu mais um selinho e soltou a minha cintura, após eu tirar a minha mão da sua nuca.

– Pensei que você fosse me bater. – Sorriu de lado. Dei de ombros.

– Qual sua aula agora? – Perguntei.

– Química, por quê? – Respondeu.

– Nada, vem. – Puxei-o pela mão a caminho da sala de Química, que também era a minha próxima aula. Antes de entrar na sala, olhei mais uma vez para o Justin, que me encarava sem nenhuma expressão no rosto.


[...]


Finalmente o sinal da saída tocou, avisando o fim da aula entediante de matemática, na qual eu me encontrava. Guardei as minhas coisas e saí com pressa da sala. Andei pela multidão de alunos que estavam corredor, até o meu armário. O abri e guardei todos os meus livros rapidamente. Fechei meu armário e fui para o banheiro feminino, o qual só tinha duas garotas conversando e arrumando a maquiagem, que logo saíram.

Apoiei as minhas mãos na pia, olhando atentamente o meu reflexo no espelho. Eu não me acho bonita, não que eu seja feia, é só que acho que a minha aparência é muito comum. Todos podem ter um cabelo castanho escuro e ondulado, olhos castanhos escuros e uma pele não muito branca. Sabe... Acho que falta aquela coisa que chame a atenção, que seja diferente. Respirei fundo fechando os olhos calmamente.

– Melly... – A voz da Caitlin soou atrás de mim, fazendo-me abrir os olhos. – Você está bem? – Vi o seu reflexo, atrás de mim, no espelho. Assenti depois de alguns segundos.

– Sim, por que não estaria? – Me virei para ela.

– Eu soube sobre... Você e o Justin. – Respondeu.

– Hum... – Murmurei desviando os olhos dela.

– Você sabe que eu sou amiga, então se você precisar, eu estou aqui, ok?

– Eu sei... – Sorri sinceramente. – E eu te agradeço muito por isso, mas eu estou bem. – Reafirmei.

– Mellanie, você não pode enganar todo mundo, fingindo que isso não te afetou e que não significa nada para você, sendo que dá para ver nos seus olhos a confusão em que você se encontra. – Seu olhar era amigável, como se ela entendesse exatamente o que eu estava sentindo. – Não posso dizer que eu sei como você está se sentindo, porque eu realmente não sei. – Sorriu triste. Suspirei, sentindo todos aqueles sentimentos que eu guardei e ignorei hoje mais cedo voltando. Abracei-a com força sentindo meus olhos se encheram d’água. – Calma, Melly... Tudo vai ficar bem. – Sussurrou retribuindo o meu abraço. – Você quer me contar o que está sentindo? Garanto que você irá se sentir um pouco melhor. – Assenti com meus olhos marejados. Caitlin sentou no chão do banheiro, me puxando para sentar ao seu lado. Encostou as suas costas na parede e me deitou em seu colo.

– Eu não sei explicar direito o que estou sentindo. – Sussurrei. – Eu me sinto confusa, perdida, com raiva e ódio. Eu sinto vontade de estrangulá-lo, mas eu também quero que isso tudo seja mentira e que nada do que aconteceu seja verdade. - Suspirei. – Eu acho que gosto do Justin... – Assumi para mim mesma em voz alta. – Mas eu acho que gosto mesmo dele. – Mordi meu lábio inferior. –Estou me sentindo extremamente idiota por isso tudo... E o ruim é que dói. – Minha voz assumiu um tom choroso. – Eu sinto que de certa forma eu fui traída e essa sensação é extremamente ruim. – Uma lágrima rolou pela minha bochecha. – Eu nunca me senti assim. – Bufei secando a minha bochecha. – Eu só tive um namorado em toda a minha vida e eu acho que o amava, mas o que eu sinto pelo Justin é muito maior do que o que eu sentia por ele e eu estou com medo. – Me levantei do seu colo.

– Está dizendo que ama o Justin? – Perguntou a Caitlin.

– Claro que nã... – Minha voz morreu. Abaixei meu olhar para as minhas mãos, que estavam repousadas em meu colo. – Eu... – Respirei fundo. – Eu não sei... – Disse com um fio de voz.

– Você realmente não sabe a resposta ou no fundo sabe, mas não quer aceitar, por ter medo? – Perguntou me olhando os olhos.

– Os dois. – Desviei os olhos novamente dela.

Suspirou e me puxou novamente para um abraço.

– Eu tenho medo. – Sussurrei.

– Não se preocupe. – Passou as mãos pelo meu cabelo. – É só uma questão de tempo, até que você encontre a resposta para o que tanto te atormenta. Talvez não seja a resposta que você espera, mas ela virá. Não sei como nem quando, basta apenas esperar. - Deixei mais duas lágrimas caírem, mas imediatamente as sequei, interrompendo o abraço.

– Obrigado. – Sorri verdadeiramente.

– Amigas são para isso. – Retribuiu o meu sorriso. Levantei-me do chão do banheiro e em seguida ajudei a Caitlin a se levantar. Seu celular apitou, avisando que tinha chego uma nova mensagem, a qual ela imediatamente leu. – Hum... Desculpa Melly, mas agora eu tenho que ir. – Sorriu triste.

– Tudo bem. – Sorri. – Também já estou indo. – Passei a mão pela minha bochecha, tirando qualquer vestígio de lágrimas.

– Até amanhã. – Acenou, pegando a sua mochila e saindo do banheiro.

Suspirei encarando a minha imagem refletida no espelho novamente. Me olhei por mais alguns segundos e peguei a minha mochila, saindo do banheiro. No corredor, tinha apenas uma garota e um garoto aparentemente nerds, mas era possível ouvir as vozes dos jogadores de basquete e das líderes de torcida.

– Podemos conversar? – Ouvi uma voz conhecida dizer, fazendo-me parar de andar. Respirei fundo, me virando e encontrando aqueles mares de caramelo, que me fitavam intensamente. Ficamos apenas nos encarado por alguns segundos, até eu desviar os meus olhos dos deles.

– Fale. – Sussurrei alto o suficiente para ele ouvir, devido ao completo silêncio no corredor. Ele veio caminhando calmamente em minha direção, nem preciso dizer que ele está simplesmente perfeito, né?

– O que foi aquilo na hora do intervalo? – Perguntou cruzando os braços, assim que parou na minha frente.

– Aquilo o quê? – Me fiz de desentendida.

– Você sabe do que eu estou falando, Mellanie. – Me fuzilou com os olhos. – O que foi aquilo entre você e o Logan?

– Um beijo. – Dei de ombros.

– Eu sei que foi um beijo. – Quase gritou.

– Então por que perguntou? - Continuei mantendo a minha voz calma.

– Você é muito infantil, mas que porra. - Justin bufou e passou a mão no cabelo, em um ato de impaciência. Revirei os olhos também impaciente.

– Já acabou? Estou com fome e quero almoçar. – Falei ignorando o que ele tinha me dito.

– Eu desisto. Não dá para conversar seriamente com você. – Revirou os olhos e me deu as costas, andando para o lado contrário ao qual eu estava. Fiquei apenas o fitando, enquanto se afastava. Minha vontade no momento era de correr atrás dele e abraçá-lo, o único problema é que eu não posso fazer isso, por mais que eu queria, eu também possuo orgulho próprio. A verdade é que se eu fizer isso, ainda irei me magoar muito, e, desculpe-me, mas de mágoas minha vida já está cheia. Algumas a menos não farão a mínima diferença.

– Você fala como se a culpada na história fosse eu. – As palavras saíram sem a minha permissão da minha boca. Ele imediatamente parou de andar. – Desculpe-me, mas não dá para eu ficar fingindo que isso não me machuca, Justin. – Disse as palavras friamente. - Eu estou apenas tentando me poupar de me magoar no futuro.

– Eu não vou te magoar. – Pronunciou as palavras, ainda longe de mim e virado de costas.

– O problema é que você já magoou. – Ri sem humor. – E não adianta dizer que não irá fazer isso de novo, porque se eu me lembro bem, você já disse isso antes, não é mesmo? E olha onde estamos agora.

– A culpa não foi minha. – Virou-se para mim.

– Não, claro que não. Ela nunca é. – Ri debochadamente.

– Se você ao menos me deixasse explicar...

– Poupe-me de mentiras, por favor. – O interrompi. – Vamos apenas deixar as coisas como estão. Se isso tudo aconteceu, é porque não era para a gente ficar junto. – Suspirei. – É melhor para nós dois, então basta apenas para nós aceitarmos isso.

– O problema é que eu não quero aceitar. – Meio que repetiu o que eu tinha dito.

– A culpa não foi minha. – Entrei na dele, repetindo a mesma coisa que ele tinha me respondido.

– Justin! – Ryan apareceu no corredor gritando o Justin, que rapidamente se virou para o amigo. – Ah, desculpa cara, eu não sabia que vocês... – Se interrompeu. – Enfim, só vim avisar que o treino já vai começar. – Sorriu amarelo, voltando para o lugar de onde tinha vindo.

– Eu... Hum... Tenho que ir. – Disse após ficarmos alguns segundos em silêncio. Assenti levemente o vendo se afastar.

Antes de virar na esquina do corredor, Justin olhou para mim mais uma vez. Fechei os olhos e respirei fundo, porém quando os abri, Justin já não estava mais lá. Suspirei e também me virei, andando para a direção contrária a do Justin.


[...]


Destranquei a porta e entrei no meu apartamento, fechando-a novamente com certa força. Encostei-me na porta e suspirei, deixando finalmente as lágrimas escorrerem dos meus olhos. Por que tudo tem que ser tão complicado? Seria tão mais fácil se tudo ocorresse como queremos. A vida seria tão mais simples. Pena que nada acontece como planejamos. Um dia tudo parece estar indo bem e no outro a vida te dá uma rasteira e muda completamente o rumo da sua história. O certo mesmo a se fazer é nunca confiar em ninguém além de você mesmo, pois até a sua própria sombra te abandona no escuro. O único problema é que nós, os seres humanos, somos muito frágeis e não aguentamos carregar tudo sozinhos. Nós, infelizmente, precisamos de alguém para nos apoiar, para nos ajudar, para nos ouvir, para nos consolar, para nos dizer o que fazer... E é daí que surge o maldito amor, ou até mesmo aquele simples gostar ou aquela forte atração. Isso tudo é uma completa merda, sem contar que eu ainda esqueci-me de falar de um pequeno detalhe, que nem é tão pequeno assim, já que é o causador da maioria do sofrimento que as pessoas sentem. É... Algumas pessoas são fracas demais, tão fracas a ponto de quebrarem a cara várias e várias vezes e ainda continuarem a repetirem o erro. Tudo pelo simples fato de serem incrivelmente estúpidas e fracas. Por certo lado até são fortes por aguentarem tudo isso. Mas, em minha opinião, se eles fossem mais inteligentes, não teriam que passar por tudo. Bom, dizendo com outras palavras, eles são os culpados pelo próprio sofrimento. Arg! Eu simplesmente odeio tudo isso, pelo simples detalhe de eu estar inserida nesse último grupo, o mais fraco de todos.

Escorreguei pela porta, até estar sentada no chão. Dobrei os meus joelhos e afundei a minha cabeça nos mesmo, deixando as lágrimas escaparem livremente. Já estou cansada de guardar tudo o que sinto aqui dentro. Não dá para escondermos para sempre o que sentimos. Uma hora ou outra somos obrigados a darmos o braço a torcer e deixarmos os sentimentos tomarem conta de nós. O pior de tudo é que, por mais que eu esteja liberando a minha dor através das malditas lágrimas, o aperto que estou sentindo no peito não some, a dor que estou sentindo não alivia. Parece até que piora cada vez mais. E é agora que eu me pergunto onde está aquela Mellanie que prometeu nunca mais chorar ou sofrer por coisas que não valem realmente à pena? Onde está a Mellanie que criou uma barreira em volta dela mesma e disse que nunca mais iria deixar os sentimentos a dominarem novamente? Onde?


POV. Justin


Cheguei à quadra e o time já treinava na quadra, enquanto as líderes de torcida ensaiavam a sua coreografia do outro lado. Procurei com os olhos o treinador, que logo achei, perto da arquibancada. Aproximei-me dele.

– Treinador, não estou me sentindo muito bem, posso ir para casa? – Pedi.

– Tudo bem, Justin. Hoje não vamos fazer nada demais mesmo. – Sorriu gentilmente.

– Obrigado, senhor. – Agradeci e fui para o vestiário pegar as minhas coisas.

Tirei o uniforme que eu já tinha colocado e vesti novamente a roupa que eu estava antes. Peguei a minha mochila e saí do local, indo para o estacionamento da escola, onde estava estacionado o meu carro. Desliguei o alarme e entrei no banco do motorista, é claro. Girei a chave na ignição, ligando o carro e indo a caminho do meu prédio.


[...]


Fechei a porta do meu apartamento após eu entrar. Joguei a minha mochila no chão e fui direto para a cozinha. Abri os armários e peguei várias garrafas de bebidas, levando-as para a sala. Coloquei tudo em cima da mesa e abri uma das garrafas de vodka, tomando o primeiro gole de muitos.


POV. Mellanie


Ainda eram mais ou menos 16h da tarde. No momento, eu estava deitada no sofá vendo Bob Esponja na TV, porém quase não prestava atenção no desenho. Assim que começou os comerciais, levantei-me e levei a tigela vazia de pipoca e o meu copo ainda com um restinho de coca-cola, que eu logo tratei de beber, para a cozinha. Coloquei tudo na pia e voltei para a sala. Antes que eu pudesse me sentar, alguém começou a tocar a minha campainha freneticamente.

– Já vai! – Gritei me irritando com a impaciência do individuou. Abri a porta irritada, sem nem ao menos ver quem era. Fiquei meio surpreendida com quem estava ali, porém antes que eu pudesse ao menos falar alguma coisa, ele já tinha agarrado o meu corpo, em uma espécie de abraço. Eu estou completamente confusa. O que ele está fazendo aqui? – Ei, calma! O que aconteceu? – Tentei o afastar, porém ele me segurava com força, como se eu pudesse sumir a qualquer momento. – Justin! O que foi? Por que você está assim? – Continuei perguntando coisas aleatórias, porém ele não respondia nenhuma. Suspirei e levei minhas mãos até o seu cabelo, começando a fazer uma espécie de carinho no local. – Justin, calma, ok? Eu estou aqui. – Sussurrei, sentindo seus braços se afrouxarem um pouco sobre o meu corpo. O afastei um pouco, com cuidado. Suas mãos ainda seguravam a minha cintura e ele apenas me olhava sem falar nada. Levei minhas mãos até o seu rosto, segurando-o. – Você está bem? – Perguntei calmamente. Dessa vez ele me respondeu, balançando a cabeça negativamente. – Por quê? O que aconteceu? – Perguntei.

– Você me trocou pelo Logan. – Falou meio embolado. Franzi o cenho, confusa.

– Justin! – Exclamei em um tom indignado. – Você bebeu!? – Senti um forte cheiro de álcool entrar pelo meu nariz. Ele não me respondeu e tentou me beijar, porém me esquivei dele, saindo dos seus braços. – Justin... – Sussurrei sem saber o que fazer. Suspirei. – Vem cá. – O puxei de encontro ao meu corpo, abraçando-o fortemente. – Por que você fez isso? – Perguntei mesmo sabendo que ele não iria me responder. Suspirei novamente, sentindo sua respiração bater no meu pescoço, me arrepiando. – Vamos. – Afastei-o novamente, puxando-o na direção do meu quarto.

Abri a porta do banheiro e o sentei no vaso sanitário. Levei minhas mãos para a barra da sua blusa, tirando-a rapidamente. Ajoelhei-me no chão gélido do banheiro, abrindo o seu cinto e o botão da sua calça. Tirei a sua calça com pressa, deixando-o apenas com sua box preta. Entrei dentro do box, ligando o chuveiro na água gelada. Levantei o Justin e o enfiei debaixo da água.

– Ai! Para! A água está gelada! – Reclamou. Confesso que fiquei com dó, mas o deixei na água. Quando percebi que ele já estava tremendo de tanto frio, desliguei o chuveiro, pegando uma toalha e o enrolando na mesma.

– Se seca que eu vou pegar um remédio para a possível dor de cabeça que você sentirá. – Suspirei, deixando-o sozinho no banheiro. Fui direto para a cozinha e peguei um copo com água e um comprimido no armário. Voltei para o meu quarto, vendo que o Justin já estava deitado na minha cama. Deixei tudo em cima da mesinha de cabeceira da cama e sentei-me na cama ao seu lado. O cobri com a coberta e liguei o ar condicionado, já que estava calor. – Toma isso. – Lhe dei o remédio e o copo com água, os quais ele tomou sem hesitar. – Agora dorme um pouco. – Suspirei, deitando a sua cabeça no meu colo. Passei a minha mão sobre a sua bochecha encarando os seus olhos fixamente. – Pode dormir. – Sussurrei, vendo-o fechar suas pálpebras lentamente. Respirei fundo e comecei a acariciar o seu cabelo calmamente.


[...]


Acordei esfregando os meus olhos. Olhei para o Justin que ainda dormia no meu colo, acho que acabei adormecendo sentada mesmo. Desviei meus olhos do Justin, vendo que já eram 18h23m, no relógio em cima do meu criado mudo. Esfreguei novamente os meus olhos, bocejando em seguida. Balancei levemente o Justin, tentando o acordar. Bufei vendo que ele continuava em um sono profundo.

– Justin! – O chamei, ainda balançando-o. – Justin! – Disse mais alto. – Justin, porra! – Gritei o acordando de vez. Rapidamente ele se sentou na cama assustado com o meu grito.

– O que foi? – Perguntou coçando os olhos e bocejando.

– Vá se vestir, sua roupa está no banheiro. – Falei. – Seja rápido. Nós precisamos conversar.

Imediatamente fez o que eu disse, indo para o banheiro se vestir. Depois de alguns segundos, saiu do banheiro, já vestido, e com uma cara fofa de sono. Reprimi um sorriso que quis se formar no meu rosto, ao vê-lo bocejar e passar as mãos sobre os olhos.

– Fala. – Murmurou se jogando na minha cama.

– Justin, por que você bebeu? – Suspirei.

– Isso não te interessa. – Respondeu friamente se sentando na cama.

– Não foi isso que você disse hoje mais cedo, quando veio para o meu apartamento e disse que eu te troquei pelo Logan. – Ergui minha sobrancelha, cruzando os braços. Justin arregalou os olhos diante do que eu tinha acabado de falar.

– Eu estava bêbado. – Se defendeu.

– Geralmente quando estamos sob o efeito de bebidas, acabamos dizendo muitas verdades. – Bufou revirando os olhos. Ficamos em silêncio por alguns segundo após isso. Suspirei. – Justin, não faça mais isso, por favor.

– Por quê? Que eu saiba você não tem nada haver com isso.

– Tudo bem, então! Tomara que você beba tanto, mas tanto, que tenha uma overdose e morra de uma vez! – Gritei irritada, perdendo toda a calma que eu tentei manter durante o dia todo. – Não acha que seu pai já é um exemplo o suficiente para você saber o que a bebida causa? Desse jeito você vai ficar igual ao seu pai! – Vi uma expressão furiosa tomar conta do sue rosto.

– A culpa foi sua! – Gritou apontando o dedo no meu rosto. – Se você não tivesse beijado o filho da puta do Logan, eu não teria bebido!

– Você bebeu porque quis! Ninguém te obrigou a nada! Absolutamente nada! – Bati no seu dedo o abaixando. – E primeiro que quem me beijou foi o Logan, não eu! Apenas correspondi! E você não tem nenhum direito de reclamar, porque se não me engano você fez muito pior, então pare de colocar a culpa em mim, porque eu não tenho nada haver com isso!

– Você é uma vadia mesmo! – Gritou. – Você o usou para se vingar de mim! – Acusou.

– Cala a boca! – Gritei.

– Oh, a vadia se sentiu ofendida, foi?

– Vadia é a sua mãe! – Disse por impulso. Arregalei os olhos ao ver seu rosto ficar vermelho e sua mão vir na direção do meu rosto. Fechei os olhos com força, esperando sua mão em contato com a minha bochecha, porém isso não aconteceu. Abri novamente os meus olhos, encarando-o com os meus olhos cheios d’água. Não acredito que ele ia mesmo me dar um tapa.

– Você é igual ao seu pai mesmo. – Ri com deboche. – Não tem caráter o suficiente para ficar com uma mulher só e ainda é covarde o bastante para bater nelas. – Cuspi as palavras sem dó.

– Você não tem moral nenhuma para falar de mim ou do meu pai! – Gritou. – Ou já se esqueceu que é uma louca drogada?

– Eu não...

– E quando um homem procura outra para satisfazê-lo é porque a primeira não é boa o suficiente! – Interrompeu-me, gritando. O olhei incrédula sentindo uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas nada saiu. – Eu... – Engoliu em seco. – Eu não quis dizer isso... Eu... – Outra lágrima caiu pelo meu rosto.

– Não... Você... Vo-vo-você está certo... Eu re-realmente so-ou uma louca drogada. – Minha voz saia embargada pelo choro. – E é lógico... – Minha voz morreu. – É... Vo-vo-cê te-em ra-ra-zão. – Gaguejei devido ao choro. – E-eu na-ão... Eu na-ão so-ou... – Desisti de falar, passando as mãos no meu rosto, tentando secar as lágrimas que caiam descontroladamente.

Levantei-me rapidamente da cama indo até a minha escrivaninha, abrindo as gavetas com pressa, procurando os meus comprimidos. Peguei o potinho, abrindo-o e despejando alguns dos comprimidos na minha mão. Tentei os levar até a minha boca, porém a maioria caiu. Desisti, deixando o potinho cair no chão, esparramando os comprimidos que nele continha. Apoiei as minhas mãos na escrivaninha, sentindo o meu corpo pesar.

As palavras de Justin cismavam em martelar na minha cabeça, me atormentando. Passei minha mão sobre as minhas bochechas, tentando secá-las, porém apenas piorou, já que eu comecei a soluçar de tanto chorar.

– Mellanie... – Justin me chamou, sussurrando o meu nome. Olhei-o com os olhos embaçados devido ao meu choro.

Desencostei-me da escrivaninha, indo para o banheiro. Tranquei a porta e olhei para a minha imagem refletida no espelho. Meu rosto e meus olhos estavam vermelhos, meu cabelo bagunçado e minhas bochechas molhadas. Novamente as palavras de Justin passaram como flashes pela minha cabeça. Queria poder gritar e berrar, para descontar a minha raiva, mas infelizmente eu não posso. Como eu sou... Idiota, burra e estúpida! Soquei o espelho com raiva, fazendo com que alguns cacos de vidro entrassem na minha pele da mão. A sensação até que era um tanto quanto boa. Olhei para os cacos espalhados pela pia de mármore, pegando um de tamanho médio. Estiquei o meu braço, vendo que as marcas em meu pulso já estavam quase completamente invisíveis. Comprimi os meus lábios, aproximando a minha mão, que segurava o pedaço de vidro, do meu pulso. Encostei-o na minha pele, perfurando-a com certo receio. Logo a dor tomou conta do meu corpo, motivando-me a continuar. Deslizei o vidro pelo meu pulso, fazendo um corte não muito grande. Espremi os meus olhos, enquanto mais e mais lágrimas caíam. Pressionei novamente o caco de vidro no meu pulso e o arrastei pela minha pele, fazendo outro corte, dessa vez maior. O sangue logo começou a escorrer do corte, deslizando pelo meu braço e pingando no chão. Gemi de dor, sentindo meu pulso arder.

– Mellanie – Ouvi o Justin gritar. – Ignorei. – Mellanie! Abre essa porta. – Ouvi o Justin começar a gritar do outro lado da porta, enquanto batia na mesma. Passei novamente a lâmina improvisada na minha pele, com mais força, fazendo um corte mais profundo. Meu pulso já começava a latejar, mas eu não estava nem aí para isso. – Porra, Mellanie! Abre logo essa porta!

Ignorei novamente, enfiando a lâmina com mais força ainda na minha pele, fazendo outro corte bastante profundo. O sangue escorria dos cortes, deslizando pelo meu pulso e pingando no chão. Deixei o caco de vidro ensanguentado cair da minha mão, fazendo um barulho ao se chocar contra o chão. Encostei-me na parede do banheiro, escorregando até estar sentada no piso gélido. Soltei um soluço alto e encostei a minha cabeça na parede, fungando. Abaixei o meu olhar para o chão manchado do meu sangue. Deite-me no chão, passando o meu dedo sobre o meu sangue. Comecei a fazer círculos e alguns desenhos estranhos com o meu sangue enquanto ouvia o Justin me gritar lá fora.


POV. Justin


Ouvi o barulho de algo se quebrando no banheiro, despertando-me dos meus pensamentos. Levantei-me rapidamente da cama, me aproximando do banheiro. Tentei abrir a porta, porém estava trancada. Suspirei encostando a minha orelha na porta, tentando ouvir alguma coisa de lá de dentro, mas não consegui escutar mais nada. Encostei-me na porta e deslizei pela mesma, até estar sentado no chão. Dobrei as minhas pernas e passei os meus braços em volta das mesmas, apoiando o meu queixo no meu joelho. Fiquei algum tempo naquela posição até ouvir um gemido vindo lá de dentro.

– Mellanie? – Gritei. Esperei alguns segundos e nada dela me responder. – Mellanie! Abre essa porta. – Tentei abri-la, porém continuava trancada. Comecei a bater na porta, ainda chamando-a. – Porra, Mellanie! Abre logo essa porta. – Me estressei, forçando a maçaneta. Ouvi o barulho de algo caindo no chão e logo depois a Mellanie soltar um soluço. Forcei novamente a maçaneta, tentando abrir a porta, porém não consegui. – Mellanie, abre isso, por favor... – Desisti de tentar abrir a porta. Virei-me, observando o quarto. Ela deve ter uma chave reserva em algum lugar por aqui. Comecei abrindo as gavetas da cabeceira da cama, porém não achei nada. Voltei-me para a sua escrivaninha, também abrindo as gavetas. Vendo que não tinha nada lá, entrei no seu closet. Empurrei alguns vestidos que estavam pendurados, achando uma caixinha preta. Abri-a encontrando um chaveiro cheio de chaves. Suspirei aliviado. Deixei a caixinha no mesmo lugar, e peguei as chaves, saindo do closet. Tentei a primeira chave, mas ela não entrou na fechadura da porta; tentei a segunda, porém ela não quis girar; tentei a terceira, mas ela não se encaixou; tentei a quarta que finalmente destrancou a porcaria da porta. Abri rapidamente a porta, não acreditando no que eu estava vendo.


LEIAM AS NOTAS FINAIS.


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Notas finais do capítulo

Bom, gente, me desculpem mesmo!!! Prometo não tentar demorar para postar o próximo... =( Porém, só o postarei com no MÍNIMO 10 reviews. Eu tenho mais do que 30 leitoras e só recebo 5 reviews? Porra, eu acho isso a maior sacanagem. Desculpe-me, mas eu realmente fiquei muito decepcionada. E à quem sempre manda review, ignorem isso. (= SÓ POSTAREI O PRÓXIMO CAPÍTULO COM NO MÍNIMO 10 REVIEWS! NÃO IMPORTA O TEMPO QUE DEMORE. Da mesma forma como vcs gostam de capítulos grandes e postados rápidos, nós, autores, gostamos de reviews e recomendações. Então se você lê e gosta, por favor, deixe um review. Kisses ♥ e desculpem-me mais uma vez. ;*